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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A diplomacia da estupidez se esmera em afundar o Brasil, moralmente e materialmente - embaixador Ricupero (Jovem Pan)

 Nota da embaixada chinesa é ‘gota que transbordou o copo’, diz ex-ministro da Fazenda

Para o diplomata Rubens Ricupero, posicionamento do país asiático deve ser entendido como uma grande divergência diplomática

Jovem Pan | 25/11/2020, 9h10

O posicionamento da embaixada chinesa após as acusações de espionagem feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, ao país, deve ser entendida como uma grande – e surpreendente – divergência. A avaliação é do diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero. O jurista destaca que não há, em sua longa experiência, episódios diplomáticos semelhantes ao acontecido e avalia as graves consequências que uma possível ruptura com o país asiático traria para a economia brasileira. “Deveria tomar muito a séria a advertência que cedo ou tarde a China vai reagir com alguma coisa forte. Se reagir com uma medida forte, o Brasil vai ficar muito mal, porque o que salva o balanço de pagamentos e o nosso comércio externo é a China. Exportamos 35% de tudo que vendemos para a China. A cada dólar que exportamos para os Estados Unidos, exportamos 3,4 dólares para os chineses. Então o governo está brincando com fogo”, avalia.

Rubens Ricupero afirma que não se trata de uma subserviência ao governo chinês, mas sim a manutenção de uma “relação normal de respeito mútuo”, como o Brasil adota com outros países. “Não me lembro que tivesse visto coisa semelhante, ela [nota da embaixada] é muito forte. Inclusive tem passagens até ameaçadoras. Acho que isso ocorreu como uma espécie de gota que transbordou o copo, porque o governo brasileiro, nos últimos meses, tem se esmerado em provocar a China. O governo Brasil faz questão, uma espécie de esporte, de hostilizar a China”, afirma. O diplomata aponta que as declarações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro não, até mesmo, coisas “tolas”, mas analisa que, em contrapartida, os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro são graves. “Os insultos do Eduardo Bolsonaro são gratuitos, são até coisas tolas, mas o que o presidente faz, mas coisas que ele diz ou as ações que ele toma sobre a vacina [Coronavac], por exemplo, as declarações sobre a China e sobre o 5G vão acumulando um número grande de recriminações e queixas. E os chineses, que já foram muito humilhados pelos europeus, não muito suscetíveis e tem uma sensibilidade à flor da pele”, afirma, destacando que estes posicionamentos do governo frente ao país asiático são “consequências da estupidez”. “Não há outra palavra para explicar isso”, afirma.

A nota emitida pela embaixada da China nesta terça-feira, 23, foi publicada após Eduardo Bolsonaro, pelo Twitter, acusar Pequim de praticar espionagem. Na publicação na rede social, já apagada, o filho de Bolsonaro deu a entender que o Brasil seguiria o posicionamento de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de tentar proibir o avanço de empresas chinesas no mercado global do 5G. “O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Newtork (Rede Limpa), lançada pelo governo Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, afirmou, citando que o presidente brasileiro buscava “proteger seus participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas. Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”. No documento de 17 páginas, a embaixada afirma que a posição do deputado está na “contracorrente da opinião pública brasileira”, desrespeitando “os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia” e interferindo “na atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”. “Acreditamos que a sociedade brasileira, em geral, não endossa nem aceita esse tipo de postura. Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/nota-da-embaixada-chinesa-e-gota-que-transbordou-o-copo-diz-ex-ministro-da-fazenda.html

 

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A China e as obsessões anti-China da família presidencial - Ricardo Bergamini - Pedro Henrique Gomes (G1)

 Balança Comercial: Argentina e China saldo positivo para o Brasil de US$ 29.2 bilhões. Estados Unidos negativo de US$ 3,1 bilhões.

Ricardo Bergamini

1 – Até setembro de 2020 o Brasil exportou US$ 156,5 bilhões e importou US$ 114,3 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 42,2 bilhões.

 

2 – Até setembro de 2020 o Brasil exportou para a nossa inimiga China comunista US$ 53,4 bilhões e importou US$ 24,6 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 28,8 bilhões.

 

3 - Até setembro de 2020 o Brasil exportou para a nossa inimiga Argentina comunista US$ 5,9 bilhões e importou US$ 5,5 bilhões, gerando um saldo na balança comercial positivo para o Brasil de US$ 0,4 bilhão.

 

4 - Até setembro de 2020 o Brasil exportou para o nosso “amigo do peito” Estados Unidos US$ 15,2 bilhões e importou US$ 18,3 bilhões, gerando um saldo  na balança comercial negativo para o Brasil de US$ 3,1 bilhões.

 

5- Até setembro de 2020 a China e Argentina, inimigos comunistas do Brasil, deixaram um saldo positivo para o Brasil de US$ 29,2 bilhões, e o “amigo do peito” Estados Unidos um saldo negativo de US 3,1 bilhões.

 

Embaixada da China repudia postagem que Eduardo Bolsonaro publicou e depois apagou

 

Deputado disse que Brasil apoia aliança global para um 5G 'sem espionagem da China'. Segundo nota da embaixada, falas do filho do presidente caluniam país asiático.

 

Por Pedro Henrique Gomes

G1 — Brasília, 24/11/2020

Embaixada da China no Brasil chama de 'infundadas' postagens feitas por Eduardo Bolsonaro

 

A embaixada da China no Brasil afirmou em nota divulgada nesta terça-feira (24) que são “infundadas” e “solapam” a relação entre os dois países mensagens publicadas em uma rede social pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

 

O deputado escreveu na noite desta segunda-feira (23) — e depois apagou nesta terça — mensagem sobre o 5G, a internet móvel de quinta geração. Na mensagem, dizia que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

 

Brasil apoia proposta dos Estados Unidos contra a China no 5GA implementação da tecnologia 5G vuma disputa entre China e Estados Unidos. O governo norte-americano acusa as empresas chinesas de espionagem. A China diz que os Estados Unidos utilizam a questão da soberania nacional para prejudicar empresas chinesas.
“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu Eduardo Bolsonaro na noite da segunda-feira (23).
Segundo o deputado, a aliança pretende proteger os países participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas.
“Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, disse Eduardo Bolsonaro. 

Em nota, a embaixada da China no Brasil afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem "os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar" o país asiático e cercear as atividades de empresas chinesas.

 

“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos”, diz o texto da embaixada.

 

De acordo com a nota, EUA buscam uma "hegemonia digital exclusiva" por meio de bloqueio à empresa chinesa Huawei.

 

“Os EUA têm um histórico indecente em matéria de segurança de dados. Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva. Comportamentos como esses constituem uma verdadeira ameaça à segurança global de dados”, complementou a embaixada.

 

Nesta terça, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi indagado por jornalistas sobre o assunto. Os repórteres perguntaram se o Brasil entrou na aliança Clean Network a fim de evitar a espionagem chinesa, como havia afirmado o deputado Eduardo Bolsonaro. Faria não quis responder. Disse apenas: “Liga para o Eduardo”.

 

O ministro deu a declaração depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do relator na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do edital do 5G e de conselheiros da agência. O órgão criará o edital para o leilão das ondas onde a rede operará.

 

Na disputa com a China pela 5G, EUA prometem investimentos no Brasil

 

Na nota, os representantes chineses também disseram que as falas do deputado são "infundadas" e "indignas" com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e que os fatos comprovam que a China é "amiga e parceira do Brasil" e que a cooperação entre os dois países "impulsiona o progresso e traz benefícios para os dois povos".

 

A embaixada disse que o governo chinês incentiva empresas chinesas a operar com base em ciência, fatos e leis e se opõe a qualquer tipo de especulação e difamação injustificada contra empresas chinesas.

 

Para a representação diplomática da China, as declarações de Eduardo Bolsonaro não refletem o pensamento da maioria da população brasileira e prejudicam a imagem do Brasil.

 

“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema-direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”, diz o texto.


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Com Biden, Bolsonaro fica à deriva - Bernardo Mello Franco (Globo)

ELEIÇÕES AMERICANAS

Vitória de Biden deixaria Bolsonaro à deriva

Por Bernardo Mello Franco

O Globo, 01/11/2020 • 01:22


https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/vitoria-de-biden-deixaria-bolsonaro-deriva.html

 

Há dez dias, o ministro Ernesto Araújo disse não se importar com a perda de relevância do Brasil no cenário internacional. “É bom ser pária”, desdenhou, em discurso para jovens diplomatas. O isolamento do país já é uma realidade desde a posse de Jair Bolsonaro. Mas pode se agravar a partir de terça-feira, quando os Estados Unidos escolherão seu próximo presidente.

Uma possível vitória de Joe Biden será péssima notícia para o capitão e seu chanceler olavista. Os dois ancoraram a política externa numa relação de vassalagem com Donald Trump. Agora arriscam ficar à deriva se o republicano for derrotado, como indicam as pesquisas.

Quando ainda sonhava em ser embaixador nos EUA, o deputado Eduardo Bolsonaro posou com um boné da campanha de Trump. O pai chegou perto disso. Às vésperas da eleição, ele reafirmou a torcida pelo magnata. “Não preciso esconder isso, é do coração”, declarou-se.

Para bajular o aliado, o bolsonarismo pôs a diplomacia brasileira de joelhos. O Itamaraty abriu mão de protagonismo, deu as costas à América Latina e trocou a defesa do interesse nacional pela subordinação ao interesse americano. Em setembro, permitiu que o secretário Mike Pompeo usasse Roraima como palanque para agredir um país vizinho.

Na pandemia, Bolsonaro imitou a pregação de Trump contra a Organização Mundial da Saúde, o uso de máscaras e as medidas de distanciamento. O negacionismo da dupla abriu caminho para o avanço do vírus. Não por acaso, os EUA e o Brasil lideram o ranking de mortes pela Covid.

O capitão surfou a onda nacional-populista que produziu o Brexit, elegeu Trump e impulsionou partidos de extrema direita na Europa. Uma derrocada do republicano deixará essa tropa sem comandante. Será um alento para quem aposta no diálogo e na cooperação internacional, hoje sufocados pelo discurso do ódio e pela intolerância.

Biden está longe de ser um símbolo do progressismo. Mesmo assim, comprometeu-se com a defesa da democracia, do meio ambiente e dos direitos humanos. Isso significa que sua possível vitória provocará mudanças sensíveis nas relações entre Washington e Brasília.

No primeiro debate presidencial, Biden já avisou que pressionará Bolsonaro a frear o desmatamento da Amazônia. Ele acenou com uma cenoura e um porrete: a criação de um fundo de US$ 20 bilhões para estimular a preservação da floresta ou a imposição de sanções econômicas ao Brasil.

No dia seguinte, o capitão acusou o democrata de tentar suborná-lo. Além de exagerar no tom, conseguiu errar o primeiro nome do adversário de Trump. O bate-boca indicou o que vem por aí se Joseph — e não John — assumir a Casa Branca.

BERNARDO MELLO FRANCO

É colunista de política do GLOBO. Também passou pelo Jornal do Brasil e pela Folha de S.Paulo. Foi correspondente em Londres e repórter no Rio, em SP e Brasília. É autor de "Mil Dias de Tormenta - A crise que derrubou Dilma e deixou Temer por um fio"


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Prisão de Bannon é pior para o bolsonarismo do que para o trumpismo - Matheus Leitão (Veja)

Prisão de Bannon é pior para o bolsonarismo do que para o trumpismo

Trump se afastou do seu ex-estrategista, mas a família Bolsonaro “herdou” o extremista e Eduardo passou a ser o seu representante na América Latina




Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca, participa de debate em Roma, na Itália - 25/03/2019 Stefano Montesi/Corbis/Getty Images
prisão de Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consegue, por incrível que pareça, ser pior para o bolsonarismodo que para o trumpismo. Conhecido por espalhar teorias conspiratórias de extrema-direita, o marqueteiro, após ter sido elevado ao posto de estrategista-mor, foi expurgado por Trump. Acabou adotando a família Bolsonaro, que o tratou sempre com pompas e circunstâncias. O filho Zero Três, deputado Eduardo Bolsonaro, virou não só amigo, mas seu representante na América Latina para promover ideias e candidaturas ultraconservadoras aos governos da região.
Ou seja, enquanto os Trumps se afastaram de Bannon, os Bolsonaros se aproximaram. O estrategista é o grande amigo internacional do parlamentar brasileiro, integrante da família presidencial mais cotado para assumir o espólio político do pai no futuro. Na verdade, Bannon é mais que amigo de Eduardo Bolsonaro. É o chefe da organização The Movement, de extrema direita, da qual o filho Zero Três é membro emérito e articulador. A projeção de Eduardo Bolsonaro no exterior se dá justamente através de Steve Bannon. 
Agora às voltas com a acusação de desvio de dinheiro levantado dentro da campanha “Nós Construímos o Muro” – promessa de Trump de edificar a divisória entre Estados Unidos e México -, Bannon se encontra negativamente nos holofotes, o que enfraquece todo o seu projeto de ver o ultranacionalismo se erguer pelo mundo afora, ganhando voos não só nos EUA, mas na Europa e na América Latina.
Mas o que isso tem a ver com o Brasil? Particularmente, fortalece o esforço de coibir, através do inquérito das fake news em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), esse comportamento ativista e, muitas vezes criminoso, da extrema direita nas redes sociais. E – o  mais importante – jogar luz nas redes obscuras de financiamento da máquina de ódio e disseminação das notícias falsas. Bannon é dono de uma rede de sites de desinformação e sua atuação nebulosa na áreas das mídias sociais inspira movimentos no Brasil. 
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Com todos os encontros e aconselhamentos para a família Bolsonaro (entenda as ligações na coluna Maquiavel), Bannon agora saiu do posto de mentor para o de mais um problema. Mesmo que a arrecadação privada para o muro, alvo de investigação que o levou ao xilindró nesta quinta-feira, 20, não tenha nada ver com o Brasil, sua atuação ao longo dos anos poderá ser foco de possíveis novos inquéritos, avisam os jornais americanos. 

quinta-feira, 28 de maio de 2020

China: a embaixada e os lunáticos

A despeito desta carta enviada para a Câmara dos Deputados recentemente: 


os aloprados do bolsolavismo diplomático continuam desafiando o grande parceiro comercial:



Os prejuízos para o Brasil parecem iminentes, e não sei se os lunáticos percebem isso...
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 21 de março de 2020

A "diplomacia" olavo-bolsonarista e a embaixada da China - Hussein Kalout e Grupo Band de Comunicações

Confirmado que a diplomacia daquela parte do governo brasileiro sob influência do olavo-bolsonarismo é capaz de criar suas próprias crises, tivemos, na semana que se encerrou, um raro incidente nos anais de nossas relações exteriores, consubstanciado nas declarações em Twitter de um deputado que aspirava ser o embaixador do Brasil nos Estados Unidos – por uma suposta "amizade com a família Trump"–, ou talvez até o chanceler brasileiro, sobre a responsabilidade da China pela pandemia do Coronavirus, e uma inédita reação do embaixador da China, em linguagem pouco protocolar, reagindo às acusações.
Abaixo o artigo de Hussein Kalout sobre o incidente e, mais abaixo, um "editorial" falado no Jornal da Band, em termos incisivos contra o atual chanceler, que o Grupo Bandeirantes simplesmente designa de IDIOTA.
Paulo Roberto de Almeida


O 'DELFIM DA POLÍTICA EXTERNA' E A FÁBULA CHINESA

Diante de uma grave crise global e nacional de saúde pública, Eduardo Bolsonaro emplacou uma olímpica crise diplomática com a poderosa China
https://epoca.globo.com/colunistas/coluna-o-delfim-da-politica-externa-a-fabula-chinesa-24318831


O Padre José de Anchieta historiou sobre a dimensão da estupidez e da irracionalidade do comportamento do homem perante o óbvio. Convencido de que pau torto não se desentorta, concluiu: “As cores da vida são as que pintamos”.
Diante de uma grave crise global e nacional de saúde pública, Eduardo Bolsonaro, “o delfim da política externa”, emplacou uma olímpica (e desnecessária) crise diplomática com a poderosa China. Usando sua conta no Twitter, atacou a China, responsabilizando Pequim pela crise global do coronavírus, ao agir de maneira análoga ao regime soviético por ocasião do desastre de Chernobyl.
Jogou para a plateia de milicianos digitais, em nome do suposto “debate democrático”, quando o que estava por trás era algo muito diferente: o emprego de teorias conspiratórias para desviar a atenção de sua própria incompetência.
O grande problema é que escolheu o alvo errado. Agora, setores do governo e do empresariado correm atrás do prejuízo, desesperadamente, no desiderato de apagar o incêndio e fazer contenção de danos com esse país que é, simplesmente, o maior parceiro econômico e comercial do Brasil.
Em estado de perplexidade, diplomatas, políticos e empresários questionam a necessidade de deflagrar um entrechoque diplomático direto com um país cujos recursos de poder são infinitamente maiores do que os do Brasil – e tudo isso em meio a uma luta para salvar a vida de brasileiros e resguardar a combalida economia do país.
Diante da saraivada de críticas institucionais e debaixo de um panelaço nacional, a estratégia pode ter buscado desviar o foco da crise para um inimigo externo. Encontrar bodes expiatórios – sobretudo se for estrangeiro e ainda melhor se for vermelho e comunista – encaixa bem na narrativa fabricada da nossa extrema-direita, ajudando a desviar a atenção dos problemas reais e de suas soluções urgentes.
A insistência em dizer que se trata de um vírus chinês, copiando Trump, mal consegue esconder uma visão xenófoba que se associa à tese, corrente entre grupos bolsonaristas, segundo a qual a doença seria uma invenção chinesa para dominar o mundo.
A ignorância da política internacional, a cegueira imposta por sua ideologia lunática e a ausência do menor traço de bom senso e compostura levaram Eduardo Bolsonaro – secundado por seu ajudante de ordens que responde formalmente pelo Itamaraty – a cometer dois erros pueris: 1) não entendeu que o “timing” para engrossar com a China é inadequado; e 2) não percebeu que o que funciona como estratégia nos EUA não necessariamente funciona no Brasil. O tiro saiu pela culatra!
A reação do Embaixador da China, Yang Wanming, ocorreu dez horas após os tuites do Deputado Eduardo Bolsonaro. É inimaginável pensar que essa reação ocorreu sem consultas com Pequim e sem o respaldo de Xi Jinping.
O grau de descontentamento chinês não poderia ser maior, como demonstra a opção de deixar de lado a sua tradicional liturgia diplomática, mandando recados incisivos, frontais e sem camuflagem na linguagem diplomática ao núcleo duro do bolsonarismo. A China sente que o vento já sopra em outra direção.
Não é preciso lembrar de que a China é o principal investidor estrangeiro em infraestrutura e importador majoritário de ampla gama de nossos produtos agrícolas. Cabe lembrar, ainda, que foi a China quem, recentemente, salvou o governo Bolsonaro do maior fiasco no setor energético – o megaleilão do Pré-Sal promovido pela Petrobras no fim do ano passado. E a China é quem está socorrendo a Itália e também fornecendo insumos de saúde para o Brasil, tendo merecido inclusive agradecimento do ministro da Saúde!
O setor empresarial brasileiro e o agronegócio estão em alerta e atônitos com a irresponsabilidade da conduta do deputado. A nossa área de saúde, preocupada em mobilizar a cooperação internacional, em particular da China, está estupefata.
Sem investimento e sem o escoamento da produção para a China a situação econômica do povo brasileiro seria impactada em matéria de ingresso de capitais, empregos e renda, e, tudo isso, em uma hora que precisamos de toda a ajuda possível para combater uma pandemia viral e impedir o declínio total da economia brasileira.
Independentemente dos acontecimentos, a incompetência do comandante-em-chefe da nação já foi precificada. Eximir o governo e a si mesmo pelos resultados dessa tragédia, na tentativa de estancar o derretimento de massa de votos que o levou ao poder, já não é mais uma opção viável. A estratégia de culpar os outros – esquerda, isentões, chineses – não vai colar, como já não colou no teflon das panelas que soaram em protesto.
Em momento de aguda crise e estado de calamidade pública, o que se espera dos políticos e membros de Poderes é que estejam à altura do desafio de liderar o país, o que requer abnegação e espírito público. O momento é crítico, vidas humanas estão em jogo, o bem-estar dos mais vulneráveis está em perigo.
É hora de mostrar maturidade, colocando de lado objetivos pessoais e político-partidários em nome do bem comum. Os indignos da tarefa, insensatos de sempre e notórios ineptos fariam bem em ao menos não atrapalhar. Por enquanto, infelizmente, vão confirmando a tese de Anchieta.
HUSSEIN KALOUT é cientista político, professor de Relações Internacionais e pesquisador da Universidade Harvard. Foi Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (2017-2018).
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Postura do Grupo Bandeirantes de Comunicação sobre a nota do chanceler a propósito do incidente entre um deputado e a embaixada da China (20/03/2020)

“A provocação desnecessária de um deputado irresponsável, seguida por um chanceler idiotizado, uma espécie de avesso do Barão do Rio Branco, colocou o Brasil em conflito com o seu maior parceiro comercial.
Pura inépcia. O chefe da diplomacia, que teria como missão zelar pelos interesses do país, torna-se assim um obstáculo, talvez o maior, no caminho de nossas relações com a China.
O lamentável chanceler realiza essa proeza de inverter seu papel, numa demonstração clara de que é incapaz de responder pelo cargo que lhe deram. Exigir, como ele exigiu, que o embaixador chinês se retratasse, depois de reagir ao destempero do deputado, é uma atitude descabida, que prova a inconsciência de um diplomata despreparado.
Uma atitude de desprezo pela amizade e respeito por um povo que, neste momento, mostra a sua tenacidade numa luta eficiente contra o Coronavirus, exatamente o contrário do que conseguem enxergar o deputado imaturo e o chanceler inepto.
Por quanto tempo ainda veremos um IDIOTA ocupar a cadeira de Rio Branco, Afonso Arinos e San Tiago Dantas.
Essa é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação.” (1:26)

https://m.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=VeNCehaybRE

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Um Paulo Roberto bolsonarista que não sou eu: assessor do chanceler paralelo

As aparências enganam, dizia um antigo humorista.
Quase homonimias também.
Não tenho nada a ver com esse rapaz, de cuja existência só vim a tomar conhecimento nesta data, 28/02/2020, a propósito de mais um encontro da Internacional da Direita, cujo representante no Brasil é justamente o chanceler paralelo, ex-futuro embaixador em Washington...
Paulo Roberto de Almeida (e só)

O blogueiro de crachá de Eduardo Bolsonaro

Defensor da família Bolsonaro no Twitter, Paulo Roberto de Almeida Prado Júnior se descreve na rede social apenas como “criador e redator de conteúdo” que fala “sobre televisão, quadrinhos, filmes e muitas outras coisas”. No entanto, o blogueiro é também secretário parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro desde 15 de julho de 2019, com remuneração bruta de R$ 12.362,14 e gratificação natalina de R$ 4.749,53, de acordo com o site oficial da Câmara.
Paulo foi um dos convidados para a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro do ano passado, na categoria “mídia alternativa”. Na ocasião, o blogueiro de crachá Allan dos Santos publicou uma foto com mais nove colegas da rede bolsonarista credenciados para a cobertura no Palácio do Planalto, entre eles Paulo, e acrescentou a legenda: “Viemos para ficar e nossa fonte de renda NÃO É E NUNCA SERÁ o governo”.
Em 26 de agosto de 2018, Paulo também havia tuitado: “eu não trabalho pra eles [os Bolsonaro], assim como meus amigos do Twitter, influenciadores ou não, postamos DE GRAÇA”. E mais: “Não tem equipe de comunicação fazendo isso, é TUDO espontâneo, não tem agencia [sic], nada… é tudo gente comum que faz de graça”.

“Então não me venham falar em gente paga desse lado nao [sic]”, concluiu.
Em 8 de maio de 2019, Paulo novamente enfatizou seu apoio gratuito: “Apoio demais o Bolsonaro, DE GRAÇA, só minha família sabe o quanto eu destruí minha carreira defendendo publicamente o cara… e não me arrependi”.
O cargo remunerado do blogueiro veio à tona depois que ele postou uma foto com o político britânico Nigel Farage, “responsável pelo Brexit”, durante o CPAC nos Estados Unidos. Seu chefe, Eduardo Bolsonaro, que pagou a edição brasileira do evento alegadamente conservador com dinheiro público do fundo partidário, participa da edição americana. Eduardo também postou uma montagem de fotos na Heritage Foundation, na qual o secretário parlamentar aparece no canto inferior direito, de óculos e barba.
Após as cobranças virtuais por não ter destacado que não militava de graça, a conta de Twitter de Paulo chegou a ser desativada, mas já foi restabelecida.


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Mesmo desistindo de ser embaixador, Bolsokid humilha chanceler -

Bolsonaro's Son Ditches Plan To Be US Ambassador

The son of Brazilian President Jair Bolsonaro said he had dropped hopes of becoming the country's ambassador to the United States.
Eduardo Bolsonaro told fellow lawmakers in the Chamber of Deputies on Tuesday that he had made the decision partly due to lack of support, adding that his father had not influenced his choice.
"It was a decision I had been thinking about for a long time," he told local media in Brasilia.
Eduardo Bolsonaro, son of Brazilian President Jair Bolsonaro, says he is not in the running to become ambassador to the USEduardo Bolsonaro, son of Brazilian President Jair Bolsonaro, says he is not in the running to become ambassador to the US Photo: AFP / NELSON ALMEIDA
"You listen to the advice of many people. There is also the issue of my electorate. I confess that the majority was not supportive."
Faced with political and legal resistance to his nomination, Eduardo Bolsonaro -- who recently turned 35, Brazil's minimum legal age for ambassadorships -- had been pushing his case for the job.
A compulsive social media user like his father, the congressman regularly posts photos of himself posing with world leaders, including US President Donald Trump and Saudi Arabia's crown prince Mohammed Bin Salman.
At Eduardo Bolsonaro has even usurped Brazil's top diplomat Ernesto Araujo, earning himself the nickname 'shadow foreign minister'At Eduardo Bolsonaro has even usurped Brazil's top diplomat Ernesto Araujo, earning himself the nickname 'shadow foreign minister' Photo: AFP / NELSON ALMEIDA
Re-elected to the lower house in 2018 with a record number of votes, he had touted his experience of flipping hamburgers in the US during a work exchange program in 2005 and 2006, and his role as head of the foreign relations committee to bolster his ambassadorial credentials.
Former Trump advisor Steve Bannon, founder of a far-right movement that Eduardo Bolsonaro joined in February as leader of the Brazilian chapter, previously praised the possible nomination.
And at times he has even usurped Brazil's top diplomat Ernesto Araujo, earning himself the nickname "shadow foreign minister" and causing confusion over who is the country's most senior envoy.
But Eduardo Bolsonaro's lack of formal diplomatic training and experience was a red flag for many.
Eduardo Bolsonaro (L) presents a more polished image than his father the president, who often appears ill at ease in publicEduardo Bolsonaro (L) presents a more polished image than his father the president, who often appears ill at ease in public Photo: AFP / Sergio LIMA
"Eduardo does not meet any of the requirements to be a diplomat," Fernanda Magnotta, who heads the international relations program at FAAP university, told AFP recently.
Brazil's ambassador to the US has always "been held by absolutely experienced figures and senior negotiators," she said.
"He has only a law degree and is not even fluent in English."
If confirmed, the appointment would bring Brazil closer "to being a banana republic," newspaper columnist at O Globo Bernardo Mello Franco had warned.

More polished

Bolsonaro said this week his third son could help "pacify" bitter divisions in his Social Liberal Party (PSL).
A surfer with a well-trimmed beard, Eduardo Bolsonaro presents a more polished image than the president, who often appears ill at ease in public.
Like his elder brothers Flavio and Carlos -- who are also in politics -- Eduardo is fiercely loyal to his father and shares his climate-change skeptic, anti-socialist and pro-gun views.
And he rarely misses an opportunity to publicise them, even on his wedding day.
A video posted on his Instagram account celebrating his marriage in May shows a close-up of Eduardo's tie-pin -- which was in the shape of a handgun.
Bolsonaro, a close ally of Trump, first said in July his son was on track to becoming the ambassador in Washington.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Ufa! desencarnou da embaixada em Washington...

Eduardo Bolsonaro desiste de embaixada nos EUA

Deputado federal e atual líder do PSL diz que fica no País para defender a pauta conservadora e o governo do pai (OESP)

BRASÍLIA - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) desistiu da embaixada brasileira em Washington. O anúncio foi feito em pronunciamento no plenário da Câmara durante a aprovação do acordo entre o Brasil e os Estados Unidos para o uso comercial da base de Alcântara. O filho do presidente e atual líder do PSL afirmou que “fica” no País para defender a pauta conservadora e o governo do pai. 

“Esse aqui que vos fala, filho de militar do Exército brasileiro e deputado federal, que foi zombado por ter, aos 20 anos de idade, um trabalho digno e honesto em restaurante fast-food nos Estados Unidos, diz que fica no Brasil para defender os princípios conservadores, para fazer o tsunami que foi a eleição de 2018, uma onda permanente. Assim, me comprometo a caminhar por São Paulo, pelo Brasil e pelo povo”, afirmou o deputado no discurso. 
A decisão de Eduardo Bolsonaro já era esperada por auxiliares de Bolsonaro que afirmavam que, apesar da peregrinação, Eduardo não conseguiu convencer um número suficiente de senadores a apoiarem seu nome – o que poderia levar a uma derrota emblemática para o governo.  
Eduardo Bolsonaro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no plenário da Câmara dos Deputados Foto: Dida Sampaio/Estadão
Além disso, o movimento do presidente Jair Bolsonaro para colocar o seu filho na liderança do PSL ajudou a inviabilizar a possibilidade do deputado de assumir a embaixada brasileira. “A liderança ainda está instável, mas, a princípio, só (fico) até o final do ano”, afirmou o deputado. 
De acordo com deputado, a rejeição do eleitorado a saída dele para a embaixada, pesou. “É uma decisão que vem pensando há muito tempo. A gente escuta conselhos e, confesso, que ainda tem o meu eleitorado. Confesso, não era a maioria que estava apoiando”, afirmou. 
Eduardo Bolsonaro afirmou ainda que sua decisão iria “decepcionar quem torcia por sua ida aos Estados Unidos” como uma forma de ficar distante da vida política brasileira. Ele criticou os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. 
“Lula certamente não indicou seus filhos porque eles estavam ocupados em outras funções como o de ser o Ronaldinho dos negócios”, afirmou o líder do PSL. 
Em seu discurso, o deputado agradeceu ao pai pela indicação; ao presidente americano Donald Trump; ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros senadores, que o receberam nos últimos três meses de sua peregrinação no Parlamento. Um dos nomes ausentes no discurso foi o do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).  
“Quero agradecer ao presidente Jair Bolsonaro pela indicação e por não se curvar ao politicamente correto. Aos senadores Davi Alcolumbre, Nelsinho Trad, Lucas Barreto, Marcio Bittar, Chico Rodrigues e Vanderlan Cardoso. Também ao presidente americano Donald Trump e ao governo dos Estados Unidos por terem aceito o meu agrément”, afirmou o deputado que ainda citou o nome do chanceler brasileiro Ernesto Araújo.