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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, pede punição para a Rússia na ONU e diz que não se pode 'confiar no mal' (G1)

O presidente Volodymyr Zelensky discursou na Assembleia da ONU nesta terça-feira (19).

Essa é a primeira vez desde o começo da guerra no país dele que Zelensky foi presencialmente a Nova York para participar do encontro. Em 2022, ele participou remotamente.

A Ucrânia foi invadida militarmente pela Rússia em fevereiro do ano passado.

Ele se apresentou com uma camisa verde-musgo no plenário, diferentemente dos outros líderes de Estado de países do Ocidente, que foram de terno.

Guerra final

O ucraniano reclamou do fato da Rússia ainda ter armas nucleares. A Ucrânia se desfez do arsenal durante os anos 1990. "A Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear, e o mundo decidiu que a Rússia deveria manter o seu. Terroristas não têm direito de ter armas nuclear", afirmou. 

Ele afirmou que, por causa do armamento nuclear, cada guerra pode ser "a última guerra", ou seja, pode haver uma destruição muito grande.

Ele então começou a criticar a Rússia por usar a falta de comida como arma de guerra: "Os portos ucranianos foram bloqueados e são alvos de mísseis e drones. É uma tentativa da Rússia de usar a falta de comida no mercado global como arma".

Ele disse que os russos também usam a energia como arma: "O mundo testemunhou a Rússia usar óleo e gás para enfraquecer líderes de outros países. E agora essa ameaça é ainda maior. A Rússia está usando energia nuclear como arma, está tornando usinas de energia de outros países como bombas. Veja o que eles fizeram com a nossa usina de Zapozhizhia", afirmou. A região da usina foi ocupada por forças russas.

Mandado de prisão Putin no TPI

Ele ainda reclamou da deportação de crianças da Ucrânia para a Rússia –centenas de milhares de crianças foram raptadas pela Rússia nos territórios ocupados, disse ele.

"O Tribunal Penal Internacional deu uma ordem de prisão para Vladirmir Putin, o presidente da Rússia, por causa desses crimes. Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio, quando usam ódio contra uma nação, sempre tem continuação", afirmou.


Nesta terça-feira (19), a mídia estatal de Belarus informou que 48 crianças ucranianas chegaram ao país vindos de regiões ucranianas que Moscou afirma ter anexado.

Pergunte a Prigozhin

Ele citou conflitos da Rússia com outros países e disse que muitos assentos na Assembleia da ONU podem ficar vazios se depender da Rússia.

Zelensky criticou as possiveis negociatas com a Rússia: "Não se pode confiar no mal. Perguntem a Prigozhin se dá para contar com as promessas de Putin", disse ele, fazendo uma referência a Yevgeny Prigozhin, um ex-aliado de Putin que morreu em uma queda de avião na Rússia.

"Precisamos nos unir para derrotar o agressor e canalizarmos a energia para responder a esse desafio. Se as armas nucleares precisam ser restringidas, toda a guerra pode ser a guerra final, mas temos que nos garantir que agressão não acontecerá novamente."

Ele também citou diversas vezes a proposta de paz da própria Ucrânia, que prevê a manutenção territorial e soberania de todos os territórios do país.

Encontro com Lula

Zelensky e Lula devem ter o primeiro encontro bilateral na quarta-feira. O encontro está marcado para a parte da tarde, após o brasileiro se encontrar com o americano Joe Biden.


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Lula visita a ditadura cubana antes de seguir para os EUA

 É uma mentira que o povo cubsno passe necessidades por causa do embargo americano: remédios e alimentos estão isentos do embargo, e os EUA são o PRIMEIRO FORNECEDOR DE ALIMENTOS para a ilha-prisão do Caribe. Ela é miserável como são todos os socialismos!

Lula fará visita a Cuba em setembro Presidente brasileiro fará visita ao país no dia 15 de setembro, antes de seguir para Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU 

O Globo, AFP, Bloomberg, 30/08/2023

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá viajar para Cuba no dia 15 de setembro. Ele cumprirá agenda no país caribenho, antes de seguir para Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU. Nos EUA, a agenda presidencial seguirá do dia 16 até 22 de setembro. No início do mês, entre os dias 7 e 11, Lula ainda viajará para a Índia, para participar do encontro do G20, grupo de países em desenvolvimento. Em Cuba, Lula participará de uma agenda do chamado G77, grupo que congrega os países em desenvolvimento. Esta será a segunda agenda bilateral entre Lula e o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. Em junho, os dois se reuniram em Paris, na França, o que foi celebrado pelo governo petista como uma "retomada do diálogo com Cuba, abandonado nos últimos anos pelo governo anterior". Há cerca de 20 dias, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, viajou para Havana e esteve com o presidente cubano. Foi mais um passo de reaproximação do Brasil com países que se distanciaram no governo do ex-presidente Michel Temer e perderam totalmente a importância na gestão de Jair Bolsonaro. A situação do povo cubano, devido às sanções aplicadas há mais de 40 anos pelos Estados Unidos, é uma das preocupações do governo Lula. Existe a possibilidade de o presidente brasileiro voltar a defender o fim do embargo americano, para melhorar as condições de vida da população da ilha caribenha, durante sua ida aos EUA, onde participará da Assembleia-Geral da ONU. Em 2022, o comércio bilateral entre Brasil e Cuba totalizou US$ 292,6 milhões, tendo registrado um aumento de 60,3% em relação a 2021. Em 2023, entre janeiro e maio, as exportações, importações e balança comercial registram um superávit para o Brasil de US$ 67,7 milhões. Encontro na ONU Nos EUA, em um evento conjunto durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula e o presidente americano, Joe Biden, defenderão melhores condições de trabalho nos dois países, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Marinho disse em entrevista à Bloomberg nesta segunda-feira que os dois líderes “vão lançar uma espécie de manifesto” sobre a necessidade de melhorar as relações trabalhistas, ambiente de trabalho e remuneração. A reunião está marcada para 19 de setembro, em Nova York, após os dois presidentes discursarem na Assembleia Geral, segundo pessoas do governo brasileiro familiarizadas com os planos, que pediram anonimato. Biden e Lula divergem sobre questões como a guerra na Ucrânia e relações com a China. Mas as autoridades brasileiras disseram que os líderes estão em sintonia no apoio aos sindicatos em seus países. Biden se diz o presidente mais pró-sindical da história dos EUA e tomou medidas para fortalecer os sindicatos, um ponto-chave para sua coalizão para as eleições do ano que vem. Os presidentes conversaram pela última vez por telefone em 16 de agosto, quando discutiram objetivos comuns sobre o clima e outras questões. Biden recebeu Lula na Casa Branca em fevereiro. A reunião ocorrerá em um momento em que o Brasil trabalha com aliados para aumentar a influência do Brics. Na semana passada, os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul concordaram em convidar Arábia Saudita, Irã, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes Unidos a se unirem ao bloco. Com AFP e Bloomberg)


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Declaração do Brasil na sessão extraordinária da AGNU sobre o caso da agressão russa na Ucrânia - Ainda em cima do muro: Paulo Roberto de Almeida

 Mais uma vez, a diplomacia brasileira, não por culpa dela, mas por culpa do psicopata no poder, e dos generais eunucos do Planalto, ficou em cima do muro, e não disse o que seria preciso dizer: HOUVE UMA AGRESSÃO INJUSTIFICADA de uma nação pacífica, POR UM CRIMINOSO DE GUERRA, houve uma clara VIOLAÇÃO FLAGRANTE DO DIREITO INTERNACIONAL, uma ruptura nítida da CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, e, pior do que tudo, ocorreram ATROCIDADES perpetradas pelas tropas russas contra a população ucraniana. 

Não esperava que a diplomacia brasileira dissesse tudo isso, mas ela se recusa, POR CAUSA DO ALOPRADO NO PLANALTO, e dos seus generais amestrados, a chamar as coisas pelo nome. Quando se fala algo deste gênero: 

"to stop and reverse the belligerent actions before it is too late"

isso representa uma COVARDIA, pois só existem ações beligerantes de uma parte. Quando o Brasil repete que quer uma "cessação de hostilidades, precisaria ficar claro que essas hostilidades NÃO SÃO DAS DUAS PARTES, e que a parte mais fraca está apenas se defendendo de uma AGRESSÃO. Isso é hipocrisia, certamente motivada pelo generalecos amestrados pelo psicopata no poder.

O chanceler Carlos França, numa entrevista concedida à GloboNews, no final do dia 28/02/2022, disse que "nossa posição [do Brasil] é de equilíbrio e não de neutralidade [ou seja DESMENTIU o presidente]; O que o presidente pensou, interpretou ele, seria imparcialidade, uma "posição balanceada".  Mais ainda, disse que o Brasil não quer apontar um culpado [??!!!, SIC três vezes]; Disse ainda que a fortaleza do Brasil é de construção de consenso, busca do diálogo e da conciliação, e que "as sanções não resolvem o problema" [SIC quatro vezes!]

Pergunto (PRA), como ser equilibrado NUMA HORA DESSAS? Quando existe um agressor que se recusa a "cessar hostilidades", como recomenda o Brasil? E quando não se diz claramente QUEM ESTÁ AGREDINDO QUEM?

Finalmente, também corrigiu o presidente, que teria dito a seus "admiradores" na praia que "falei há pouco com o Putin por duas horas", esclarecendo que não houve essa conversa. O presidente é um MENTIROSO, portanto.

Continuo dizendo que a posição diplomática do Brasil continua VERGONHOSA, mas a culpa NÃO É do Itamaraty, e sim dos aloprados que mandam na diplomacia.

Paulo Roberto de Almeida

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NOTA À IMPRENSA Nº 34

Declaração do Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, Embaixador Ronaldo Costa Filho, em sessão especial de emergência da Assembleia Geral da ONU sobre a situação na Ucrânia - 28 de fevereiro de 2022 (texto em inglês)

Statement by the Permanent Representative Ambassador Ronaldo Costa Filho in the Emergency Special Session of the General Assembly on Ukraine

28 February 2022

Mr. President,

Mr. Secretary-General,

This is a defining moment for our organization and for the world. When the drafters of the Charter envisaged our current collective security system back in 1945, they probably thought that they had seen the worst in terms of tragedy and human suffering. If they were here today, they would doubt that assessment. We are under a swift escalation of tensions that could put all of humanity in risk. But we still have time to stop it. 

Brazil voted in favor of the draft resolution before the Security Council on the situation in Ukraine. We regret that the draft was not adopted, but we firmly believe that the Security Council has not yet exhausted the instruments at its disposal to contribute to a negotiated and diplomatic solution towards peace. 

The urgency of the situation convinced us of the need to add the voice of the General Assembly to that of the Security Council in seeking solutions to the crisis in and around Ukraine.  No one can deny the primary responsibility of the Security Council for the maintenance of international peace and security, nor the complementary role that this Assembly can play to that end. 

Brazil welcomes the engagement of the UN Secretary-General in attempting to deescalate the growing tensions. It also notes that Ukraine has initiated a case in the International Court of Justice based on the Genocide Convention. This is the moment for the principal organs of the United Nations to work together in pursuing one of the Organizations’ main objectives: to save us from the scourge of war.  

For that, we need to be exceedingly cautious in moving forward, both in the General Assembly and elsewhere. We are currently witnessing a succession of events that, if not contained soon, would lead to a much broader confrontation. Everyone will suffer, not just those who are fighting. Those who have repeatedly pleaded for de-escalation will also bear the costs of the power play between NATO and Russia that we are currently witnessing.

Over the last years, we have seen the progressive deterioration of the security situation and balance of power in Eastern Europe. The undermining of the Minsk agreements by all parties and the discrediting of the security concerns voiced by Russia prepared the ground for the crisis we are all witnessing.

Let me be clear, however: this situation in no way justifies the use of force against the territorial integrity and sovereignty of any member state. It is against the most basic norms and principles we all abide for and a clear breach of the UN Charter.

 

Mr. President,

It is of our collective interest to jointly do all we can to stop and reverse the belligerent actions before it is too late. Brazil reiterates its calls for an immediate ceasefire in Ukraine, as well as for full respect for international humanitarian law.

Equally important, we call all actors involved to reassess their decisions concerning the supply of weapons, the recourse to cyberattacks and the application of selective sanctions, particularly those which could affect the global economy, including the critical area of food security. At this moment, we need constructive solutions; not actions that will only prolong hostilities and spread the conflict, with rippling effects to the world’s economy and security.

As we speak, hundreds of thousands of civilians have already fled Ukraine. Many more will certainly follow – millions perhaps. The destruction of infrastructure has left people without electricity and water. 

Damage to essential infrastructure, interruption of basic services, including transportation and access to basic supplies, the danger to persons with disabilities, the elderly and children are causes of grave concern. There are pressing humanitarian needs for medical services, medicines, health equipment, shelter and protection. The prospect of hostilities conducted in populated areas, compounded by the possible use of explosive weapons and direct participation of civilians is also extremely worrisome. We urge all parties to avoid this scenario at all costs, bearing in mind the grave risks it poses to the civilian population.

We call on all parties to adopt measures to ensure the protection of civilians and of critical civilian infrastructure, as well as to ensure unhindered humanitarian access to all those in need and the protection of refugees and displaced persons. We also reiterate our appeal to Ukraine and Russia to facilitate the withdrawal of all persons who want to leave the Ukrainian territory. Brazil expresses its gratitude to Poland, Slovakia, Hungary, Moldova, Romania and others who are facilitating the exit of people fleeing the conflict, including Brazilians and Latin Americans. 

Let me also take this opportunity to express our solidarity to all families who have lost someone in this war; to all people left without home, water and electricity; to those who are fleeing in fear, sometimes with nowhere to go; and to everyone who is now trapped in a conflict zone, desperately attempting to find refuge. I wish to commend all personnel that are now in Ukraine trying to alleviate the suffering of the population. We know that you are doing your best in very challenging circumstances, and we know that more could be done to assist you in your efforts. 

Mr. President,

Few times has the General Assembly been convened under the Uniting for Peace Resolution. By meeting today, the international community shows its unwavering determination to reach a diplomatic solution to the ongoing conflict in Ukraine. 

A peaceful settlement of the crisis is not only the cessation of hostilities. It is about creating the conditions for a greater sense of security among all involved. It is about rebuilding bridges and regaining trust. And it is about respect: respect for each other’s legitimate security concern, for civilian lives, for all countries that do not want a war, for international law, and for the most basic principles that have guided this Organization since its inception.

 

Thank you. 


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O discurso que deveria ter sido e não foi: subsídios do Itamaraty para o discurso na AGNU, expurgados na PR - Matheus Leitão (Veja)

 O discurso que o Itamaraty vazou e Bolsonaro não fez

Circula entre empresários brasileiros a versão moderada do discurso que o presidente faria. Para que tentar melhorar a imagem? Chanceler fez “arminha” 
Por Matheus Leitão | 23 set 2021, 10h54

Após o discurso pária do presidente Jair Bolsonaro nas Organizações das Nações Unidas, o Itamaraty resolveu tentar melhorar a sua imagem, como numa contenção de danos, vazando trechos do que seria a ideia original do discurso do chefe da nação brasileira na ONU.

Segundo a coluna apurou, o Ministério das Relações Exteriores fez circular esses trechos até entre empresários. Essa versão do discurso não lido, pode ser uma espécie de Porcina, porque ele também foi sem nunca ter sido.

Geralmente é assim. Em um evento como o da ONU, a Presidência recebe do Ministério das Relações Exteriores propostas iniciais e normalmente a assessoria direta do presidente altera certas palavras, acrescenta algum ponto. Às vezes muda para pior. Neste caso específico, não só piorou muito como adicionou mentiras, como quando disse que no último 7 de setembro os brasileiros fizeram a maior manifestação da história do país.

Um ponto que o ministro Carlos França queria passar era o ambiental e climático, já que haverá a reunião do Clima em Glasgow em dezembro. Mas o trecho foi muito distorcido.

Esta coluna escreveu sobre isso em reportagem com o título “Na batalha da ONU, Bolsonaro massacrou o Itamaraty”, mostrando até trechos que seriam do Ministério das Relações Exteriores e os que seriam de Bolsonaro.

A ideia agora de vazar “o discurso que não foi” faz parte de uma tentativa de mostrar que o Itamaraty seria uma força moderadora no governo Bolsonaro.

O único problema é que esse movimento da pasta é em vão, já que o atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conseguiu destruí-lo em um só gesto, ao fazer o sinal de arminha a manifestantes brasileiros contrários ao governo em Nova York.

Qualquer outro ministro poderia fazer o gesto ridículo, tão repetido pelo presidente Jair Bolsonaro há anos, já que a democracia brasileira escolheu eleger um governo armamentista. Mas, Carlos França não.

Desde cedo aprende-se no Itamaraty que os diplomatas defendem os interesses do Estado e não de um específico governo. Isso tem que ser a máxima de qualquer diplomata. É o primeiro ensinamento da diplomacia.

Quando ele faz a arma, França aderiu ao bolsonarismo. Defendeu o bolsonarismo. E não os interesses do estado brasileiro.

Na verdade, a tentativa de melhorar a imagem do Ministério das Relações Exteriores, vazando o discurso porcina, não resolve o problema, senhor chanceler.

Recolha as armas, ou as arminhas, porque o senhor fez um gesto que demonstra o que escolheu: representar um grupo político e não país como um todo.

https://veja.abril.com.br/blog/matheus-leitao/o-discurso-que-o-itamaraty-vazou-e-bolsonaro-nao-fez/

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Brasil na ONU: a diplomacia se esforça, mas a política externa atrapalha - notícias diversas

 Bolsonaro diz que levará “verdades” sobre o Brasil em discurso na ONU

Ele só poderá ir ao evento porque a ONU mudou sua própria orientação e não exigirá mais comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes no evento
Por Matheus Schuch, Valor — Brasília | 17/09/2021 12h35

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que levará “verdades” sobre o Brasil e o que o país representa para o mundo em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece na próxima semana.

“Na próxima terça-feira, estarei na ONU, participando no discurso inicial daquele evento. Podem ter certeza, lá teremos verdades, realidade do que é o nosso Brasil e do que nós representamos verdadeiramente para o mundo", disse Bolsonaro, ao encerrar discurso no interior de Minas Gerais, pela manhã.

A ONU confirmou ontem que mudou sua própria orientação e não exigirá mais comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes no evento. A medida beneficia Bolsonaro, que não se imunizou e frequentemente coloca em dúvida a segurança e eficácia das vacinas.

Judiciário
Após provocar uma crise institucional com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro defendeu que “tudo pode ser renovado” no país, inclusive o Judiciário. O discurso ocorreu após Bolsonaro dizer que é um que “soldado está na frente de batalha” e reclamar de ataques a membros de sua família.

“Nada me abala”, alegou ele. "Assim seja, nada devemos temer, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna. Vamos vencer essa batalha. Vamos aos poucos mudando o destino do Brasil. Tudo pode ser renovado. Como renova o Executivo, o Legislativo e também o Judiciário".

No caso do STF, os ministros podem ocupar o cargo até completarem 75 anos, limite para aposentadoria compulsória. Durante o atual mandato de Bolsonaro, dois ministros deixaram a Corte por alcançarem a idade. O ministro Celso de Mello foi substituído por Kássio Nunes Marques. Já o outro indicado por Bolsonaro, André Mendonça, que ele pretendia que ocupasse a vaga de Marco Aurélio Mello, tem enfrentado dificuldades para ter seu nome avalizado pelo Senado. A situação é provocada, em parte, pela crise institucional.

Sem citar nomes ou entrar em detalhes sobre o que estava defendendo, Bolsonaro emendou o discurso: "A minha função, chefe do Executivo da nação, é o local onde você passa a reconhecer a amizade, o apoio de boas pessoas, mas também passa a conhecer aqueles que não têm compromisso com a sua nação. Não vamos nominar. Vamos apenas trabalhar. Vamos renovar, vamos acreditar, vamos ter a certeza que nós temos tudo para sermos uma grande nação".

Após elevar a crise institucional ao ápice com discursos em tom golpista no 7 de Setembro, Bolsonaro aceitou a sugestão de conselheiros políticos sobre recuar, assinando uma carta em busca de pacificação. Nos últimos dias, ele havia evitado inflamar os ânimos com o Judiciário.

Bolsonaro cumpre agendas políticas hoje em Minas Gerais e Goiás. Mais cedo, participou do lançamento do projeto “Pró-Águas Urucuia”, em Arinos (MG), que prevê a revitalização de bacias hidrográficas da região.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/09/17/bolsonaro-diz-que-levara-verdades-sobre-o-brasil-em-discurso-na-onu.ghtml

Bolsonaro faz mistério sobre discurso nas Nações Unidas: 'vão distorcer'
Redação Crusoé | 17.09.21 10:31

O presidente Jair Bolsonaro embarca para Nova York neste fim de semana para discursar na sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, na próxima terça-feira, 21. Tradicionalmente, o Brasil inaugura os pronunciamentos de chefes de estado no evento, antecedendo os Estados Unidos.

Apoiadores de Bolsonaro questionaram o presidente nesta sexta-feira, 17, sobre o teor de seu discurso, mas ele preferiu fazer mistério sobre o pronunciamento. Diplomatas estão preocupados com o que Jair Bolsonaro falará diante dos chefes de Estado.

"Viajo domingo, vou fazer o discurso de abertura, é tradição o Brasil fazer. A imprensa quer saber o que vou falar lá. Que vejam na televisão na terça, agora que não vou mostrar, porque vão distorcer", disse Bolsonaro. 

O fato de o presidente brasileiro ter decidido não tomar a vacina contra a Covid-19 gera mal-estar no Itamaraty. Ainda que Nova York tenha estabelecido uma série de restrições para pessoas não imunizadas, diplomatas acreditam que é pouco provável que chefes de Estado tenham que mostrar comprovante de vacinação. Ainda assim, é grande o temor da repercussão negativa no exterior.

Na ONU, Bolsonaro poderá cruzar pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem tenta articular uma conversa desde o início do ano. O Itamaraty ainda tenta viabilizar um encontro formal de Bolsonaro com Biden - seria a primeira conversa entre os dois. O chefe do Planalto deve se encontrar ainda com Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, e com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

https://crusoe.com.br/diario/bolsonaro-faz-misterio-sobre-discurso-na-onu-senao-vao-distorcer

Joe Biden reúne líderes para debater mudança climática e redução de emissão de gases poluentes
Brasil não participou do encontro, que reuniu, entre os líderes latino-americanos, os presidentes da Argentina e do México. A intenção é impulsionar ações antes da COP26, reunião da ONU sobre o clima marcada para novembro. O tema da reunião foi a emissão de metano.
Por G1 | 17/09/2021 10h06  

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizou, nesta sexta-feira (17), o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF, na sigla em inglês), on-line, para debater com líderes mundiais os esforços para combater a mudança climática.

A ideia do encontro é tentar criar ímpeto antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26, marcada para 1º a 12 de novembro.

O Brasil não participou do encontro – que reuniu, entre os líderes latino-americanos, os presidentes da Argentina e do México (veja detalhes mais abaixo).

No discurso de abertura, Biden falou sobre as emissões de metano.

"Temos que nos comprometer a reduzir o gás metano, reduções em 30% abaixo de 2020 em 2030. Isso vai produzir efeito colateral de melhorar saúde pública e agricultura", afirmou.

Embora tenha vida mais curta e seja menos abundante que dióxido de carbono (CO2), o metano (CH₄) é muito mais poderoso na captura de calor e seu impacto sobre o aquecimento global é mais de 80 vezes maior (que o CO2) a curto prazo.

Os EUA e a União Europeia concordam em tentar cortar as emissões do gás em cerca de um terço até o final desta década e estão pressionando outras grandes economias a se unirem a eles, de acordo com documentos vistos pela Reuters.

Nesta semana, a Casa Branca anunciou que Biden espera usar o fórum de líderes depois da COP26 para continuar pressionando por medidas para combater as mudanças climáticas.

Sem Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro não participou do encontro, mas Alberto Fernández, da Argentina, e Andrés Manuel Lopez Obrador, do México, foram confirmados.

Veja a lista de participantes:
Alberto Fernández, da Argentina
Sheikh Hasina, de Bangladesh
Charles Michel, do Conselho Europeu
Ursula von der Leyen, da União Europeia
Joko Widodo, da Indonésia
Moon Jae-In, da Coreia do Sul
Andres Manuel Lopez Obrador, do México
Boris Johnson, do Reino Unido
António Guterres, da ONU

Países em desenvolvimento
No discurso de abertura, Biden citou duas vezes os países em desenvolvimento. "Estamos também comprometidos em ajudar países em desenvolvimento que querem melhorar o meio ambiente. Demos passos para melhorar empregos, abandonando poços de petróleo e gás" afirmou.

"Temos que apoiar países em desenvolvimento, queremos dobrar nosso financiamento de clima até 2024. Posso garantir que estamos avançando para mobilizar US$ 6 bilhões [cerca de R$ 32 bilhões] por ano para esses países", disse.

Preparação para COP26
A reunião organizada pelos EUA é uma preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26. Marcada para novembro em Glasgow, na Escócia, a conferência reúne, anualmente, líderes do mundo inteiro para discutir as mudanças climáticas.

Nesta edição, os governantes vão avaliar os resultados previstos no Acordo de Paris, de 2015, um marco nas negociações internacionais sobre o clima. Isso porque, naquele ano, os países se comprometeram a manter o aumento de temperatura da Terra a no máximo 1,5ºC desde a era pré-industrial.

O progresso feito até agora deveria ter sido avaliado em 2020, mas, por causa da pandemia, a conferência foi adiada para este ano.

Até hoje, o planeta já aqueceu 1,2ºC. No ritmo em que está, o mundo não vai atingir a meta prevista no acordo. Na verdade, as metas anunciadas em Paris resultariam em um aquecimento bem acima de 3ºC até 2100 em comparação com os níveis pré-industriais.

Para conseguir cumprir o acordo, o mundo precisa reduzir as emissões pela metade na próxima década e atingir emissões líquidas zero de carbono até a metade do século se quiser limitar os aumentos da temperatura global a 1,5ºC.

Líderes em emissões
Como parte do Acordo de Paris, todos os países concordaram em comunicar ou atualizar suas metas de redução de emissões – sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) – a cada cinco anos, para refletir sua ambição mais elevada possível e uma progressão ao longo do tempo.

O site da COP26 alerta que "é especialmente importante que os países desenvolvidos e os maiores emissores assumam a liderança".

Em 2019, o Global Carbon Atlas (Atlas Global de Carbono, em tradução livre) divulgou um ranking dos 20 maiores emissores de CO2 do mundo ao longo do tempo. O Brasil aparece em 13º lugar. Veja os outros:
  1. China
  2. EUA
  3. Índia
  4. Rússia
  5. Japão
  6. Irã
  7. Alemanha
  8. Indonésia
  9. Coreia do Sul
  10. Arábia Saudita
  11. Canadá
  12. África do Sul
  13. Brasil
  14. México
  15. Austrália
  16. Turquia
  17. Reino Unido
  18. Itália
  19. França
  20. Polônia
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/09/17/biden-reune-lideres-para-debater-mudanca-climatica-presidentes-da-argentina-e-mexico-participam-mas-bolsonaro-nao.ghtml