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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Um partido neobolchevique que pensa que está em 1917...

Alguns (ou muitos), inclusive entre os que frequentam este blog, pensam que o MST é um movimento progressista, até mesmo de esquerda. Só porque seus dirigentes mantém uma linguagem anticapitalista, contra os mercados, o imperialismo e a burguesia; então, ingênuos (e existem por todo lado), pensam que se trata de um movimento que busca a "justiça social", em nome de grandes princípios avançados.
Na verdade, o MST (e assemelhados, pois existem outros oportunistas na mesma vertente, todos eles vivendo de dinheiro público) é a coisa mais REACIONÁRIA, mais conservadora e fascista que existe, regressista, saudosista, anacrônico, antidemocrático, etc. etc. etc. (enfim, coloquem mais adjetivos que vocês quiserem todos num sentido negativo).
A única coisa que o MST não quer é reforma agrária, pois ela acabaria com a sua pretensa legitimidade, e sua justificativa para extorquir dinheiro do Estado, dos cidadãos e de ONGs nacionais e estrangeiras (estas sim, ingênuas a mais não poder). Ele quer muitas coisas, mas não reforma agrária, pois precisa desses "sem-terra" improvisados, alugados nas periferias das cidades, cidadãos incapazes de distinguir alhos de bugalhos, para manobrar, numa estratégia leninista de caráter mafioso, alguns infelizes, muitos oportunistas, vendidos, vagabundos, que vão querer viver de dinheiro público pelo tempo que der.
Os dirigentes do MST não devem ser estúpidos o suficiente para acreditar que estejam numa situação pré-revolucionária, estilo Petrogrado 1917, mas eles são, sim, desonestos o bastante para viver agitando essas bandeiras vermelhas, para enganar babacas (alguns até aqui comparecem de vez em quando, para xingar, claro) e outros incautos, com essa história de reforma agrária de araque.
O Brasil não tem um problema de reforma agrária.
O Brasil tem um problema de ladroagem, nas altas esferas do Estado, nas baixas esferas do Estado, fora do Estado e ao lado do Estado (entre eles o MST, que se locupleta de dinheiro público de forma criminosa). Piores que os que roubam, como eles, são os que deixam roubar, pois sabem que tudo não passa de uma farsa.
OK, terminei minha introdução, e deixo vocês com o texto abaixo.
Comentários, só substantivos, sem xingamentos.
Parece que eu xinguei, claro: mas me deu vontade, e o blog é meu.
Quem quiser me xingar, abra o seu blog e pode fazê-lo a vontade, no seu blog...
Paulo Roberto de Almeida

Bandoleiros do MST são recebidos por Carvalho e Gleisi: eis um governo sem agenda e sem pauta. Ou: O verdadeiro latifúndio improdutivo
Reinaldo Azevedo, 24/08/2011

O crescimento da economia dos últimos anos e a expansão dos programas de transferência de renda do governo federal e de governos estaduais fizeram o MST diminuir de tamanho. Nem poderia ser diferente. Há muitos anos o Brasil não tem um “problema de terra”. Os sem-terra, como escreveu a revista Primeira Leitura há alguns anos, não existem! Existem, sim, trabalhadores urbanos eventualmente desempregados em razão da baixa qualificação da mão-de-obra. São um problema, que requer políticas públicas, mas de outra natureza. Como João Pedro Stedile vê minguar o seu aparelho, então é hora de radicalizar e dar ordem ao “movimento” para sair invadindo tudo por aí, promovendo também uma “Marcha Sobre Brasília”, a exemplo do que se viu ontem. Tanto melhor se encontra pela frente um governo leniente com a ilegalidade. Serei mais preciso: tanto melhor se encontra pela frente um governo sem agenda, capaz de, na prática, incentivar os bandoleiros.

O MST voltou a invadir uma fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, que ficou conhecida no mundo inteiro por ter sido depredada por esses leninistas de meia-tigela, alimentados com dinheiro público. Pés de laranja foram arrancados; equipamentos da fazenda, roubados; funcionários, ameaçados. Foram todos inocentados. Ora, “inocentes” como esses emessetistas fazem o quê? Reincidem no crime. Se a Justiça diz, na prática, que é permitido invadir, depredar e ameaçar, então que se invada, se deprede e se ameace! Ontem, os valentes também decidiram ocupar uma área do Ministério da Fazenda. E o que aconteceu com eles?

Atenção! O objeto de análise deste post nem é o enésimo crime impune cometido pelo MST e a cumplicidade dos petistas. Infelizmente, estamos todos acostumados a isso. O meu ponto é outro. Ontem, deixaram de lado os seus afazeres para se encontrar com os chantagistas do MST ninguém menos do que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Tento de novo: dois dos ministros mais importantes, extensões da própria presidente da República, não tinham nada de mais urgente e relevante a fazer do que atender meia-dúzia de bandoleiros, que se impõem pela força bruta.

Onde estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda? Digamos que existisse mesmo uma questão agrária urgente no país — vamos fazer de conta —, não é com esses dois que deveriam se encontrar as lideranças do MST? Mas quê… O coração do governo, o seu núcleo, teve de parar para ouvir as “reivindicações”. Isso tem nome, meus caros!

Já escrevi aqui há alguns dias e repito: isso a que se tem chamado “esforço moralizador” de Dilma acaba sendo uma espécie de tábua de salvação. Enquanto promove a degola de ministros e de funcionários pegos com a boa na botija, ela granjeia simpatias e um noticiário favorável (Lula a ajuda ao tentar proteger tudo quanto é safardana!), o que é compreensível. Quem pode ser contra a demissão de um larápio? Mas esse tipo de notícia também serve para escamotear o fato de que o governo está parado. Quer o quê? Para onde vai? Qual é o rumo? Qual e, em suma, a “agenda”? Inexiste! Só por isso Carvalho e Gleisi podem perder tempo com chantagistas tão barulhentos quanto irrelevantes.

Pensando bem, para eles, a bagunça do MST é uma espécie de solução. Não fossem os crimes cometidos pela turma de Stedile, a que ambos estariam se dedicando? Estariam cuidando de quais projetos estratégicos, de longo prazo?

Aqui e ali se lê que Dilma não quer mais demitir ninguém. Resolveu “tranqüilizar” a base, consta, mandando dizer que o período da degola terminou. Se é assim, também se vai o encanto de seu governo. Sem a demissão de corruptos, como aquecer o coração da galera?

E, claro, é preciso dizer, por mais óbvio que seja: pessoas que afrontam a lei de modo claro, determinado, organizado não podem ser recebidas em palácio como se fossem interlocutores do jogo democrático. Ao fim do encontro, diga-se, os “líderes” do movimento anunciaram novas ilegalidades. Faz sentido. Carvalho e Gleisi, sem nada de mais importante para fazer, como resta provado, deram à turma a maior força. Dado o conjunto da obra, tornaram-se promotores do crime.

A desocupação é a morada do capeta. A verdade insofismável é que o governo Dilma, por enquanto, é um grande latifúndio improdutivo, cultivando alguns canteiros de moral aqui e ali.

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