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domingo, 27 de maio de 2012

O Apartheid em construcao no Brasil: cotas para qualquer coisa...

Os militantes do novo racismo acham que as cotas "integram", já que elas supostamente permitiriam o ingresso de negros, ou afrodescendentes, em funções públicas que eles acham indevidamente monopolizadas pela elite branca. 
Acontece que os concursos, e o recrutamento, apenas refletem o grau de preparação de diferentes estratos da população para enfrentar essas barreiras meritocráticas.
Pretender estabelecer por cotas um "direito" significaria tirar o direito de alguém que o conquistaria por esforço próprio. Em lugar de atuar sobre as causas do fenômeno, os militantes querem atuar apenas sobre seus efeitos, perpetuando, portanto, o problema e eternizando o privilégio de alguns, que o adquirem apenas pela cor da pele.
Se trata de um apartheid, evidentemente, um racismo ao contrário, que deve tornar o país mais separado, não mais unido racialmente.
Em qualquer hipótese, é uma má solução para um problema real.
Paulo Roberto de Almeida 

Movimento quer cotas raciais para concursos públicos
O Estado de S.Paulo, 25 de Maio de 2012

Movimento pressiona por cotas raciais para concursos públicos

A Frente de Luta Pró-Cotas Raciais no Estado de São Paulo se movimenta em diferentes direções. Acaba de lançar um abaixo-assinado, que será entregue às autoridades estaduais, reivindicando cotas nas universidades, nos concursos de acesso ao serviço público, incluindo processos de escolha de juízes, procuradores, cargos de confiança.

O texto do abaixo-assinado diz que “São Paulo é o Estado com maior população negra do Brasil, com cerca de 14,5 milhões de afro-brasileiros, que tiveram seus antepassados escravizados”. Isso representa 34,6% do total de 42 milhões de habitantes no território paulista. Por outro lado, ainda segundo o texto, os negros ganham menos para as mesmas funções, têm piores condições de vida e estão praticamente ausentes dos espaços de poder.

Na avaliação da frente, as cotas sociais utilizadas na USP, Unicamp, Unesp e Fatec, não resolvem o problema da desigualdade entre negros e não negros. “Vários estudos apontam que a adoção de cotas raciais é o únicomeio capaz de mudar o perfil elitista de seus cursos”, afirma.

Além do abaixo assinado, a frente está pressionando a Assembleia Legislativa para que aprove leis garantindo cotas raciais. Na segunda-feira foi realizada uma audiência pública naquela casa, na qual os deputados prometeram unificar três projetos já existentes sobre o tema. Na USP existe um movimento para levar o assunto a debate no Conselho Universitário.

Boa parte das universidades públicas do País já adota cotas raciais. As escolas de São Paulo preferem as cotas sociais, que privilegiam alunos egressos da rede pública de ensino. Desde que o STF declarou a constitucionalidade das ações afirmativas e das cotas raciais, em abril deste ano, o movimento negro no Estado começou a se mobilizar para mudar o perfil paulista.

Cerca de setenta organizações do movimento negro e da área estudantil participam da frente, organizada há quase um mês.

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu não sei nem por onde começar este comentário sem perder a classe !
Nós negros (ou pelo menos, uma boa parte) não coadunamos com esta nefanda atitude deste movimento idiota. Aliás, nem vou mais me colocar como negra, visto que sem querer acabo também dividindo em raças ou me colocando em uma raça específica - algo que não existe no Brasil. (apenas faço referência a ser negra, para saberem que a cor de minha pele não é branca)
Acho um absurdo cota para concurso público. Daqui a pouco vão querer cota para OAB !
Já disse e repito: QUER UMA VAGA NA UNIVERSIDADE OU CONCURSO PÚBLICO ? Lute e estude ! Vá para dentro de uma biblioteca na hora do almoço como eu faço, todos os dias. Quando espero uma audiência, estou com o livro aberto estudando! Eu acho isso a vergonha da implementação de políticas públicas, ditas raciais, que retiram o critério meritocrata dos negros. Pois os negros que verdadeiramente estudam, podem ser prejudicados por aqueles que se utilizam das cotas.
A vontade que de dá é de falaanr umas boas asneiras a estes imbecis que só sabem gritar ao invés de estudar ! Estude e parem de levantar bandeiras que nos envergonham perante a sociedade civil! Que absurdo !

Ass: Alguém que estuda e muito e que não quer ver um negro que não passou horas de estudo como eu, em um cargo que a mim pertence por direito e mérito.

Gilrikardo-Blog disse...

Esse revisionismo e acerto de conta com a história, serviram até agora para patrocinar privilégios a determinadas categorias. Nesse compasso, logo logo, chegaremos aos descendentes de Pedro Álvares Cabral e então...

Renan Dias disse...

A história do mundo é a nossa serva mais fiel, serva do presente que nos apresenta as atitudes dos homens do passado e as suas repercussões no presente ... por isso eu posso afirmar, sem dúvida, que os privilégios, desde o início desta assim chamada humanidade, significam a descarga da igualdade e da meritocracia, duas palavras das quais a democracia é apenas a base ou a parte integrante, e não o contrário ... só sei que qualquer tipo de privilégio, quando é instituído, acaba com sonhos, com méritos e fará, com o passar dos tempos, que a sociedade se vire contra ela mesma ... não podemos deixar que toda a liberdade que viemos conquistando nestes últimos anos seja diminuída para logo mais ser solapada.

Anônimo disse...

O que escreveu Renan nos leva a uma profunda reflexão...Adorei seu blog, passarei a acompanhar, apesar do Rio Branco não ser mais meu foco...
Mas gosto de blogs inteligentes, críticos, enfim...