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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Snowden: o espiao que foi para o frio (alias, o nome combina)

Em primeiro lugar, Snowden não era, nunca foi e nunca será espião; ele era um mero técnico de comunicacões e de sistemas de informação e suas tecnologias associadas, apenas isso.
Enfim, lendo Dostoievski, ele deve estar contente, se não deprimido, com a perspectiva de passar vários anos naquela maravilha de país. Ele poderia começar a ler Tolstoy, depois Soljenitsyn, e outros mais...
A literatura russa é interessante, mais, em todo caso, do que essas histórias de espiões, que sempre terminam mal...
Paulo Roberto de Almeida

Presença de Snowden em Moscou ‘foi estratégica’, rebate fonte na diplomacia cubana

26/8/2013 11:45
Correio Do Brasil, Redação - de Brasília

Snowden conseguiu um visto de permanência na Rússia por um ano
Snowden conseguiu um visto de permanência na Rússia por um ano
O ex-espião da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) e prestador de serviço para a Agência Central de Inteligência (CIA, também na sigla em inglês) Edward Snowdenoptou por não seguir viagem, a partir de Moscou, por “uma questão estratégica”, afirmou aoCorreio do Brasil, nesta segunda-feira, fonte do serviço diplomático cubano na América Latina. Com este desmentido, Cuba descarta a informação de ter cedido às pressões dos Estados Unidos para que não aceitasse a presença do refugiado político em seu território. Snowden, atualmente, reside em Moscou. Um jornal russo, ligado à ultradireita, divulgou nesta segunda-feira que Snowden teria ficado preso na zona de trânsito de um aeroporto de Moscou porque o governo cubano recusou-se a deixá-lo voar da Rússia para Havana, após ameaças dos norte-americanos.
Segundo o diário conservador russo Kommersant, Snowden, procurado pelos EUA por vazar detalhes de programas de vigilância do governo norte-americano, planejara voar para Havana a partir de Moscou um dia depois de chegar de Hong Kong, em 23 de junho. Mas o norte-americano, que acabou recebendo asilo de um ano na Rússia após passar quase seis semanas na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, não embarcou, embora tivesse um assento em seu nome no avião. Citando fontes, incluindo uma ligada ao Departamento de Estado dos EUA, o jornal disse que a razão foi que Cuba avisou no último minuto às autoridades russas para não deixarem Snowden embarcar no voo da Aeroflot.
O jornal disse, ainda, que Cuba mudara de ideia por pressão dos EUA, que desejam julgar Snowden sob a acusação de espionagem. O Kommersant disse ainda que Snowden passou alguns dias no consulado russo em Hong Kong para declarar sua intenção de voar para a América Latina através de Moscou.
– Sua rota e seu apelo por ajuda foram uma surpresa completa para nós. Nós não o convidamos – disse ao Kommersant uma fonte estatal russa.
A agência inglesa de notícias Reuters, a exemplo das demais agências internacionais, não pôde confirmar de imediato a reportagem, seja no governo de Havana, seja com o próprio Snowden, que permanece retirado, em um ponto desconhecido do público, em território russo. A fonte ligada ao serviço diplomático cubano a que o CdB teve acesso, no entanto, lembra que o presidente de Cuba, Raúl Castro, foi o primeiro a defender, ainda no início de julho deste ano, logo após a decisão de Snowden de permanecer em solo russo, o direito dos países latino-americanos de conceder asilo ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden. Raúl Castro criticou, ainda, que a atenção sobre este caso se centre na “perseguição” do jovem e não nos sistemas de “espionagem global” dos Estados Unidos.
Castro fez a declaração publicamente, no discurso com que encerrou o primeiro plenário realizado pela Assembleia Nacional de Cuba na atual legislatura. Em sua primeira declaração sobre o caso do ex-técnico que vazou planos de espionagem em massa por parte dos EUA, Castro, porém, não revelou se Cuba havia recebido o pedido de asilo por parte de Snowden nem se permitiria seu trânsito pela ilha rumo a outro país. Ele insistiu em ressaltar que as revelações de Snowden “permitiram confirmar a existência de sistemas de espionagem global dos Estados Unidos, que violam a soberania das nações, inclusive de seus aliados, e dos direitos humanos”.
– Cuba, que foi historicamente um dos países mais agredidos e também mais espionados do planeta, já conhecia a existência destes sistemas de espionagem – disse o presidente cubano, em seu discurso.
Pesadelo
Advogado de Snowden, Anatoli Koutcherena contou a jornalistas, na véspera, que seu cliente viveu um verdadeiro pesadelo no aeroporto de Moscou, até obter um visto temporário, no dia 1 de agosto.
– Foi um período difícil. Agora ele precisa cuidar de sua saúde e se recuperar psicologicamente. Ele precisa de uma adaptação – declarou o advogado à rádio pública Golos Rossii (A Voz da Rússia).
De acordo com ele, o ex-consultor da CIA aguarda a chegada do pai e de amigos para tomar algumas decisões importantes. Entre elas, a escolha do local onde pretende morar no país. O advogado também disse que Snowden se sente “mais ou menos bem”, está aprendendo a falar russo e se interessa pela história do país.
No período em que ficou na zona de trânsito do aeroporto russo, Snowden, segundo o advogado, leu “Crime e Castigo” de Dostoïeviski e pediu a obra completa de 18 volumes do historiador russo do século 19 Nikolaï Karamzine. Com o visto temporário, o ex-consultor da CIA pode viajar pela Rússia e trabalhar, exceto no serviço público, segundo o chefe do serviço de Imigração da região de Moscou.
– Ele ainda corre riscos, não pode passear na praça Vermelha ou ir pescar. Ele aguarda com impaciência a chegada do pai – disse o advogado.
Por enquanto, Snowden também não pode falar em público. Mas mesmo “invisível”, ele já tem diversas propostas de emprego, entre elas, uma vaga no Facebook russo, a rede social Vkontakte. Senadores russos também propuseram ao técnico uma cooperação para detectar falhas na proteção de informações privadas.

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