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sábado, 15 de outubro de 2011

O Brasil e o livre comercio (ma non troppo...)

Efeitos para o Brasil (todos negativos, claro) da entrada em vigor dos acordos de livre comércio concluídos pelos Estados Unidos com Coreia do Sul, Panamá e Colômbia.
O Brasil, vejam vocês, recusou o acordo da Área de Livre Comércio das Américas porque ele representaria uma "anexação da América Latina" pelos EUA. Que tragédia!
O Mercosul também corria o risco de desaparecer. Outra tragédia.
Preferimos ficar sem acordo nenhum.
A clarividência de nossos ministros e industrias é tamanha, que eles implodiram conscientemente e deliberadamente as negociações da Alca, para ficar com... o Mercosul, a Rodada Doha e o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Ufa! Conseguimos o melhor para o Brasil, como vocês podem constatar.


Fiesp prevê perdas com acordos dos EUA
Isable Fleck e Flavia Marreiro
Folha de S.Paulo, 14/10/2011


Tratados de livre-comércio aprovados por americanos com Colômbia, Panamá e Coreia do Sul ameaçariam exportações
Produtores colombianos preocupados com a concorrência dos EUA já iniciaram lobby por medidas de proteção


Os tratados de livre-comércio aprovados pelo Congresso dos Estados Unidos anteontem com Colômbia, Coreia do Sul e Panamá vão representar perda de mercado para o Brasil nos países envolvidos.
A previsão é da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que vê como única solução para manter os produtos brasileiros competitivos a adoção de medidas internas como o estabelecimento de um câmbio mais competitivo e a desoneração tributária total.
"Nós perderemos participação no mercado dos EUA porque esses países ficarão com vantagens tarifárias melhores que a do Brasil. Na Colômbia e no Panamá, perderemos mercado para empresas americanas", diz Roberto Giannetti, diretor de Comércio Exterior da Fiesp. Segundo ele, Brasil e EUA concorrem no mercado colombiano com máquinas agrícolas, equipamentos e material de construção e eletrodomésticos. Já os dois sul-americanos competem na exportação de alimentos -em especial café, frutas e sucos-, produtos metalúrgicos e papel para os EUA.
Até a Coreia do Sul representará uma ameaça para o Brasil na exportação de autopeças, máquinas e equipamentos para os EUA.

IMPACTO INTERNO
Na Colômbia, o governo Juan Manuel Santos comemora a aprovação do acordo com EUA após cinco anos de espera, mas corre contra o tempo para aprovar medidas que amortizem o impacto do TLC na agricultura e impulsionem a infraestrutura do país, uma das piores da América Latina.
"A Colômbia não está preparada para o acordo", disse o ministro da Agricultura, Juan Camilo Restrepo, citando o setor lácteo como um dos mais prejudicados pela competição americana.
O ministro da Fazenda, Juan Carlos Echeverry, respondeu ao colega de pasta: afirmou que o TLC será o empurrão que a Colômbia precisa para aumentar a produtividade.
Produtores de arroz e milho, no entanto, já iniciaram o lobby por medidas governamentais que os ajudem a resistir ao novo concorrente. O tratado deve vigorar em meados de 2012.
"A Colômbia tem carências muito grandes para poder aproveitar bem o acordo. Uma das principais questões é a infraestrutura terrestre. É mais caro trazer um produto do porto de Cartagena até Bogotá do que trazê-lo de Nova York à Colômbia", disse à Folha Diego Sandoval, diretor da consultoria colombiana Econometria. "Dessa maneira, é impossível ser competitivo."
Ao receber o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, Barack Obama disse que o TLC era uma vitória para os países.

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