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segunda-feira, 7 de março de 2016

Macri: revolucionando a Argentina

Enviado pelo meu amigo e colega Renato Marques, que a recebeu de outrem:

Se fez tudo o que está registrado, a proposta final é boa...


 Confesso que estou estarrecido com o Macri.


Para qualquer brasileiro, que sofre há anos com a paralaxe cognitiva da nossa política (quando não apenas a prática é dissociada do discurso, mas com frequência é o CONTRÁRIO dele), ver um político efetivamente fazendo aquilo que prega é um choque. A minha geração, possivelmente, nem sabia que tal coisa era possível.

Em dois meses de governo, Macri retirou todas as restrições de importações, zerou imposto de exportação de trigo, milho e carne, reduziu imposto sobre soja, automóveis e motos (AUMENTANDO a arrecadação no processo, e provando de uma vez por todas a validade da Curva de Laffer), denunciou o acordo com o Irã, expulsou médicos cubanos sob a justificativa de que não iria financiar ditaduras, já demitiu 19 mil funcionários públicos "nhoques" (aqueles que só aparecem dia 29 para receber, e que foram indicados politicamente), desmontou a "Ley de Medios" e anunciou que vai pagar todas as dívidas dos seus importadores, no importe de US$ 5 bilhões, 80% nas mãos de exportadores brasileiros.

Há duas semanas investidores internacionais fizeram fila em Davos para falar com ele. Essa semana o governo argentino ainda quitou com credores italianos uma dívida de US$ 2,3 bilhões (por US$ 1,350 bi), e está firme no caminho de pagar a parcela restante com fundos "abutres", de US$ 9 bi, com deságio de 30%. Se ele fizer isso, devolve a Argentina ao mercado mundial de capitais, depois de 10 anos de kirchnerismo em que a Argentina foi a leprosa do mundo.

Tudo isso, repito, em DOIS MESES. Enquanto isso, no Brasil, o Congresso estava parado e a presidente convoca rede nacional para anunciar que ainda precisamos nos livrar de uma doença medieval (depois do seu ministro da saúde sugerir que, na falta de uma vacina bancada pelo estado, tínhamos que torcer para que o próprio mosquito imunizasse as pessoas antes da idade fértil).

Será que o Macri não toparia prestar umas 4 horas semanais de trabalho voluntário aqui no Brasil, não? Se a Dilma concordasse em abrir mão do cargo por 20 horas/mês, acho que a gente podia até esquecer o papo do impeachment...

Rafael Guimarães Rosset


 

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