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domingo, 10 de julho de 2011

Diplomacia de resultados? Copyright de um banqueiro...

Enfim, acho que combina: o governo do PT tem tudo a ver com capitalistas e banqueiros.
A expressão era do banqueiro Olavo Setúbal, chanceler designado pelo finado presidente Tancredo Neves, permaneceu um ano e pouco sob Sarney, depois arriscou-se na vida política (e foi passado para trás por políticos mais espertos).
Espera-se que não seja esse o resultado da diplomacia de resultados do governo atual...
Paulo Roberto de Almeida

Economia
De olho numa diplomacia de resultados
Eliane Oliveira
O Globo, 10/07/2011

Com foco no comércio, negociadores de eras FH e Lula ocupam postos-chave do Itamaraty

BRASÍLIA. Seis meses após a presidente Dilma Rousseff assumir o posto, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está resgatando experientes negociadores brasileiros, alguns ainda da gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, para reforçar o viés econômico da política externa brasileira. Na linha da chamada "diplomacia de resultados", Patriota traçou uma estratégia cujo fim é diversificar a pauta exportadora, atrair tecnologia e estimular a pesquisa e a inovação. Para isso, vem escolhendo a dedo seus principais auxiliares.

Recentemente, no dia em que o Congresso americano aprovava a redução dos subsídios ao etanol e suspendia o pagamento de US$147,3 milhões de subsídios aos produtores de algodão brasileiros, era confirmado o embaixador Valdemar Carneiro Leão na subsecretaria de Assuntos Econômicos. Ele chefiou o órgão no governo do PSDB.

Patriota tem a seu lado o porta-voz Tovar Nunes, que no governo Fernando Henrique chefiou a divisão no Itamaraty que tratava das negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Devido a divergências entre com os EUA, a negociação foi suspensa.

Nessa estratégia, foi mantido, em Buenos Aires, Enio Cordeiro, um dos principais negociadores dos governos de Lula e FH. Também continua na embaixada do Paraguai Eduardo Santos, que foi assessor para assuntos internacionais do tucano. Segundo fontes do governo, a orientação de Dilma é que os titulares das embaixadas nos países vizinhos, especialmente no Mercosul, tenham cacife para resolver pendências comerciais.

Clodoaldo Hugueney, com forte histórico de negociador econômico - chefiou, no governo Lula, a área econômica da chancelaria -, será mantido na China. Pedro Dias Carneiro, que foi chefe do departamento econômico do Itamaraty, foi para África do Sul. Ele foi um dos negociadores do G-20 que destruiu a hegemonia dos países ricos na Rodada de Doha. Para a Índia, vai Sérgio Duarte, conhecedor de desarmamento e multilateralismo. Já os interesses no Irã vêm se tornando mais comerciais e menos políticos e lá permanecerá Antonio Salgado. Quanto aos EUA, não há previsão de troca do embaixador Mauro Vieira.

Um alto funcionário do governo enfatizou que, para Dilma e Patriota, alguns ajustes devem ser realizados na política externa, diante da falta de perspectiva de um acordo de liberalização do comércio na Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma das diretrizes, vinculada à política industrial que será divulgada mês que vem, é atrair investimentos e novas tecnologias.

- Acordos comerciais devem prever a transferência de tecnologia para o Brasil, assim como o governo vai estimular investimentos em pesquisa e inovação - explicou.

Essa fonte enfatizou que, embora o governo Lula tenha sido marcado por questões políticas, sua atuação como mercador no exterior acabou promovendo o aumento das exportações para mercados pouco explorados, como África, Ásia e Leste europeu.

O coordenador de comércio exterior da Fundação Instituto de Administração, Celso Grisi, afirmou que o governo brasileiro conta com bons negociadores "em todas as gerações". Para ele, Patriota está trazendo de volta um pragmatismo bem-vindo.

- Temos conflitos comerciais diversos. O governo Lula deu uma visão mais ideológica. Chegamos a reconhecer a China como economia de mercado. Hoje isso não aconteceria - disse.

Da mesma forma pensa o diretor de negociações internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Marconini:

- Precisamos de um bom gerente, e não de uma vedete.

Já Virgílio Arraes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, considera que é cedo para decifrar o que Dilma e Patriota pretendem fazer.

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