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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Universidades brasileiras: pro brejo, a toda velocidade...

Eu talvez devesse dizer "a todo vapor", o que corresponderia mais exatamente ao espírito e à letra das universidades brasileiras atuais.
Refiro-me, obviamente, às federais, dependentes do MEC e do seu bando de saúvas freireanas, em especial das faculdades de humanidades, que sofrem toda a sanha de energúmenos titulados.
Abaixo, uma correspondência dirigida por um professor a conhecido jornalista, que transmite bem o clima (clima?; borrasca seria um termo mais preciso) que se abate sobre as universidades, já por si decadentes, escolásticas, e que agora sofrem um acelerado processo de retardamento mental sob o comando dos companheiros ilustrados.
Paulo Roberto de Almeida 



Prezado Reinaldo,
Permita-me dividir uma experiência insólita por que estou passando. Como professor universitário, estamos sendo convocados pelo núcleo pedagógico para uma sabatina, visto que o MEC nos “visitará”, e precisamos ajeitar tudo antes da chegada dos “inspetores gerais”. Em nossos planos de ensino, por exemplo, deveremos abolir a palavra…”ensinar”! Devemos substituí-la por “construir saberes” ou qualquer palhaçada do gênero. Em outras palavras, estão deixando claro que aquilo que foi ensinado até então não tem valor nenhum. Pela lógica destes energúmenos, um médico (desculpem, agora devemos chamá-lo de “profissional da saúde”) não precisa conhecer determinado antibiótico, mas é imprescindível que saiba que o sistema americano de saúde é cruel e nem encosta no SUS (só não explicam por que os yankees vivem mais e melhor do que os tapuias). Os professores não devem ensinar, e sim permitir a “livre construção do saber”, de preferência montando aulas e avaliações no “ambiente Moodle”. E seja que Deus quiser. Para que professor? Não é verdade que o “Deus” macunaíma não possui nem o primeiro grau completo e jamais leu um livro? É vero: a revolução cultural brasileira está apenas começando.

Um comentário:

Gil Rikardo disse...

Sou um ingênuo autodidata ainda acreditando que devemos buscar a instrução, o conhecimento ou a boa formação para, quem sabe, somar na construção desse mundo, ou simplesmente tentar ser mais feliz. Mas frente ao tratamento e ao descaso dados à nossa carente educação, obrigo-me a solidarizar-me com Schopenhauer e junto à sua obra soletrar: Na velhice ao perder os sonhos da sua juventude todo homem que estudou a história do passado e a da sua época, e recolheu o fruto da sua experiência e da alheia, se não estiver com o espírito perturbado por preconceitos muito arraigados, chegará à conclusão de que este mundo é o reino do acaso e do erro, que é governado a seu modo sem compaixão alguma, auxiliados pela maldade e pela loucura, que ao homem empolgam constantemente.

GilRikardo / Joinville SC