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terça-feira, 9 de abril de 2013

Por que me envergonho do meu pais (existem muitos motivos, mas este pertence ao momento)

O Brasil, o Rio, os brasileiros (não todos, claro, apenas uma minoria ativissima) desceram até um nível de degradação moral que é difícil de acreditar que isto esteja acontecendo em nosso país.
E, no entanto, acreditem, a realidade é muito pior do que essa aqui descrita, mas muito pior.
Por acaso ficamos sabendo, porque se trata de uma estrangeira.
Quantas mulheres brasileiras não enfrentam o mesmo destino, ou pior?
Eu me envergonho do meu país, profundamente...
Me sinto mal ao ler coisas como essa.
Paulo Roberto de Almeida

Turista estuprada foi oferecida a homem no Rio

08 de abril de 2013 | 19h 37
FÁBIO GRELLET - Agência Estado
A turista norte-americana de 21 anos estuprada dentro de uma van quando tentava seguir de Copacabana, na zona sul do Rio, para a Lapa, no centro, no último dia 30, também foi oferecida pelos criminosos a um homem, que a recusou alegando que ela estava "muito estragada". O homem, ainda não identificado, seria um criminoso morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a quem o grupo entregou um envelope, enquanto mantinha o casal de estrangeiros refém. Ao ver a moça, já abusada pelo grupo, o homem teria feito cara de nojo. Depois que ele reclamou do estado da vítima, o grupo riu.
O episódio foi contado nesta segunda-feira pelo delegado Gilbert Stivanello, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No sábado à noite, uma equipe liderada por Gilbert deteve um adolescente de 14 anos que atuava como cobrador na van onde a menina foi estuprada. Ele foi localizado em um abrigo municipal no centro do Rio. Em depoimento, segundo a polícia, o adolescente negou ter participado dos estupros, mas admitiu ter agredido com uma barra de ferro o namorado da norte-americana, um francês de 22 anos, para evitar que ele reagisse enquanto a namorada era estuprada pelos comparsas.
Três adultos que participaram do estupro estão presos e foram denunciados nesta segunda pelo Ministério Público à Justiça do Rio por estupro, roubo e corrupção de menor. Até a noite desta segunda, o juiz da 32ª Vara Criminal não havia decidido se aceita ou não a denúncia.
Segundo a polícia, o adolescente contou que, quando começou a trabalhar com o grupo, já sabia dos crimes que eles cometiam. Na noite do 30, quando chegou para trabalhar, ele teria ouvido dos colegas que iriam "caçar gringos". O grupo passou várias vezes pela avenida Nossa Senhora de Copacabana enquanto procurava suas vítimas. O casal de turistas, que morava no Rio devido a um intercâmbio para estudar, embarcou na van na altura da rua Miguel Lemos. Ao longo do trajeto, outros passageiros embarcaram, mas tiveram que sair da van depois que um comparsa, que se passava por passageiro, anunciou um assalto. O casal de estrangeiros foi obrigado a permanecer e a moça passou a ser estuprada. A van foi até São Gonçalo, onde a moça foi oferecida. O adolescente teria desembarcado antes.

Um comentário:

Gilrikardo disse...

-Professor, coincidência ou não, hoje abordei um tema que acredito também ser componente do vergonhoso e triste ocorrido.

ENSINO PÚBLICO
Por Gilrikardo

A esperança é a maior e a mais difícil vitória que um homem pode ter sobre a alma" Bernanos, Georges

Um dos grandes entraves do ensino público no Brasil é a total falta de responsabilidade de alguns pais, principalmente daqueles alunos que vão para a escola pelos mais variados motivos, menos estudar. Atitude que compromete a qualidade ainda mais, pois as professoras se vêem investindo tempo e energia na tarefa ingrata de impor a disciplina. Frente a fatos corriqueiros que se transformam num embate porque aquela pessoa não trouxe do berço as mínimas noções dos princípios elementares de uma convivência coletiva.
E assim, minutos preciosos que deveriam destinar-se a estudos da matéria, costumeiramente se perdem em meio às tentativas de impor algumas regras de urbanidade. Não obstante o estresse desnecessário que, em muitos casos, contribui para a formação dum professor desmotivado, além de abalado física e psicologicamente.
Aqui cabe a pergunta. Onde andam os responsáveis pelas crianças? cadê o pai? cadê a mãe? cadê... cadê... pois nada mais justo que também dividissem a parcela com os professores.
Aos pais (mães) caberia a responsabilidade pelos atos desordeiros, de falta de respeito e de intolerância praticados dentro da escola. Mas não é isso que ocorre, e enquanto assim perdurar, a indisciplina vai dominar. Isso é fácil constatar. É só checar as estatísticas sobre violência nas escolas que facilmente emergirão dados que de alguns anos para cá, assustadoramente os índices se elevam. E ninguém... nem da sociedade... nem da comunidade... nem da escola... nem do sindicato... muito menos do governo surge com essa cobrança.
Creio ser justa, além de ser o "Q" da questão. Se o aluno é mal educado, vamos educar o aluno e o responsável. De que forma? A cada indisciplina e falta de comprometimento do aluno, convoque o comparecimento do pai na escola. Mostre com esse ato como é perder um precioso tempo de sua vida por causa da falta do filho. Se forem todos os dias, que sejam chamados diariamente ou até aprenderem.
Desde que o mundo é mundo, inclusive entre os bichos, os genitores assumem e defendem com unhas e dentes suas crias. Diante disso, ousaria afirmar que em determinados casos, os animais irracionais estão cumprindo em melhor escala o papel que a natureza lhes legou, pois exercem de maneira exemplar tanto a paternidade quanto a maternidade. Comportamentos a desejar em muitos humanos ditos racionais.
Mesmo diante de um cenário horroroso, não se vê nem nas entrelinhas alguma iniciativa de governo que venha a responsabilizar os pais faltosos em cumprir seus indelegáveis papéis. Enquanto tal compromisso não ficar claro, bem definido, com regras e consequências... continuaremos a lamentar o tempo perdido.
Questiono-me, que tenho a ver com isso, infelizmente respondo que tenho tudo a ver com isso, digo infelizmente porque nada poderei fazer, nada em mim tem algum poder, aliás, a única coisa que me mantém é a crença na esperança atiçada em mal traçadas linhas! Até a próxima!

PS: Enquanto isso aos professores e professoras, mui injustamente, imputa-se a responsabilidade de pais / mães e não de educadores.