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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Argentina: a noite dos longos cassetetes, e a fuga de cerebros, depois - Revista Pesquisa Fapesp


50 anos esta noite

Invasão policial na Universidade de Buenos Aires em 1966 foi precursora da fuga de cérebros na Argentina



Revista Pesquisa Fapesp ED. 246 | AGOSTO 2016

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© ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN
Noche de los Bastones Largos: policiais federais invadiram e prenderam 400 alunos e professores da Universidade de Buenos Aires...
Noche de los Bastones Largos: policiais federais invadiram e prenderam 400 alunos e professores da Universidade de Buenos Aires…
Um grupo de antigos alunos e alguns professores aposentados da Universidade de Buenos Aires (UBA) foi homenageado, no último dia 29 de julho, em um complexo de prédios históricos da capital argentina onde funcionava até 1971 a Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da instituição. Ali, exatos 50 anos antes, os homenageados envolveram-se em uma jornada violenta que é apontada como um ponto de inflexão para a ciência do país, deflagrando a saída de levas de pesquisadores argentinos para o exterior. O 29 de julho de 1966 ficou conhecido como a Noche de los Bastones Largos, quando cinco faculdades da UBA foram tomadas por tropas da Polícia Federal argentina. Munidos de cassetetes compridos (os bastones largos) e bombas de gás lacrimogêneo, os policiais prenderam 400 estudantes e professores que ocupavam desde a manhã os prédios em protesto contra um decreto que suprimia a autonomia das universidades públicas e a forma de administração compartilhada por professores, alunos e ex-alunos. A violência foi um desdobramento de um golpe militar liderado pelo general Juan Carlos Onganía que derrubara um mês antes o presidente civil Arturo Illia.
A imagem de alunos e professores rendidos e ensanguentados depois de passarem por um corredor polonês de policiais tornou-se simbólica. “Aquela noite obscureceu não apenas a universidade, mas também um projeto de desenvolvimento do país”, discursou o atual reitor da UBA, Alberto Barbieri, para os homenageados. Após a ação policial – que não poupou dos cassetetes nem o pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Warren Ambrose, que visitava a UBA –, cerca de 1.400 docentes renunciaram a seus cargos em protesto e pelo menos 300 se exilaram. Metade foi trabalhar em universidades latino-americanas, principalmente no Chile, no México e na Venezuela. Quase uma centena mudou-se para os Estados Unidos e o Canadá e cerca de 40 foram para a Europa. Em alguns casos, grupos inteiros de pesquisa foram desarticulados, como o do Instituto de Cálculo de Ciências Exatas da UBA. Todos os seus 70 pesquisadores renunciaram e deixaram o país. Casos semelhantes ocorreram em institutos dedicados ao estudo de raios cósmicos e à psicologia evolutiva. Muitos dos cientistas que emigraram fizeram carreira no exterior, caso do historiador marxista Sergio Bagú, que morreu no México em 2002. Outros retornaram, como o matemático Manuel Sadosky (1914-2005), pioneiro da ciência da computação no país, que se tornou secretário de Ciência e Tecnologia em 1989, após a redemocratização.
© BIBLIOTECA DIGITAL/PROGRAMA DE HISTÓRIA DE LA FCEN/UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES
...deixando feridos como o matemático Juan Merlos
…deixando feridos como o matemático Juan Merlos
A partir de 1966, a Argentina se tornou conhecida como um país exportador de profissionais qualificados. Uma segunda grande onda de pesquisadores e jovens profissionais recém-graduados emigrou por razões políticas a partir de 1976, quando um novo golpe militar deu início a uma ditadura sangrenta que levou à morte ou ao desaparecimento de 30 mil pessoas – nessa fase, que durou até a redemocratização da Argentina em 1983, o Brasil recebeu vários pesquisadores argentinos. Em tempos recentes, a fuga de cérebros se deu por razões eminentemente econômicas, como após a profunda crise econômica que levou à renúncia do presidente Fernando de la Rúa em 2001. Um estudo feito pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), divulgado em 2006, mostrou que na virada para o século XXI a Argentina era o país da América espanhola que, proporcionalmente, mais fornecia mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho norte-americano, na forma de engenheiros, técnicos especializados e cientistas. A cada mil argentinos que haviam emigrado para os Estados Unidos, 191 eram altamente qualificados, ante 156 do Chile, 100 do Peru e 26 do México.
O trauma da fuga de cérebros transformou a repatriação de pesquisadores em política de Estado nos últimos anos. Em 2008, uma lei federal criou o programa Rede de Pesquisadores e Cientistas da Argentina no Exterior (Raíces, em espanhol), que estabelece um fundo para pagar as passagens de volta de pesquisadores argentinos radicados no exterior e trabalha em conjunto com empresas na oferta de vagas para fixá-los no país. O Raíces conseguiu atrair de volta cerca de 1,2 mil pessoas, entre cientistas que haviam deixado a Argentina há muitos anos e ex-bolsistas de pós-graduação no exterior que queriam voltar, mas não encontravam emprego. O programa também estabeleceu vínculos com 5 mil cientistas argentinos residentes em vários países, financiando visitas à Argentina durante as quais colaboram com universidades e empresas.
© MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DA ARGENTINA
Ação deixou um rastro de destruição
Ação deixou um rastro de destruição
“O impacto da Noche de Los Bastones Largos foi enorme para um país que tinha grande tradição universitária e em pesquisa científica e sofreu com a expulsão de núcleos científicos inteiros por ondas autoritárias”, observa o historiador José Alves de Freitas Neto, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp), um estudioso da história da Argentina. A formação do sistema de ensino superior e de pesquisa na Argentina teve uma trajetória diferente da dos demais países da América Latina. Ainda na segunda metade do século XIX, dedicou-se a universalizar a educação básica e, no século XX, investiu pesadamente no acesso ao ensino superior. Ostentava em 2014 uma taxa bruta de escolarização superior de 54,5% – o indicador é a porcentagem de matrículas no ensino superior em relação à população de 18 a 24 anos de idade. No Brasil o índice era de 34% no mesmo ano. Todos os que concluem o ensino médio têm o direito de ingressar nas universidades públicas, embora uma parte deles deixe o curso ao final de um ciclo básico de estudos. Com mão de obra bem formada, o país obteve um sucesso singular no campo científico, simbolizado pela conquista de dois prêmios Nobel de Medicina e Fisiologia, com Bernardo Houssay, em 1947, e Cesar Milstein, em 1984, e um de Química, com Luis Federico Leloir, em 1970.
A partir dos anos 1940, bons pesquisadores argentinos eventualmente eram atraídos por oportunidades de trabalho em outros países – o que não chegava a configurar uma fuga de cérebros. Um exemplo é o do neurofisiologista Miguel Covian (1913-1992), que formou um grupo de pesquisa na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) a partir de 1955. Em 1961, Cesar Milstein transferiu-se para a Universidade de Cambridge e acabou se naturalizando inglês.
© ARCHIVO GENERAL DE LA NACIÓN
Estudantes tomam a Universidade de Córdoba em 1918: mobilização levou à reforma universitária
Estudantes tomam a Universidade de Córdoba em 1918: mobilização levou à reforma universitária
Se a circulação internacional dos pesquisadores argentinos não era incomum, os efeitos da instabilidade política na universidade já eram frequentes. Autor do livro Vizinhos distantes: Universidade e ciência na Argentina e no Brasil (EdUERJ, 2000), o sociólogo argentino Hugo Lovisolo, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, observa que a perseguição política a professores tinha antecedentes. “O próprio Bernardo Houssay foi posto para fora”, afirma, referindo-se a um episódio de 1943, quando o fisiologista perdeu sua cátedra na UBA após um golpe militar que derrubou o presidente Ramon Castillo. Houssay retornou à UBA em 1955.
Na primeira metade do século XX, as universidades argentinas se tornaram ambientes fervilhantes e politizados. O marco foi a Reforma Universitária de 1918, que serviria de inspiração para outros países do continente. A reforma seguiu-se a uma intensa mobilização estudantil na Universidade Nacional de Córdoba, que teve início em 1916 e conseguiu reformar o estatuto da instituição, ampliando a participação política dos alunos e reduzindo a influência dos jesuítas no comando da universidade. Em 1918, os estudantes rebelaram-se novamente, agora contra a escolha de um novo reitor ligado à Igreja Católica, feita por uma assembleia de docentes. O governo federal interveio, nomeou como reitor provisório o ministro da Justiça, José Salinas, e promoveu uma reforma baseada nas reivindicações dos estudantes, entre as quais autonomia política e administrativa para as universidades; um regime de administração compartilhada que previa a eleição dos mandatários por representantes de professores, alunos e ex-alunos; a seleção de docentes por concurso; a gratuidade do ensino superior; e a liberdade para os alunos assistirem ou não às aulas. “O que aconteceu em 1966 foi um marco porque quebrou o pressuposto da Reforma de Córdoba”, diz o historiador Freitas, da Unicamp.
© GALIO/WIKI MEDIA COMMONS
Sede atual da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais e alunos da UBA...
Sede atual da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais e alunos da UBA…
O Brasil acolheu cientistas argentinos principalmente a partir dos anos 1970, época em que o governo militar buscava consolidar o sistema de pós-graduação voltado para a formação de pesquisadores criado em 1966. O neurocientista Ivan Izquierdo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), deixou a Argentina por motivos políticos em 1971 e se transferiu para o Brasil.
A Unicamp contratou dezenas de pesquisadores argentinos. O físico portenho de nascimento e criado na cidade de Mendoza Fernando Alvarez, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, deixou Buenos Aires em 1976, um mês após o golpe que destituiu a presidente Isabelita Perón, para fazer doutorado na Universidade de Delaware, nos Estados Unidos. Ele trabalhava como pesquisador no Instituto de Tecnologia Industrial e foi demitido pelo interventor militar que assumiu o comando da instituição após o golpe. Alvarez ainda tentou convencer o irmão, um físico que trabalhava na Comissão Nacional de Energia Atômica, e a cunhada, matemática, a deixarem o país, mas eles não quiseram. O casal foi sequestrado e seus nomes integram a lista de desaparecidos políticos.
© CRISTIAN O. ARONE /WIKI MEDIA COMMONS
...acesso amplo ao ensino superior
…acesso amplo ao ensino superior
Após vários anos morando nos Estados Unidos, encontrou-se num congresso na França com o físico argentino Ivan Chambouleyron, também um exilado político, que formava um grupo de pesquisa em energia solar na Unicamp e o convidou a vir ao Brasil. “Montamos um grupo forte, que hoje se dedica ao desenvolvimento de materiais avançados e dispositivos para uso de microeletrônica e já formou cerca de 40 doutores”, diz Alvarez, que fez sua carreira no Brasil. “Continuei a colaborar com pesquisadores argentinos e ajudei a formar vários deles em meu laboratório.” Já Ivan Chambouleyron voltou para a Argentina depois de trabalhar três décadas no Brasil. “Hoje, após mais de 30 anos em um país que me acolheu generosamente, considero que o Brasil é o meu lugar.”
Outro exemplo é o de Luis Bahamondes, especialista em reprodução humana da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Unicamp). “Eu era estudante de medicina na Universidade Nacional de Córdoba em 1966 e lembro que entramos em greve contra o golpe militar. Acabamos perdendo o ano letivo”, conta. “Os militares diziam que a universidade era um antro de comunistas, mas a verdade é que o movimento estudantil tinha simpatizantes de várias correntes políticas.” Bahamondes participaria de outras duas revoltas contra os militares, em 1969 e 1971, que ficaram conhecidas como Cordobazo e Viborazo.
Graduado em 1971, deixou o país dois anos mais tarde para trabalhar no Uruguai. Depois passou uma temporada no México e veio para o Brasil com um convite para trabalhar numa clínica particular em 1977, mas não se adaptou ao emprego, e foi atraído para a Unicamp em 1978. “O reitor da universidade na época, Zeferino Vaz, recebia até professores estrangeiros que ainda não tinham documentos para ficar no Brasil”, recorda-se. “A ditadura brasileira não era tão burra quanto a argentina e conseguia entender que o desenvolvimento do país passava pelas universidades públicas.” Voltou para a Argentina em 1983, mas não se satisfez com o ambiente de trabalho no país e aceitou um convite para retornar à Unicamp em 1988. “Hoje minhas raízes estão aqui. Tenho um filho, um genro e quatro netos brasileiros.”

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Rui Barbosa e o direito internacional - Sergio E. M. Lima, Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

Mais recente artigo publicado, pequeno, mas simbólico, pois hoje se comemora, justamente, além da queda da Bastilha -- que é um episódio menor da vida internacional --, os cem anos do famoso discurso de Rui Barbosa na Faculdade de Direito de Buenos Aires, em 14 de julho de 1916, quando ele condena a violação da neutralidade da Bélgica pelo Império alemão.
Paulo Roberto de Almeida


Rui Barbosa e o direito internacional

Sérgio Eduardo Moreira Lima
Paulo Roberto de Almeida
Correio Braziliense, 14/07/2016
  
            Há cem anos, quando a Argentina comemorou o primeiro centenário de sua independência, o governo brasileiro designou o senador Rui Barbosa como seu representante nos festejos. Além de participar das cerimônias oficiais, Rui Barbosa foi convidado a palestrar na Faculdade de Direito de Buenos Aires, ali pronunciando uma das mais importantes alocuções da história do direito internacional no Brasil. Dada a contribuição de suas reflexões para a construção da doutrina jurídica que sustenta a essência da política externa brasileira, bem como para a afirmação de valores e princípios da diplomacia defendida pelo Itamaraty, vale relembrar alguns conceitos fundamentais dessa conferência, ainda válidos em nossos dias.
            Em 1983 a Casa de Rui Barbosa publicou o texto definitivo, traduzido do espanhol, dessa palestra, “Os Conceitos Modernos do Direito Internacional”, durante muito tempo denominada como “O Dever dos Neutros”. Rui já era conhecido na Argentina, onde vivera entre 1893 e 1894, fugindo da perseguição que lhe movia o governo de Floriano por sua posição em defesa dos revoltosos da Armada. Depois de repassar os episódios mais relevantes do itinerário independentista argentino – iniciado em 1806, avançando em 1810 e consagrado definitivamente no Congresso de Tucuman, em 9 de julho de 1816, quando se proclamou a autonomia do país em face da Espanha –, Rui Barbosa cita Juan Bautista Alberdi, que condenava, no panfleto “A Onipotência do Estado”, o culto ao Estado como “a negação da liberdade individual”.
Ele chega então ao cerne de sua exposição: a condenação formal do uso da força, representada pela violação da neutralidade da Bélgica por tropas do Império alemão, em total desrespeito aos princípios discutidos poucos anos antes na Segunda Conferência da Paz da Haia, na qual Rui fora o chefe da delegação brasileira. Suas palavras, em defesa desse princípio, foram muito claras: “Entre os que destroem a lei e os que a observam não há neutralidade admissível. Neutralidade não quer dizer impassibilidade; quer dizer imparcialidade; e não há imparcialidade entre o direito e a injustiça. (...) O direito não se impõe... com o peso dos exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos povos. (...) Não há duas morais, a doutrinária e a prática. A moral é uma só: a da consciência humana, que não vacila em discernir entre o direito e a força.”
            Essa conferência de Rui Barbosa foi relembrada pelo chanceler Oswaldo Aranha, em 1942, no exato momento em que o Brasil se viu confrontado à extensão da guerra europeia ao continente americano, instando, então, o país a assumir suas responsabilidades no plano dos princípios do direito internacional e em consonância com os deveres da solidariedade hemisférica. A Alemanha tinha, mais uma vez, violado a neutralidade da Bélgica, para invadir a França. A postura de Aranha – que havia recepcionado Rui, como jovem estudante no Rio de Janeiro, quando o jurista desembarcou em sua volta ao Brasil –, foi decisiva para que, ao contrário da vizinha Argentina, então controlada pelo Grupo de Oficiais Unidos, de orientação simpática ao Eixo, o Brasil adotasse uma postura compatível com a construção doutrinária iniciada por Rui e de acordo a seus interesses nacionais, nos contextos hemisférico e global, em face do desrespeito brutal ao direito internacional cometido pelas potências nazifascistas na Europa e fora dela. 
            Vinte anos depois, o chanceler San Tiago Dantas, um dos grandes tribunos do pensamento jurídico da diplomacia brasileira, defende o respeito ao princípio da não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, que estava então em causa nas conferências e reuniões pan-americanas em torno do caso de Cuba. Outros juristas e diplomatas brasileiros, ao longo do século, a exemplo de Raul Fernandes, Afrânio de Melo Franco, Afonso Arinos e Araújo Castro, participaram dessa construção doutrinal e pragmática dos valores e princípios da diplomacia brasileira. Há que se reconhecer, no entanto, que Rui Barbosa foi um dos responsáveis pela contribuição das grandes diretrizes políticas e jurídicas que hoje integram plenamente o patrimônio da diplomacia brasileira.

Sérgio Eduardo Moreira Lima, embaixador, é presidente da Fundação Alexandre de Gusmão; Paulo Roberto de Almeida é ministro da carreira diplomática e professor nos programas de mestrado e doutorado em Direito do Uniceub.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

OCDE: Argentina passa na frente do Brasil na aproximacao

Argentina OCDE

Argentina formaliza su interés por incorporarse a la OCDE

BRASILIA (BRASIL), 04/11/2015- EFE/Fernando Bizerra Jr.
El secretario general de la OCDE, Ángel Gurría, subrayó que la petición "ha sido muy bien recibida" por los países miembros.
Infolatam/Efe
París, 2 de junio de 2016
Argentina ha formalizado, con una carta presentada con ocasión de la reunión ministerial de la OCDE, su interés por convertirse en miembro para que eso sea tenido en cuenta en el debate que se va a mantener en los próximos meses sobre su ampliación.
El secretario general de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), el mexicano Ángel Gurría, precisó en conferencia de prensa el sentido de esa misiva argentina que, subrayó, “ha sido muy bien recibida” por los países miembros.
Gurría, que precisó que la solicitud, que no es todavía una demanda de adhesión, “será tomada en consideración” y analizada en los debates que están previstos sobre futuras ampliaciones en el conocido como el “Club de los países desarrollados”.
Hizo notar que esta semana han estado en la sede de la OCDE en París tanto la canciller, Susana Malcorra, como los ministros de Finanzas, Alfonso Prat Gray, y de Producción, Francisco Cabrera.
Gurría también recordó que cuando un país solicita el ingreso, los Estados miembros (ahora van a pasar a ser 35, con la incorporación de Letonia) analizan si puede ser considerado candidato, lo que da lugar a un intercambio de informaciones y al establecimiento de una hoja de ruta para la adaptación de sus normas y sus prácticas a los estándares de la organización.
El ministro chileno de Exteriores, Heraldo Muñoz, cuyo país ejerció este año la presidencia de la ministerial, consideró “muy importante” la carta de la canciller a la OCDE e hizo hincapié en que Chile apoya “plenamente” las intenciones de su vecino.
Malcorra dijo, tras entrevistarse el pasado lunes con Gurría, que confiaba en que el trabajo en común avanzara para poder formalizar una demanda de adhesión “en un par de meses máximo”.
Hay tres países en proceso de ingreso, Colombia -el que está en un estadio más avanzado-, Costa Rica y Lituania.

domingo, 29 de maio de 2016

Argentina: um papa peronista e um presidente liberal (?) - Carlos Malamud

Sempre achei o papa peronista. Não assim por acaso, pois no início, sendo jesuíta, achei que seria mais um intelectual no comando de uma instituição necessitada de renovação sobretudo mental. Mas, à luz de suas muitas declarações "econômicas" antimercado, conclui que se tratava de mais um peronista mental, com todas as implicações do que isso significa de negativo.
Não tenho razões para mudar de opinião, e um dia vou fazer uma análise mais detalhada do anti-liberalismo econômico debilóide desse papa, que promete assim contribuir para a preservação da miséria no mundo, ao se opor ao capitalismo e aos livres mercados.
Agora vejo que meu amigo Carlos Malamud também faz uma análise crítica das posições desse papa, que parece ter esgotado sua veia reformista, e se rendido à burocracia do Vaticano. Vamos continuar acompanhando o papa peronista...
Paulo Roberto de Almeida

Carlos Malamud: Argentina y el Papa

La compleja relación de Macri con el populismo papal

Infolatam, Madrid, 29 mayo 2016
Por Carlos Malamud
Las claves
  • Hebe Bonafini era una conspicua exponente de esa línea confrontacional. En 2007 señalaba que: "La basura va junta, Macri, [el general] Bendini y Bergoglio. Son de la misma raza y de la misma ralea. Son fascismo, son la vuelta de la dictadura.
En marzo pasado el historiador italiano Loris Zanatta publicó en Il Mulino el artículo “Un Papa populista”, reproducido en abril por la revista argentina Criterio . Zanatta insistía no sólo en el carácter peronista de Jorge Bergoglio sino también en la deriva populista de su pensamiento. Así señalaba que “para Bergoglio el peronismo encarna la saludable conjugación entre pueblo y nación en la defensa de un orden temporal basado en los valores cristianos, e inmune a los liberales… Bergoglio es hijo de una catolicidad embebida de antiliberalismo visceral, que se erigió a través del peronismo en guía de la cruzada católica contra el liberalismo protestante, cuyo ethos se proyecta como una sombra colonial en la identidad católica de América Latina”.
La publicación de este artículo en Argentina prácticamente se ha superpuesto con la audiencia de casi dos horas que el papa Francisco concedió a Hebe Bonafini, dirigente de las Madres de Plaza de Mayo. Este encuentro suscitó una intensa discusión en torno a dos cuestiones: ¿cuánto influye Bergoglio en la política argentina? y ¿cuál es su relación con el gobierno de Mauricio Macri?
Mientras la respuesta a la primera pregunta es intuitiva y depende del punto de observación, la segunda está llena de claroscuros, y desde que los dos compatriotas ocupan sus actuales cargos el vínculo no está siendo precisamente fluido. No ha habido ni una llamada de felicitación ni una carta cariñosa de un argentino a otro después de la elección presidencial. En el único encuentro oficial en el Vaticano, de 22 minutos de duración, la cara de circunstancia de Bergoglio era la suma de la elocuencia frente a un sorprendido Macri. Fue tal el clima vivido en esa reunión protocolaria que muchos no dudaron en calificarla cuanto menos de fría.
Esta falta de sintonía contrasta con los contactos más estrechos y constantes de Bergoglio con la ex presidente Cristina Fernández, que no perdía ocasión de peregrinar a Roma o a cualquier otro lugar del mundo, como La Habana, donde viajara Francisco. Y si bien tras el Cónclave que lo eligió Papa, tanto Fernández como todo el núcleo duro kirchnerista insistieron en sus acusaciones de complicidad con la dictadura militar, rápidamente se produjo una rectificación luego convertida en obsecuencia.
Hebe Bonafini era una conspicua exponente de esa línea confrontacional. En 2007 señalaba que: “La basura va junta, Macri, [el general] Bendini y Bergoglio. Son de la misma raza y de la misma ralea. Son fascismo, son la vuelta de la dictadura. Son la dictadura misma. Los tres representan la dictadura”. Pese a aceptar a regañadientes la postura oficial, rechazó una relación más fluida con su encarnizado enemigo de ayer. Sin embargo, a la vista de la actitud crítica del Papa con el actual gobierno decidió viajar a Roma y capitalizar políticamente el encuentro.
Eduardo de la Serna, coordinador de Opción por los Pobres, un grupo de curas cercanos a Francisco y a Cristina Fernández, pidió recientemente la renuncia de Macri. La comparación posterior del Papa entre los conflictos sociales, económicos y políticos de Argentina y Venezuela (junto a Brasil y Bolivia) también debió ayudar a Bonafini a decidir sobre la conveniencia de su peregrinaje. Ya en Santa Marta le advirtió al Papa que “En cinco meses este Gobierno destruyó lo que hicimos en 12 años, hay mucha violencia institucional. Nosotros tenemos miedo, mucho miedo, a que algún loco suelto responda a esa violencia que nos están imponiendo”. Más tarde, en otras declaraciones, dijo que encontró triste al Papa por la situación actual de su país, que le recordaba el golpe que derrocó a Juan Domingo Perón en 1955, y esperaba que no se repitiera algo parecido.
El encuentro papal con Bonafini ha originado una intensa discusión. Jorge Fernández Díaz insistía en el daño que los gestos y palabras de Bergoglio hacen a Argentina. Y si bien en el debate se enfrentan los que rescatan al actual gobierno con los defensores a ultranza de la gestión anterior, también están los que reivindican la labor de la Iglesia en el combate contra la pobreza o su rol pastoral frente a los que insisten en la laicidad del Estado y la primacía del individuo.
Luis Alberto Romero, un referente de la historiografía argentina actual, expuso su opinión en el artículo “Macri en el camino de Canossa”, que compara el peregrinaje del emperador Enrique IV para solicitar el perdón papal con la situación argentina. De modo concluyente señala que “Francisco… ha asumido muchas causas loables, pero siempre con un discurso anticapitalista y antimoderno que recuerda a Pío IX. Pero además, sigue siendo el padre Jorge, peronista, con más madera de político de provincia que de pastor curador de almas… Hoy, el padre Jorge confronta con Macri para medir quién tiene mayor peso en los barrios y en el discurso. En San Pedro atiende el juego grande y en Santa Marta, el chico. Allí quiere verlo a Macri jugando bajo sus reglas. Quiere que Macri haga su camino de Canossa”.
Tras el triunfo de Macri surgió la pregunta de si iba a ser el primer presidente no peronista que terminara su mandato constitucional. Entre los distintos argumentos que esgrimí entonces para optar por una respuesta positiva estaba la existencia de un Papa argentino que, llegado el momento, optaría por el mantenimiento del orden institucional más allá de sus inclinaciones políticas y partidarias. Por ahora, y a la vista del escaso interés de Bergoglio por respaldar al gobierno democrático de su país, parecería que los hechos me llevan la contraria, aunque su anuncio en el Vaticano de que en julio próximo el partido de fútbol por la Paz se jugará en Argentina podría significar lo contrario. Por eso, hoy más que nunca es necesario un claro pronunciamiento del Papa en defensa de la democracia argentina, aunque no apoye a su gobierno.

Carlos Malamud: 
Catedrático de Historia de América de la Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), de España e Investigador Principal para América Latina y la Comunidad Iberoamericana del Real Instituto Elcano de Estudios Internacionales y Estratégicos. Ha sido investigador visitante en el Saint Antony´s College de la Universidad de Oxford y en la Universidad Torcuato Di Tella de Buenos Aires y ha estado en posesión de la Cátedra Corona de la Universidad de los Andes, de Bogotá. Entre 1986 y 2002 ha dirigido el programa de América Latina del Instituto Universitario Ortega y Gasset, del que ha sido su subdirector. Actualmente compatibiliza su trabajo de historiador con el de analista político y de relaciones internacionales de América Latina. Ha escrito numerosos libros y artículos de historia latinoamericana. Colabora frecuentemente en prensa escrita, radio y TV y es responsable de la sección de América Latina de la Revista de Libros.

Samuel Pinheiro Guimaraes: entrevista a Pagina 12 (Argentina): sobre política externa, integracao, etc.

SPG, o ex-SG do Itamaraty na gestão Lula (durante sete anos), é muito conhecido para ser apresentado. Ressalto apenas que ele continua um persistente defensor do antigo regime lulopetista, ignorando por completo as acusações de corrupção contra o ex-presidente e sua sucessora, e repetindo seus mesmos conceitos sobre política externa, política econômica, integração regional e temas afins.
Suas considerações sobre estas questões objetivas mereceriam, por certo, muitos outros argumentos de natureza econômica ou sobre opções de integração regional e de inserção na economia mundial, que não me cabe fazer aqui, neste momento, tanto porque teriam de ser muito longos, como porque desvirtuariam a transcrição de sua entrevista, neste espaço.
Ele pode ter razão em algumas alegações -- sobre as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, por exemplo -- mas continua insistindo numa velha concepção do desenvolvimento brasileiro derivada diretamente de suas teses cepalianas e nacionalisteiras atrasadas, que, repito, teriam de ser longamente rebatidas. Já o fiz em diversas oportunidades, como posso fazer novamente em próxima ocasião.
No momento cabe registrar sua insistência nas mesmas teses mentirosas da presidente afastada e dos blogueiros mercenários sobre o processo de impeachment, e sua total negação das realidades do regime hiper-corrupto do lulopetismo, uma quadrilha mafiosa que simplesmente destruiu a economia brasileira.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29/05/2016


ENTREVISTA A SAMUEL PINHEIRO GUIMARAES, EX VICECANCILLER DE LULA

“En Brasil hubo una conspiración”
El ex vicecanciller de Lula y ex número uno del Mercosur niega que Lula y Dilma hayan desplegado una diplomacia “ideológica” y advierte contra acuerdos de libre comercio.

Martín Granovsky
Página 12, 20 mayo 2016

–¿El de Michel Temer es un gobierno legítimo?

–El gobierno de Michel Temer es interino. Y es el resultado de una conspiración. Participaron de ella, en forma coordinada, distintos sectores: los políticos involucrados en denuncias de corrupción; los políticos y partidos de oposición, como el Partido de la Socialdemocracia Brasileña, desconformes con la para ellos inesperada derrota por escaso margen de 2014; los políticos conservadores desde el punto de vista social, como los evangélicos; los medios de comunicación en especial el sistema Globo, con decenas de canales de televisión, de radios, diarios y revistas; el Poder Judicial, desde el juez Sergio Moro, mesiánico y dispuesto a practicar en su lucha contra la corrupción actos ilegales de todo tipo, hasta los ministros de la Corte Suprema que, pudiendo y debiendo hacerlo, no lo disciplinaron; los intereses extranjeros que vieron en las dificultades económicas la oportunidad de revertir políticas de defensa de los capitales nacionales para promover la reducción del Estado y la apertura hacia los bienes y capitales extranjeros, como en el caso de Petrobrás y los riquísimos yacimientos de petróleo del pré-sal, o como en el caso del Banco Nacional de Desarrollo; el mercado financiero, estos es, los grandes inversores y millonarios que abarcan a 71.440 brasileños cuya renta mensual media es de 600 mil dólares; los rentistas, temerosos de una política de reducción de tasas de interés; las asociaciones empresarias como la Fiesp, la Febraban, la CNI y la CNA; los defensores de las políticas de austeridad que quieren la reducción de los programas sociales, la revisión de derechos de los trabajadores, el equilibrio fiscal mediante la reducción del Estado y de los programas sociales y el fin de la fiscalización de los abusos de las empresas; y, finalmente, los diputados, senadores, economistas y periodistas que fueron intérpretes, portavoces o beneficiarios de los intereses que acabo de describir. Tomemos un nombre como ejemplo: Eduardo Cunha.

–El presidente de la Cámara de Diputados durante la votación de la admisibilidad del juicio político.

–Sí. Corrupto. Luego fue alejado del cargo por el Supremo Tribunal Federal, que podría haberlo apartado antes. Sin que hubiera ninguna prueba de acto ilícito practicado por la presidenta, votaron por el juicio político 367 diputados y eventualmente lo harán 54 senadores, todos ellos representantes de los sectores sociales más conservadores y de los individuos más ricos en una de las sociedades más desiguales del mundo. Defendieron a los intereses extranjeros más voraces y podrían llegar a anular el resultado de elecciones en las que 54 millones de brasileños eligieron a Dilma Rousseff. Quieren terminar con la continuidad de un proceso de desarrollo social, político y económico de Brasil que se inició en 2003 con la derrota de un proyecto neoliberal, sumiso y reaccionario. La composición del gabinete de Temer, sus lazos ostensibles y públicos con los intereses económicos conservadores y las acusaciones de corrupción que pesan sobre ellos indican perfectamente el carácter de conspiración que derribó a Dilma Rousseff. El objetivo final de esa conspiración es la recuperación total del poder en las elecciones de 2018.

–¿Qué posibilidades tiene Dilma de no ser desplazada definitivamente por el Senado?

–Hay grandes posibilidades de que no sea separada. Deben votar su alejamiento dos tercios de los senadores, 54 sobre un total de 81. Las manifestaciones populares, de personalidades y de sectores significativos contra el gobierno de Temer y contra sus primeras políticas, en favor de la democracia y contra el golpe, se están haciendo más amplias e intensas a pesar de que los grandes medios buscan minimizarlas. Los elementos fundamentales para evitar un desplazamiento son la participación del Presidente Lula al frente de las manifestaciones populares, la resistencia a cada iniciativa que el gobierno interino presente en el Congreso y la movilización coordinada de las organizaciones sociales.

–Al asumir como canciller, José Serra indicó diez líneas de acción de su gestión futura y dijo que la diplomacia brasileña no sería “ideológica” ni estaría al servicio de un partido político. Usted fue vicecanciller, presidente del Mercosur y secretario de asuntos estratégicos. ¿La diplomacia era “ideológica”?

–La política exterior de Brasil tiene que basarse en los objetivos de soberanía, integridad territorial, desarrollo económico, social y político y debe guiarse por la Constitución, que en su artículo 4 define los principios de la política externa. Entre ellos, el objetivo de promover la integración latinoamericana. Por un lado, la política exterior de Brasil tiene que considerar la localización geográfica del país, con sus doce naciones vecinas, las asimetrías entre Brasil y los vecinos, sus extraordinarias dimensiones territoriales, de población y de desarrollo económico, pero también sus disparidades de todo orden. Debe tener en cuenta sus enormes recursos naturales y simultáneamente las circunstancias de un mundo en el que se verifica una gran concentración del poder económico, político y mediático, con gigantescas multinacionales, con políticas de restricción del desarrollo económico y tecnológico, con las grandes potencias en crisis económica prolongada y con una velada disputa por la hegemonía entre los Estados Unidos y China. La política exterior de los gobiernos del PT se guió con firmeza y coherencia según los principios de autodeterminación, de no intervención, de cooperación entre países subdesarrollados, de integración sudamericana y por los objetivos de lucha por la desconcentración del poder a nivel mundial y por la multipolarización, contra la unilateralidad de las grandes potencias. Los gobiernos buscaron la defensa de la paz y el desarme de los países fuertemente armados, lucharon por el derecho al desarrollo y contra el calentamiento global y la pobreza. Por eso en Sudamérica Brasil sostuvo relaciones de cooperación y de respeto político con gobiernos tan distintos como los de Colombia, Perú, Chile, Venezuela, Argentina, Uruguay, Paraguay, Ecuador, Bolivia, etcétera.

–¿Y con Estados Unidos?

–Brasil mantuvo una política de cooperación, como en el caso del etanol. De respeto mutuo, como en la Ronda de Doha. Y de divergencia siempre que fuese necesario, como sucedió con el ALCA. De los comentarios del Presidente Obama sobre el Presidente Lula puede inferirse que las relaciones con Brasil siempre fueron consideradas importantes por los Estados Unidos. Con la Unión Europea hay un acuerdo de asociación estratégica, cosa que la UE firmó con muy pocos países. Brasil acordó la construcción y la transferencia de tecnología de un submarino nuclear y la compra, construcción y transferencia de aviones de combate Grippen. China se convirtió en el primer socio comercial de Brasil y aumentó sus inversiones. Los acuerdos prevén operaciones por 54 mil millones de dólares, además de la participación conjunta en los Brics, en el Banco de los Brics, en el Acuerdo de Reservas y en el Banco Asiático de Infraestructura. Toda la política exterior se basó en la cooperación respetuosa, sin el intento de enseñar a ningún Estado, país o sociedad cómo debía organizarse política o económicamente. Todo esto prueba cabalmente, para quien conoce un mínimo de política internacional y quiere ir más allá del prejuicio mediático o de los preconceptos partidarios, que la política desarrollada desde 2003 no fue ni ideológica ni partidaria, y tampoco buscó beneficiar los intereses de un partido. Ni siquiera del principal partido de gobierno, el PT.

–¿Sudamérica tiene que empezar a firmar acuerdos de libre comercio?

–El centro de la política exterior brasileña debe ser América del Sur. En América del Sur, Mercosur. Dentro de Mercosur, la Argentina. No comprender eso significa una enorme miopía y cultivar el fracaso. El desarrollo de un país como Brasil debe basarse en la industrialización. Brasil tiene un 85 por ciento de su población urbana, una agricultura que no emplea mano de obra en gran escala, un sector de servicios subdesarrollado, con gran necesidad de generar empleos para absorber el crecimiento de la fuerza de trabajo y dar empleo pleno a los subempleados y a los 50 millones de beneficiarios del plan Bolsa Familia, cuyo ingreso mensual es inferior a 20 dólares por día. Con esos datos, pensar en la construcción de una economía y una sociedad con base agrícola es un absurdo técnico, político y social. Bien: la industrialización necesita de mercados seguros, como los regionales, a través de acuerdos que estimulen el desarrollo de empresas de capital nacional y atraigan empresas extranjeras, y también a través de la acción del Estado para construir infraestructura y completar la iniciativa privada. Ese mercado, en América del Sur, es el Mercosur, con su arancel externo común. Los países industrializados que desean escapar de sus crisis a través de aumentar sus exportaciones lo que quieren hoy es eliminar ese arancel externo común. La celebración de acuerdos de libre comercio sería el fin del Mercosur. Si esto es así, el acuerdo Mercosur-Unión Europea funcionaría, en realidad, como el primero de una serie de acuerdos de libre comercio con los Estados Unidos, China y Japón. Los países del Mercosur, en especial Brasil y la Argentina, terminarían abriendo totalmente sus mercados para los productos industriales europeos y luego para los norteamericanos, chinos y japoneses, darían concesiones asimétricas por ejemplo en compras gubernamentales y a cambio recibirían concesiones irrisorias en materia agrícola. Incluso las mayores concesiones serían irrisorias si a cambio se pierden las posibilidades de industrialización. Los acuerdos de libre comercio tan defendidos por los grandes medios, académicos e importadores significarían el fin del Mercosur como instrumento de industrialización y desarrollo.
  
Diplomático de carrera y ensayista, Samuel Pinheiro Guimaraes fue uno de los diseñadores de la diplomacia de Lula y Dilma junto con Celso Amorim y Marco Aurélio García. Aceptó contestar las preguntas de Página/12 al final de una semana que empezó con la visita del canciller de Michel Temer, José Serra, el ex candidato a la presidencia derrotado en 2002 y 2010.

sábado, 28 de maio de 2016

Mercosul: de uniao aduaneira a zona de livre comercio? - Argentina recomenda prudencia

A pior coisa que pode acontecer na política externa de um país é ter de fazê-la por meio da imprensa, ou, então, pretender mudar determinados compromissos -- bilaterais, regionais, multilaterais -- anunciando antecipadamente sua intenção, sem antes ter "combinado com os russos", como diria Garrincha a propósito das táticas do técnico Vicente Feola sobre como ganhar a Copa do Mundo.
Em diplomacia ocorre mais ou menos o mesmo: antes de anunciar qualquer coisa, cabe perguntar a opinião da outra parte, e isso da maneira mais discreta possível. Claro, a outra parte também não pode ficar alardeando pela imprensa o que foi dito numa reunião fechada, dedicada a discussão de ideias, dedicada apenas a fazer consultas prévias.
Volto a repetir: a pior forma de fazer diplomacia é por meio da imprensa. Não que eu seja contra a imprensa, mas sou sim contra a transparência idiota que se imprime a simples ideias preliminares que ainda não amadureceram, e que ficam vagando de um lado para o outro, ao sabor de outras idiotices que vão passar a ser repetidas por gente que não entende do assunto.
Acho que fui claro...
Paulo Roberto de Almeida

Argentina pidió prudencia ante propuesta de Brasil de cambiar el modelo del Mercosur
LA CANCILLER, SUSANA MALCORRA, CONSIDERÓ PERJUDICIAL UN CAMBIO DE MODELO EN MEDIO DE NEGOCIACIONES CON LA UNIÓN EUROPEA. EXPLICÓ QUE ARGENTINA “ESTÁ DISPUESTA Y FLEXIBLE A EVALUAR ALTERNATIVAS” PARA FLEXIBILIZAR EL ESQUEMA DE INTEGRACIÓN DEL MERCOSUR PERO “CON LA PRUDENCIA.


Telam, 27/05/2016

La canciller Susana Malcorra pidió prudencia ante el planteo del gobierno interino de Brasil de llevar el Mercosur hacia una mera zona de libre comercio y consideró perjudicial un cambio de modelo en medio de negociaciones con la Unión Europea.

La ministra explicó que Argentina “está dispuesta y flexible a evaluar alternativas” para flexibilizar el esquema de integración del Mercosur pero “con la prudencia del caso porque no se puede estar cambiando de modelos de un momento a otro”.

Malcorra confirmó que el canciller brasileño José Serra, en su primera visita oficial, el pasado lunes, planteó la idea de eliminar a largo plazo el estatus de unión aduanera del Mercosur y dejar al bloque solo con el formato de zona de libre comercio, lo que implicaría retrotraer el grado de integración económica.

El Mercosur fue creado como zona de libre comercio por el Tratado de Asunción de 1991, en el que se estableció un cronograma de desgravación en cinco años, y como unión aduanera mediante el esquema de Arancel Externo Común (AEC), varias veces flexibilizado frente a las variadas crisis económicas de los socios del bloque.

“Es factible mover el modelo que tenemos a uno más flexible, pero también es cierto que el valor de un mercado común hay que tenerlo como contrapeso de cualquier alternativa que uno decida adoptar”, indicó Malcorra en conferencia de prensa brindada en el Palacio San Martín al ser consultada sobre la propuesta de Serra.

Al respecto, relevó que uno de los grandes problemas de la región son los “bandazos de acá para allá sin solución de continuidad” en un mundo en el que “cambiar constantemente no es algo que se aprecie en las relaciones internacionales”.

“Cuando el canciller Serra planteó esta cuestión le dijimos que estamos dispuestos a pensarlo pero hay que ser evolutivos, sobre todo a la luz de que estamos ahora negociando con este modelo con la Unión Europea”, tras años de estancamiento de estas negociaciones para un acuerdo de asociación birregional que incluya el libre comercio.

En cambio, la jefa de la diplomacia argentina ponderó que “hay otras opciones para flexibilizar el modelo del Mercosur”, entre ellas cláusulas que permitan a los miembros negociar de manera unilateral acuerdos de comercio con otros países por fuera del bloque, como la que está en vigencia para el caso de México y que permitió que Uruguay tenga un TLC con ese país.

Además, resaltó la voluntad del bloque de “abrir caminos” con la Alianza del Pacífico, conformada por Chile, México, Colombia y Perú.

“Así que hay opciones para avanzar en un esquema más flexible sin desarmar” el actual modelo de integración, que si bien se “quedó corto con las aspiraciones” con las que fue creado, también “avanzó muchísimo”, por lo que “tenemos que ser cuidadosos de no apresurarnos sin estar seguros que estamos construyendo sobre valor”, insistió.

Por otra parte, Malcorra coincidió con su par uruguayo Rodolfo Nin Novoa que calificó de “decepcionantes” las propuestas intercambiadas hace dos semana en Bruselas por el Mercosur y la Unión Europea en el marco de las negociaciones para un acuerdo de asociación que incluya el libre comercio.

“Compartimos lo decepcionante del intercambio de ofertas, pero no es algo sorpresivo. La Unión europea tampoco está satisfecha con nuestra oferta y nosotros dijimos incluso antes del intercambio que íbamos a estar cortos en cuanto a las expectativas de ambas partes”, precisó.

No obstante, la canciller resaltó que lo fundamental es esta etapa de la negociación “era que se intercambiaran las ofertas”, ya que “solo se puede hacer algo mejor a partir de tener noción exacta de dónde está parado el otro”.

“Ahora tenemos que construir sobre la decisión política de haber hecho el intercambio y de ir más allá de la suma cero”, para “ver cómo se amplían las oportunidades para las dos partes en lugar de estar concentrados en los problemas”, entre ellos el capítulo de la agroindustria, y “tener una discusión más positiva hacia adelante”, opinó.

Las ofertas están en análisis de los equipos técnicos de ambas partes y, en el caso del Mercosur, habrá una primera ronda de evaluación intrabloque en junio en Montevideo.

Por último, la canciller descartó que la situación de crisis en Brasil afecte las negociaciones con otros bloques, por ser estas un proceso de largo plazo entre estados y, por ende, destinado a “ir más allá de cualquier situación puntual interna que se dé en el Mercosur o en la Unión Europea”.

“La negociación no tendría que tener ningún impacto porque los cuatro países involucrados estamos en una visión común. Además, estas negociaciones van a llevar un tiempo y van a trascender cualquier situación de crisis de corto plazo que pueda haber en alguno de los miembros”, insistió la canciller.

http://www.telam.com.ar/notas/201605/149152-susana-malcorra-cancilleria-argentina-planteo-brasil-mercosur.html

terça-feira, 15 de março de 2016

Corrupcao petralha se internacionalizou - InfoLatam

Argentina corrupción

Argentina investiga a casi 100 firmas en relación con trama de corrupción de Brasil

Reuters
InfoLatam, Buenos Aires, 14 de marzo de 2016 

La Justicia argentina investiga por posibles sobornos a casi 100 empresas, entre ellas varias de origen brasileño, porque sospecha que pueden haber replicado la trama de corrupción que derivó en una crisis política, dijo a Reuters una fuente con acceso a la causa.
El caso conocido como “Lava Jato”, que involucra a Petrobras, sumió en una crisis política al Gobierno de Dilma Rousseff, que se agravó por una breve detención e interrogatorio al ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva y la condena a 19 años de prisión al empresario Marcelo Odebrecht.
El fiscal que en Argentina lleva adelante la investigación, Sergio Rodríguez, había dicho el miércoles pasado a Reuters que la constructora Odebrecht es una de las firmas de las que se sospecha “algún tipo de réplica en las maniobras de cartelización que hubo en Brasil”.
La fuente cercana a la investigación iniciada en diciembre, como una derivación de la causa abierta en Brasil, explicó el viernes que entre las casi 100 empresas involucradas están también las brasileñas Andrade Gutierrez, OAS y Camargo Correa.
“Los fiscales brasileños dijeron que hay una sospecha razonable de que el esquema se reprodujera acá”, agregó la fuente.
Según la fuente, la investigación, que abarca desde 2006 a 2012, apunta al ex Ministerio de Planificación, del que dependían las obras públicas del Gobierno de Cristina Fernández, quien fue sucedida en diciembre por el centroderechista Mauricio Macri.
Los investigadores creen que funcionarios del entonces Ministerio de Planificación, del que dependía la Secretaría de Transporte, cuyo jefe de entonces fue condenado por corrupción en otras causas, podrían haber beneficiado a algunas empresas en licitaciones de obras a cambio de sobornos.
La fiscalía ya pidió a la Tesorería General de la Nación los pagos realizados a las empresas involucradas durante el período 2006/12 y luego analizará las licitaciones. La fuente dijo que la investigación es “embrionaria” y que aún no hay pruebas de ningún delito. “En dos o tres meses habrá novedades”, añadió.
Una portavoz de Andrade Gutierrez -la segunda empresa constructora de Brasil después de Odebrecht- dijo que la empresa no realizaría comentarios, mientras que Camargo Correa señaló que desconoce la investigación. La firma OAS no respondió a consultas de Reuters.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Quando a Argentina absorvia as licoes de Mises (1959) - Dan Sanchez (Mises Daily)

Velhos tempos: a Argentina ainda não tinha decaído tudo o que ela podia, e que efetivamente decaiu depois disso.
Concretamente ela começou antes do Brasil, desde os tempos de Perón, ou talvez mesmo antes. Desde 1930 quando os militares derrubaram Hirigoyen e começou a "década infame". Foi para essa década que foi composto o tango Cambalache: "El mundo es una porqueria ya lo se... Todo es igual...", música que ficou proibida durante muito tempo.
Aí vieram os oficiais do GOU, um bando de fascistas, seguidos pelo inefável Perón, o cadaver que mantém os argentinos refens do seu fascismo desde então, junto com o outro cadáver, o de sua mulher (não chorem pelos dois que eles não merecem).
Depois vieram muitos outros presidentes e muitos generais, e todos eles fizeram a Argentina decair continuamente. Não se improvisa facilmente 80 anos de decadência, é preciso ser gênio na arte de acabar com um país que, um século atrás, tinha 70% da renda per capita americana (hoje eles não devem alcançar 30%).
Bem, depois de tantos desastres parece que os argentinos se cansaram de decair, e resolveram dar uma chance à racionalidade.
Agora é a vez do Brasil decair, mas não sei se vai demorar 80 anos: já dura 13 e promete durar mais...
Enfim, vamos deixar os argentinos com Mises novamente.
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, 22/01/2016

Mises in Four Easy Pieces
Dan Sanchez
Mises Daily, JANUARY 22, 2016

One day in 1959, hundreds of students, educators, and grandees filled the enormous lecture hall of the University of Buenos Aires to capacity, overflowing into two neighboring rooms. Argentina was still reeling from the reign of populist president, Juan Perón, who had been ousted four years before. Perón’s economic policies were supposed to empower and uplift the people, but only created poverty and chaos. Perhaps the men and women in that auditorium were ready for a different message. They certainly got one.

A dignified old man stepped before them, and delivered a bold, bracing message: what truly empowers and uplifts the people is capitalism, the much-maligned economic system that emerges from private ownership of the means of production.

This man, Ludwig von Mises, had been the world’s leading champion of capitalism for half a century, so his message was finely honed. Not only a creative genius, but a superb educator, he boiled down capitalism to the essential features that he believed every citizen needed to know. As his wife Margit recollected, the effect on the crowd was invigorating. Having spent years in an intellectual atmosphere of stale, stagnant ideas: “The audience reacted as if a window had been opened and fresh air allowed to breeze through the rooms.”

This lecture was the first in a series, the transcriptions of which are collected in the book Economic Policy: Thoughts for Today and Tomorrow, edited by Margit.

Life (and Death) Before Capitalism
To demonstrate in his lecture how revolutionary the advent of capitalism was in world history, Mises contrasted it with what he called the feudalistic principles of production during Europe’s earlier ages.

The feudal system was characterized by productive rigidity. Power, law, and custom prohibited individuals from leaving their station in the economic system and from entering another. Peasant serfs were irrevocably tied to the land they tilled, which in turn was inalienably tied to their noble lords. Princes and urban guilds strictly limited entry into whole industries, and precluded the emergence of new ones. Almost every productive role in society was a caste. This productive rigidity translated into socio-economic rigidity, or “social immobility.” As Mises reminded his Argentine audience:

a man’s social status was fixed from the beginning to the end of his life; he inherited it from his ancestors, and it never changed. If he was born poor, he always remained poor, and if he was born rich  —  a lord or a duke  —  he kept his dukedom and the property that went with it for the rest of his life.
Over 90 percent of the population was consigned to food production, so as to precariously eke out sustenance for their own families and contribute to the banquets of their domineering, parasitic suzerains. They also had to make their own clothing and other consumers’ goods at home. So, production was largely autarkic and nonspecialized. As Mises highlighted, the small amount of specialized manufacturing that existed in the towns was devoted largely to the production of luxury goods for the elite.

From the High Middle Ages onward, production in Western Europe was higher, and the average person much less likely to be a chattel slave, than during antiquity and the Dark Ages. But the economic system was still fixed and moribund; the common man had no hope of progressing beyond a life teetering between bare subsistence and starvation.

And in the eighteenth century, in the Netherlands and England, said Mises, multitudes were about to go over the ledge, because the population had grown beyond the land then available to employ and sustain them.

It was then and there that capitalism entered the scene, saving the lives of millions, and vastly improving the lives of millions more.

Four key distinguishing features of capitalism can be gleaned from Mises’s lecture. What follows is an exposition of those features, which can be thought of as, to paraphrase Richard Feynman, “Mises in four easy pieces.”

It is important to note that, as Mises fully noted elsewhere, what emerged in the eighteenth century and developed subsequently was never a purely free market. So, the following characteristics have never been universal. But these features did come into play far more extensively in this period than ever before.

One: Dynamic Production
Under what Mises called “capitalistic principles of production,” feudal productive rigidity is replaced by productive flexibility and free entry. There are no legal privileges protecting anyone’s place in the system of production. Lords and guilds cannot exclude new entrants and innovations. And an upstart enterpriser’s capital, products, and proceeds are secure from the cupidity of princes and the jealousy of incumbents.

Of course free entry amounts to very little without the corresponding right of free exit. With capitalism, peasants are free to leave their fields and former masters for opportunities in the towns. And proprietors are free to sell or hire out their plots of land and other resources to the highest bidder. (Although, during the transition between feudal and capitalist production, it really should have been the peasants doing the selling and hiring out, as they were owed restitution never delivered for their past serfdom and expropriation.)

Free entry/exit is the logical corollary of liberty: inviolate self-ownership and private property. It is the freedom of an individual to put his labor and earnings to whatever productive use he finds advantageous, irrespective of the pretenses to privilege of vested interests.

Under capitalism, no longer can nobles rely on a captive labor force and “customer” base, or enjoy the impossibility of having resources bid away by more efficient producers. No longer can these robber barons turned landed barons rest on such laurels of past armed conquest.

Mises identified resentment of this fact as a prime source of anti-capitalism, which thus originated, not with the proletariat, but with the landed aristocracy. He cited the consternation of the Prussian Junkers of Germany over the Landflucht or ”flight from the countryside” of their peasant underlings. And he related a colorful story of how Otto von Bismarck, that prince of Junkers who founded the welfare state (with the express purpose of co-opting the masses), grumbled about a worker who left Bismarck’s estate for the higher wages and pleasant Biergartens of Berlin.

Under capitalism, no longer can tradesmen idle in old methods and old markets. To do so is impossible in a world in which any man with savings and gumption is a potential underseller and overbidder. Industry incumbents also loathe the competition, so their special pleading is another major source of anti-capitalist rhetoric.

Free entry/exit imposes the stimulus and discipline of competition on producers, impelling them to strive to outdo each other in satisfying potential customers. As Mises announced in Buenos Aires: “The development of capitalism consists in everyone’s having the right to serve the customer better and/or more cheaply.”

Production, formerly adrift in the standing water of feudalistic stagnation, sets sail under capitalistic dynamism, driven by the bracing winds of competition.

Two: Consumer Sovereignty
When producers vie with each other to better serve customers, they unavoidably act more and more like devoted servants of those customers. This is true of even the biggest and wealthiest producers. As Mises brilliantly expressed it:

In talking about modern captains of industry and leaders of big business … they call a man a “chocolate king” or a “cotton king” or an “automobile king.” Their use of such terminology implies that they see practically no difference between the modern heads of industry and those feudal kings, dukes or lords of earlier days. But the difference is in fact very great, for a chocolate king does not rule at all, he serves. He does not reign over conquered territory, independent of the market, independent of his customers. The chocolate king  —  or the steel king or the automobile king or any other king of modern industry  —  depends on the industry he operates and on the customers he serves. This “king” must stay in the good graces of his subjects, the consumers; he loses his “kingdom” as soon as he is no longer in a position to give his customers better service and provide it at lower cost than others with whom he must compete.
With capitalism, just as producers play the role of servant, customers play the role of master or sovereign: in a figurative sense, of course. It is their wishes that hold sway, as producers strive to grant them. And strive they must, if they want to succeed in business. For, just as a sovereign of the ancien régime was free to withhold favor from one courtier and bestow it upon another, the “sovereign” customer is free to take his business elsewhere.

This relation is even expressed in the language we use to describe commerce. Customers are patrons who patronize shops and other sellers. These sellers say, “thank you for your business” or patronage, and insist that, “the customer is always right.” The polite, respectful deference formerly given by the ancient Roman cliens (client) to his patronus (patron) is now instead given by the producer to his customer/patron, except generally in a much more self-respecting and less groveling manner.

If the customer is himself also a producer on the market, he must pay forward that same solicitousness and deference to his own customers, lest he lose their business to competitors. Thus, his desires for goods from his eagerly attentive suppliers are shaped by his own eagerness to fulfill the desires of his own customers. Therefore, the higher order producer, by striving to make his customer happy, indirectly strives to make his customer’s customers happy as well.

This series terminates with the customers who have no customers: namely, the consumers, who are therefore the “engine” of this “train” of final causation. Thus, with capitalism, it is the consumers who hold ultimate sway over all production. Mises referred to this fundamental characteristic of capitalism as, speaking figuratively, consumer sovereignty.

Again, this is constrained to the extent that state intervention hampers capitalism. “Leaders of big business” can and often do use the state to acquire powers and privileges that enable them to flout the wishes of consumers and acquire wealth through domination instead of service. In fact, one of the most clear recent instances of this involved a real life person actually nicknamed, as in Mises’s example, the “chocolate king”: a confectionary tycoon named Petro Poroshenko who parlayed his business success into a political career which recently culminated in his election as president of the US-sponsored junta now ruling Ukraine.

Three: Mass Production for the Masses
In the first lecture of his online course “Why Capitalism,” David Gordon drew from his limitless reservoir of scholarly anecdotes to relate that Maurice Dobb, a British economist and communist, replied to Mises’s point about consumer sovereignty by averring that this feature of capitalism hardly does the common man any good, since the most significant consumers are the wealthiest. Dobb’s mistake, of course, is to neglect the fact that the relative importance of single consumers is not the issue here. The combined purchasing power of the preponderance of typically wealthy consumers vastly outstrips that of the atypically wealthy.

Therefore, as Mises pointed out, the capitalist’s main route to becoming one of those few wealthy consumers of extraordinary means is through mass producing wares that cater to the masses of consumers of ordinary means. Even a small per-unit profit margin, if multiplied millions or billions of times, adds up to some serious dough. Boutique enterprises catering only to the elite, as feudal era manufacturers did, simply cannot compare. And that is why, as Mises informed the stunned Perónistas:

Big business, the target of the most fanatic attacks by the so-called leftists, produces almost exclusively to satisfy the wants of the masses. Enterprises producing luxury goods solely for the well-to-do can never attain the magnitude of big businesses.

That is why, as Mises never tired of saying, capitalism is a system of mass production for the masses. It is overwhelmingly the masses of “regular folk” who are the sovereign consumers whose wishes are the guiding stars of capitalist production.

Capitalism flipped feudalism on its head. With feudalism, it was the elite (the landed aristocracy) whose will dominated the masses (the enserfed peasants). With capitalism, it is the wishes of the masses (ordinary consumers) that hold sway over the productive activity of the entrepreneurial elite, from retail giants to dot-com millionaires.

As Mises’s address implied, the yearned-for “people power” always promised by demagogues like Perón, but which invariably turns to ashes in the mouths of the masses, as it did with the Argentines, is the natural result of capitalism, a system so often derided as “economic royalism.”

Imagine his audience’s surprise!
But the full truth that Mises was imparting was even more surprising than that. Not only does capitalism fulfill the broken promises of economic populism, but, as Gordon brilliantly remarked in his lecture, it also follows through on the more specific promise offered by syndicalists and Marxian socialists: worker control over the means of production. That is because, as Mises stressed in his lecture, the vast majority of the masses of ordinary “sovereign” consumers are also workers.

With capitalism, the working people really do hold ultimate sway over the means of production. They just don’t do it in their role as workers, but in their role as consumers. They exert their sway in checkout aisles and website shopping carts, and not in the halls of labor unions, syndicates, soviets (revolutionary councils of workers), or a “dictatorship of the proletariat” that reigns in their name while it rides on their backs.

Capitalism has the charming arrangement of empowering the working person, while still preserving economic sanity by placing means (factors of production, like labor) at the service of ends (consumer demand), instead of the insanity of doing the opposite, as the labor fetish of syndicalism does.

Four: Prosperity for the People
Capitalism not only empowers the working person, but uplifts him.

Capitalism, as its name implies, is characterized by capital investment, which was the solution to the crisis of how the marginal millions of eighteenth-century England and the Netherlands were to integrate into the economy and survive.

Labor alone cannot produce; it needs to be applied to complementary material resources. If, with given production techniques, there is not enough land in the economy to employ all hands, then those hands must be placed upon capital goods, if the connected mouths are to eat. During the Industrial Revolution, such capital goods were lifelines that the owners of new factories threw to countless economic castaways and that pulled them from the abyss and back into the division of labor that kept their lives afloat.

Knowing this truth of the matter, Mises was rightly appalled at the anti-capitalist agitators who “falsified history” (Gordon identified Thomas Carlyle and Friedrich Engels as among the worst offenders) to spread the now dominant myth that capitalism was a bane to the working poor. He set the issue right with passion:

Of course, from our viewpoint, the workers’ standard of living was extremely low; conditions under early capitalism were absolutely shocking, but not because the newly developed capitalistic industries had harmed the workers. The people hired to work in factories had already been existing at a virtually subhuman level.

The famous old story, repeated hundreds of times, that the factories employed women and children and that these women and children, before they were working in factories, had lived under satisfactory conditions, is one of the greatest falsehoods of history. The mothers who worked in the factories had nothing to cook with; they did not leave their homes and their kitchens to go into the factories, they went into factories because they had no kitchens, and if they had a kitchen they had no food to cook in those kitchens. And the children did not come from comfortable nurseries. They were starving and dying. And all the talk about the so-called unspeakable horror of early capitalism can be refuted by a single statistic: precisely in these years in which British capitalism developed, precisely in the age called the Industrial Revolution in England, in the years from 1760 to 1830, precisely in those years the population of England doubled, which means that hundreds or thousands of children  —  who would have died in preceding times  —  survived and grew to become men and women.

And as Mises further explained, capitalism not only saves lives, but it vastly improves them. That is because capitalism is also characterized by capital accumulation (which is why Mises embraced the term, in spite of it originating from its enemies as an epithet), which is the result of cumulative saving and perpetual reinvestment being unleashed by greater security of property from meddlesome laws as well as grasping princes and parliaments. Capital accumulation means ever growing labor productivity, which in turn means ever rising real wages for the worker.

These higher wages are the conduits through which workers acquire the purchasing power that crowns them with consumer sovereignty. And they are no petty sovereigns either. Thanks to his capital-enhanced high productivity, a modern worker’s wage-powered consumer demand guides the deployment of a globe-spanning, dizzying plethora of sophisticated machines, factories, vehicles, raw materials, and other resources, as well as the voluntary labor of the other workers who use them, all of which conspire to churn out a cornucopia of quality household staples, marvelous devices, amazing experiences, and other consumers’ goods and services for the worker to choose from for his delectation. Purchasing such goods with his higher wages is how the worker claims his portion of the greater abundance, which approximates to his own capital-enhanced contribution to it.

And higher wages are not the only way that the average working person can enrich himself through capitalism. Especially since the advent of investment funds, he can supplement, and upon retirement, even replace his wage income with interest and profit by putting his high-wage-fed savings to work and partaking in capital investment himself.

Because of these characteristics, as Mises proclaimed to those assembled: “[Capitalism] has, within a comparatively short time, transformed the whole world. It has made possible an unprecedented increase in world population.”

He returned to the subject of England for one of the more paradigmatic examples of this:

In 18th-century England, the land could support only 6 million people at a very low standard of living. Today more than 50 million people enjoy a much higher standard of living than even the rich enjoyed during the 18th-century. And today’s standard of living in England would probably be still higher, had not a great deal of the energy of the British been wasted in what were, from various points of view, avoidable political and military “adventures.”
In one of those wonderful flashes of dry wit that would illuminate his discourse from time to time, Mises urged his auditors that, should they ever meet an anti-capitalist hailing from England, they should ask him: “… how do you know that you are the one out of ten who would have lived in the absence of capitalism? The mere fact that you are living today is proof that capitalism has succeeded, whether or not you consider your own life very valuable.”

Mises furthermore cited the more general and clearly evident fact that: “There is no Western, capitalistic country in which the conditions of the masses have not improved in an unprecedented way.”

And in the decades following his speech, the conditions of the masses improved incredibly in non-Western countries (like China) who partially opened up to capitalism as well.

Mises concluded his talk by urging his Argentine fellows to seize the day and strive for the economic liberation that would unleash the wonderworks of capitalism, and not to sit and wait for an economic miracle:

But you have to remember that, in economic policies, there are no miracles. You have read in many newspapers and speeches, about the so-called German economic miracle  —  the recovery of Germany after its defeat and destruction in the Second World War. But this was no miracle. It was the application of the principles of the free market economy, of the methods of capitalism, even though they were not applied completely in all respects. Every country can experience the same “miracle” of economic recovery, although I must insist that economic recovery does not come from a miracle; it comes from the adoption of  —  and is the result of  —  sound economic policies.

Conclusion
If the subsequent policies adopted in Argentina, South America, and the world are any indication, Mises’s message, as lucid and affecting as it was, did not propagate far beyond the auditorium walls that day. Perhaps in the age of camera phones, YouTube, and social media, it would have. But his brilliant encapsulation of the beneficence and beauty of capitalism did not dissipate vainly into the Argentine air. Thanks to his Margit and to his institutional namesake, his message was preserved for the ages, and is now only a mouse click away for billions.

Ludwig von Mises can still save the world by posthumously teaching its people the unknown truth about the inherently populist nature of capitalism in a way which speaks to their hopes and longings: that private property means dynamic production, which means a competitive, consumer-steered economy, which means a production system geared toward improving the lives of the masses, which first means widespread succor and ultimately ever-rising prosperity for the people of the world.