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sábado, 7 de novembro de 2009

1483) Grandes ditaduras sempre tem medo de pequenos resistentes

Triste constatar que os totalitarismos se parecem, o que parece óbvio, mas não me refiro à repressão política, que é uma constante nesses regimes, mas a burrice, à estupidez consumada, que faz com que enormes aparatos repressivos se precipitem sobre cidadãos comuns, simples indivíduos que gostariam de levar uma vida normal, mas não conseguem, pois a vida em ditaduras comunistas é uma miséria moral e material.
Ditaduras de direita procuram reprimir o pensamento, oferecendo ao menos certas compensações materiais, típicas do capitalismo.
Ditaduras de esquerda, ademais da repressão intelectual, da ausência completa de liberdade, não conseguem sequer suprir os cidadãos com o mínimo indispensável para se viver normalmente.
Ao fim e ao cabo, caem por estupidez e incapacidade, mais até do que pela repressão em si.
Minha solidariedade a quem vocês sabem quem é (que acaba de ser proibida de vir ao Brasil lançar seu livro sobre sua vida numa pequena ditadura comunista).
Gostaria de ler uma dessas notas de governo, sempre atentas para lamentar episódios condenáveis em certos países, pronunciando-se, desta vez, sobre uma simples figura objeto de agressões por agentes de uma ditadura ordinária.

12 comentários:

Bernardo S. Corrêa disse...

Caro Dr. Paulo,

Alguns meses atrás, tive a sorte de encontrar o seu site. Após ter entrado no seu blog, e ter perdido (ganhado) a madrugada lendo seus posts, senti que a carreira diplomática sem dúvida é muito mais atraente do que imaginava..

Por sorte, ou destino, o Curso Clio abriu uma unidade aqui em Vitória/ES, e talvez pelo fato de cursinhos terem se transformado em pré-etapa dos concursos, vou me matricular semana que vem.

Agora, gostaria de perguntar para o senhor dicas ou indicações de revistas, blogs, sites, etc, para que eu possa me manter atualizado em relações exteriores, política internacional, etc.

Vale a pena assinar alguma revista?

Muito obrigado pela atenção, novamente.

Bernardo

Mello disse...

E quem é?

Anônimo disse...

Realmente foi muita estupidez do regime, sob o ponto de vista dos interesses deste próprio, ter praticado ato de violência física contra uma personalidade acolhida pelo 'Ocidente'.

Desculpe-me a comparação, mas vejo esta mesma estupidez na decisão dos diretores da UNIBAN de expulsar a aluna vítima de linchamento moral.

Em suma, em ambos os casos o que se vê é o famoso tiro no pé.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Três respostas a três comentarios:
1) Meu caro Mello,
Basta ler os jornais para saber de que país e de que personalidade estou falando...
2) Meu caro Bernardo,
Seja no meu site, seja no site do Rio Branco (se ele não for muito incompetente), seja no curso Clio, você terá todas as indicações de leituras complementares de que necessita para ingressar, ou pelo menos tentar, no Rio Branco.
Você tem uma imensa quantidade de sites e revistas através dos quais se preparar para os exames.
3) Meu caro Anônimo,
Não creio que se possa traçar um paralelo entre a vida miserável numa ditadura comunista, de um lado, e, de outro, os episódios lamentáveis ocorridos numa faculdadezinha brasileira, em que se juntaram a vontade de provocação de uma estudantezinha exibida e a boçalidade coletiva de estudantes agressivos, frustrados sexualmente, ou idiotas da intimidação grupal.
O tiro no pé é o de menos: ninguém tem culpa de nascer numa ditadura e desejar fazer coisas normais que são reprimidas por um regime miserável e boçal, e tampouco os estudantes não eram obrigados, num sistema livre como o nosso, a perseguir uma estudante debiloide que resolveu provocar a galera.
Uns não tem liberdade para nada, e não tem culpa pela repressão de um sistema boçal; outros tem liberdade demais, e são livres para expressara livremente sua boçalidade individual e coletiva.
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

Caro Dr. Paulo,

Concordo com o que disse na sua resposta a mim, o anônimo. Também não creio se possa traçar o paralelo entre a vida de uma e o linchamento moral de outra.

O paralelo sem juízo que fiz, foi entre a atitude de diretores da UNIBAN (expulsaram a garota) e a atitude dos responsáveis pelo regime: ambos de precipitaram estupidamente e puniram alguém que é vítima, dando um tiro no próprio pé.

Se pudesse fazer uma provocação ao Dr., diria que da mesma forma que uma mostrou-se exibida e, por isso, causou o fato ilícito injustificável, a outra é ativista política que nasceu na ditadura, conseguiu fugir, mas voltou para ajudar no fim do regime e, por isso, sofreu violência ilícita também injustificável.

Abraços de um modesto estudante e admirador.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Meu caro Anônimo,
Uma pequena correcao em seu ultimo comentario.
A ativista a que eu me referi, sem menciona-la, é a Yoani Sanchez, que deveria ter vindo ao Brasil para o lancamento de seu livro "De Cuba com Carinho".
Nao apenas foi proibida, mas foi atacada e agredida fisicamente por agentes de uma das mais abjetas ditaduras que ainda subsistem no mundo.
Um dia isso vai acabar, e esses "intelequituais" brasileiros que assinam manifestos em favor de Cuba vão realizar sua vergonha...

Vinícius Portella disse...

Paulo,

Não há o que se falar: um absurdo. Cuba está numa posição indefensável. Não há argumento favorável à Ilha dos Castros que se sustente face ao ocorrido com Yoani Sanchez e à defesa dos direitos e da dignidade humana. Isso é o óbvio e apenas uma manifestação de minha consternação ao saber de tais fatos lastimáveis.

Abraços,

Anônimo disse...

Dr. Paulo,
Confesso não ter compreendido a correção. Também me referia a Yoani Sanchez.

Se possível, poderia indicar onde acabei comentendo um erro ?

Muito grato pelas respostas,
Abs.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Meu caro Anônimo,
Voce escreveu isto aqui:
"a outra é ativista política que nasceu na ditadura, conseguiu fugir, mas voltou para ajudar no fim do regime e, por isso, sofreu violência ilícita também injustificável."
A Yoani nunca fugiu de Cuba, simplesmente porque nao lhe deixam ou nao pretende sair da ilha. Portanto, nao pode ter voltado.
Ela tem algumas ilusoes quanto ao governo e o regime, mas no geral expressa o desalento da geracao sem futuro que foi criada por 50 anos de revolucao.

Anônimo disse...

Caro Dr. Paulo,
Perdoe-me por insistir neste assunto. Minha única intenção é aprender com o dileto Professor.

O que me recordo ter lido sobre a biografia de Yoani, é que ela conseguiu sair de Cuba anos atrás, porém voltou por razões que desconheço. Tentei confirmar essa informação, mas não o pude de modo rápido. O Dr. já ouviu algo sobre isso ?

Acabo de ler o título do último post de Yoani:'Blame the victim'. O Professor concordaria que também os diretores da UNIBAN culparam a vítima ?
Grato,
Abraços.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Bem, dou a mao à palmatoria: voce sabe mais do que eu. Nao tinha essa informacao, mas agradeco por me corrigir.
O caso da Uniban é uma comédia de erros, de todas as partes, a começar pela suposta vítima.
Creio que todos levam sua parte de responsabilidade.
A vítima em questao parece que vai retirar beneficios materiais dessa situacao, expondo-se um pouco mais provocativamente aos homens. Mais um pouco negociará fotos numa revista masculina.
Mas, de fato, a atitude dos alunos foi inaceitável, e a da Faculdade patética. Eles deveriam examinar o seu caso a luz do regulamento da instituicao. Parece que escolheram a via mais fácil para eles...
Todos sao uns palhaços...
Lamentavel que tenhamos de discutir um caso tao mediocre neste espaco.
Pretendo encerrar meus comentarios sobre isso, pois nao merece tanto tempo perdido.

Brasil disse...

Obrigado a todos pelos comentários; eu, do mesmo modo que o Mello, não sabia a quem o post se referia, confesso que chequei as notícias do msn.com e uol.com e nada, antes desse post, confesso mais uma vez, não ter conhecimento de Yoani Sanchez pois nunca tinha visto seu nome citado nos livros didáticos ou em materiais "avulsos" de geopolítica confeccionados por cursinhos.

Obrigado a todos mais uma vez,

JD