Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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sábado, 13 de abril de 2019
Governo Bolsonaro: entre o mediocre e o desastroso - seminário IBRE-FGV/Estadao
Paulo Roberto de Almeida
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Autonomia dos Bancos Centrais sob ataque - The Economist editorial
The independence of central banks is under threat from politics
That is bad news for the world
The talking cure
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Parceria Brasil-OTAN - Mauricio Aparecido França (Exército brasileiro)
Paulo Roberto de Almeida
Uma análise da possível parceria, Brasil e Organização do Tratado do Atlântico Norte
segunda-feira, 8 de abril de 2019
Bolivar Lamounier sobre a falsa dicotomia esquerda-direita ou o nazismo ser de esquerda (OESP)
01:13:08 | 08/04/2019 | Economia | O Estado de S. Paulo | Espaço Aberto | BRUm feio escorregão de Jair Bolsonaro
BOLÍVAR LAMONIERAo qualificar o nazismo como um regime "de esquerda", o presidente Jair Bolsonarorompeu uma represa enorme, deixando um mar de sandices escorrer pelas redes sociais. Nas centenas de mensagens que li, não encontrei uma referência sequer ao que me parece ser o ponto crucial da discussão: a obsolescência da dicotomia esquerda x direita.Ninguém contesta que lá atrás, no século 19, tal dicotomia tinha substância, e em alguns países a conservou durante a primeira metade do século 20. A Guerra Civil Espanhola, por exemplo, contrapôs comunistas e anarquistas (nem sempre solidários entre si) a uma direita rombuda, formada por uma burguesia resistente a toda veleidade de reduzir desigualdades, fazendeiros que adorariam viver na Idade Média e, não menos importante, um catolicismo que se comprazia em estender seu manto sobre toda aquela teia de iniquidades. Ou seja, havia efetivamente uma "esquerda" - os que recorriam à violência no afa de quebrar a espinha dorsal daquela sociedade - e uma "direita", os setores acima mencionados, para os quais o status quo era legítimo, sacrossanto e destinado a perdurar até o fim dos tempos.Os regimes totalitários que se constituíram entre as duas grandes guerras - o nazismo na Alemanha, o comunismo na URSS e o fascismo na Itália foram precisamente a linha divisória a partir da qual a dicotomia esquerda x direita começou a perder o sentido que antes tivera. Se fizermos uma enquete entre historiadores, sociólogos, etc., pelo mundo afora, constataremos sem dificuldade que nove em cada dez classificam o nazismo como direita e o comunismo como esquerda - e reconheço que aqueles nove ainda têm um naco de razão.Sabemos que os regimes comunistas se serviram do marxismo como base teórica. E que o fizeram com um cinismo insuperável; na prática, o chamado "socialismo real" assentava-se numa combinação de partido único, monopólio dos meios de comunicação, polícia secreta, culto à personalidade e numa repetição ritual da ideologia, entendida como a busca do paraíso na Terra, a "sociedade sem classes". Mas em abstrato - nas alturas da filosofia -, é certo que o marxismo se proclama humanista e igualitário. Não legitima nem tenta perenizar desigualdades sociais e muito menos raciais. O nazismo nada tem de humanitário ou igualitário: toma as desigualdades sociais como um dado da realidade e vai muito mais longe, visto que postula uma desigualdade natural de raças e adotou explicitamente a noção "eugênica" do melhoramento das raças superiores - da "raça ariana", entenda-se - e da exterminação da "raça judia".Passemos, agora, ao que chamei de obsolescência da dicotomia esquerda x direita. Nas alturas da filosofia e no cinismo do mero discurso político, é óbvio que os esquerdistas continuam a professar um ideário de igualdade. Proclamam-se mais sensíveis que o resto da humanidade ao sofrimento dos destituídos (daí a atração que exercem sobre a corporação artística), mais competentes e decididos a encetar ações conducentes a uma sociedade menos desigual e, com certo contorcionismo, ainda se apresentam como os detentores monopolistas da estrada real que levará ao paraíso terrestre. Ou seja, cultivam, ainda, o mito da revolução total.Mas há dois pequenos senões. Na vida política real não se requer nenhum esforço para perceber que os termos "esquerda" e "direita" estão reduzidos a meros totens tribais. Se me declaro "de esquerda", fica entendido que meu adversário político é automaticamente de "direita". Se o partido ao qual me oponho apoia determinada tese, eu a rejeito, pois ela estará necessariamente ligada ao totem da tribo inimiga. No Brasil é notório que a grande maioria dos políticos não serve a objetivos, eles se servem deles e os enquadram em sua obtusidade totêmica para diluir interesses rigorosamente corporativistas.O segundo senão é ainda mais importante. Como antes ressaltei, "esquerdistas" são os que se especializam em professar ideais humanitários e igualitários. Em termos abstratos, isso é correto. Mas, atenção, trata-se, na melhor das hipóteses, de um enunciado no plano do desejo, não de programas concretos de governo e muito menos aos efeitos observáveis da aplicação de determinado programa. Aspirações, não consequências objetivas. No terreno prático, as políticas de esquerda caracterizam-se sobretudo por um distributivismo ingênuo, por uma sesquipedal incompetência e não raro pela corrupção no manejo dos recursos públicos, por afugentar investimentos, ou seja, em síntese, pela irresponsabilidade fiscal e pela leniência com a inflação, tolerando ou assumindo ativamente políticas cujas consequências levam a resultados contrários aos proclamados como desejáveis, piorando as condições de vida dos mais pobres.Segue-se que a distinção realmente importante não é entre esquerda e direita, mas entre, de um lado, objetivos proclamados, subjetivos ou meramente discursivos e, do outro, consequências práticas, objetivas e previsíveis. De um lado - na melhor das hipóteses -, a crença em "valores absolutos", lembrando aqui a teoria ética de Max Weber; do outro, uma "ética da responsabilidade", vale dizer, uma visão política que de antemão sopesa objetivos e consequências prováveis.Nessa ótica, faz sentido afirmar que há muito mais consenso que dissenso na vida pública brasileira atual. O que queremos, fundamentalmente, é retomar o crescimento econômico em bases sustentáveis, com estabilidade monetária; atrair grandes investimentos para a infraestrutura; revolucionar organizacional e pedagogicamente a educação. Se uma concepção mais convergente não se impuser rapidamente sobre os totens tribais que se digladiam em Brasília, daqui a 20 anos o Brasil não será um país para almas frágeis.-Há muito mais consenso do que dissenso na atual vida pública brasileira-SÓCIO-DIRETOR DA AUGURIUM CONSULTORIA, É MEMBRO DAS ACADEMIAS PAULISTA DE LETRAS E BRASILEIRA DE CIÊNCIAS E AUTOR DO LIVRO 'DE ONDE, PARA ONDE - MEMÓRIAS' (SÃO PAULO, EDITORA GLOBAL)
domingo, 7 de abril de 2019
Elites medíocres, políticos corruptos: a mortal combinacao que arrastou o Brasil para o fundo - O Antagonista-Crusoé
Não tenho nenhum problema ou restrição mental em fazer publicidade para O Antagonista e para a revista Crusoé, da qual sou assinante: simplesmente trata-se do melhor jornalismo investigativo, informativo e opinativo disponível na mídia brasileira, sem as limitações da imprensa familiar, ou daquela subvencionada por partidos ou grupos poderosos, de esquerda ou de direita.
Paulo Roberto de Almeida
EXCLUSIVO: OS GRAMPOS DA FARRA DE JOESLEY BATISTA, DA JBS, COM OS PODEROSOS
Domingo, 26 de outubro de 2014. A cúpula de uma das maiores companhias do Brasil se reúne em uma exuberante mansão no Jardim Europa, na capital paulista, para acompanhar a contagem dos votos do segundo turno. Havia uma eleição presidencial em aberto. Dilma Rousseff e Aécio Neves protagonizavam uma das mais acirradas disputas eleitorais da história brasileira desde a redemocratização. A casa é de Joesley Batista, o dono da JBS. O empresário, alçado havia alguns anos ao estrelato dos negócios pela política dos campeões nacionais do governo Lula, tinha se tornado também um dos maiores financiadores de campanha do país. A ideia do convescote, para o qual ele reuniu alguns de seus parceiros mais próximos, era conferir o resultado do investimento. O grupo se reuniu à beira da piscina. A festa, regada a muita bebida, com a turma se jogando na água de roupa e tudo, entraria pela madrugada. E acabaria, sem que ninguém ali soubesse, por proporcionar a um grupo restrito de investigadores da Polícia Federal um retrato bem-acabado, e até hoje inédito, do auge da influência de Joesley e da JBS sobre o poder, graças aos milhões que o grupo colocava nas mãos dos políticos.
“Obrigadíssimo, amigo, obrigadíssimo. Agora, vem cá. Agora vamos fazer aquele almoço ou aquele jantar no Jaburu?”
“Obrigado por tudo, abraço”.
“Muito obrigado por tudo, por tudo você foi 100%, tá?”
Joesley tinha motivos de sobra pra comemorar a continuidade da dobradinha PT-MDB no poder. Afinal, foi durante a era petista, e à custa de facilidades obtidas em Brasília, que o seu frigorífico deixou de ser mais uma empresa para se tornar a maior produtora mundial de proteína animal, com um faturamento de 120 bilhões de reais em 2014. Como revelaram mais tarde as investigações, e os próprios executivos do Grupo JBS em suas delações premiadas, grande parte desse crescimento foi consequência da articulada estratégia da empresa de encher o bolso de políticos, seja por meio das gordas doações eleitorais oficiais, seja pelas entregas de dinheiro em espécie por fora, em troca de facilidades.
- Na edição do dia 1º de junho de 2018, revelamos que o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, mantinha sociedade com empresas que tinham negócios com a estatal.
- Já na edição de 18 de maio de 2018, revelamos que a PF reunira indícios de que a petista Gleisi Hoffmann havia recebido R$ 5,3 milhões em recursos ilegais.
- No início de 2019, revelamos um plano de Cuba para ajudar Dilma a se reeleger em 2014. O plano teve a participação ativa dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que atuavam como cabos eleitorais da petista.
- A Democracia Representativa, em que os políticos legitimamente eleitos agem em nome do eleitor e são por ele fiscalizados. Nada de comitês e afins, dominados por partidários dos poderosos, como quer a esquerda;
- A Livre Iniciativa, o direito dos cidadãos de se associarem livremente para aproveitar oportunidades e solucionar desafios contemporâneos, gerando negócios e riqueza. Governos não induzem prosperidade: quem o faz são os cidadãos empreendedores e as empresas, cabendo ao Estado estabelecer regras claras. Ou seja, nada do Estado gigante que controla tudo e nada entrega, como prega a esquerda;
- A Liberdade de Expressão e de Acesso à Informação, o que inclui a liberdade da imprensa de revelar ao público o que os poderosos gostariam de esconder. Foi assim que o Brasil afastou do poder uma presidente que arruinou as finanças e colocou atrás das grande um ex-presidente corrupto que lavava dinheiro. “Controle social da mídia”, como prega o PT e seus satélites, nada mais é do que uma ferramenta para intimidar e calar a imprensa que não se ajoelha diante do poder.
- O Jornalismo Independente. Repetimos: a Crusoé, assim como O Antagonista, não aceita dinheiro de qualquer órgão público ou empresa estatal. Não há negociação nesse ponto. Mario Sabino costuma dizer que a publicidade estatal tem funcionado como um “mensalão”, por meio do qual governistas de plantão compram apoio de “jornalistas”. A prática aniquila o poder de fiscalização da imprensa sobre o governo. É um tiro na democracia. Foi assim nos governos petistas, que se associaram a blogs sujos. Que isso nunca mais se repita.
- Reportagens investigativas que mostram a verdadeira face daqueles que deveriam trabalhar pelos seus interesses (mas é o contrário que acontece)
- Pontos de vistas diferentes sobre os principais assuntos da semana para você refletir sobre o momento em que estamos passando.
- Provocações no bom e velho estilo ame ou odeie. Sem frescura. Sem mimimi.
- Entrevistas esclarecedoras que vão abrir sua mente para assuntos que talvez você nunca tenha parado para pensar.
- Denúncias que só podem ser publicadas pelo jornalismo independente.
- Humor na dose certa para você refletir e se descontrair ─ afinal, o mundo já está muito sério.
- Notícias diárias sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo
- E muito, muito mais…
- O movimento do Congresso durante as reformas propostas pela equipe do governo;
- Denúncias de atividades suspeitas da cúpula do poder;
- Entrevistas reveladoras com figuras de peso na política;
- Colunas provocativas para você olhar o país por ângulos diferentes;
- Cobertura diária dos principais fatos da política.
- E muito, muito mais…