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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Comandante da regiao militar do Sul manda um recado aos companheiros

Recebido de meu amigo gaucho Roque Callage, que só seleciona material de qualidade.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum:
Depois de postado o que vai abaixo, recebi uma correção, de um colega de farda, que segue in fine.
Publico ambos, pois creio que tanto a matéria incorreta, quanto sua correção são indicativos do estado de espírito que reina no país atualmente.
Paulo Roberto de Almeida 

ESTE NÃO É UM GENERAL DE PIJAMA.
É O COMANDANTE MILITAR DO SUL.

Perto de ser tirada do poder, a comandanta-em-chefa Dilma Rousseff sofreu a primeira demonstração pública de descontentamento com a situação nacional feita por um Oficial General de quatro estrelas, em serviço ativo, e no comando de um dos mais importantes cargos do nosso Exército. O Comandante Militar do Sul, General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, aproveitou um comentário no final da ordem do Dia do Comandante do Exército em 25 de agosto (Dia do Soldado), em Porto Alegre, para mandar um recado:
"Eu não poderia deixar de complementar a Ordem do Dia do Exmo Sr. Gen Peri. Dirijo-me aos meus Oficiais, Subtenentes, Sargentos, Cabos e Soldados, da ativa e da reserva. Ainda temos muitos inimigos internos que impedem o nosso caminho rumo ao progresso e à democracia. Mas se enganam aqueles que nos imaginam desprevenidos ou despreparados. ELES QUE VENHAM!". No que a tropa, devidamente treinada, respondeu de bate pronto: "SERÃO DERROTADOS".
O recado militar ganha repercussão, circulando nos e-mails de generais da ativa e da reserva, com o título “Atenção à manobra”. As palavras do General Mourão foram ouvidas, na solenidade, pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército De Nardi. Desde ontem, no Ministério da Defesa, já se especula sobre uma “reprimenda ao General crítico” que o ministro Celso Amorim encomendaria ao Comandante do Exército, General Enzo Peri. No Palácio do Planalto, a recomendação é não colocar lenha no episódio para não fomentar o ambiente para uma crise militar em final de governo.
A mensagem do General Mourão foi interpretada como uma advertência direta à Comissão da Verdade e ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pela recente manifestação em defesa de uma reinterpretação, na prática, da Lei de Anistia de 1979, para adequá-la aos tratados internacionais do Brasil sobre direitos humanos. O jogral do General, mandando os inimigos virem, com a tropa respondendo que serão derrotados é uma prova direta da desmoralização final do governo do PT.
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http://montedo.blogspot.com.br/2014/09/blog-post_51.html

Senhores e senhoras,

Circula na Internet um e-mail que atribui ao General Mourão, Comandante Militar do Sul, declarações feitas durante a cerimônia do Dia do Soldado, em Porto Alegre, no dia 25 próximo passado, segundo as quais, ele teria citado a existência de "muitos inimigos internos que impedem nosso caminho rumo ao progresso e à democracia", concluindo que "se enganam aqueles que nos julgam desprevenidos ou despreparados: ELES QUE VENHAM!", ao que a tropa teria respondido: "SERÃO DERROTADOS!".

As palavras do General Mourão aos seus comandados não foram essas. Tratando-se da cerimônia do Dia do Soldado, na qual se homenageia a figura do Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro, o General Mourão ressaltou o papel do Marechal Luís Alves de Lima e Silva que venceu revoltas internas e concedeu a anistia aos rebelados, garantindo a pacificação do País em momentos difíceis, concluindo que o Exército Brasileiro, inspirado em seu patrono, cumpre a sua missão constitucional amparado na História. Ao final de suas palavras, o General Mourão, numa saudação militar, bradou: "ELES QUE VENHAM!" No que foi respondido pela tropa: "POR AQUI NÃO PASSAM!", a célebre frase proferida pelo então Coronel Emílio Luís Mallet, Comandante do 1o Regimento de Artilharia a Cavalo, na abertura da Batalha de Tuiutí, em 24 de maio de 1866, na Guerra da Tríplice Aliança - frase muito usada pelos artilheiros (como é por origem o General Mourão) desde os tempos da Academia Militar.

Não é possível precisar como e porque as palavras do General Mourão foram distorcidas, ficando a critério de cada um inferir o para quê. Frise-se que o General Mourão não precisa de intérpretes, porta-vozes ou defensores, por que ele é senhor de suas palavras, apoiado numa sólida tradição de serviço ao Exército e ao País, não me cabendo, portanto, qualquer desses papéis. Cumpro apenas o dever de esclarecimento, alertando para uma inverdade que se volta contra um amigo e para o absurdo de aceitarmos a versão de que um general do último posto do Exército Brasileiro viesse a se manifestar na contramão do espírito que norteia a Instituição ao longo de sua história.

O desrespeito não foi só ao General Mourão, foi também, e acima de tudo, ao Exército, e ao Brasil.

Abraço fraterno,

Sérgio Paulo Muniz Costa

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