O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Brasil e Estados Unidos: uma comparacao estarrecedora

Lendo matérias sobre o (não) fechamento do governo americano esta semana, deparei-me com a seguinte frase:

This year, the federal government will spend $3.46 trillion, roughly 21 percent of our GDP. Think about that: More than a fifth of all the goods and services produced in this country over the course of a year are subsumed by the federal government. Is it any wonder that a government shutdown reverberates throughout the economy?

Bem, no caso Brasil, estamos falando de quase o DOBRO desse valor, ou seja, cerca de DOIS QUINTOS de tudo o que a nação produz são apropriados pelo governo.
Alguma surpresa se o país não consegue crescer?
Paulo Roberto de Almeida

Post scriptum, indispensável:
Não contente de se apropriar de dois quintos da riqueza nacional, o Governo ainda insiste, contra toda racionalidade em política econômica, em criar ainda mais dívida pública, a ser paga por toda a população, apenas para satisfazer uma promessa eleitoral e uma proposta irracional, do supremo dirigente. A matéria abaixo ilustra perfeitamente o que chamei de comparação estarrecedora.

Política fiscal

Tesouro emite mais R$ 2,3 bilhões para conta de luz

Com valor emitido na quinta, a operação é a quinta desde julho, e já somam R$ 6,35 bilhões

Para bancar o desconto na conta de luz, o governo autorizou, na quinta-feira, uma emissão de títulos públicos de 2,349 bilhões de reais. Com valor recorde, a operação foi a quinta desde julho, quando os fundos do setor elétrico ficaram esvaziados e o Tesouro passou a abastecê-los. As emissões aumentam o endividamento do setor público federal. Ao todo, o gasto já chegou a 6,35 bilhões de reais e deve chegar a, pelo menos, 8,5 bilhões de reais até o fim deste ano, segundo estimativa da equipe econômica.
Os recursos obtidos por essas operações formam a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que sustenta, por meio de uma triangulação revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo em julho, o corte da tarifa de energia elétrica, uma das bandeiras da gestão Dilma.
A emissão feita na quinta-feira vai bancar integralmente, pela primeira vez, as indenizações que o governo deve às empresas do setor que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões. Segundo fontes, cerca de 600 milhões de reais desse montante serão transferidos a outro fundo setorial, a Reserva Global de Reversão (RGR).
No fim de agosto, a RGR, que banca as indenizações às empresas do setor que aderiram ao pacote de Dilma, tinha apenas 13,8 milhões de reais em caixa, sendo que apenas essa despesa chega a uma média mensal de 495 milhões de reais. No início do ano, esse fundo dispunha de 15,2 bilhões de reais.
Quando retirou os encargos setoriais da conta de luz, de forma a reduzi-la em 20%, em média, para os consumidores, o governo diminuiu as receitas que abasteciam os fundos, mas não extinguiu os programas que eles bancavam e inclusive elevou suas responsabilidades.
A CDE é usada para pagar os programas sociais, como o Luz Para Todos. Desde o início do ano, ela paga o custo da energia das usinas termoelétricas, acionadas quando há escassez de chuvas e o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai. O saldo da CDE em agosto era de 82,2 milhões de reais, para uma despesa média mensal de 1,5 bilhão de reais. No início do ano, o saldo era de 2,4 bilhões de reais.
Por causa das mudanças, a CDE ficou sem recursos para bancar as obrigações em maio e foi "salva" por uma operação realizada em julho - o governo transferiu recursos da RGR para a CDE. Resultado: dois meses depois, os dois fundos estavam sem recursos.
Com o novo buraco aberto na RGR, o governo passou a fazer uma segunda triangulação, a partir de agosto. Agora, a operação consiste em injetar, na CDE, recursos obtidos com os títulos públicos e, de lá, transferir uma parte para a RGR. 
(com Estadão Conteúdo)

Nenhum comentário: