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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A primeira multinacional da historia: uma companhia militarizada...

A propósito da data de hoje, conforme me lembra um fiel leitor:

27 de setembro:
1540 - O Papa Paulo III confirma a criação da Companhia de Jesus pela bula "Regimini militantis Ecclesiae"
.

Talvez, a primeira multinacional seja, na verdade, a própria Igreja, mas não temos, ao que parece, uma data comemorativa, e essa "multinacional" se dividiu logo em seguida por discussões bizantinas, em torno do sexo dos anjos, e ficou, justamente, com duas, ou mais sedes, já que ela se espalhou pela Europa, pela Ásia, e sabe-se mais lá onde.
A Companhia de Jesus -- CEO: Ignácio de Loyola -- de fato foi a primeira grande multinacional, embora sua contabilidade tenha sido de fundo de quintal, ou de pequeno empório de esquina, características pouco business-like altamente compensadas pelo zelo missionário, disciplina exemplar e gosto do segredo. Teve lá seus contratempos, e até algumas guerras, mas sobreviveu, e pode-se dizer, em seu favor, que cultivou a inteligência e o saber, em lugar daquele culto da pobreza e da indigência, em que se desempenham fransciscanos e dominicanos.
Mas creio que as primeiras multinacionais, no sentido moderno da palavra, foram mesmo as companhias de comércio holandesas e britânicas, logo seguidas por outras, todas elas voltadas para o monopólio, o exclusivo comercial, e a corrupção das autoridades, para maior lucro dos seus acionistas, como aliás fazem todas as suas modernas congêneres.
Em todo caso, minhas calorosas saudações à Companhia de Jesus, não tanto pelo fervor missionário, mas pela sua ação educativa, sem par, em todos os lugares, em todos os tempos, inclusive no Brasil colonial, em favor, inclusive, de índios e escravos. Pena que foram expulsos por Pombal, o que deve ter atrasado a educação no Brasil em pelo menos 100 anos. Triste, senhor Pombal...
Vale!

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