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domingo, 28 de setembro de 2014

Corrupcao na Republica Sindical Companheira: apenas mais um exemplo

Um amigo, que foi funcionário do Banco Central, ao se aposentar, no início do governo Lula, foi trabalhar num dos fundos de pensão de uma das grandes estatais, apreciadas pelos companheiros sindicalistas, pelos milhões de reais de que dispunham. Seis meses depois, me confessou que estava desistindo e se mudando para SP porque já não aguentava mais as decisões erradas, contra seus conselhos técnicos, de natureza essencialmente financeira (com conhecimento dos mercados de capitais), que os diretores sindicais estavam adotando, "por pressão do Planalto" (disse-me ele), e que iriam redundar em perdas para o seu fundo.
Pois é, multipliquem isso "n" vezes desde que os ratos companheiros chegaram lá.
Todos os funcionários  desses fundos, ao se aposentarem, vão ter a má surpresa de descobrir que aqueles fabulosos recursos viraram pó nas mãos (e nos pés) dos companheiros da República Sindical Mafiosa em que se converteu o Brasil. E ainda vão querer que a viúva (ou seja todos nós) reponha as perdas das falcatruas cometidas por eles mesmos. Anotem o que eu escrevi. 
Paulo Roberto de Almeida 
Leonardo Souza e Mario Cesar Carvalho
Folha de S.Paulo, 28/09/2014

A Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação na Operação Lava Jato para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.

Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso. E-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento. Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.
Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro. Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02″.
A PF interpretou a frase como uma conquista de Quadrado: “Vale ressaltar que houve tentativas por parte de Quadrado de trazer [...] outros fundos de previdência, entre eles [...] o Petros” para os investimentos do doleiro, diz um relatório. O Trendbank investiu boa parte do dinheiro que captou em papéis podres de empresas fantasmas ligadas a Youssef, apontado pela PF como chefe de um bilionário esquema de lavagem de dinheiro.
Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude. Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplenagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef. Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.

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