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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Debate debiloide: voce quer austeridade ou crescimento?

Ou o jornalista é um completo idiota, ou outras figuras, cujos nomes me escuso não mencionar, pensam que somos todos idiotas, ao defenderem o crescimento, a distribuição, os empregos, no lugar da austeridade, da recessão, do desemprego.
Será que eles regulam bem?
Qual é o político são de espírito que vai proclamar sangue, suor e lágrimas para seus cidadãos eleitores?
Qual é o jornalista idiota que acha que recessão é uma escolha política, podendo ser trocada por algo mais palatável?
Ou seja, a pergunta, ou as supostas opções, são completamente idiotas e sem sentido.
Só vai postado aqui para que se constate, mais uma vez, o nível (lamentável) do debate político e econômico neste nosso continente.
Mas, nos outros também: ou os indignados acham que os governos podem escolher entre bondades e maldades como num passe de mágica?
Acho que vou ter de revisar meu artigo sobre o número crescente de idiotas no mundo: ele é muito maior do que alguém pode imaginar...
Paulo Roberto de Almeida 

França, François Hollande, América Latina

América Latina prefere a reativação (François Hollande) à austeridade (Angela Merkel)

Infolatam
Madri, 13 de maio de 2012
Las claves
  • Dilma Rousseff: “estou segura de que poderemos compartilhar posições comuns nos foros internacionais-entre eles o G20- que permitam investir nas políticas recessivas, ainda hoje predominantes, e que, no passado fizeram o Brasil infeliz e à maioria dos países da América Latina”.
(Especial para Infolatam por Rogelio Núñez)-. François Hollande assume na terça-feira, como novo presidente da República francesa. A chegada ao Elísios do líder socialista pode supor um giro às políticas econômicas ortodoxas europeias sustentadas por Angela Merkel. A América Latina parece se inclinar mais pelas teses do novo chefe de Estado francês que pelas sustentadas pela chanceler alemã, pois uma rápida reativação europeia melhoraria o panorama econômico mundial do qual depende a atual prosperidade latino-americana.

As presidentas Merkel e Fernández em um encontro oficial em 2010
Até agora a UE seguiu a receita da chanceler alemã, Angela Merkel, quem advertiu  ao novo presidente francês, o socialista François Hollande, que não pensa romper o pacto de austeridade fiscal que acordou com o presidente que sai do poder, Nicolas Sarkozy: “o pacto fiscal não é renegociável, como não é nenhum outro tratado europeu depois de umas eleições em um país, porque se fosse assim não se poderia trabalhar na UE”.
De todas as formas, muitos analistas, como o ex-presidente do governo espanhol Felipe González, acreditam que “talvez haja um presidente da República francesa que se atreva a lhe dizer que não à senhora Merkel quando não tenha razão”.
Cabe recordar que, durante a campanha, Hollande assegurou que “Merkel estará contra algumas coisas (de suas propostas), mas haverá uma negociação. A Alemanha não vai decidir por toda a Europa”, e depois de seu triunfo ratificou que “a mudança começa agora. A austeridade não pode ser uma condenação”.
Como sustenta Moisés Naim no jornal El País “crescimento ou austeridade? Este é o grande debate destes tempos. Surpreendentemente, propõe-se como um menu no qual os países têm a liberdade de escolher o prato que mais lhes parece. A quem lhe apetece a austeridade? Pagar mais impostos, ter menos e piores serviços públicos, perder subsídios e reduzir a proteção social? Aos alemães. Mas desde que sirva aos seus vizinhos europeus”.
México, Brasil e Argentina apoiam as teses de Hollande
A vitória de Hollande e a possível mudança de política econômica na UE foram bem recebidas na América Latina, pois o bom momento econômico latino-americano depende de que exista uma boa conjuntura econômica internacional, algo que, com tão sérias nuvens negras na Europa, parece difícil.
Os três países latino-americanos no G-20, Brasil, México e Argentina, respaldam a ideia de Hollande de apostar pela reativação antes que pela austeridade estrita de Angela Merkel.

A ideia de Calderón é de que a crise na UE "não só significará a potencial implosão do euro, senão uma crise econômica com consequências devastadoras para o resto do mundo"
Já em sua época o presidente mexicano Felipe Calderón alertou sobre a existência de “uma bomba de tempo. A bomba está na Europa e estamos trabalhando juntos para desativá-la, antes que exploda todos”. Calderón recomendou a Europa que tire “a bazuca imediatamente antes que a pólvora se umidifique… criar um corta-fogos para evitar a queda da terceira e quarta economias europeias (em referência a Itália e Espanha)”.
A ideia de Calderón é que a crise na UE “não só significará a potencial implosão do euro, senão uma crise econômica com consequências devastadoras para o resto do mundo” e a saída da crise está em injetar mais dinheiro pois “quanto mais dinheiro pões no corta-fogos, mais confiança crias, e menos dinheiro precisas, o contrário também ocorre … aqui é onde o apoio internacional é crucial … na Europa, economias solventes precisam urgentemente renegociar suas dívidas e uma  enorme ajuda externa”.
A postura mexicana coincide com a que o Brasil vem sustentando. Dilma Rousseff enviou uma felicitação a François Hollande na qual claramente se inclinava para que ambos governos sejam aliados nos foros internacionais contra as “políticas recessivas”: “estou segura de que poderemos compartilhar posições comuns nos foros internacionais-entre eles o G20- que permitam investir nas políticas recessivas, ainda hoje predominantes, e que, no passado fizeram o Brasil infeliz e à maioria dos países da América Latina”.
A aposta de Hollande e Rousseff seria concordante a favor de “políticas que favoreçam o crescimento, o emprego, a inclusão e a justiça social”.
Do mesmo modo, o antecessor de Rousseff, Lula da Silva, crítico com os planos de auteridade (“castigam às vítimas da crise e distribuem prêmios aos responsáveis. Há algo de equivocado nesse caminho”), deu as boas-vindas à mudança que encarna Hollande (“tenho a segurança de que a liderança terá um importante impacto em toda a Europa, em um momento onde são fundamentais a coragem e a ousadia para que a população do continente recupere a esperança e para que a economia volte a gerar empregos”).
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que tradicionalmente apoiou políticas econômicas nada ortodoxas, também felicitou Francois Hollande e alabou as posturas do dirigente socialista com a qual disse estar em sintonia: “parece-nos muito interessante a postura do novo presidente da França a respeito do crescimento e da necessidade da geração de emprego como um dos instrumentos para enfrentar a crise e não o ajuste … Bem-vindo seja (o novo governo) e tomara que possa atuar e articular com outros membros do G20 para poder fazer coisas que nós viemos dizendo há bastante tempo”.
O socialismo do século XXI e Hollande

Hugo Chávez acha que a vitória de Hollande ratifica que "o povo francês tem reafirmado sua profunda vocação republicana".
Os representantes do socialismo do século XXI veem no triunfo de Hollande uma ratificação das suas teses de maior intervenção estatal e políticas de incremento da despesa pública, sobretudo em temas sociais.
Nessa linha, Hugo Chávez acha que a vitória deHollande ratifica que “o povo francês tem reafirmado sua profunda vocação republicana, que antepõe a vontade política à fatalidade dos mercados, a sensibilidade social à receita financeira, a justiça e a solidariedade à exclusão”.
Evo Morales saudou o triunfo do socialistaFrançois Hollande como a mostra do início de importantes mudanças nas políticas econômicas que até agora a UE impulsionou:  “o complexo contexto mundial que atualmente enfrentamos, caracterizado por uma crise de ordem estrutural que preocupa o âmbito financeiro, energético, ambiental e alimentício, nos propõem a necessidade de seguir impulsionando novos paradigmas que respondam à vontade libertadora e transformadora dos nossos povos”.
Rafael Correa também confirmou que a vitória de Hollande evidencia o fato de que “novos ventos sopram pela França. Eu acho que por toda a Europa”, acrescentou o mandatário, quem recordou que na “Bélgica também chegou um governo socialista”.
A própria chancelaria equatoriana felicitou “por sua vitória ao presidente eleito da França, François Hollande, como expressão do triunfo da democracia no país irmão e seu povo que ‘elegeu a mudança”.
Na Nicarágua, Daniel Ortega foi igualmente claro em seu respaldo a Hollande frente às propostas deMerkel: “valorizamos grandemente essa vitória sua, que reviveu a esperança de justiça social na França, reinstalando os valores republicanos e realçando a sensibilidade e a solidariedade, frente ao império dos mercados”.
A agenda latino-americana de Hollande
O mesmo Hollande se declarou próximo às teses dos dirigentes latino-americanos de esquerda que louvaram suas teses de reativação já que a América Latina “hoje é dirigida por muitos governos progressistas e presidentes que querem também a mudança da situação em seus próprios países”.

O novo presidente francês deverá encontrar um espaço para ter uma agenda latino-americana.
O novo presidente francês deverá encontrar um espaço para ter uma agenda latino-americana já que além da aliança militar com o Brasil, a França deve atender outros frentes como as diferenças com México pelo casoCassez e o problema surgido na Colômbia pelo sequestro de Roméo Langlois pelasFarc.
A viagem de Nicolas Sarkozy em 2009 ao Brasil significou o passo definitivo na aliança franco-brasileira. O mais importante dos convênios assinados referia-se à construção conjunta de um submarino de propulsão nuclear e outros quatro convencionais do modelo francês Scorpene, bem como do estaleiro onde se fabricarão os navios e de uma base naval de apoio.
Quanto ao “caso Cassez”, as relações entre México e França viram-se danificadas nos últimos seis anos por causa da disputa que mantêm por Florence Cassez, uma francesa condenada no México a 60 anos de prisão por sequestro e outros delitos.
Para as autoridades mexicanas, Cassez é um exemplo do sucesso do Governo encabeçado pelo presidente Felipe Calderón na luta contra o crime organizado, enquanto o mandatário francês,Nicolas Sarkozy, converteu-a em uma mostra do seu compromisso com seus compatriotas encarcerados no exterior.
Hollande, no momento, tem assegurado que ”com a América Latina quero ter uma relação coerente e duradoura”.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Clube Naval cria comissão da verdade paralela à oficial"(http://www.estadao.com.br/impresso,clube-naval-cria--comissao-da-verdade-paralela-a-oficial-,872698,0.htm)

Vale!

Eduardo Rodrigues, Rio disse...

-- Austeridade, otimismo e a dissolução do estado assistencialista keynesiano --
Gary North
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1307