O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Ainda nao entenderam que o governo atrapalha a economia - Rodrigo Constantino

Realmente, quando um político -- aliás, candidato a comandar a Câmara -- anunciou um "pacote de estímulo à economia, de criação de empregos", eu pensei imediatamente: "Xiiii, lá vem bobagem mais uma vez: cada vez que o governo pensa em fazer alguma coisa, vamos ficar piores do qu já estamos. Melhor seria se o governo não pensasse, não fizesse nada, apenas saísse do caminho, não atrapalhasse os empresários, ou melho, que reduzisse impostos, eliminasse legislações anacrônicas (como a do trabalho), diminuísse regulações intrusivas, enfim, deixasse de atrapalhar".
Foi isso que pensei quando anunciaram mais um pacote.
Por isso concordo em gênero, número e grau com o artigo abaixo, introduzido por Ricardo Bergamini.
Paulo Roberto de Almeida 

Prezados Senhores

O que mais admiro nas pessoas racionais e lógicas são os seus textos “curtos e grossos” como esse do nosso amigo pensador Rodrigo Constantino. 

Taxa de crescimento, de câmbio, de juros, de inflação, de desemprego, Carga Tributária, Política Fiscal e Política Tributária são termômetros, não febre. Febre é a orgia de gastos públicos, “sem pé e sem cabeça”.

Não podemos cansar de repetir que o Brasil gasta quase 50% da sua carga tributária com 6,39% de sua população, conforme abaixo:

Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) composto por 13,2 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e militares) que representam apenas 6,39% da população brasileira, sendo 2,2 milhões federais, 4,5 milhões estaduais e 6,5 milhões de municipais gastaram em 2015 o correspondente a 14,98% do PIB. Esse percentual representou 46,18% da carga tributária que foi de 32,44% do PIB em 2015.


Bala de prata

Rodrigo Constantino

Brasileiro realmente adora atacar os sintomas, nunca as causas dos problemas. Somos como aquele marido traído que pega a esposa no sofá com um amante e decide se livrar do móvel para combater o adultério. Pouco racional, para dizer o mínimo. Lembrei da analogia quando vi que o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central estão sendo “fritados”, sob pressão de todo lado. Meirelles e Ilan Goldfajn não mostraram serviço, alegam seus críticos, e a taxa de juros poderia ter caído em ritmo mais forte. Como resposta, fala-se em um novo “pacote”, ou em medidas pontuais microeconômicas para ajudar a destravar os investimentos. Tudo muito desejável, claro. Mas que tal a gente não fugir do cerne da questão dessa vez, para variar um pouco? Vejamos o caso dos juros, um dos mais impactantes no orçamento. Como ser contra uma redução maior? Mas alguém acha mesmo que basta voluntarismo aqui? Não foi exatamente o que fez o governo Dilma, com consequências terríveis?

Estamos como o cachorro que corre atrás do próprio rabo. Precisamos cortar os gastos com juros e aliviar o custo dos investimentos, mas ao mesmo tempo não podemos fazer isso sem antes cortar os gastos públicos, caso contrário teremos mais inflação. A sensação que dá é a de que muitos estão esperando um milagre. Compreende-se a impaciência: a devastação econômica foi brutal, e o PT nos legou 12 milhões de desempregados. Não há tempo a perder.

Mas sem acertar o foco, teremos apenas frustrações, buscando bodes expiatórios no processo. Culpa do Meirelles! Culpa do Bacen! Se ao menos colocássemos alguém mais ousado no comando da economia…

Sinto muito, mas não funciona assim. Não há bala de prata. Eis o verdadeiro problema: o governo quebrou, faliu o estado. Os investimentos não vão retomar enquanto a situação macroeconômica continuar assim. E são os investimentos produtivos que puxam a economia de forma sustentável.

Quem culpa um suposto arrocho fiscal pela contínua queda da atividade o faz ou por ignorância ou por má-fé. Os gastos públicos estão estáveis, não houve queda, e foi justamente o seu crescimento descontrolado na era petista que nos trouxe a esse caos. Querem mais veneno para curar a doença? Seria como tratar da leucemia com sanguessugas. O grande mal a ser combatido é exatamente o excesso de governo. Por isso a importância da PEC do teto. Por isso a necessidade da reforma previdenciária. O governo deveria cortar na carne, eliminar privilégios do setor público. O resto é distração. E como o leitor mais atento terá percebido, tais medidas não dependem do ministro ou do presidente do Bacen, e sim do Congresso – que parece mais preocupado em salvar a própria pele da Lava Jato do que em salvar o País. Aí complica…

Os investimentos não vão retomar com a macroeconomia assim. E são os investimentos produtivos que puxam a economia de forma sustentável

 Sobre o autor

Rodrigo Constantino é economista, escritor e um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”

 

Ricardo Bergamini

www.ricardobergamini.com.br

 

Nenhum comentário: