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domingo, 25 de abril de 2010

2077) A grande tragedia dos armenios na Turquia - comeco de reconhecimento oficial

A grande controversia histórica, ainda inconclusa, do século 20 é a tragédia armênia (ou armeniana, como se preferir), ou seja, a enorme matança de armênios por ocasião da Primeira Guerra Mundial, por soldados do exército otomano.
A controvérsia se refere não tanto à extensão da tragédia (já constatada entre 300 e 500 mil pessoas), como quanto à sua implementação, ou seja, se foi um ato deliberado das autoridades turcas, ou apenas uma consequência trágica das circunstâncias da época, das medidas adotadas para isolar e repelir o que aparecia então como uma ameaça à integridade do Estado turco.
De minha parte, sem ser um especialista no assunto e sequer um historiador, eu diria que o fato histórico não preenche todos os requisitos do conceito de genocídio, ou seja, um planejamento deliberado de eliminação de um povo inteiro apenas por trazer a identidade desse povo. Os armênios foram reprimidos, e massacrados, no contexto de uma guerra, sendo que armênios estavam colaborando com o exército russo, inimigo da Turquia. Os turcos certamente se excederam na repressão, mas não acredito que tenha havido uma decisão política de eliminar os armênios enquanto povo.
Paulo Roberto de Almeida (Shanghai, 25.04.2010)

Pour la première fois, des Turcs commémorent le massacre des Arméniens
Le Monde, avec AFP, 24.04.10

Des cérémonies et des manifestations sont prévues à Istanbul, en Turquie pour commémorer le 95e anniversaire du massacre des Arméniens.

C'est une première. Des défenseurs des droits de l'homme, intellectuels et artistes turcs ont commémoré publiquement samedi 24 avril à Istanbul les massacres d'Arméniens qui ont eu lieu entre 1915 et 1917. Ils brisent ainsi un tabou puisque la Turquie récuse la thèse d'un génocide défendue par les Arméniens.

Rassemblés sous le slogan "Plus jamais ça" sur les marches de la gare d'Haydarpasa d'où est parti le premier convoi de déportation, une centaine de manifestants ont rendu hommage aux Arméniens disparus. Encadrés par la police et suivis par une myriade de caméras, ils portaient des photos en noir et blanc de quelques-uns des déportés.

La police a tenu à bonne distance un groupe de contre-manifestants dont d'anciens diplomates qui arboraient des drapeaux turcs. Quarante-deux diplomates turcs ont été assassinés par l'organisation extrémiste arménienne Asala dans les années 1970 et 1980.

Une autre manifestation doit avoir lieu à 18 heures (heure de Paris) sur la place Taksim, au coeur de la partie européenne d'Istanbul. Des intellectuels et artistes ont signé une pétition appelant "tous ceux qui ressentent cette grande douleur" à manifester leur deuil. Pour ne pas heurter, le texte évoque la "Grande catastrophe", mais évite le terme de "génocide". Malgré cette précaution, les organisateurs redoutent que des incidents ne viennent perturber les cérémonies. "Toutes les mesures préventives ont été prises mais il y a toujours des excités", a indiqué Cengiz Aktar, un universitaire d'Istanbul.

"POLITIQUE DE MÉMOIRE"
"La Turquie essaie de mettre en place une politique de mémoire, malgré le langage officiel" qui rejette catégoriquement le terme de génocide, explique M. Aktar, chercheur à l'Université de Bahçesehir. Il estime que "les tabous brisés ne concernent pas seulement l'Arménie mais d'autres sujets occultés, comme la question kurde".

En 2005, l'écrivain et prix Nobel de littérature Orhan Pamuk s'était attiré les foudres de la justice pour avoir déclaré: "un million d'Arméniens et 30 000 Kurdes ont été tués sur ces terres". Deux ans plus tard, le journaliste arménien Hrant Dink a été assassiné à Istanbul. La participation massive des Turcs à ses obsèques avait ouvert la voie à une remise en question de l'histoire officielle qui parle de "massacres mutuels".

FROID ENTRE ANKARA ET EREVAN
La semaine dernière, le président arménein Serge Sarkissian a déclaré que son pays gelait la ratification d'accords historiques de normalisation avec Ankara, accusé de poser des conditions inacceptables.

Les Arméniens qualifient de génocide les persécutions et déportations, de 1915 à 1917, qui ont fait selon eux 1,5 million de morts. France et Canada font partie des pays ayant reconnu l'existence du génocide.

La Turquie reconnaît qu'entre 300 000 et 500 000 personnes ont péri mais, selon Ankara, elles n'ont pas été victimes d'une campagne d'extermination mais du chaos des dernières années de l'Empire ottoman. La Turquie affirme aussi que des dizaines de milliers de Turcs ont été massacrés par les nationalistes arméniens qui se sont alliés à l'ennemi russe lors de la Première guerre mondiale, avant la décision du gouvernement ottoman de déporter les Arméniens vers la Syrie.

4 comentários:

Takvor disse...

Gostaria de externar o meu ponto de vista:
A USP promoveu um seminario internacional entre os dias 22,23,24 de aGostaria de externar o meu ponto de vista:
A USP promoveu um seminario entre os dias 22,23,24 de abril de 2010, sobre o genocídio armenio, onde palestraram sobre este tema, mais de 11 professores e doutores especializados neste tema. A conclusão a que se chega é que estas atrocidades contra seres humanos estão sempre camuflados num contexto onde estes povos colocariam em risco a segurança do país. Os estudos demonstraram ainda
que o genocidio de um povo ou parte dele, se dá quando as autoridades constituidas insuflam a opiniao popular em massa para "incutir o perigo" que ele proporciona para a nação.
É importante conhecer o "modus operandi" de como se dá o genocidio. A questão trazida e debatida neste simpósio foi técnica e legal e não de simples opinião destes historiadores e estudiosos sobre genocidio.
A USP fará oportunamente publicar este trabalho, onde todos os interessados sobre este tema poderão se embebedar destes estudos. O seminario internacional foi denominado " O genocidio armenio como protótipo do genocidio dos tempos modernos"
Dúvidas todos podem ter,porém o crime de genodicio não é julgado por simples sentimento, mas sim, através de provas e circunstancias que levam a esta conclusão. Não podemos menosprezar a inteligencia destes estudiosos.
Por fim, a história divulgada para o mundo, sempre foi contada pelos vencedores.bril de 2010, sobre o genocídio armenio, onde palestraram sobre este tema, mais de 11 professores e doutores, inclusive um dos convidados da própria Turquia.A conclusão a que se chega é que estas atrocidades contra seres humanos estão sempre camuflados num contexto onde estes povos colocariam em risco a segurança do país. Os estudos demonstraram ainda
que o genocidio de um povo ou parte dele, se dá quando as autoridades constituidas insuflam a opiniao popular em massa para "incutir o perigo" que ele proporciona para a nação.
É importante conhecer o "modus operandi" de como se dá o genocidio. A questão trazida e debatida neste simpósio foi técnica e legal e não de simples opinião destes historiadores e estudiosos sobre genocidio.
A USP fará oportunamente publicar este trabalho, onde todos os interessados sobre este tema poderão se embebedar destes estudos. O seminario internacional foi denominado " O genocidio armenio como protótipo do genocidio dos tempos modernos"
Dúvidas todos podem ter,porém o crime de genodicio não é julgado por simples sentimento, mas sim, através de provas e circunstancias que levam a esta conclusão. Não podemos menosprezar a inteligencia destes estudiosos.
Por fim, a história divulgada para o mundo, sempre foi contada pelos vencedores.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Permito-me postar aqui um comentário em nome de um leitor visitante, que no entanto cometeu alguns pequenos erros de transcrição (ele estava visivelmente copiando e colando um texto de outra fonte e se enganou no processo de cometeu overlappings e repeticoes, por isso corrijo para ele).
O comentarista é, visivelmente, simpático à tese do genocídio armênio, e nada do que ele me disse me convenceu a mudar de opinião, ainda que eu respeite seus argumentos bem fundamentados
Paulo Roberto de Almeida

Takvor deixou um novo comentário sobre a sua postagem:
"2077) A grande tragedia dos armenios na Turquia - ...":

Gostaria de externar o meu ponto de vista:
A USP promoveu um seminario internacional entre os dias 22,23,24 de abril de 2010, sobre o genocídio armenio, onde palestraram sobre este tema, mais de 11 professores e doutores especializados neste tema, inclusive um dos convidados da própria Turquia.
A conclusão a que se chega é que estas atrocidades contra seres humanos estão sempre camuflados num contexto onde estes povos colocariam em risco a segurança do país. Os estudos demonstraram ainda que o genocidio de um povo ou parte dele, se dá quando as autoridades constituidas insuflam a opiniao popular em massa para "incutir o perigo" que ele proporciona para a nação.
É importante conhecer o "modus operandi" de como se dá o genocidio. A questão trazida e debatida neste simpósio foi técnica e legal e não de simples opinião destes historiadores e estudiosos sobre genocidio.
A USP fará oportunamente publicar este trabalho, onde todos os interessados sobre este tema poderão se embebedar destes estudos. O seminario internacional foi denominado " O genocidio armenio como protótipo do genocidio dos tempos modernos"
Dúvidas todos podem ter, porém o crime de genodicio não é julgado por simples sentimento, mas sim, através de provas e circunstancias que levam a esta conclusão. Não podemos menosprezar a inteligencia destes estudiosos.
Por fim, a história divulgada para o mundo, sempre foi contada pelos vencedores.

[Fim do comentário]

Mário Machado disse...

Argumento da autoridade uma falácia lógica por excelência.

Nutro dúvidas semelhantes, por que é fato que houve um grave crime contra humanidade. Agora se foi um massacre ou um genocidio, não sei responder. Alias, não seria controversia se houvesse certeza.

Nada que eu li até hoje me prova que foi uma política de limpeza deliberada...

Paulo Roberto de Almeida disse...

Mario Machado,
De minha parte, acredito sim que as autoridades militares turcas conduziram um processo deliberado de "limpeza" da região armênia da Turquia oriental, no quadro de um esquema tático de "preparação do terreno" para as operações militares contra as tropas russas naquela região, procedimento de concentração em campos longe das áreas de batalha que já tinham sido aplicados pelos ingleses na guerra dos Boeres, na África do Sul, em 1900.
Mas, obviamente não me parece que os turcos tivesse como objetivo estratégico eliminar todo um povo, tanto porque se o quisessem faze-lo teriam operado diretamente nos mesmos locais, sem o cuidado de deslocar imensos contingentes populacionais como o fizeram, em marchas forçadas que ai sim, provocaram a morte de centenas de milhares de "refugiados forçados".
Essa é a minha interpretação com base no que conheço do assunto.
Paulo R. Almeida