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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Venezuela: mais um motivo para sentir vergonha pelo pais

Não pela Venezuela, claro, pois os estudantes, como em 1958, estão lutando pacificamente pela democracia, contra uma ditadura.
Paulo Roberto de Almeida 
Manifestantes interrompem sessão com deputada venezuelana e gritam ‘golpista’
Após um início de discurso conturbado, quando foi interrompida por manifestantes durante audiência no Senado brasileiro, a líder opositora María Corina Machado pediu, nesta quarta-feira, uma maior implicação e apoio dos países democráticos da América Latina. Em uma clara referência ao governo brasileiro, María Corina considerou “incompreensível que países que foram tão ativos nas crises políticas no Paraguai e Honduras, deem as costas para a Venezuela.
— Nossos países são signatários da Carta Democrática Interamericana, que estabeleceu compromissos entre os países deste hemisfério para a defesa e a promoção da democracia. Para os venezuelanos, é incompreensível ver como países da América Latina foram tão ativos em situações como as crises políticas ocorridas em Paraguai e Honduras e, frente ao ocorrido na Venezuela, nos dão as costas. O que tem que acontecer na Venezuela? Quantas violações mais aos direitos humanos? — questionou.
A opositora, cujo mandato foi cassado pelo Congresso venezuelano na semana passada, recebeu o apoio expresso do candidato Aécio Neves, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais para a presidência, atrás apenas de Dilma Rousseff.
A parlamentar criticou também a União de Nações Sul-americanas (Unasul), dizendo que a entidade estaria com a credibilidade arranhada devido à sua proximidade com o governo Maduro, e comparou a situação que a Venezuela vive hoje com a da ditadura militar brasileira iniciada em 1964.
— Pelas circunstâncias da vida, venho na hora em que seu país completa 50 anos do início da ditadura. Sei que ficaram muitos sentimentos dolorosos, com famílias destruídas e torturas. Isso nos une, porque é o que a Venezuela vive atualmente.
Durante a manhã, María Corina havia começado há poucos minutos quando foi interrompida pelo protesto. Eles começaram a gritar “golpista” e foram retirados por seguranças. Logo depois, a parlamentar exibiu um vídeo com cenas da polícia reprimindo protestos na Venezuela. A senadora Vanessa Graziotin (PCdoB) denunciou tratar-se de uma “montagem grotesca”.
— Por que você rejeitou uma conferência de paz, proposta pelo governo de Maduro? — perguntou.
“Aberração típica da ditadura” – Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, María Corina classificou a cassação de seu mandato de uma “aberração típica de uma ditadura”. Ela chegou à capital por volta das 11h para participar de reuniões com as comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara.
A deputada afirmou que a Venezuela vive hoje sob censura e que a imprensa internacional tem sido fundamental para mostrar ao mundo o que se passa naquele país.
— Na Venezuela há uma censura atroz. Graças a vocês o mundo viu a crueldade de uma repressão massiva e sistemática por parte do regime de Maduro e começa a chamar as coisas por seu nome. Na Venezuela não há democracia, há um regime que atua como uma ditadura — disse a repórteres.
E reafirmou que continua sendo deputada, porque assim decidiu o povo da Venezuela.
— É uma aberração. É um ato que só ocorre em ditaduras. Vim a Brasília como deputada e vou continuar sendo nas ruas da Venezuela.
A parlamentar foi recebida pelo presidente da Comissão de Relações de Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e por dois venezuelanos que moram no Brasil. Um deles presenteou a deputada com rosas. Ela ficará no Brasil até sexta-feira ou sábado.
A comissão do Senado decidiu convidar também um representante do chavismo, provavelmente a deputada Blanca Eekhout, para vir a Brasília, mas ainda não foi marcada a data. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que transmitirá a Blanca a sua opinião de que Corina deveria ter tido direito de defesa antes de ter o mandato cassado.
Fonte: O Globo

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