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domingo, 26 de julho de 2015

Celso Furtado, mais algumas criticas - Ivan Lima


Mais uma crítica ao pensamento de Celso Furtado, por parte de Ivan Lima, que se refere na verdade à reação ingênua de um true believer nas supostas virtudes do desenvolvimentismo furtadiano ao assistir ao já referido documentário sobre o economista cepaliano. Eu nem acredito, como Ivan Lima, que o problema de Celso Furtado seja o marxismo, e nunca faria uma crítica nessa linha. O marxismo penetra naturalmente a teoria social desde o final do século 19, e é impossível ser sociólogo, ou historiador, sem ser um pouco marxista também. Na economia a conversa é outra, pois acredito que Marx jamais poderia ter sido chamado de economista, no máximo de filósofo social. Mas, o problema de Celso Furtado, como anteriormente de seu mestre intelectual, Raul Prebisch, foi ter realizado uma leitura, uma ingestão acrítica, uma leitura deformada do que já era então o keynesianismo vulgar. Prebisch traduziu a Teoria Geral para o espanhol precocemente, mas ao começar a escrever sobre a economia latino-americana na Cepal, no final dos anos 1940, o keynesianismo já tinha sido convertido em regrinhas de política econômica. Prebisch foi um pouco mais além: transformou-o em teoria do desenvolvimento, e Celso Furtado adaptou tudo isso ao Brasil. Parece que os UniCampistas pioraram um pouco mais a coisa (mas estou falando de Conceição, não dos bárbaros e aloprados “economistas” que enterraram a economia brasileira). Os aloprados que destruiram a economia brasileira sequer chegaram a aprender keynesianismo, se contentaram com intuição. Deu no que deu...
Paulo Roberto de Almeida 

Sobre Celso Furtado
Ivan Lima
Libertatum, 23/07/2015

Um dos intelectuais esquerdistas depoentes sobre o economista Celso Furtado, no vídeo que recentemente publiquei em Libertatum, fala em encantamento - que segundo ele, o acompanhou por toda a vida -  ao assistir uma palestra de seu ídolo marxista nacional. 

Essa pequena nota é para dizer o quanto eu próprio testemunhei esse encantamento por Celso Furtado em algumas pessoas com as quais me relacionei profissionalmente. Algumas delas era gente culta, com formação superior e empresários. Gente da melhor qualidade moral, e elegantes no trato. Algumas já morreram. Outras não sei se ainda vivem. Mas todas certamente chegaram ou estão chegando ao fim da jornada já há décadas intelectualmente mortos com o tal encantamento a Celso Furtado e sua teoria de transformação do mundo via marxismo. 

E chegaram a essa condição antes mesmo da morte física, simplesmente porque o marxismo é contraditório, destrutivo, e autofágico. Conflituoso, desagregador, com suas falácias sobre as já refutadas teoria da exploração e luta de classe. E seu espírito precisa permanentemente de propaganda para manter-se em evidência pois sua teoria é vazia, inócua, embora seus meios iníquos, impiedosos, quando totalitariamente no poder. Igual a aquelas pessoas que conheci encantadas pelas "ideias" de Celso Furtado, gerações de brasileiros que efetivamente tiveram excelentes oportunidades de através do seu talento intelectual e profissional contribuir para a mudança de mentalidade dessa sociedade estatista, ajudaram a enterra-la mais fundo no buraco socialista em que ela hoje se encontra. 

Em alguma parte da aludida matéria o autor fala como chega a ser ridícula a fala teórica de Celso Furtado no vídeo. Digna de piedade. Destaco o trecho em que Celso Furtado fala sobre a condição de miserabilidade do povo, que "será", segundo ele dizia, eterna, nunca mudará sob o capitalismo. Mudou e muda, - embora penosamente devido ao governo - porque a ação humana é como água, penetra em qualquer fresta e se espraia por toda a parte com sua pujança, ainda que regulada. Isso ocorre da iniciativa do vendedor de bom bom da esquina ao mega empreendedor. A situação de uma sociedade pobre não muda devido as políticas assistencialistas de cunho socialista tipo Bolsa Família e outros mas graças ao mercado, ao capitalismo. E não muda mais rapidamente devido ao intervencionismo do governo na economia e também exatamente devido ás políticas públicas defendidas por tolos como Celso Furtado e seguidores. Devido as medidas "protetivas ao trabalhador" como a CLT que restringindo e proibindo o trabalho joga milhões de brasileiros na desesperança, baixo estima, degradação e estimula criminalidade em muitos deles, ao exigir obrigatoriedade de salário mínimo, carteira assinada, pagamento de decimo terceiro salário, - o ano só tem doze meses - ferias remuneradas pagas por terceiros, pagamento de encargos e tributos para o governo, "direitos", "direitos", "direitos"... Capital gravado, regulado, restringido, desemprego crônico, sociedade pobre. 

O marxismo é a mais contraditória de todas as teorias, produtivamente a mais estéril exatamente porque é contra a produção humana e a liberdade de empreender através dos meios privados de produção. Ou seja, é contra a ação humana. O socialismo é impraticável, nunca deu certo e nunca dará, pois é destituído de precificação como agente que informa durante o processo de mercado, sobre produção e escolha dos consumidores, todos nós. Ludwig von Mises, ainda em 1922, provou a impraticabilidade do socialismo  ao mundo em sua irrefutável obra,  "O Cálculo Econômico Sob o Socialismo". 

É preciso lutar para se alcançar a mudança de mentalidade na sociedade. Mas isso só será possível quando as ideias de encantamento com o socialismo defendido por gente como Celso Furtado parecer ás pessoas inteligentes o que efetivamente é: veneno da mais elevada toxidade pronto para infectar e destruir uma sociedade. 

Um comentário:

wilson disse...

Achei a crítica bastante feroz contra o Furtado... Acredito que o autor poderia se afastar um pouco da 'critica pela critica', e substituir parte do texto por um maior e breve (se isso for possível) aprofundamento da critica a Furtado, como por exemplo, quando ataca medidas assistencialistas e imediatamente propõe o capitalismo com solução, fingindo que essa seria a formula mágica para o pleno desenvolvimento. Talvez o autor tenha simplificado demais e perdido a chance de se aprofundar nas criticas.