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terça-feira, 17 de maio de 2011

Etica dos poroes (1): comecando a cheirar mal...

A Comissão de Ética do governo federal disse que não há nada a investigar no fato de o ministro Palocci ter saído de um patrimônio de 350 mil para um superior a 7 milhões de reais.
Eu também acho: coisa normal, qualquer um pode ganhar isso, basta fazer algumas consultorias bem pagas.
Eu vou pedir a ele algumas recomendações. Suponho que ele tinha tempo como deputado de se dedicar a consultorias, mas agora como ministro não deve ter tempo sobrando.
Pode ser que ele queira me passar o serviço...
Paulo Roberto de Almeida

"Palocci, desprendido e patriota"
Coluna Carlos Brickmann
Edição de Quarta-feira, 18 de maio de 2011

O caro leitor não deve imaginar que um repórter tenha acordado de manhã com a idéia de investigar o patrimônio do chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. Digamos que é mais provável que alguma alma caridosa lhe tenha soprado a informação. A questão, portanto, não é apenas descobrir como é que o patrimônio de Sua Excelência teve tão substancial aumento; é também saber quem se beneficia com a publicação da notícia e o enfraquecimento de um ministro forte.

Da oposição, certamente, a notícia não partiu: quem não existe não distribui informação. Uma boa possibilidade é que tenha sido gente do Governo: gente que, embora com cargos pomposos e, imagina a opinião pública, de primeiro escalão, não consegue furar o cerco de Palocci e chegar à presidente da República. No PT e no Ministério, há inúmeros dignitários que têm todos os motivos para torpedear o primeiro-ministro - desculpe, o chefe da Casa Civil. Outra boa possibilidade são os aliados insatisfeitos: políticos que se aliaram ao PT pensando em bons cargos, daqueles que dão emprego e distribuem verbas, e acabaram esquentando os sofás das salas de espera, muito longe das tetas prometidas.

Dá para fazer uma bela lista de nomes ilustres, não é?

E não seria possível encerrar esta nota sem um elogio sincero ao ministro Antônio Palocci, um homem desambicioso e que só pensa no bem-estar da Pátria. Não é auspicioso saber que um político é capaz de trocar uma empresa de consultoria tão bem sucedida e lucrativa pelo trabalho mal-remunerado de ministro?

Fim de caso
A notícia sobre a multiplicação dos bens do ministro Palocci saiu no fim de semana, na segunda o Governo já tinha investigado tudo e resolvido o problema: segundo informaram, "o caso está encerrado". É uma boa idéia: suponha que algum órgão do Governo queira bisbilhotar algum fato pitoresco em sua vida financeira. Basta mandar-lhes um ofício: o caso está encerrado.

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