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sábado, 31 de março de 2012

Concurso do Itamaraty: confusao na certa (e já sei o que vai dar...)

Lamento terrivelmente, e me solidarizo com os candidatos prejudicados.
Lamento também ter de lhes dar uma triste notícia: conhecendo o serviço público como eu conheço, burocratas jamais vão reconhecer o erro, e vão deixar o prejuízo com os prejudicados.
Esse é o Brasil, esqueceram?
Transcrevo abaixo mensagem muito bem escrita por um candidato, que me foi remetida anonimamente.
Minha solidariedade e meus agradecimentos ao seu autor...
Paulo Roberto de Almeida 



Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.
Nome: Anônimo
Cidade: 
Estado: 
Email: xxxxxxxxx@gmail.com
Assunto: Opiniao

Mensagem: Na prova da primeira fase do concurso do IRBr, no último domingo, havia, em vários modelos de provas, entre 1 e 4 questões com alterações na ordem dos itens (a saber, são as questões 7, 8, 15 e 55, mas no site do CESPE, obviamente, a ordem está correta no caderno modelo). Em algumas provas, apenas uma questão tinha problema. Em outras, as quatro estavam problemáticas. Por exemplo, os itens no caderno de provas poderiam estar na ordem “1 4 2 3”, enquanto no gabarito a ordem estava correta, “1 2 3 4”. Além disso, em uma questão de múltipla escolha (questão 24) estavam, em alguns cadernos, constando itens com as letras “a b c a b”, em vez da ordem natural, “a b c d e”.

Pois bem, a confusão aumentou quando os fiscais, após um tempo considerável de prova, começaram a receber reclamações de candidatos que perceberam os erros. Daí em diante, enquanto em algumas salas os fiscais ignoraram o problema, calando-se, em outras eles disseram para preencher de acordo com a ordem da prova; em mais outras salas, diziam para responder de acordo com a ordem no gabarito, enquanto, talvez os piores casos, fiscais asseguravam em outras salas que as questões seriam todas anuladas, e que os candidatos deveriam tranquilizar-se e ignorar aquelas questões. Enfim, instruções contraditórias em cada local, causadas por falta de coordenação do CESPE. Como resultado, houve completa quebra de isonomia do concurso, com claro comprometimento de toda a prova, com alguns candidatos ignorando as questões, enquanto outros desesperaram-se buscando quais questões estariam com erro, e outros tantos sequer sabiam o que se passava – marcando o gabarito de maneir!
a errada, por sua vez. Mais grave ainda, as instruções, por pior que fossem, foram passadas no momento em que vários candidatos já haviam marcado o gabarito definitivo. Isso tudo foi na parte da manhã. Na parte da tarde da prova, os candidatos foram recepcionados com uma mensagem padrão, novamente ambígua, escrita nos quadros de cada sala, a respeito de como proceder caso houvesse mais erros (nessa segunda etapa, “apenas” a questão 55 apresentou problema). Como a mensagem não era clara, vários procuraram os fiscais pedindo maiores explicações e, novamente, as instruções em cada sala foram contraditórias.

Então chegamos à terça-feira, ontem, dia da divulgação do gabarito provisório da primeira fase. Embora tantos candidatos já cogitassem até a possibilidade de anulação do concurso, devido a toda a confusão no dia da prova, o gabarito simplesmente ignorou quase todos os problemas. Apenas a questão problemática de múltipla escolha (24) veio anulada. Todas as outras tiveram gabarito divulgado, como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem dito a vários candidatos que deveriam ter marcado de outra forma. Como se outros tantos não tivessem sido instruídos a ignorar as questões, já que lhes asseguraram que seriam anuladas.

O fato é que, já no dia, alguns candidatos chegaram a protocolar reclamações por escrito no próprio local de prova; outros solicitaram inclusão de relato sobre o problema em ata exarada pelos fiscais. Outros, ainda, estão encaminhando processo judicial.

3 comentários:

John Galt disse...

PRA,

Além dessas questões, há uma série de itens que deveriam ser alterados. Não basta, portanto, anular as 4 ou 5 questões que tiveram o problema de impressão.

Quanto a mim ter participado do concurso, hehe, como disse o Reinaldo Azevedo, Schumpeter, no Brasil, seria dono de cartório...

Um abraço,

Anônimo disse...

FIZ O CONCURSO EM BH E LÁ AS ORIENTAÇÕES ERAM PARA QUE SE IGNORASSE OS NÚMEROS E CONSIDERASSE A ORDEM EM QUE IAM APARECENDO. NÃO IMPORTAVA SE O 4 ESTAVA NO LUGAR DO 2, SE MARCASSE 4 ALI NO GABARITO OFICIAL ERA PRA MARCAR O NÚMERO DOIS. FOI MEIO BAGUNÇADO.

Anônimo disse...

De fato, houve este problema sério em relação à realização do concurso esse ano. Vamos ver no que vai dar.

Só não concordo muito com o tom fatalista do post ("estamos no Brasil, esqueceram?"). Esse tipo de atitude, realmente, não nos levará a lugar algum.