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domingo, 25 de dezembro de 2011

Decadencia for dummies...

Ou, Idiot's Guide to a Perfect Décadence (em francês, comme il faut...).


Impérios ascendem e declinam, países prosperam e decaem. Em alguns casos, raros, a decadência é imposta de fora, por algum poder militar mais bem preparado, no plano estrito das armas. Bárbaros já conquistaram civilizações mais refinadas, e impuseram seus padrões aos vencidos; com sorte, melhoraram no processo, se refinaram e puderam se manter durante algum tempo.
No mais das vezes, a decadência é auto-imposta, não tanto por colapso de fatores produtivos ou condições ambientais, como exemplifica Jared Diamond, por exemplo, mas bem mais frequentemente por erros internos, até por estupidez de dirigentes, burrice de líderes políticos, insensatez das elites, incapacidade das lideranças.
São muitos os exemplos de decadência ao longo da história. Eu mesmo já tratei, ocasionalmente, de alguns casos. Ver este meu artigo:


1717. “Pequeno manual prático da decadência (recomendável em caráter preventivo...)”
Brasília, 31 janeiro 2007, 11 p. 
Digressões sobre formas e modalidades de declínio econômico e social, sem qualquer referência ao Brasil. 
Colaboração a número especial  sobre “O Brasil que saiu das urnas”, da revista 
Digesto Econômico, revista da Associação Comercial de São Paulo (ano 62, n. 441, jan-fev 2007, p. 38-47; ISSN: 0101-4218; disponível em duas partes no site da revista; links: 
(a) http://www.dcomercio.com.br/especiais/digesto/digesto_03/05.htm
(b) http://www.dcomercio.com.br/especiais/digesto/digesto_03/05a.htm). 
Revista Espaço Acadêmico (ano 6, n. 71, abril 2007; link: http://www.espacoacademico.com.br/071/71pra.htm). 
Feita versão resumida em 14.04.07, para o boletim Via Política (15.04.2007; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=35).


O que segue abaixo é um pequeno extrato desse artigo, uma espécie de "manual resumido" de como atingir a decadência perfeita, por obra e graça de lideranças idiotas.
Genérico, como se deve, mas os leitores inteligentes podem achar exemplo concretos, casos que se ajustam, eventos tirados da realidade cotidiana, bastando compulsar a imprensa, prestar atenção nos fatos que estão à disposição de todos.
Eu disse leitores inteligentes. 
Acho que o mesmo não se aplica aos patrulheiros a soldo, aos mercenários partidários, aos adesistas compulsivos e outros aliados de falcatruas e mentiras...
Paulo Roberto de Almeida 

Pode-se saber que um país, ou uma sociedade, está em decadência quando:


1. O sentimento de mal-estar se torna generalizado na sociedade, ainda que possa ser difuso.
2. Os avanços econômicos são lentos, ou menores, em relação a outros povos e sociedades.
3. Os progressos sociais são igualmente lentos ou repartidos de maneira desigual.
4. A lei passa a não ser mais respeitada pelos cidadãos ou pelos próprios agentes públicos.
5. As elites se tornam autocentradas, focadas exclusivamente no seu benefício próprio.
6. A corrupção é disseminada nos diversos canais de intermediação dos intercâmbios sociais.
7. Há uma desafeição pelas causas nacionais, com ascensão de corporatismos e particularismos.
8. A cultura da integração na corrente nacional é substituída por reivindicações exclusivistas.
9. A geração corrente não se preocupa com a seguinte, nos planos fiscal, ambiental ou outros.
10. Ocorre a degradação moral ou ética nos costumes, a despeito mesmo de “avanços” materiais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ninguém é perfeito. Todos podem errar. A democracia e a liberdade de expressão existem justamente para evitar a unanimidade burra. Os princípios que regiam a oposição na época da ditadura militar foram abandonados. Censura, fisiologismo e corrupção, já foram consideradas inaceitáveis pelas mesmas autoridades que hoje em dia as consideram inevitáveis.

Paulo Roberto de Almeida disse...

De fato, errar é humano, reincidir é desumano, mas tem variações, algumas pouco nobres para quem ocupa o poder.
Pode-se dizer que quando essas "autoridades" recusavam essas práticas elas não eram, ainda, autoridades. Portanto, sempre podem invocar o velho princípio que diz que na prática, a teoria é outra.
Hoje podem ser patifes sem remorso...
Tem gente que não acha, que o pecado é comum a todos os políticos; pode-se concordar, em princípio com a tese, mas alguns roubam em escala micro, artesanal, no máximo manufatureiro, outros roubam em escala industrial, macro, sem vergonha, de forma sistêmica.
E tentam provar que todo mundo é igual a eles.
Paulo Roberto de Almeida