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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O projeto petista e a Republica de Weimar: qualquer semelhanca nao e' mera coincidencia...

Reproduzo um post de um cidadão preocupado, como eu, com os rumos do Brasil atual.
A postagem foi feita no blog "No Bico da Chaleira", assinada por alguém que caracteriza seu blog como sendo "Eferverscências liberais de um herdeiro da pampa pobre". Dixit.
Paulo Roberto de Almeida

O PT e os pilares da sociedade


A principal diferença entre uma sociedade desenvolvida e uma subdesenvolvida reside na solidez e na qualidade das suas instituições. O curso da história contemporânea, nos últimos 200 anos, tem sido a construção de sociedades compostas de instituições impessoais, que visam à defesa das liberdades individuais contra a tirania. É somente em estado de liberdade que o ser humano pode desenvolver-se em seu máximo potencial.
Este curso não tem sido trilhado sem percalços. São inúmeros os exemplos na história recente em que as instituições são apropriadas por grupos identificados de poder, que as deturpam seja para fins pessoais, seja para a realização de histerias ideológicas que objetivam a destruição do ser humano como o conhecemos (vide os exemplos do comunismo e do nazismo). O resultado é sempre o mesmo: o horror.
Ao longo da última década, o PT vem consolidando seu projeto de poder pela degradação contínua das frágeis instituições que vínhamos tentando construir no Brasil. E nem poderia se esperar algo diferente, vez que para os comunistas o estado, a família, a igreja, a imprensa, etc., são instituições burguesas, e como tal devem ser eliminadas para dar lugar à ditadura do proletariado. Para eles, a única instituição que deve existir é o partido, como confluência do interesse da classe trabalhadora. Puro delírio psicótico.
O Estado de São Paulo fez, em editorial, uma excelente análise do projeto petista e da atual situação política no Brasil. Vale à pena a leitura:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-que-trama-o-pt-,1098987,0.htm
Na esteira do projeto de poder do PT, o Executivo foi aparelhado ideologicamente, o Legislativo foi esvaziado pelo mensalão, a igreja foi tomada pela teologia da libertação, a imprensa é dependente da publicidade oficial do governo, a família é desmoralizada pela erotização infantil de cartilhas escolares oficiais, e por aí vai. Os exemplos são inúmeros e todos no sentido de suprimir a liberdade individual e destruir as instituições “burguesas”.
Mas este projeto de poder do PT não foi totalmente consolidado. Há ilhas de resistência, como parcelas do Judiciário, por exemplo. O STF cumpriu seu papel constitucional no julgamento do mensalão e na prisão dos cardeais do PT, que agora investe sordidamente contra a Justiça e a pessoa do Ministro Joaquim Barbosa, pondo em risco o pouco que resta de moral da instituição.
E nisso o PT está sendo ajudado pela postura corporativa do Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que criou uma crise constitucional ao recusar-se a dar cumprimento à decisão do STF de perda imediata do mandato dos deputados mensaleiros.
Walter Ceneviva em sua coluna de hoje na folha (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/walterceneviva/2013/11/1375537-a-crise-dos-poderes.shtml) fez uma análise jurídica muito apurada da situação. Em primeiro lugar, de acordo com o art. 102 da Constituição Federal, cabe ao STF, como guarda da Constituição, dar a última palavra sobre a interpretação da Carta. Em segundo lugar, conforme o art. 44 da Constituição, a Câmara dos Deputados não representa a totalidade do Poder Legislativo, composto também pelo Senado Federal, não podendo, portanto, opor-se à determinação constitucional de outro Poder da República. A Constituição Federal é clara. O Brasil não pode ter presidiários como representantes da Nação.
Este processo de erosão das instituições não é novo. Já vimos este filme antes. Ele é o tema central do ambiente político do entre-guerras, antes da ascensão do nazismo e da catástrofe da segunda guerra mundial.
Se recordar é viver, vale à pena revisitar a obra dos dadaístas da República de Weimar. Ao final deste post, reproduzo a tela “Os pilares da sociedade”, de George Grosz. A obra é de 1926, dois anos depois da publicação de “Mein Kampf” e 7 anos antes da ascenção de Hitler, em 1933.
Na tela, Grosz apresenta a imagem de uma sociedade em chamas, cujas instituições estavam completamente deturpadas. Vê-se ali um país comandado por quatro tipos de porcos proselitistas: o político, o magistrado, o jornalista e o sacerdote. Cada qual olhando para um lado diferente, inebriados pelo odor dos excrementos de suas mentes psicóticas. Preocupantemente similar ao que vivemos no Brasil de hoje.
A República de Weimar não foi capaz de conter o nazismo. Suas instituições – “os pilares de sua sociedade” -, ruiram e deram lugar ao Terceiro Reich. O resto da história a gente conhece. A pergunta é: os pilares da nossa sociedade serão capazes de conter o projeto de poder do PT?
Qualquer coincidência não é mera semelhança.
Qualquer coincidência não é mera semelhança.

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