O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Barbara Tuchman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Barbara Tuchman. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 4 de junho de 2019

A Marcha da loucura: uma leitura indispensável

Não, não estou falando de realidades próximas de nós, ainda que o mesmo título serviria a tal propósito (em especial realidades muito próximas mesmo). As loucuras relatadas neste livro da grande historiadora Barbara Tuchman (já falecida, infelizmente, pois ela teria muito material na era Trump) terminam na "folia" (não no sentido carnavalesco, claro) do Vietnã, onde, por incrível que pareça, morreram menos americanos, DURANTE todo o conflito, do que brasileiros assassinados em apenas UM ano (mais de 65 mil).
Paguei menos de dois dólares o formato Kindle, nas ofertas diárias da BookBub (tentem vocês também, todos os dias tem uma oferta imperdível, ou pelo menos julgamos assim, em nossa folia por livros.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de junho de 2019 (D-Day, da libertação da Europa ocidental; a Europa oriental foi outra história, pois saiu de uma ditadura para outra)

The March of Folly: From Troy to Vietnam Kindle Edition

Pulitzer Prize–winning historian Barbara W. Tuchman, author of the World War I masterpiece The Guns of August, grapples with her boldest subject: the pervasive presence, through the ages, of failure, mismanagement, and delusion in government. 
 
Drawing on a comprehensive array of examples, from Montezuma’s senseless surrender of his empire in 1520 to Japan’s attack on Pearl Harbor, Barbara W. Tuchman defines folly as the pursuit by government of policies contrary to their own interests, despite the availability of feasible alternatives. In brilliant detail, Tuchman illuminates four decisive turning points in history that illustrate the very heights of folly: the Trojan War, the breakup of the Holy See provoked by the Renaissance popes, the loss of the American colonies by Britain’s George III, and the United States’ own persistent mistakes in Vietnam. Throughout The March of Folly, Tuchman’s incomparable talent for animating the people, places, and events of history is on spectacular display.
 
Praise for The March of Folly
 
“A glittering narrative . . . a moral [book] on the crimes and follies of governments and the misfortunes the governed suffer in consequence.”—The New York Times Book Review
 
“An admirable survey . . . I haven’t read a more relevant book in years.”—John Kenneth Galbraith, The Boston Sunday Globe
 
“A superb chronicle . . . a masterly examination.”—Chicago Sun-Times

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Voces conhecem o Barbarosa, da Barbara Tuchman? Vejam no Proud Tower, e saberao...

Estão pensando que é o Barbarroxa, Barbarruiva, ou seja lá o que for daqueles tiranos malvados que costumam matar as suas mulheres?
Enganam-se redondamente. Trata-se de um pacato, franzino, tudo menos discreto, mas agilíssimo jurista, dos mais conceituados de nossa história. Tem até uns chauvinistas que o consideram o mais inteligente dentre os naturais da terra.
Não pode ser o malvado rei europeu, pois o livro da Barbara Tuchman, este aqui, trata do mundo nas duas décadas que precederam a Grande Guerra.
Pois eu também não sabia, pois tinha lido o livro, na edição brasileira, e lá está escrito corretamente, embora eu me lembrasse dela ter dito que o Rui Barbosa, sim, o águia de Haia, era uma espécie de chato de galocha. Isso eu guardei.
Por isso retirei o livro neste domingo, na biblioteca de West Hartford, para ver novamente essa história, e repassar o livro, que me pareceu muito bom, a despeito dessa ofensa imperdoável ao nosso baiano mais inteligente da Terra (os baianos não deixam por menos).
Fui buscar Barbosa no index, e não havia.
Em contrapartida, lá está, na p. 569, primeira coluna, meia página:
Barbarosa (Brazilian diplomat), 317.
Lá vou para a página 317, para conferir a expressão chato, e encontro:
"Barbarosa of Brazil was the 'most boring'".
Mas a opinião não é da Barbara Tuchman, agora constato, e sim do delegado alemão à II Conferência da Paz da Haia, em 1907, o Barão Marschall von Bieberstein, ele mesmo um grande chato, incapaz até de escrever direito o nome do grande jurista, que realmente era um pain in the ass da maior parte dos delegados das grandes potências, que não queriam, de fato, nossa participação, e nos desprezavam. Pelo menos tiveram de aguentar o baixinho e sua defesa intransigente da igualdade soberana das nações.
A referência desairosa ao nosso Barbarosa está num ofício que o barão Marschall enviou ao seu ministro Büllow, em 28 de julho de 1907, segundo citação de Barbara Tuchman, na p. 550, de notas e referências, no volume original, Grosse Politik, XXIII, 7961 (pronto, quem quiser conferir, e tiver Grosse Politik, já pode fazê-lo).
Pronto, é tudo o que existe sobre o nosso grande Rui, reduzido a ser um chato, numa nota indireta, num grande livro de história.
Rui Barbosa precisa ser desagravado, primeiro buscando suas notas sobre os outros delegados, para ver se ele retrucou à altura (que no seu caso foi feita em alguma das línguas que ele dominava, ao que parece).
Passons, vamos para as outras partes interessantes do livro.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 23 de dezembro de 2014