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sábado, 1 de outubro de 2011

Pirataria governamental: somos as vitimas

A presidente quer proteger o mercado interno, considerado pela Constituição como parte do "patrimônio nacional" (sic três vezes).
Para isso, ela aumenta impostos que nós temos de pagar, aqui dentro...
Ou seja, isso é extorsão contra o patrimônio de brasileiros comuns, que somos nós.
Quem é mesmo o pirata?
Os produtores estrangeiros, que apenas oferecem produtos mais baratos porque não precisam pagar taxas e impostos absurdamente altos, ou o governo brasileiro, que nos escalpela, e depois, a título de "proteção", nos escalpela mais um pouco porque já cobra demais nos impostos internos?
Desculpe, presidente, eu só queria entender quem é mesmo o pirata nessa história...
Piratas são microempresários, atuando por conta própria, especializados em assaltar os transeuntes, sem oferecer nada em contrapartida. Esta é a definição exata e a verdade histórica.
Os empresários estrangeiros que vêm ao mercado brasileiros pagaram todos os impostos de importação e estão apenas oferecendo seus produtos aos consumidores brasileiros. Estes os comprarão, ou não, em função do preço e da qualidade, num mercado aberto.
Parece-me que quem está sendo pirata, nessa história, é o governo: ele não oferece nada em troca, e ainda assalta o consumidor brasileiro com altos impostos. 
Quem é mesmo o pirata?
Paulo Roberto de Almeida



Presidente Dilma defende alta do IPI contra 'pirataria' 
RAFAEL MORAES MOURA, TÂNIA MONTEIRO
O Estado de S. Paulo, 30/09/2011

BRASÍLIA - O mercado interno brasileiro não será objeto de pirataria por nenhum país, disse ontem a presidente Dilma Rousseff. A fala enfática da presidente, pronunciada durante entrevista ao vivo no programa Hoje em Dia, da TV Record, foi feita ao comentar o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos carros importados. "Essa é uma medida a favor do emprego e contra o fato de que o nosso mercado interno, enquanto depender deste governo, não será objeto de pirataria de país nenhum."

No dia 15, o governo anunciou aumento de 30 pontos porcentuais no IPI de automóveis e caminhões que não cumprirem uma série de exigências. Para escapar da elevação do IPI, a montadora terá de fabricar veículos com, no mínimo, 65% de conteúdo regional médio; investir pelo menos 0,5% da receita bruta total de venda de bens e serviços em atividades de inovação, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de produto no País; e desenvolver 6 de 11 etapas em pelo menos 80% de sua produção de veículos no Brasil.

As autopeças originárias dos países-membros do Mercosul serão consideradas produzidas no País para efeito de apuração do conteúdo regional. "Se nós aceitarmos que, na produção de veículos, alguém venha aqui, abra uma loja, produza no seu país, crie empregos lá, pegue o carro prontinho e venha vender aqui, nós estamos cedendo a eles uma coisa que conquistamos com o maior esforço, que é o nosso mercado interno", afirmou Dilma.

"Queremos que qualquer empresa estrangeira que vier para o Brasil, para não pagar um imposto maior, tenha de produzir aqui. Ela tem de gerar empregos aqui." Para Dilma, o mercado interno do País é apetitoso porque tem grande poder de consumo.

Na opinião da presidente, as empresas que criticaram a medida do governo são as que "não produziam aqui" e estavam "simplesmente montando e usando mecanismos para importar e usar o nosso mercado interno".

"A indústria automobilística brasileira está intacta. O que nós não queremos é que, nos últimos dois anos, quase 20% da nossa produção de veículos passou a ser importada. Isso é comprometer os empregos de qualidade do povo brasileiro", disse Dilma.

"Não somos um país de quarta categoria ou de terceira categoria. Gostamos de respeito e damos o respeito. Podem investir aqui, sim. Serão bem-vindos, protegidos, acolhidos e amados, porque este povo é muito generoso. Mas venham e produzam aqui, e gerem tecnologia aqui."

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