O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O fantastico homem mais rico do Brasil (sozinho?)

Faltou só falar do dinheiro do BNDES e da aproximação a partidos políticos, no melhor estilo italiano (se é que vocês compreendem...).
Pessoas ricas sempre têm uma bela história para contar, mas costumam deixar certos aspectos na penumbra, senão na obscuridade...
Será que "você" também consegue ficar tão rico quanto ele?
Paulo Roberto de Almeida

Eike Batista dá dicas para você se tornar um empreendedor

O empresário explica como multiplicou a fortuna e se tornou o oitavo homem mais rico do mundo.Globo, 1/01/2012


Na vida dos mega ricos não existe engarrafamento, fila, nem aeroporto lotado, nem voo atrasado. No escritório, uma parede rabiscada com projetos para multiplicar a fortuna.

Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, tem 50 R$ bilhões. Dez zeros antes da vírgula. Você ficou impressionado com aquele carrinho de supermercado cheio de dinheiro apreendido do jogo do bicho no mês passado no Rio? Pois o dinheiro de Eike Batista daria 13 mil carrinhos daqueles - que enfileirados, coladinhos, iriam de um lado ao outro da ponte Rio-Niterói.

São necessários tantos bilhões para ser feliz? “Essas coisas já transcenderam. Não é isso. Eu me considero um criador de riqueza como um compositor compõe uma música. As minhas notas por acaso são dinheiro”, explica Eike. A sinfonia da multiplicação começou cedo - e seu símbolo, o “x”, sinal de “vezes”, está nos nomes de todas as empresas .

Nos anos 70, o garoto rico não se acanhou de vender seguros de porta em porta na Alemanha, onde fazia faculdade de engenharia. “É uma febre, você pega uma febre de querer continuar nessa independência financeira”.

E a faculdade na Europa foi trocada pela selva brasileira, em busca de ouro. “Eu tive muita sorte, porque em um ano e meio, eu cheguei a comprar US$ 60 milhões em ouro e fiquei com a margem líquida de US$ 6 milhões. Então, com 23 anos. Nada mal”, brinca Eike. Jovem, milionário e ainda ambicioso.

Veja a definição de Eike Batista do significa empreender: “Empreender nada mais é do que identificar ineficiências, falta de qualidade de produtos e fazer algo melhor. E melhor de tudo é fazer algo melhor e mais barato. Se você conseguir combinar essas duas coisas, você vai ganhar muito dinheiro”.

O empreendedor Eike investiu em pesquisa para saber o potencial de um garimpo e depois mecanizou a produção. “Agora, eu, obviamente, subestimei logística, logística na Amazônia, doenças, malária, gente mesmo. Você botar um negócio que nunca tinha sido feito antes. A mina era tão rica, que ela aguentou todos os meus desaforos. E aí tem um aprendizado. Quer dizer, encare negócios para empreender que tenham gordura, margens altas, margens de lucro potencial altas”, explica Eike.

O aprendizado com a mina foi o primeiro passo para uma visão de negócios que Eike Batista chama de 360° - e que está detalhada em um livro escrito em parceria com o jornalista Roberto D'Ávila. A ideia é que todos os aspectos do negócio precisam ser levados em conta antes de começar um empreendimento. Daí os 360°. “Eu sempre fui buscar o máximo de conhecimento possível para errar menos”, explica.

Embarcamos no jato privado de Eike – e depois no helicóptero particular – para ver um projeto que para ele exemplifica o conceito. “Nós estamos construindo o maior estaleiro das Américas no Rio”, conta. Além do estaleiro, Eike constrói um parque industrial e o maior porto do país no norte do estado. Tudo vai dar uns US$ 40 bilhões. A área das obras é tão grande que precisamos visitar de ônibus.

“Dentro do complexo, nós teremos 160 km de estradas pavimentadas”, anuncia Eike. Já em janeiro, ele garante que sua empresa vai produzir os primeiro barris de petróleo de uma companhia privada brasileira. E no segundo semestre, grandes navios devem começar a atracar no pier, que avança 3 quilômetros mar adentro.

Nem todo mundo aprecia esse gosto pela grandiosidade. Os ambientalistas, por exemplo, o acusam de ter incentivado o uso no Brasil, como fonte de energia, do carvão: o grande vilão do aquecimento global.

Alguns empresários também dizem que seus negócios são de altíssimo risco. A maior parte do dinheiro foi levantada na bolsa de valores. Ele diz que os investidores confiam nele por seu passado. “A minha história não é a história só dos últimos dez anos. É uma história de 30 anos. Até o ano 2000, eu era conhecido como o marido da Luma de Oliveira. E não pelas nove minas que eu criei do zero. Minas de ouro gigantescas, muita riqueza criada. Eu apareci como se tivesse caído do céu”, explica.

A história do casamento com a modelo Luma de Oliveira durou 13 anos. Ao lado dela, no mundo das celebridades, Eike sempre posava como coadjuvante. Do casamento, ficaram dois filhos. No escritório, fotos da família e evidências de que ele não dispensa uma ajuda do além. Só se senta de frente para a porta. De amuletos, tem dois guerreiros incas - do império do ouro - e um elefante indiano.

A superstição se estende ao 63 - número da lancha com a qual bateu o recorde mundial de velocidade. E a partir de então, o número da sorte do bilionário Eike Batista, que se admite competitivo: “Eu diria que aceito quase qualquer desafio”. Principalmente no mundo dos negócios.


Quais são as principais dicas para quem quer ser um empreendedor? 
Você tem que ter disciplina, uma boa ideia e, depois da boa ideia, elaborar um plano de negócios muito detalhado.

Mas e quem não tem uma boa idéia? Pode ser empreendedor? 
Pode. Eu falo muito sobre isso, é estudar a possibilidade de uma franquia. O iniciante deveria começar por aí. E daí vai ver que a pessoa vai criando novas ideias. Depois que você começa a tocar uma lojinha, seja do que for, você tem aquele aprendizado do dia a dia, que vale muito.

Outra dica do administrador Eike é delegar funções e cobrar resultados. 
Eu não tenho o mínimo problema de delegar. Agora, cobro muito. É fácil você cobrar. Eu gosto muito de checar, então isso obriga todo mundo a ser transparente.

Eike faz de seus executivos sócios, com ações do grupo. E incentiva a distribuição de lucros para empregados. Isso vale também para os pequenos empresários? 
Claro. Até o dono da padaria deveria pegar uns 20% lá e distribuir para os funcionários. Faz um efeito inacreditável.

E se precisar de um sócio? 
Sócios você tem que eventualmente buscar aquela pessoa para te complementar, algo que você não sabe fazer. Agora, a busca desse sócio eu diria que está ligada à sorte na vida. Como casamento, não é eterno.

Seu objetivo é em bilhões, em obras. Onde é que Eike Batista quer chegar? 
O objetivo é ser respeitado. Ter respeito. Da pessoa mais graduada do meu país até o mais humilde.

Respeito que ele tenta conquistar com projetos pelo Rio de Janeiro, como a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e doação de dinheiro para a pacificação das favelas. 
Nós estamos contribuindo com R$ 20 milhões por ano nos próximos quatro anos para fazer tudo acontecer.

Qual é a sua maior vaidade? 
Ah, eu gosto de cuidar de mim, normal. Isso começa com saúde e também aparência.

O senhor já fez plástica?
Sim, fiz a pálpebra, fiz implante de cabelo. É sofrido, dolorido, viu? Espero que em breve cheguem células-tronco para não ser tão dolorido. Eu não recomendo.

Eike já é o oitavo homem mais rico do mundo, segundo a prestigiada revista americana Forbes. E já estabeleceu prazo para ser o primeiro: “2015, 2016”. Tão rápido? “Você acha rápido? É muito tempo”.

10 comentários:

Anônimo disse...

E este senhor Eike é o exemplo dos jovens,todos querem ser como ele.A idéia do ponto de vista politicamente correto é boa,mostrar um empresário que distribui seu dinheiro às causas sociais,para forçar outros e os futuros empresários a seguir o exemplo.Só se esquecem de dizer de onde o dinheiro vem, os benefícios que ele tem, no estilo italiano,como o senhor diz.Às pessoas que lêem este comentário,e dispõem de algum tempo extra,pesquisem "medina carreira" no youtube,este senhor alerta há anos sobre o risco de crise e degradação em Portugal,sob todos os pontos de vista,educacional,fiscal,etc.Tudo que ele fala (agora todos os canais o procuram,lógico) e tudo o que ele falou serve de referência para o que acontecerá inevitavelmente ao Brasil.

Glauciane Carvalho disse...

Pelo menos Eike Batista não onera os cofres públicos como os diplomatas,com suas viagens e representações sem fim! Fora as viagens bancadas pelo Itamaraty aos seus familiares. Nunca ouvi falar que um diplomata gerou um único emprego, a não ser para domésticas.
Diferente do Eike, que move a economia brasileira e paga tributos altíssimos que são desviados pela corrupção existente no governo brasileiro. Esta mesma corrupção que antecede o próprio nascimento de Eike Batista, que nasceu durante a construção nefanda de Brasília, onde se levavam tijolos de avião, visto a falta de logística para tal. O que isso tem a ver com Eike ?
Isso não ajudou a aumentar a nossa dívida externa ? Eike estava nascendo, nesta época.
Colocou em seu blog duas informações: Eike Batista e vagas para diplomatas. Some o salário destes novos 30 diplomatas (em um ano e em 30 anos de carreira) e as viagens que farão representado o Brasil a troco de nada e veja como isto onera os cofres públicos !
Ah! Perdão esqueci que o corporativismo fará com que não comente tal fato...

anônimo disse...

Qual o problema dele se aproximar de partidos políticos e armar toda uma maracutaia? Ele está seguindo direitinho as regras do mercado. Está agindo conforme o interesse DELE, os interesses do povo brasileiro que se DANEM.
Isso é Individualidade, Racionalidade e Calculismo. Também acho que seja desonesto, porém, quem disse que pra ser um empresário bem sucedido precisa e tem que ser honesto? Tá parecendo papo de esquerdista...

Glauciane Carvalho disse...

Prezado (primeiro) Anônimo, nem todos os jovens se encantam com a figura de Eike Batista pelo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, visto que isso é inerente à Ordem Constitucional Brasileira (no capítulo da Ordem Econômica - art. 170 em diante). Portanto, não são orientações, mas sim direitos tutelados e as empresas não fazem por benesse, mas para honrar com a lei.
O grande fascínio que há em Eike Batista e no Grupo EBX está na palavra "RISCO" por que não é só o jovem que se encanta com ele, mas, principalmente, os investidores (brasileiros e estrangeiros).
Além disso, como não admirar uma pessoa que quando jovem foi para dentro da selva trabalhar para gerar a sua riqueza ? Numa época, em que ninguém acreditava que o "sonho" dele poderia ser viável ?
Admiro homens fortes e que arriscam, investindo ! Vou dar um exemplo, meio tosco, mas eficaz no raciocínio: um homem tinha dois problemas nas mãos - investir R$ 5.000,00 em um investimento que lhe trazia riscos e comprar um carro para sua filha com 20 e poucos anos que queria se exibir para as amiguinhas alegando que seu carro estava velho, o carro custava R$ 20.000,00. Ao invés de investir R$ 20.000,00 no investimento que lhe traria a médio prazo maior rentabilidade, o homem fez o contrário investiu os R$ 20.000,00 para comprar o carro para a filha !
O que isto significa ? Que o homem teve medo de investir em algo que ele tinha dúvidas e achou melhor investir naquilo que ele achava certo que era a compra de um automóvel. Errado ? Não. Cada um faz com seu dinheiro, aquilo que quer, mas se fosse o Eike Batista ele investiria os R$ 20.000,00 no negócio de risco, pois ele é um visionário. Sente cheiro de dinheiro longe, assumi o risco como poucos.
Este é o grande mal da maioria dos brasileiros, o medo de arriscar ! Por isso, os cursinhos preparatórios estão lotados, pois ninguém quer ser empresário neste país, mas sim funcionário público...RISCO é a palavra-chave que faz com que jovens com algum discernimento inteligível se sintam fascinados por Eike Batista!

Anônimo disse...

Omitiu uma "pequena" mais importante "dica"; sem a qual "Eike" seria apenas um nome não usual...ter nascido filho de Eliezer Batista!...Alexandre nada seria, se não fosse filho de Filipe!

Vale!(...do Rio Doce!)

ALlan disse...

Na tv por assinatura tinha acabado de passar dois programas. Primeiro Gates e Jobs. depois outro programa apenas sobre Jobs. Com todo respeito que o filho do ex ministro merece, não o vi criar nada novo como o Steve Jobs.

Glauciane Carvalho disse...

Eliezer Batista, de fato, facilitou e abriu as portas da vida de Eike, pois os primeiros investidores eram amigos dele (Eliezer). Mas Maysa Matarazzo também o fez com Jayme Monjardim. E aí ? Isso é demérito para alguém ?
Assim como alguns professores universitários brasileiros abriram portas aos seus filhos na Souborne...
(Xeque-mate!)

Glauciane Carvalho disse...

Eu não entendi muito bem a comparação Allan, mas apenas digo que logística e infra-estrutura no Brasil eram, extremamente, precárias acerca de 20 anos atrás e Eike inovou através de pesquisas científicas, que sempre foi um lado underground do desenvolvimento brasileiro...Não dá para comparar com os feitos de Steve Jobs que estão em outra área. Apenas isso...

ALlan disse...

Não vejo esse empreendedorismo todo em Eike. Dinheiro chama dinheiro. Quero ver começar na garagem de uma casa no subúrbio e ficar bilionario. É bem diferente que tirar minério da terra. Claro que há pesquisa, basta contratar bons engenheiros de minas. Quero ver montar uma Apple na época em que o conceito de computador pessoal sequer existia. Não o vejo como um revolucionário, ou alguém que criou algo novo. É inegável que o histórico familiar de Eike e as relações políticas contribuíram muito para seu sucesso, parabéns a ele, mas empreendedorismo? Claro que ele tem algo a dizer, e não as generalidades da entrevista, mas Tb Acho q quem começa de baixo e consegue chegar lá tem muito mais a dizer.

Glauciane Carvalho disse...

Allan,
neste seu último comentário eu concordo em parte, de fato, que vem de baixo tem muito mais a contar. Quem leu o pequeno príncipe no lixo tem muito mais a contar quando alcança o sucesso...Poucos serão os investidores, mas certamente um empreendedor que vem do zero tem muito mais a explanar sobre o empreendorismo. Mas empreendorismo, segundo Eike é isso ! Começar do zero! Obviamente, depende do ponto de vista, ele acha que começou do zero na selva, mas tinha 500 mil dólares de capital, não tinha R$ 5.000. Mas empreender não está ligado à palavra inventar. Você empreender sem criar, como por exemplo na franchising! Mas seu comentário é válido e compreensível...Até a próxima!