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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Petrobras: os companheiros destroem a empresa, alegremente... - Rodrigo Constantino


28/09/2013
 às 8:55 \ InvestimentosPrivatização

“O valor de mercado da Petrobras hoje não é justo”, diz Graça Foster. E eu concordo!


Fonte: Folha
Prezado leitor, imagine que você possui uma empresa que vende uma commodity cujo preço é definido em dólares no mercado internacional. Agora pergunto: se esse preço sobe, seja pelo preço do produto em si, seja pelo fator cambial, você acharia isso bom ou ruim?
A Petrobras deve ser, hoje, a única empresa do mundo que reclama se o preço de seu produto subir! Isso ocorre, naturalmente, porque ela não é uma empresa privada que visa ao lucro, e sim um braço político-partidário utilizado pelo governo para fins eleitorais. A presidente da estatal disse:
De três dias para cá deu uma piorada. No nosso plano de negócios, a gente trabalhava com o dólar a R$ 1,98, depois foi para R$ 2. Hoje, antes de eu vir para cá (na entrevista coletiva) estava R$ 2,26. A gente torce que ele (o dólar) volte ao patamar mais próximo de R$ 2 até segunda-feira (quando termina o terceiro trimestre e a companhia tem que fechar seu balanço trimestral).
A Petrobras prefere ver o preço do seu produto mais baixo! Pode isso? Pode, quando lembramos que a defasagem de preço, imposta pelo governo, acaba transferindo o ônus do consumidor para os acionistas da estatal. Em vez de quem consumir o petróleo e seus derivados arcar com o preço mundial maior, a própria Petrobras “mata no peito” o aumento, ainda que apresentando bilhões de prejuízo na operação.
E a presidente da empresa ainda disse que foi a Brasília se reunir com a presidente da República e o ministro do setor, mas não tratou do assunto. Vejam:
Tive uma agenda em Brasília com o ministro Lobão (Edison Lobão, ministro de MInas e Energia) e a presidenta Dilma e eu não pude vir. Não discutimos aumento de combustível.
Pergunto: que CEO agiria assim em uma empresa privada? Por acaso Graça Foster está lutando pelos melhores interesses dos acionistas da Petrobras? Claro que não! Qualquer um que estivesse minimamente preocupado com a rentabilidade da empresa colocaria esse assunto como prioridade na pauta.
Por fim, disse Graça Foster: “O valor de mercado da Petrobras hoje não é justo”. Finalmente concordo! Apesar de uma constante deterioração em seu valor de mercado, ano após ano, decepção após decepção, acho que esse valor ainda é alto demais!
Muitos investidores ainda não acordaram para o fato duro da realidade, de que esse governo e essa gestão não ligam a mínima para o retorno financeiro sobre os investimentos realizados. A Petrobras é um instrumento político. Qual o valor econômico disso para seus acionistas? Pois é. Boa sorte para quem achar que é muito alto. Vai precisar…

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