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quarta-feira, 3 de julho de 2019

Diretor da Cepal avalia crise na cooperação técnica brasileira - Carlos Mussi

Diretor da Cepal avalia crise na cooperação técnica brasileira - Carlos Mussi

FioCruz Brasília, 27/06/2019
Com a redução de recursos econômicos, a “cooperação micro” – promovida individualmente por órgãos e entidades públicas – manterá a cooperação brasileira em atividade. Foi o que sustentou o diretor do escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em Brasília, Carlos Mussi, durante o X Ciclo de Debates: Cooperação Internacional na América Latina. A representante da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, Socorro Gross, coordenou a mesa – realizada em 27 de junho, no auditório interno da Fiocruz Brasília.
Segundo ele, em função do alcance delimitado, essas ações tendem a ter orçamento e continuidade assegurados. “Apesar de geralmente não levarem a identidade do país, e sim da instituição envolvida, são mais estáveis”. De acordo com Mussi, desde o governo de Dilma Rousseff, há uma adequação das atividades de cooperação à disponibilidade de recursos econômicos.
Mussi avalia que independentemente de quais posições forem adotadas nas políticas externa e governamental brasileira, instituições como a Fiocruz conseguirão manter viva a cooperação Sul-Sul em razão da demanda permanente por novas tecnologias e por bons serviços públicos. “Haverá sempre um nicho para cooperação em áreas especializadas, como é o caso da saúde”.
Fiocruz e Opas/OMS
Socorro Gross destacou a relação entre a Fiocruz e a Opas, instituições centenárias que trabalham com saúde. Ela lembrou que antes do surgimento do conceito de cooperação Sul-Sul, a Organização promovia ações de cooperação internacional em países do Sul Global. “É necessário pensar a cooperação a partir da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. Não podemos esquecer da importância da capacitação em pesquisa voltadas para a promoção do desenvolvimento global”, disse.
Convergência entre agendas
A partir das agendas da saúde e do desenvolvimento econômico-social, quais caminhos a Fiocruz, a Opas/OMS e a Cepal podem convergir para fortalecer a atuação conjunta? Foi com esse propósito que a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, recebeu os representantes da Opas e da Cepal após o Ciclo de Debates.
Como atividade proposta pela Presidência da Fiocruz, a 3ª Feira de Soluções para a Saúde, que acontecerá no Ceará, entre 16 e 19 de outubro, foi a principal agenda da reunião. Edições anteriores da Feira de Soluções foram realizadas em Salvador, na Bahia, e em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
“As soluções industriais, sociais e de serviços para a saúde dão um caráter nacional e internacional ao evento, visto que nele são debatidas e divulgadas respostas para desafios globais de saúde pública”, explicou Fabiana Damásio. Nas Feiras, pesquisadores, movimentos sociais e instituições públicas e privadas são convidados a apresentar suas iniciativas nos mais diversos formatos. Confira aqui os destaques das edições anteriores do evento.
Segundo Mussi, a Cepal tem proximidade aos temas que são discutidos no evento. “Temos uma agenda interessante em tecnologia digital, inclusive com trabalhos em telemedicina e esses estudos podem ser compartilhados”, disse. Ele sugeriu o estabelecimento de parceria entre a Escola de Governo Fiocruz Brasília e agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para promoção de projetos que envolvam a Agenda 2030.
A representante da Opas/OMS ressaltou a importância da promoção de atividades em ciência e tecnologia que favoreçam o engajamento de jovens. “Apesar de ser difícil despertar o interesse deles, a perspectiva dos jovens traz consigo importante componente de inovação para a saúde”, disse.
As Feiras de Solução para a Saúde surgiram do projeto Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para Zika vírus e microcefalia no âmbito do SUS, conduzido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs) da Fiocruz e pela Fiocruz Brasília.

sábado, 10 de maio de 2014

Desigualdade distributiva no Brasil: qual é o panorama?

Desigualdad de los ingresos en el Brasil. ¿Qué ha cambiado en los últimos años? (1999-2008)
Helder Ferreira de Mendonça y Diogo Martins Esteves
Revista de la Cepal, n. 112, Abril 2014


En este estudio se presentan datos empíricos que permiten evaluar la repercusión de diversas variables socioeconómicas y políticas en distintas formas de medir la desigualdad de los ingresos en las 27 unidades de la República Federativa del Brasil entre 1999 y 2008. La experiencia brasileña resulta útil para entender las políticas relativas a la desigualdad de los ingresos en los países en desarrollo. Los resultados indican que el progreso observado durante el período analizado se debe a la combinación de una mayor apertura comercial, el desarrollo tecnológico y financiero, la reducción de la tasa de desempleo, la puesta en práctica de políticas sociales con efecto directo en las familias más pobres y la implementación de mecanismos contra la corrupción.


Meu comentário (PRA):

Tudo isso junto se presta a muita confusão. Vamos separar por partes.

1)  Maior abertura comercial só teve sob Collor, muito tempo atras, portanto.
Nos últimos anos só houve maior fechamento comercial.
E o aumento das importações não foi política do governo, ao contrário, foi o efeito não desejado da valorização do real, que tampouco tem a ver com políticas do governo, e sim com o sucesso do agronegocio, com a demanda chinesa, com o aumento do valor, mais do que do volume, das exportações.
2)  Desenvolvimento tecnológico e financeiro tende mais a concentrar do que a redistribuir renda, pelo menos num primeiro momento.
O que houve sim, foi um aumento do volume de crédito na economia, o que certamente está na origem da inflação persistente, pois ao aumento da demanda não correspondeu um similar aumento da oferta, ao contrário, a indústria brasileira está pressionada por altos custos (aumento real dos salários muito acima da inflação e da produtividade), por altos impostos, e a oferta tem sido buscada nas importações justamente.
3) Ocorreu maior formalização da mão-de-obra, certamente, mas o Brasil é provavelmente um caso raro no mundo em que a baixa do desemprego coincide com uma inédita e estranha subida para o alto, num movimento totalmente contraditório, da curva de seguro desemprego? Como pode o desemprego diminuir e os gastos com seguro desemprego aumentarem?
Deve ter fraude no mercado de trabalho, ou seja, rotatividade forçada para justamente arrancar mais dinheiro do governo e conseguir o mesmo tipo de emprego em seguida, eventualmente pagando um pouco menos (mas o trabalhador ganha três ou seis meses de salário sem precisar trabalhar).
4) Políticas sociais de distribuição de subsídios ao consumo certamente ocorreram, mas que não se chame isso de redução ou eliminação da pobreza. Pode ser tudo menos isso. Redução da pobreza se obtem com a qualificação da mão-de-obra e criação de renda e riqueza pelo mercado, não por esmolas oficiais, que apenas subsidiam o consumo dos mais pobres com dinheiro retirado da classe média.
Basta considerar, por exemplo, que o aumento da carga tributária, nos anos petralhas, foi de 3 ou 4 pontos acima dos dispêndios sociais. Ou seja, a esmola pública ficou baratinho e o resto do dinheiro deve ter ido para o bolsa-empresário (via BNDES), bolsa-banqueiro (via dívida pública), quando não para os próprios mandarins do Estado (Judiciario, e Legislativo, sobretudo) e para os companheiros no poder.
5)  Finalmente, combate à corrupção?
Não quero rir, mas não dá para encarar seriamente isso, ou será que dá?
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Paulo Roberto de Almeida 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Republica Bolivariana de Venezuela quer reformar a historia, para tras, como os talibans...

Os talibans são aqueles seres primitivos, quase neandertais, que quando estiveram no poder no Afeganistão simplesmente implodiram, a dinamite, os fabulosos Budas de Bamian, enormes estátuas de Buda, escavadas nas montanhas de Bamian, e que constituíam um dos tesouros artísticos, arqueológicos, religiosos e culturais daquele país tão pobre, mas rico em história e em culturas diversas ao longo dos séculos.
Pois, a despeito de pedidos desesperados da Unesco e de outras entidades, os talibans destruíram aquelas enormes estátuas que para eles estavam em contradição com o Islã, sendo que o Islã chegou ao Afeganistão alguns séculos depois que as estátuas tinham sido penosamente escavadas na pedra.
Pois bem, os bolivarianos da Venezuela atual são os talibans da América Latina, pois querem implodir tudo o que veio antes deles, e fazer daquele país uma tábula rasa para a disseminação da sua ideologia bolivariana.
Eu estava lendo um relatório da Cepal, sobre a dívida externa da América Latina e de repente me deparo com uma tabela, relativa a 1990, ou seja, praticamente doze anos antes de que o nome do país mudasse para República Bolivariana de Venezuela, e lá me deparo com esse nome, como se pode ver na tabela abaixo.

Isso é sumamente ridículo e grotesco. Em 1990 não existia essa coisa chamada República Bolivariana de Venezuela, e sim apenas República de Venezuela.
Que a Cepal tenha consentido na mudança stalinista do nome, apenas confirma como essas organizações internacionais, além de ridículas são sumamente patéticas.
Paulo Roberto de Almeida

Divida externa da América Latina, 1982-2012 - Cepal

Portada
  • La montaña rusa del financiamiento externo: el acceso de América Latina y el Caribe a los mercados internacionales de bonos desde la crisis de la deuda, 1982-2012

  • Inés Bustillo y Helvia Velloso
  • 2013
  • Signatura:LC/G.2570-P
  • 150 pp.
  • Libros de la CEPAL
  • CEPAL

Link: http://www.cepal.org/cgi-bin/getProd.asp?xml=/publicaciones/xml/2/52062/P52062.xml&xsl=/publicaciones/ficha.xsl&base=/publicaciones/top_publicaciones.xsl#

Resumen

En esta publicación se examina la forma en que la financiación de la deuda externa ha evolucionado en las últimas tres décadas. Se remonta 30 años y se analiza la trayectoria de la región de América Latina y el Caribe desde la singular perspectiva del acceso a los mercados financieros internacionales. Como el título indica, esta trayectoria ha sido una montaña rusa, con muchos altibajos, y momentos de angustia y pánico.
Los acontecimientos de las últimas tres décadas, tal como se describen en este libro, indican que un acceso más amplio y más barato a los mercados internacionales de capital puede ser fundamental en el largo proceso de lograr el crecimiento sostenible con igualdad, mediante la ampliación de las opciones de financiamiento de la inversión y las iniciativas sociales. A pesar de la experiencia adquirida y los progresos realizados durante este período, aún quedan muchos desafíos. El acceso al financiamiento externo de la deuda no es universal y, a pesar del aumento de la resiliencia, la vulnerabilidad a las conmociones financieras externas sigue siendo una amenaza. Además, los avances económicos y financieros de los últimos 30 años, y en particular de la última década, no han producido cambios en la estructura productiva de la región. Los cambios estructurales deben estar en el centro de un proceso de crecimiento a largo plazo para que la igualdad sea una realidad.

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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Equador: pensar tres vezes antes de aderir ao Mercosul


El ingreso al Mercosur es riesgoso
CAROLINA ENRÍQUEZ. REDACTORA
El Comercio (Equador), 17/05/2013

La plena adhesión de Ecuador al Mercado Común del Sur (Mercosur) genera una caída de la actividad económica del país, dice un informe de la Comisión Económica para América Latina (Cepal).

El documento, que evalúa los posibles efectos de la incorporación de Ecuador al bloque regional, fue uno de los insumos analizados por el presidente Rafael Correa y funcionarios de comercio exterior, durante una reunión mantenida el pasado 1 de mayo para analizar la incorporación del país al grupo.

Una de las principales observaciones que hace la Cepal es que las importaciones del país crecerían más que las exportaciones en el escenario de una adhesión. Manuel Chiriboga, ex negociador del Tratado de Libre Comercio (TLC) con EE.UU. explica la razón: "No somos economías complementarias sino muy similares. Producimos básicamente lo mismo.

El problema es que nosotros tenemos empresas pequeñas y ellos industrias inmensas. Muchos rubros que actualmente producimos podrían ser reemplazados por ítems provenientes de esas naciones".

Dentro del bloque, los aranceles que pagan los países miembros son reducidos o nulos, lo cual no sucede con los productos que provienen de terceros países. Los bienes de naciones fuera del bloque se vuelven más caros por el mayor Arancel Externo Común del Mercosur.

Para materias primas y bienes de capital es de 7 y 12%, mientras que Ecuador tiene aranceles entre el 0 y 5% para esos dos segmentos, explicó una fuente oficial que prefirió la reserva. Esto ocasionaría un "desvío del comercio" a los países del bloque como Brasil y Argentina. Productos importados, como los metalmecánicos por ejemplo, pudieran invadir el mercado local y afectar a la industria, además de reducir los ingresos arancelarios.

Ahora, si no hay desvío del comercio y Ecuador adopta el mayor arancel del Mercosur, el efecto sería un alza de las recaudaciones de USD 675 millones, señaló Fander Falconí, director de la Secretaría Nacional de Planificación y Desarrollo, con base en un estudio elaborado por la entidad.

Cepal corrobora este incremento en su documento, sin embargo también indica que se reducirían las recaudaciones provenientes de otros impuestos vinculados a la actividad productiva nacional.

Para el analista Walter Spurrier, de lograrse el objetivo de la Senplades, el impacto por los mayores aranceles pasaría directamente a los consumidores. Pero Falconí cree que "con responsabilidad tributaria, esos recursos pueden ser utilizados a favor de la generación de capacidades productivas de todo el país".

Si bien la posición de la Senplades y de la Cepal pueden resultar opuestos, también hay puntos comunes. Uno señala la necesidad de superar obstáculos como las barreras no arancelarias que existen para ingresar al Mercosur .

El estudio de la Cepal también señala que Ecuador ya ha conseguido avances comerciales con el Mercosur gracias al programa de liberalización ACE 59, que reduce aranceles, y que da flexibilidad al país en cuanto a política comercial.

Correa está consciente de los estudios de la Cepal y la Senplades. Ninguno es definitivo, dijo Marco Romero, catedrático de la Universidad Andina, asegura que para Ecuador siempre queda la ventaja de poder negociar para lograr mejoras comerciales.

domingo, 7 de outubro de 2012

Brasil: o pesadao da AL e o lento dos Brics - editorial OESP

Ainda recentemente, em palestra na Semana de Relações Internacionais da UFSC, um aluno (cujo nome ou e-mail eu infelizmente não conheço, do contrário responderia mais detalhadamente a ele, diretamente) me perguntou se eu ainda mantinha uma opinião expressa em entrevista minha ao Estado de S.Paulo sobre o fato de o BRIC ser um mero exercício intelectual (e eles eram, em 2006). Apenas não sabia que dois ministros dos quatro se empenhavam, por razões muito diversas um do outro (mas ambos antiamericanos e anti-hegemônicos) em fazer desse ajuntamento arbitrário -- construído por razões puramente financeiras, de capitalistas investidores -- um grupo diplomático formal, o que ocorreu apenas a partir de 2007. 
Tudo bem, isso me valeu o ódio de um desses personagens, embora eu mantenha, ainda hoje, que se trata de mero exercício diplomático, sem maior consistência intrínseca.
As razões de minha posição são claras. Esses ajuntamentos arbitrários, feitos por jornalistas ou economistas, não têm absolutamente nada a ver com posições comuns ou propósitos unificados, e sim por razões superficiais, externas a uma verdadeira integração de posições ou comunidade de objetivos. Algumas coisas objetivas os unem, mas a maior parte das outras coisas os separam, e o fato de estarem juntos para conversar não quer dizer absolutamente nada quanto a verdadeira unidade de propósitos.
O editorial abaixo, do Estadao, confirma o que eu dizia e o que eu penso.
O Brasil possui uma taxa de crescimento muito medíocre para ser classificado como emergente dinâmico, e isso por razões puramente domésticas, altos tributos, ineficiência estatal, falta de competitividade geral, por culpa do governo, não do setor privado, que aliás pode até ser mais protecionista do que os burocratas do Estado.
Fica, pois, um registro de uma das razões de meu ceticismo em relação aos Brics.
Paulo Roberto de Almeida 

Editorial O Estado de S.Paulo07 de outubro de 2012

Mais pesadão e, portanto, bem menos ágil que grande parte dos vizinhos, o Brasil deve chegar ao fim do ano com um crescimento econômico de apenas 1,6%, metade do projetado para a região, segundo projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Confirmadas as previsões, a economia brasileira será um destaque negativo também sob outro aspecto. Será um dos poucos países do hemisfério com desempenho pior que o do ano passado, quando sua expansão, de 2,7%, já foi muito modesta e bem inferior à média regional, de 4,2%. Os resultados da economia latino-americana deverão ser bem melhores em 2013, com avanço geral de 4%. A atividade no Brasil deverá acompanhar esse ritmo, segundo as novas estimativas. Depois de dois anos de estagnação, será uma recuperação muito modesta.

A melhora do quadro no Brasil e na maior parte do hemisfério dependerá em boa parte do enfrentamento da crise no mundo rico. O cenário global de 2013 foi construído, no relatório, com base em uma hipótese um tanto otimista. Tanto nos EUA quanto na Europa haverá arranjos políticos para impedir um aperto fiscal mais severo e mais recessivo. Isso dependerá, nos dois lados do Atlântico Norte, de complicadas negociações entre partidos e até entre governos. A mesma hipótese tem sido adotada em outras projeções. Em qualquer caso, as perspectivas do Brasil parecem bem menos favoráveis, neste momento, que as do Chile, da Colômbia, do Peru, do México e de vários outros países latino-americanos.
O maior dinamismo desses países fica evidente quando se compara sua expansão ao longo de três anos. Tomem-se as médias aritméticas de crescimento em 2010, 2011 e 2012, admitindo-se como corretas as previsões para este ano, que são as seguintes: Brasil, 3,9%; Chile, 5,7%; Colômbia, 4,8%; México, 4,5%; Peru, 7,2%; e Uruguai, 6%. A média anual latino-americana é de 4,5%. A sul-americana, 4,6%.
As comparações seriam mais desfavoráveis ao Brasil, se os autores se aprofundassem mais no exame de certos detalhes. Segundo eles, a maior parte dos governos latino-americanos ainda tem espaço, nas contas públicas, para a adoção de políticas anticíclicas, em caso de choques recessivos. No caso do Brasil, poderiam ter acrescentado, o espaço é hoje bem menor do que em 2008, porque o governo pouco fez para tornar o orçamento mais sólido e mais flexível. Apesar da redução dos juros pagos pelo Tesouro, neste ano, o déficit nominal (a medida mais ampla do resultado fiscal) aumentou desde março. Isso se explica tanto pela piora da arrecadação quanto pela rigidez dos gastos.
Sem pormenores desse tipo, o relatório oferece um balanço geral das políticas dos últimos dez anos, com algumas recomendações à maioria dos governos. Antes de recorrer de novo a estímulos, será bom reavaliar as limitações orçamentárias. Observação semelhante foi feita recentemente por economistas do FMI: há menos folga para ações anticíclicas do que há quatro anos.
O espaço para estímulos de curto prazo, no entanto, é apenas uma das questões relevantes neste momento. Mesmo essa margem de manobra depende de políticas de mais longo alcance, destinadas à acumulação de gordura fiscal nas fases de prosperidade para ser queimada nos períodos de baixo dinamismo. Outros governos - o chileno, por exemplo - seguiram essa estratégia. O brasileiro preferiu gastar nos bons e nos maus tempos. Normalmente as metas fiscais foram alcançadas graças à elevação da receita.
Uma política fiscal sadia, combinada com uma gestão competente dos programas públicos, é essencial também para a expansão do investimento produtivo, governamental e privado. No Brasil, o investimento tem-se mantido na faixa de 18% a 20% do PIB. Em vários países latino-americanos a taxa tem sido superior a 22% e em alguns tem oscilado entre 24% e 30%. Será essencial aumentar a capacidade de investimento, se os brasileiros quiserem manter, por um longo período, um crescimento igual ou superior a 5% ao ano. O governo sabe disso. Falta agir com a seriedade necessária.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Panorama de la inserción internacional de América Latina y el Caribe 2010-201

Síntesis del “Panorama de la inserción internacional de América Latina y el Caribe 2010-201
Panorama de la inserción internacional de América Latina y el Caribe 2010-201

Infolatam, Santiago, 30 agosto 2011


A mediados de 2011, empeoran las condiciones de las economías industrializadas. A inicios de año, la inestabilidad en el norte de África, sumada a otros factores, provocó un aumento del precio de los combustibles. En marzo, la tragedia en el Japón —el terremoto, el tsunami y la catástrofe nuclear— afectó las cadenas de suministro global en la industria. Ya iniciado el segundo semestre, mientras se atenuaba el efecto de estos factores, se reavivaron las inquietudes por los temores de incumplimiento (default) en Grecia, Irlanda y Portugal y las repercusiones en otras economías europeas de mayor tamaño. A fines de julio, las enormes dificultades para lograr un acuerdo legislativo sobre el límite de la deuda pública en los Estados Unidos agregaron una nueva dosis de incertidumbre y volatilidad en los mercados financieros. La rebaja en la calificación de la deuda soberana de los Estados Unidos, hecho inédito en la historia, y las débiles tasas de crecimiento económico han acentuado la incertidumbre ya existente.

Los niveles de volatilidad e incertidumbre vuelven a rangos preocupantes. Luego del acuerdo en el Congreso estadounidense sobre el límite a la deuda pública y del segundo conjunto de medidas de apoyo a Grecia por parte de Europa y el Fondo Monetario Internacional (FMI), una marcada volatilidad se ha apropiado de las principales plazas bursátiles, con caídas parecidas a las ocurridas en importantes crisis financieras previas. Otra causa de la volatilidad se relaciona con el estancamiento económico de la zona del euro en el segundo trimestre de 2011, inclusive en las economías principales (Alemania y Francia). Ello está repercutiendo en los precios internacionales de los productos básicos, los que muestran importantes reducciones en plazos cortos, si bien aún continúan en niveles superiores a su tendencia de largo plazo, particularmente los minerales y metales

Los indicadores líderes compuestos muestran que la desaceleración en los países industrializados está empezando a afectar a las principales economías emergentes. Las cifras de medianos de 2011 muestran que la desaceleración de los países industrializados tenderá a afectar a China y particularmente a la India y el Brasil. En la medida en que permanezcan estas tendencias, podría esperarse para 2012 un menor ritmo de incremento de las exportaciones a Europa y a los Estados Unidos, de modo que las economías con una mayor orientación exportadora hacia esos mercados verán afectado el dinamismo de sus ventas externas. De la misma forma, un menor ritmo de crecimiento en las economías emergentes, sumado al escenario de debilitamiento en las economías centrales, se reflejaría en menores precios internacionales de los productos básicos, lo que afectaría los saldos comerciales y de la cuenta corriente de los países que los exportan.

Se prevé un escenario de lento crecimiento para las economías industrializadas en los próximos años. Ello quiere decir que habrá un período de crecimiento inferior al potencial, elevadas tasas de desempleo y amenazas financieras latentes, pues se tratará de equilibrios bastante inestables, en un contexto de mercados financieros alterados. La incapacidad de la dirigencia política de coordinar salidas fiables y sustentables para los dilemas fiscales y de deuda soberana agrega un componente adicional de incertidumbre. La complejidad del ajuste fiscal en ciernes en Europa y los Estados Unidos requerirá un proceso prolongado de consolidación fiscal, que difícilmente podrá abordarse sin un amplio apoyo político de varios gobiernos.

Tal escenario limita el espacio político para acuerdos sustantivos en torno a la gobernanza del proceso de globalización. Un ambiente de turbulencias económicas y de desempleo elevado en las economías industrializadas resulta propicio para tentaciones proteccionistas y, por otra parte, reduce el espacio para iniciativas relevantes en torno a los principales desafíos que plantea la globalización. Por ejemplo, la Ronda de Doha no ha conseguido establecer los acuerdos mínimos que permitan concluirla, luego de diez años de infructuosas negociaciones. Los anuncios iniciales del Grupo de los Veinte (G20) sobre la reforma del sistema financiero internacional parecen haber desaparecido de su agenda. Las sucesivas cumbres sobre cambio climático tampoco dan muestras de poder abordar el tema con la urgencia requerida. A su vez, el creciente peso de las economías emergentes en las principales variables de la economía global tiende a reflejarse en temores y actitudes defensivas por parte de las economías industrializadas.

Sin embargo, la década de 2010 puede aún ser un período de auge de las economías emergentes. Los motores de la economía mundial dependerán cada vez más del dinamismo de las economías emergentes y del comercio y las inversiones Sur-Sur. La consolidación de tasas de crecimiento elevadas y estables en estas economías y la desaceleración de su crecimiento demográfico elevará sus ingresos per cápita y acelerará la convergencia de ingresos con las economías industrializadas, particularmente en el caso de las capas medias de las economías emergentes.

Esta tendencia no está exenta de riesgos. Los anuncios de la Reserva Federal de los Estados Unidos en torno a un tercer paquete de medidas de relajación cuantitativa y de una tasa de interés cercana a cero para los próximos dos años acentuarán la liquidez del dólar en los mercados financieros, en un contexto de marcada debilidad en las economías industrializadas. Ello significa que las divergencias de ciclos monetarios entre los países industrializados y los emergentes tenderán a acentuarse, lo que dará lugar a presiones adicionales a la revaluación de las monedas de estos últimos. En ausencia de iniciativas efectivas de coordinación cambiaria entre las economías principales, en varias economías emergentes puede resultar difícil evitar medidas comerciales destinadas a defenderse de esta desventaja competitiva originada por ineficiencias del sistema monetario internacional.

El año 2012 se presenta como una etapa de gran incertidumbre y, por ende, el principal mensaje para las economías de la región es actuar con prudencia en el plano macroeconómico. La volatilidad financiera está afectando a las economías regionales con mayor profundización financiera y bursátil; la desaceleración en Europa y los Estados Unidos limitará la expansión de las exportaciones y afectará sus precios, en tanto las nuevas medidas de relajación monetaria en ese país podrían acentuar las presiones hacia la revaluación en los países que ya enfrentan considerables ingresos de capital. En este sentido, las economías de América Latina y el Caribe deberían aumentar la cautela en su gestión macroeconómica, vigilando la sustentabilidad de sus cuentas fiscales y externas, fortaleciendo las medidas macroprudenciales y rigiéndose por el comportamiento permanente de las principales variables económicas.

La gestión macroeconómica prudente debe complementarse con mayores tareas de cooperación regional. Un mayor compromiso con las tareas de integración y cooperación regional, incluido un mayor apoyo al comercio intrarregional, permitiría amortiguar los impactos de un eventual empeoramiento del escenario internacional y preservar los logros macroeconómicos y sociales alcanzados, mediante avances en la conformación de un mercado regional ampliado. En este sentido, hay un amplio espacio para iniciativas de facilitación del comercio y mayor cooperación en infraestructura física, transporte, logística, normas aduaneras, innovación y tecnología. Estas iniciativas no solo abrirían un campo interesante para las exportaciones de las pymes, más intensivas en manufacturas, sino que también reforzarían el atractivo de la región como socio comercial y destino de la inversión extranjera directa (IED) (véase la sección C).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cepal sugere maior presença do Estado

Formidável. Deixa eu ver se entendi bem:
Cepal quer o "fortalecimento do Estado e a participação dele como protagonista na formulação de políticas para o setor produtivo". Isso seria "receita" para "estimular o desenvolvimento econômico da região".
Mais ainda: segundo a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, "é preciso contar com políticas de Estado que ajudem a dinamizar o crescimento, promover a produtividade, impulsionar melhores condições de emprego e de institucionalidade trabalhista e prover bens públicos e proteção social".
Não apenas isso: "Essas medidas devem vir acompanhadas, na maior parte dos países, do aumento da carga tributária", mas se concorda em que o Brasil já tem uma carga superior à da média da região, que é de 18% do PIB.

Pois bem, sendo tudo isso verdade, alguns países já sairam na frente. O Brasil, por exemplo, que já tem uma carga tributária de 38% do PIB, deve estar ótimo, pois isso representa mais do dobro a média da região.
E quanto a reforçar a presença do Estado, então tem países que deveriam estar melhores do que outros: Bolívia, Equador e sobretudo Venezuela, por exemplo, devem estar em ótimas condições, na medida em que os seus governos vêm praticando exatamente aquilo que a Cepal recomenda: reforçar o papel do Estado no desenvolvimento.
Tem mais: em Cuba, essa presença já é formidável, pois o Estado é responsável por todos os aspectos da vida econômica do país, não tem mais o que aumentar. Cuba deve ser uma potência econômica e todos os demais países membros da Cepal deveriam seguir o seu exemplo.
A Cepal é decididamente formidável.
Se não fosse por ela, não saberíamos como vencer a crise e promover o desenvolvimento na América Latina. Inclusive, ela vem preconizando essas mesmas políticas desde 1948, o que significa que antes a região era muito pior do que hoje, e que nesses 62 anos transcorridos a AL deve ter se desenvolvido barbaramente. Curioso é que ela representava, então mais do o dobro de presença física no comércio internacional do que a Ásia, e hoje a situação se inverteu completamente em favor da Ásia.
Deve ser erro estatístico...
Paulo Roberto de Almeida

Cepal sugere maior presença do Estado
Da redação
Correio Braziliense, 31.05.2010

Para desenvolvimento equilibrado, governos devem dinamizar a economia e prover o social

O fortalecimento do Estado e a participação dele como protagonista na formulação de políticas para o setor produtivo é a receita proposta pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal)(1) para estimular o desenvolvimento econômico da região depois de superada a recessão de 2009.

A sugestão consta do documento apresentado na 33ª rodada de discussões do organismo, que acontece até terça-feira, em Brasília. De acordo com o texto elaborado pela secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, é preciso contar com políticas de Estado que ajudem a dinamizar o crescimento, promover a produtividade, impulsionar melhores condições de emprego e de institucionalidade trabalhista e prover bens públicos e proteção social.
Para estimular a economia, a recomendação é transformar a estrutura produtiva a partir do eixo industrial, dando maior atenção ao desenvolvimento de inovação tecnológica; aumentando a difusão de conhecimento; e apoiando as pequenas e médias empresas.

O dinamismo econômico, defende a Cepal, também deve vir acompanhado por uma maior inclusão e igualdade social. Só o fato de nascer em um dos países da região deveria significar que determinada pessoa tem direito a educação de qualidade, a assistência à saúde durante toda a vida, a um salário digno e a um emprego decente , avalia Bárcena.

As estratégias macroeconômicas devem ser desenhadas de forma que protejam as economias das instabilidades externas por meio da utilização dos instrumentos disponíveis, tais como financeiros, fiscais e cambiais. Essas medidas devem vir acompanhadas, na maior parte dos países, do aumento da carga tributária. É claro que para o esforço fiscal se encaminhar a estes desafios de provisão do bem-estar e da promoção social, requer crescimento econômico, realocação dos gastos e incremento da capacidade tributária dos Estados, reforça o documento.

A média de recolhimento de impostos nos países da América Latina e Caribe é de 18%, considerada baixa pela organização para promover o crescimento necessário à região. No Brasil, a sugestão de aumentar impostos não se aplica, uma vez que a arrecadação brasileira representa, atualmente, 35,8%.

Pequenos
Outra proposta feita pela organização é a reforma do mercado de capitais nestes países, de modo que ele contribua para aumentar o acesso do setor produtivo ao crédito e a prazos mais largos de financiamento. A análise da Cepal aponta que a natureza incompleta dos atuais mercados de capitais tem dificultado principalmente as pequenas e médias empresas. A reforma do mercado de capitais nessa direção significa fortalecer os bancos públicos e, em especial, os bancos de desenvolvimento, como um instrumento que permita potencializar e democratizar o acesso ao crédito , destaca a organização.

Além do reforço às instituições estatais, a comissão propõe a construção de um sistema orientado a estimular o setor produtivo, que depende, em contrapartida, da expansão e da melhoria dos instrumentos disponíveis para a análise e a administração de riscos financeiros.

domingo, 23 de maio de 2010

Lancamento de livro sobre o Brasil e os Brics

Estou recebendo um convite ao qual não poderei atender: o lançamento de um livro que conta com um artigo meu, como abaixo:

Renato Baumann (org.):
O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política
(Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, 180 p.)

Sumário
Introdução, 5
1. As Relações Comerciais do Brasil com os demais BRICs, 9
Renato Baumann, Raquel Araujo e Jhonatan Ferreira
2. A competitividade do Brasil e da China no mercado norte-americano: 2000-2008, 47
Marina Filgueiras e Honorio Kume
3. Abertura comercial e Inserção internacional: os casos do Brasil, China e Índia, 61
José Tavares de Araujo Jr. e Katarina Pereira da Costa
4. A inserção no comércio internacional do Brasil, da Índia e da China (BIC): notas acerca do comércio exterior e política commercial, 79
Ivan Tiago Machado Oliveira, Rodrigo Pimentel Ferreira Leão e Emílio Chernavsky
5. China na América Latina: uma análise da perspectiva dos investimentos diretos estrangeiros, 109
Márcio Holland e Fernando Barbi
6. O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global), 131
Paulo Roberto de Almeida
7. Brasil e polos emergentes do poder mundial: Rússia, Índia, China e África do Sul, 155
Maria Regina Soares de Lima e IUPERJ

O livro será lançado no dia 28 de maio, das 9h30 as 13hs, no Auditorio do Ipea em Brasília, Edifício-Sede do BNDES, Setor Bancário Sul, subsolo, com a presença do organizador, de autores e de jornalistas, que debaterão os capítulos. Acredito que o meu será criticado pelo representante do MRE, que certamente não concordará com meus argumentos, e vai dizer que o Bric é um elemento importantíssimo da estratégia brasileira de inserção internacional. Mantenho meus argumentos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Brics: Bricolandia, Legolandia, etc: um trabalho publicado...

Sans blague, apenas para indicar um trabalho mais recente publicado, em livro que ainda deve sair da gráfica nos próximos dias (ainda sequer tenho o ISBN). Quando sair, vai estar disponível no site do Ipea:

967. “O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)
In: Renato Baumann (org.): O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política
(Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, 179 p.), p. 131-154.
Relação de Originais n. 2077.