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terça-feira, 27 de maio de 2014

Partido dos companheiros nao expulsa o seu corrupto, mas quer o seu cargo na Camara

Tentando ser esperto...
Paulo Roberto de Almeida 

Deputado é alvo de denúncia de envolvimento com doleiro preso pela Polícia Federal. Partido alega que ele se desfiliou sem justificativa

Laryssa Borges, de Brasília
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O vice presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT PR), manda mensagens de celular durante sessão no Congresso Nacional
O vice presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT PR), manda mensagens de celular durante sessão no Congresso Nacional - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Depois de escantear o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) e se recusar a defender publicamente as relações do parlamentar com o doleiro Alberto Youssef, o PT entregou nesta segunda-feira à Justiça Eleitoral pedido para que o congressista perca o mandato na Câmara dos Deputados. O argumento petista é que Vargas se desfiliou da legenda sem justa causa, o que permitiria que ele perdesse o cargo eletivo. Nos bastidores, porém, o pedido é interpretado como uma tentativa de  desvincular de vez o nome de Vargas dos candidatos do PT que disputarão as eleições de outubro, entre os quais estão os ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, e Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao governo do Paraná. 
Desde que foram expostas as relações de Vargas com o doleiro Youssef, preso na Operação Lava-Jato, o PT pressionava para que o deputado deixasse os quadros da sigla e evitasse que o partido sangrasse em meio ao lamaçal de denúncias e de suspeitas de tráfico de influência e corrupção passiva. Vargas chegou a anunciar a renúncia, mas recuou da decisão.
Um dos principais defensores dos condenados no julgamento do mensalão e articulador pessoal do movimento “Volta, Lula”, o deputado começou a cair em desgraça após a revelação de que ele e sua família utilizaram um jatinho de Youssef para passar as férias de fim de ano em João Pessoa (PB). Na sequência, a situação de Vargas se agravou depois de reportagem deVEJA revelar novos detalhes de sua estreita ligação com o doleiro preso por comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Youssef, a quem Vargas chamava de “irmão”, mantinha contato constante com o congressista. Os dois trabalhavam para enriquecer juntos fraudando contratos com o governo federal. Mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal evidenciaram que Vargas exercia seu poder para cobrar compromissos de Youssef.

As investigações da PF mostraram ainda desdobramentos que respingaram na candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Conforme mensagens de celular interceptadas pelos policiais, Vargas articulava para ajudar o doleiro a obter um contrato com o Ministério da Saúde. Em setembro do ano passado, por exemplo, técnicos do Ministério da Saúde foram destacados para certificar o laboratório farmacêutico Labogen Química Fina e Biotecnologia, de propriedade de Youssef. A ajuda foi materializada em um contrato inicial de 30 milhões de reais firmado com a pasta.
Saiba mais: Doleiro Youssef prometeu cargo no 'governo Padilha'

Perda de mandato – No pedido apresentado pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido alega que tem direito à vaga de Vargas porque sua desfiliação não foi justificada. No dia 25 de abril o deputado comunicou sua saída do partido. Por lei, políticos podem se desfiliar dos partidos em caso de incorporação ou fusão da legenda, criação de nova sigla, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário ou grave discriminação pessoal. “Resta caracterizado, a toda evidência, o desligamento voluntário da agremiação e exposição de motivos pessoais alheios ao programa partidário ou que denotem discriminação”, alega o PT na ação entregue ao TSE.

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