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sábado, 17 de agosto de 2013

Casal Riqueza: nunca antes desde Cabral, mas sobretudo com Cabral...

Um aperitivo, apenas, mas suficiente:

Os contratos milionários do escritório da mulher de Cabral

A primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo, ganha quase dez vezes o salário do marido no escritório contratado por concessionárias e prestadoras de serviço para o estado

Leslie Leitão e Helena Borges
CABRAL E A MULHER, a quem ele chama de Riqueza: ela deu a notícia e o representou na posse de desembargadores
CABRAL E A MULHER, a quem ele chama de Riqueza: ela deu a notícia e o representou na posse de desembargadores (Vera Donato/Estadão Conteúdo)
O escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados chama atenção no Rio de Janeiro por duas características. A primeira é ter experimentado nos últimos seis anos um crescimento espetacular. De três profissionais e 500 processos em carteira, saltou para um empreendimento com vinte advogados e cerca de 10 000 ações. A receita do escritório era de 2,1 milhões de reais em 2006 e foi para 9,5 milhões no ano passado. A segunda característica a ressaltar é o fato de a banca ter como sócia-proprietária a advogada Adriana Ancelmo, de 43 anos, mulher de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, a quem ele trata pelo apelido de Riqueza. Adriana tem ganhos mensais de 184 000 reais por sua participação. E essa seria apenas uma bela história de um jovem casal bem-sucedido, não fosse uma terceira circunstância: pode não ser mera coincidência o progresso da banca durante os mandatos de Cabral como governador do estado.
O elemento mais forte de suspeição deriva do fato de que, antes de Cabral tomar posse, o escritório de Adriana tinha apenas 2% de seu faturamento vindo de concessionárias e prestadoras de serviço ao governo do Rio. Agora, 60% da receita vem de honorários recebidos por serviços prestados a empresas que, direta ou indiretamente, dependem de dinheiro público guardado no cofre do qual Cabral tem a chave.

Um comentário:

Felipe Silva disse...

Infelizmente, não deixa de ser uma síntese da alta administração pública brasileira.
No final, grande parte dos controles burocráticos para o uso dos recursos públicos acabam sendo apenas uma dor de cabeça para os bons servidores, que se veem afogados em um mar de papel na maior parte das vezes inútil ao invés de poderem concentrar-se mais em trabalhos realmente importantes para o contribuinte.
Quem vive de falcatruas consegue tranquilamente fazê-lo seguindo todas as formalidades legais e, depois, lança aquele desenvergonhado discurso de que este tipo de situação é apenas uma coincidência apontada maldosamente por quem não tem o que fazer.
E não acontece nada...
Enfim, outros séculos virão, deve ter sido pior no passado...