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domingo, 23 de fevereiro de 2014

A Comissao da Meia Verdade, ou da Inverdade, continua seu trabalho de mistificacao historica

Os militares, quando de seu regime, instalado em abril de 1964, atuaram contra a Constituição, é verdade, mas não antes que o Brasil estivesse convulsionado por greves e manifestações, a ponto de um dos jornais, que depois se opôs ao regime militar, ter colocado numa manchete, um dia ou dois antes da movimentação de 31 de março: "BASTA".
Os militares foram chamados a intervir pela sociedade, que já não suportava mais o clima de desmandos governamentais, de greves, de agitação nas ruas, e de inflação (que se aproximava de um ritmo anual de 100%).
Aparentemente foi no dia da famosa "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que reuniu perto de um milhão de pessoas nas ruas.
Os militares também cometeram violências contra pessoas, e vários atentados aos direitos humanos, mas não antes que militantes de esquerda tivesse deflagrado atentados contra pessoas e instalações, criando um clima de guerra revolucionária no país.
Posso afirmar sem nenhum problema que a intenção dos grupos revolucionários era a de derrocar o regime militar, mas junto com ele o que chamávamos de "poder da burguesia, do latifúndio e do imperialismo". Ou seja, queríamos extirpar o capitalismo e colocar um regime socialista em seu lugar. Sei disso porque eu era um dos que tinham tais intenções. 
Ninguém, repito, ninguém, na esquerda revolucionária, estava lutando pela democracia. Todos queríamos o que então se chamava de "ditadura do proletariado".
Será que isso é muito difícil de entender?
Acho que não.
A tal de Comissão da (In)Verdade comete um crime contra a história, contra a memória dos que caíram do outro lado, se pretender investigar apenas os crimes do Estado, sem examinar como esses crimes foram cometidos, e por que eles foram cometidos.
Os que estão no poder atualmente ainda não fizeram sua autocrítica, como eu fiz, e assumo plenamente minha responsabilidade por ter participado de grupos que pretendiam construir no Brasil um regime socialista (não queria uma outra ditadura, mas queria o fim do capitalismo, e para isso teríamos de sacrificar algumas liberdade, isso precisa ficar claro).
Ainda bem que não conseguimos, pois senão o Brasil teria sido um país muito pior do que foi. Poderia ter sido uma grande Cuba, por exemplo.
Alguém acha que Cuba é um exemplo para a região e para o mundo?
Paulo Roberto de Almeida 
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A MENTIRA repetida à exaustão ganha foros de verdade, ensinavam os nazistas e como eles agem agora os rancorosos derrotados da Comissão da Verdade (sic). Chega! Ajudemos à formação da grande nação brasileira que necessita de pacificação e não da divisão da sua população. Será que os caolhos históricos querem ir pelo caminho da Ucrânia e da Venezuela? Será que as nossas autoridades têm medo de apontar o caminho de uma grande nação?
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  Encaminho nova matéria sobre o atentado terrorista no aeroporto dos Guararapes, publicada no Diário de Pernambuco, de 14/02/2014. 
 Para a "comissão estadual da verdade" não interessa descobrir os nomes dos terroristas que realizaram o atentado com bomba no aeroporto dos Guararapes. Nem interessa qualquer ato de solidariedade para os familiares das pessoas covardemente assassinadas e feridas, que, até hoje, não receberam nenhuma reparação do Estado. 
 Por sorte, o número de vítimas não foi maior, porque o Marechal Costa e Silva viajou de João Pessoa para o Recife de carro. Com essa informação dada no saguão do aeroporto, centenas de pessoas se afastaram do local antes que a bomba fosse detonada. 

História política
Clima de frustração na Comissão da Verdade de Pernambuco
Filho do jornalista Edson Régis, morto em atentado no aeroporto, pede depoimento de envolvidos
Diário de Pernambuco, 14/02/2014 

A reunião da Comissão da Verdade Dom Helder Camara, ocorrida ontem, terminou em críticas e um desabafo de Flávio Régis, filho do jornalista Édson Régis, morto em julho de 1966 durante a explosão da bomba no Aeroporto dos Guararapes, que se disse “frustrado” com o resultado do encontro. Ele havia solicitado que fossem convocadas para depor pessoas envolvidas com o atentado, hoje anistiadas, a exemplo de integrantes da AP, grupo de esquerda revolucionária ligado à Igreja Católica. A posição inicial dos membros da Comissão foi contrária sob alegação de que esse trabalho estaria fora da competência jurídica deles. 

“O sentimento que dá é de frustração… Ela (a comissão) está tolhida. Vai se chegar até um momento e dar o caso por encerrado. A verdade está fadada a ficar desmoralizada.
Se se intitula Comissão da Verdade, como é parcial?”, disse, ao fim, Flávio Régis, ironizando o risco de se intitular o grupo de “Comissão da Meia Verdade”. De acordo com ele, seria fundamental para a sociedade que também fosse apurado como agia uma minoria que empregava a luta armada durante o regime militar. “Vamos assumir. Todos estão anistiados. Vamos escrever a história verdadeira”, protestou.

O jornalista Édson Régis era como secretário da Casa Civil quando foi designado pelo governo para recepcionar o Marechal Costa e Silva no aeroporto. O filho de Régis alega que o pai estava a serviço do estado e havia conhecimento do risco que ele corria. “Uma parte da Comissão alega que o governo saberia do atentado, e se o estado tinha conhecimento, ele foi conivente, portanto a comissão poderia atuar”, comentou o advogado de Flávio Régis, Albérgio Farias.

Apesar da posição inicial contrária a essa análise, o presidente da Comissão da Verdade pernambucana, Fernando Coelho, comprometeu-se em levar o assunto à discussão nas próximas reuniões do grupo. Ressaltou, porém, que o foco dos trabalhos tem sido outro, isto é, mortos e desaparecidos, repressões em universidades e órgãos de justiça, além de casos individuais já julgados. Tudo relativo a perseguidos políticos. “Esses fatos que ele (Flávio Régis) falou seriam ações feitas por inimigos do estado naquele momento, mas será analisado e depois vai à votação”, completou Coelho.

Aproximadamente 300 pessoas estavam presentes no momento em que a bomba explodiu no Aeroporto dos Guararapes. Além de Régis, morreu o almirante Nelson Gomes e foram registrados 14 feridos. No final do ano passado foram entregues pelo governo de Pernambuco documentos inocentando o ex-deputado federal Ricardo Zaratinni e o professor Edinaldo Miranda. Eles haviam sido acusados de participação no atentado.

Saiba mais

Atentado Aeroporto dos Guararapes

Às 8h30 do dia 12 de julho de 1966 uma bomba explodiu no Aeroporto dos Guarapes

Estava prevista para esse dia a chegada do então candidato à presidência da República, o marechal Costa e Silva, que estava na Paraíba

Minutos antes da explosão, foi anunciado que por uma pane no avião a viagem aérea havia sido cancelada e ele viria de carro para o Recife

Aproximadamente 300 pessoas esperavam a chegada do marechal e a movimentação no aeroporto era intensa. Duas pessoas foram mortas. Outras 14, feridas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro PRA,

No caso do Aeroporto dos Guararapes, os revisores não se limitam a esconder a história do atentado, eles *construiram* um novo aeroporto e abandonaram o antigo (onde havia uma placa sobre o atentado terrorista). Estão apagando os traços físicos que lembram a violência marxista.

Policarpo