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quarta-feira, 16 de junho de 2010

De servos e de seres livres: um rebound (e encerramento do debate)

Um EX-SERVO do Estado me escreveu um longo comentário ao post que leva este título (ver mais abaixo), e depois reclamou que eu tinha limitado seu direito de expressão. Isso se deveu não à minha censura, como pretendeu afirmar o comentarista em questão, mas a uma limitação técnica do sistema, como vai aqui explicitado:

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Ou seja, como eu, o Ex-Servo do Estado tem a mania de escrever demais. Vou transcrever abaixo o que esse comentarista escreveu, que agora sei quem é, mas não vem ao caso.
Considero que fica encerrada aqui a discussão, pois não me interessa prolongar um debate esquizofrênico, cheio de equívocos e ressentimentos.
Permito-me apenas responder a determinadas bobagens ao final.
Paulo Roberto de Almeida

Transcrevo:
Prezado embaixador,
Vejo que V.Exa tem um problema terrível com a palavra hermenêutica, pois eu afirmei que me considero um ex-servo do Olimpo, justamente, por que me libertei daquilo que supostamente me remetia a uma prisão [de qualquer ordem].
Eu não disse que sou servo. Vou dar um exemplo: V.Exa se diz ex-socialista, isto significa que ex-socialista não é socialista. Conseguiu compreender a diferença agora ?
Foi apenas uma metáfora que quer significar a liberdade plena e nada mais. Já tinha reparado que V.Exa escreve sem interpretar, devidamente, os próprios escritos, que dirá os alheios !
Quanto ao seu conceito de liberdade, achei um tanto sofrível, posso dizer até “gongorico”, o final de sua defesa, pois quase me emocionou. O que eu questionei não foi o fato de V.Exa ser um servo [ops! melhor servidor] do Estado, mas sim, justamente, por que faz críticas e usufrui de TODAS as prerrogativas que o Estado lhe confere. Assim como os militares, V.Exa sempre diz que os diplomatas são sanguessugas do Estado. Não fui eu que disse isso, foi V.Exa em seu livro “A Grande Mudança”.
Eu não sou contra o que escreve, pelo contrário. Só acho que V.Exa critica mas, efetivamente, não faz nada para mudar ideologicamente suas atitudes. É liderado por um homem que tem menos estudo do que uma relés Dona-de-Casa. Como isso deve fazê-lo sofrer! Estudou a vida inteira para ser chefiado pelo Lula, que trágico fim o seu. Isso não é uma prisão? Ele é que decide mandá-lo para China ou para Conchinchina, acha mesmo que isso é liberdade ?
Usarei suas próprias palavras: “...as pessoas têm o direito de criticar o Estado e de criticar as políticas públicas....” e acrescentarei o seguinte: “desde que suas ações coadunam com seus pensamentos”.
O Brasil não precisa de mais Estado na economia para se desenvolver. Isto é fato!
Mas V.Exa, que critica os muitos jovens que querem a carreira pública faz, parte do serviço público. Então por que está no Serviço Público ?
Apenas a guisa de esclarecimento, eu não me contento com um Estado espoliador, jamais ! E concordo plenamente que o Brasil é uma anomalia no conjunto de economias em desenvolvimento; que possui uma carga tributária nefasta para setor patronal e, também, para o povo, mas V.Exa faz parte daqueles que usufruem de todos os privilégios dados pelo Estado e que aumentam o déficit público, pois isso volta para o contribuinte.
Quanto à não concordar com um Estado que arranca metade da renda e ainda o obriga a comprar no setor privado os serviços, não é uma questão de sinceridade, mas sim de coerência, sendo assim, aqui foi um ponto onde concordamos.
Quanto à V.Exa não concordar com a estabilidade funcional, já tinha escrito isso também em seu livro “A Grande Mudança”, para mim continua a ser demagogia, visto que diz que não gosta de Caviar, mas come o infeliz do Caviar. [Eu particularmente adoro Caviar e assumo]
Agora, o seu desfecho nesta defesa foi piegas, pois se acha que tudo isso é uma indignidade com o povo brasileiro e se é adepto do princípio da dignidade da pessoa humana, então, eu pergunto:
1 ) - Por que não larga as tetas públicas e produz [como empresário] para este povo que trabalha tanto e paga os seus privilégios, segundo suas próprias palavras ?
2 ) Acha mesmo que como empresário sua influência não seria mais “producente”, junto à APEX, salvo engano órgão ao qual está com V.Exa. na Expo China representando o Brasil para uma maior visibilidade internacional ?
3 )- Como cidadão pagador de impostos, não seria melhor que o fizesse na condição de empresário ? Visto que além de produzir, daria empregos e ajudaria no desenvolvimento econômico do país ?
4 ) - Matematicamente falando, talvez fosse o caso de deixar de alugar seu cérebro servilmente [santa tolice], para produzir mais dentro deste gigante adormecido, não acha que traria mais resultados positivos para o povo brasileiro ?
5 )- Será que V.Exa, realmente, é um ser livre ?
Da próxima vez que escrever, pode até me criticar, mas, por favor, interprete melhor o que eu escrevo, pois não sou “SERVO” e sim “EX-SERVO” que raciocina e que neste momento se volta contra o criador, no sentido de lhe dizer: produza para o país e saia do discurso a lá moda Azambuja e tantos outros...

Remetente: Um ex-servo do Olimpo
Destinatário: Ao Deus do Saber do Olimpo
(Brasil, 17.06.2010)

Fim de transcricao

Comento rapidamente:
1) Não sou embaixador, mas isso não vem ao caso e não tem nada a ver com o debate.
2) Meu conceito de liberdade é muito simples: pessoas conscientes, mesmo quando funcionários públicos, não se contentam em ser submissos ao Estado, mas exercem o seu direito de criticar esse mesmo Estado. No meu conceito, as liberdades individuais vêm antes da sujeição ao Estado.
3) O "ex-servo do Estado" pretende que eu me retire do Estado para poder criticá-lo, o que é contraditório com a expressão acima, das liberdades fundamentais.
4) Não desfruto de nenhuma mordomia estatal: trabalho, tenho salário, pago minhas despesas com meu próprio salário. As alegações são ridículas, inclusive quanto ao caviar.
5) Seria demagogia se eu usasse minha condição profissional para defender a estabilidade funcional. Como sou um ser livre, defendo o fim da estabilidade para TODOS os funcionários públicos, pois considero isso nefasto do ponto de vista dos serviços público e uma fonte de privilégios e mordomias inaceitáveis para o povo brasileiro.
6) Num país livre, cada um escolhe ser empresário, funcionário público, professor, qualquer coisa, e isso não tem absolutamente nada a ver com o que cada um pensa sobre o Estado, a economia, os direitos individuais, o exercício dos deveres cívicos, etc.

Dou por encerrada esta discussão ridícula, com quem quer se promover, ainda que anonimamente.
16.06.2010

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