O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Francisco Vidal Luna. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Francisco Vidal Luna. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Historia Social do Brasil Moderno, Francisco Vidal Luna, Herbert S. Klein (Academia.edu)

Historia Social do Brasil Moderno

2021, Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein Historia Social do Brasil Moderno (São Paulo: Imprensa Oficial of São Paulo, 2021)
249 Pages
O Brasil de 1950 era bem diferente do que é hoje. No período que corresponde ao tempo de vida de uma pessoa, o Brasil se transformou de uma economia tradicional subdesenvolvida, dominada pela vida rural com estrutura demográfica pré-moderna, em uma sociedade urbana moderna. Em 1950, apenas um terço do país era urbanizado e quase três quartos da força de trabalho estava envolvida em uma agricultura que atendia apenas parcialmente às necessidades alimentares da nação. Hoje o Brasil é uma sociedade mais de 80% urbana, e apenas a décima parte da sua força de trabalho atua na agricultura. Tornou-se uma sociedade mais complexa, com uma grande classe média e uma classe trabalhadora organizada e incorporada a um sistema moderno de bem-estar social. Na segunda década do século xxi, todas as crianças frequentam o ensino fundamental, as mulheres têm maior nível de escolaridade que os homens, e as taxas de natalidade e mortalidade, além da expectativa de vida, se aproximam dos padrões do primeiro mundo. A questão que se coloca nesta obra é como ocorreu essa mudança radical.

Sumário: 

 

Prefácio          17

Brasil em meados do século XX   21

2 Evolução política e econômica do Brasil   57

3 Mudanças demográficas      91

4 Mulheres, família e trabalho           137

5 O Estado de bem-estar social e os programas de transferência de renda  187

6 Vida urbana nos séculos XX e XXI           233

7 Estratificação e mobilidade social  295

8 Raça e estratificação social 345

9 Organizações da sociedade civil    391

Conclusão       451

Posfácio          459

Bibliografia     465


segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O problema da dívida pública - Luque, Silber, Luna e Zagha (Valor)

O problema da dívida pública

Estratégia econômica do governo não é clara, o que afeta também as taxas longas. Por Luque, Silber, Luna e Zagha.

Valor, 11/01/2021

O relatório anual do FMI sobre a economia brasileira surpreendeu ao apoiar as políticas expansionistas do governo brasileiro, equivalentes a 18% do PIB. Resposta à pandemia, elas permitiram uma contração do PIB em2020 menor do que prevista e foram importantes na redução na incidência da pobreza. Mesmo com aumento da dívida pública em relação ao PIB em 2020, o FMI recomenda, se necessário, manter políticas expansionistas em 2021, incluindo reduções adicionais da taxa de juros.

O reconhecimento pelo FMI de que políticas expansionistas podem ter um papel positivo é o resultado de um aprendizado de 20 anos. Em reação à sua atuação contraproducente na crise Asiática em 1997, da Rússia em 1998 e Argentina em 2001, o FMI iniciou avaliações independentes das análises feitas pelos economistas do FMI e das convicções que os orientavam, nem sempre com resultados concretos. A Grécia em 2014 e a Argentina em 2016-2019 são exemplos da distância entre questionamentos e prescrições do FMI.

O relatório sobre o Brasil reduziu essa distância. Nem tudo agrada. O relatório ignora o papel da depreciação do Real na recuperação da indústria, superestima os benefícios da conta financeira aberta e recomenda flexibilidade da taxa de câmbio. Atribui a depreciação do Real apenas à incerteza criada pelo aumento da dívida pública, sem levar em conta a redução do diferencial entre juros domésticos e internacionais e consequente redução das possibilidades de arbitragem. Também não discute limitações do teto de gastos para estabilizar a dívida. 

Ainda assim, a contribuição do relatório é importante ao desmitificar o tamanho da dívida pública, ao recomendar possíveis reduções adicionais da taxa de juros e ao ressaltar que é improvável queem2021 haja o retorno à normalidade. O desemprego continua crescendo e uma parte importante da população está fora da força de trabalho. As necessidades de auxílio emergencial e de apoio às empresas vão continuarem2021.

Esse grau de realismo não afetou discussões internas. Muitos de nossos melhores economistas e analistas adotam uma narrativa independente da realidade, ao afirmar que o tamanho da dívida pública é a chave para atingir o crescimento. O mecanismo não é explicitado, mas deve ser algo assim: o aumento da dívida vai criar dúvidas sobre a capacidade do governo de honrá-la, logo os compradores de títulos públicos irão exigir taxas de juros mais altas. Juros mais altos reduzirão o investimento e o consumo privado e, portanto, o crescimento no curto e no longo prazo. Reforçando esse mecanismo, dúvidas sobre a capacidade do governo de honrar sua dívida farão com que o capital financeiro saia do país pondo pressão sobre o Real e inflação, o que irá também exigir aumentos da taxa de juros. Prova desses mecanismos estarem em jogo são a (1) depreciação do Real, (2) o aumento da inflação, (3) a curva de rendimentos mais empinada, e (4) o encurtamento do perfil da dívida pública. O controle do tamanho da dívida reverteria esses mecanismos.

A realidade é provavelmente outra. Respeito a (1), a taxa de juros “mais alta do planeta” dos anos 2000-2018 criou oportunidades de arbitragem para o capital financeiro doméstico e internacional. A taxa mais baixa reduziu estas oportunidades e depreciou o Real. Consequentemente, aumentou o preço de alimentos e dos bens transacionáveis internacionalmente, o que se repercutiu no IPCA. O mercado acredita que esse choque é transitório: as expectativas de inflação continuam ancoradas e os valores esperados em 2021 e além não subiram.

Não há uma estratégia para controlar o teto dos gastos, nem para um crescimento sustentável.

Com relação à (3), a incerteza da política monetária futura tem um papel. Apesar de taxas de juros internacionais historicamente baixas e expectativas de que assim continuarão por vários anos, o BCB não se comprometeu a uma política de taxas de juros baixas. O Relatório Focus demeados de dezembro mostra que a expectativa do mercado é que a SELIC voltara a níveis historicamente altos já subindo em 2021 e 4.5% em 2022 e 6% em 2023. Uma consequência é um Real se apreciando a partir de 2021. A expectativa de que o BCB vai retornar a uma política “dura” faz com taxas de juros a 2-4-6-10 anos subam e empinem a curva de rendimentos. Finalmente, a estratégia econômica do governo não é clara o que afeta também afeta taxas longas.

É racional e não é um problema o BCB ter aumentado a proporção de dívida a curto prazo (4). Como nos lembrou numa coluna recente um antigo diretor do BCB, a denominação da dívida pública em reais fez com que, mesmo nos tempos de hiperinflação quando o encurtamento da dívida chegou ao overnight, não houve problema sem rolá-la.

Qual então é o problema da dívida pública? A resposta é: não temos uma estratégia viável lidando com seu aumento.

O setor financeiro tem vocalizado sobre a necessidade de controlar gastos, subir a taxa de juros, e combater o Real depreciado, sem levar em conta o empobrecimento da economia real. Quando a dívida pública mal chegava a 60% do PIB e os juros absorviam8-9% do PIB o grau de alarme era muito menor do que uma dívida agora 100% com um custo de juros bem menor.

Dito isso, é pragmático pôr a dívida pública numa trajetória onde ela se estabiliza no médio/ longo prazo. Aumentos no curto prazo podem trazer benefícios, mas uma trajetória que levasse a aumentos persistentes da relação dívida/PIB nos poria em terra incógnita com consequências que não podemos antecipar. Podemos aceitar aumentos da dívida no curto prazo e, pari-passu, implementar uma estratégia estabilizando-a no médio e longo prazo. Esse é o sinal que dever ser passado para os agentes econômicos: estabilidade ou redução no médio e longo prazo.

Isso pode ser atingido através de um crescimento mais rápido, juros mais baixos, impostos mais altos, ou gastos primários mais baixos em relação ao PIB. Dessas possibilidades o governo se foca unicamente no controle de gastos primários, com o teto dos gastos. Para um dos mais respeitados ex-diretores do BCB furá-lo não é uma questão de se, mas de quando. Não há uma estratégia para controlar o teto dos gastos, e tampouco há uma para pôr a economia numa trajetória de crescimento sustentável. Lembremo-nos que vários estudos empíricos mostraram é raro reduções na relação dívida/PIB serem alcançadas através de superávits primários.

Lidar com o problema da dívida pública exige aceitar seus aumentos no curto prazo ao mesmo tempo implementar uma estratégia que a estabilize no médio/ longo prazo. Essa estratégia devera necessariamente incluir o crescimento, compromissos com a taxa de juros presente e futura, compromissos com a evolução da taxa de câmbio, resistindo à tentação de um dólar barato, gastos primários, e aumentos de impostos sobre as rendas mais altas e riqueza.

Sem esses elementos, nosso futuro econômico continuará decepcionante.

Carlos Luque é professor da FEA- USP e presidente da Fipe.

Simão Silber é professor da FEA-USP

Francisco Vidal Luna é professor da FEA aposentado

Roberto Zagha foi professor Assistente na FEA-USP nos anos 1970 e no Banco Mundial a partir de 1980, onde encerrou a carreira em 2012 como Secretário da Comissão sobre o Crescimento e o Desenvolvimento, e diretor para a Índia.


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Historia economica e social do estado de S.Paulo - Francisco Vidal Luna e Herbert Klein (SP, 28/05)

Convite para o lançamento do livro “História Econômica e Social do Estado de São Paulo, 1850-1950”, de Francisco Vidal Luna e de Herbert Klein:

NOTÍCIA SOBRE O LIVRO “HISTÓRIA ECONÔMICA E SOCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – 1850-1950”

Lançado recentemente pela Imprensa Oficial do Governo do Estado de São Paulo o livro de Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein – cuja versão original foi editada em inglês e traduzida por Laura T. Motta – representa uma contribuição relevante para a história socioeconômica de São Paulo pois nos oferece uma visão ampla de largo período tanto da época colonial como da primeira metade do século XX. Ao considerar as características da economia e do desenvolvimento estrutural de São Paulo os autores evidenciam como este estado superou sua condição de província ainda pouco desenvolvida para tornar-se a quarta maior área metropolitana mundial. O entendimento de tal processo evolutivo exigiu a exposição da estrutura administrativa e fiscal do estado, as transformações em larga escala nas áreas da educação, da saúde, o processo de urbanização em larga escala assim como as mudanças havidas na órbita demográfica. Embora não se trate de uma visão definitiva da história paulista, a obra, que se define como uma peça básica para professores e alunos, lança um desafio aos demais historiadores e economistas interessados em desenvolverem pesquisas sobre a mais avantajada região do Brasil.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

The Economic and Social History of Brazil since 1889 - Francisco Vidal Luna eHerbert S. Klein - Book review

A despeito do que se informa na resenha deste livro (mais abaixo), acabo de adquiri-lo por apenas 1 (sim, UM) dólar, mais frete (se eu estivesse em NY, onde posso aliás ir num fim de semana, sairia por 1 dólar total.
Já o livro da resenhista, que me interessa também, vou ter de ler em biblioteca, pois ainda está muito caro: começa em 51 dólares e vai até o preço que está indicado in fine.
Muito caro. Deve haver alguma razão, que desconheço.
Mas continuo recomendando Abebboks para todos, em qualquer parte do planeta (e possívelmente mais além, assim que der).
Paulo Roberto de Almeida

Stock Image

Luna, Francisco Vidal, Klein, Herbert S.
Published by Cambridge University Press
ISBN 10: 1107616581 ISBN 13: 9781107616585
Used
Quantity Available: 1
From: Hall Street Books (Brooklyn, NY, U.S.A.)
Add Book to Shopping Basket
Price: US$ 1.00
Convert Currency
Shipping: US$ 3.99
Within U.S.A.
Item Description: Cambridge University Press. Book Condition: Good. 2014 - Paperback - Used - Good - - Shows some shelf-wear. May contain old price stickers or their residue, inscriptions or dedications from previous owners in first few pages and remainder marks. - .-. Bookseller Inventory # SK-04-3-0036
More Information About This Seller | Ask Bookseller a Question

Published by EH.Net (September 2015)

Francisco Vidal Luna and Herbert S. Klein, The Economic and Social History of Brazil since 1889.  New York: Cambridge University Press, 2014.  xvi + 439 pp. $33 (paperback), ISBN: 978-1-107-61658-5.

Reviewed for EH.Net by Anne Hanley, Department of History, Northern Illinois University.

The Economic and Social History of Brazil since 1889 is a comprehensive synthesis of more than 100 years of Brazilian economic policy and its effect on social development.  Written in well-paced and engaging prose, it moves the reader through 125 years of Brazilian history replete with ups, downs, leaps forward, falls backward, protectionism, liberalism, populism, authoritarianism, democratization, inflation, hyperinflation, at least four currency regimes, and more.  Luna and Klein, of the University of São Paulo and Columbia University, respectively, define a trend line of economic and social gains across the century that, in spite of the apparent chaos and uneven performance, moved Brazil from a backward economy and society marked by low per capita income, low human capital, low life expectancy and deep and yawning divides between rich and poor, rural and urban, Northern and Southern, white and non-white in the late nineteenth century to a modern(izing) economy marked by rising per capita incomes, high(er) human capital, falling mortality and fertility, and socioeconomic gains for members of all colors, classes, and geographies in the early twenty-first century.  Their largely positive assessment results from a macro-level perspective that successfully subdues an unwieldy narrative into broad, comprehensible trends but that delves little into the thorny problems that cause Brazil to still be one of the most unequal societies today.  The gains are unquestionable, but Brazil has a long way to go.

The book is divided into four long chapters that break along the lines of major political shifts to establish the relationship between the political narrative, attendant economic policies, and resulting social changes.  This structure works well, for political shifts were nearly always induced by or reflected major economic shifts, which had repercussions for the key social indicators used by Luna and Klein to evaluate continuity and change.  These indicators, the components of the UN Human Development Index, are income per capita, life expectancy at birth, and education.  The inputs to these components — employment, fertility and mortality, access to health services, and investments in education — comprise the social histories of each chapter.

The book opens with the Old Republic, 1889-1930, a period when export agriculture and large estates reigned and power was concentrated in the hands of the coffee planter elites and their political allies in the Southeastern region of the country.  Incomes were low, concentration of wealth was high, investment in education and health was incipient, and life was short.  Yet the shift from slave to immigrant wage labor in the 1880s began to expand consumer demand and entrepreneurial activity that stimulated domestic industry and induced modest social investments.  Major policy prescriptions to protect coffee (and other export sector) wealth ultimately undermined planter political power as the economic crisis of 1929 made agricultural price supports too costly, and rising urban and working classes provided other political elites with an attractive alternative power base.
Chapter 2 covers the fifteen year period from 1930-45 when Getúlio Vargas ruled first as president and then as dictator, swept into office in a political coup motivated by crumbling support for coffee protectionism.  The state began to insert itself directly into economic and social policy to integrate the emerging laboring and middle classes and industrial sector, creating government-controlled social welfare institutions to train, educate, empower (and contain) urban groups and regulating access to markets and currency to engineer economic outcomes that protected and promoted domestic industrialization.  Social welfare improvements eluded rural dwellers, however, as there was no political will to reform the agricultural sector.  This meant little modernization and continued land concentration in the hands of a few.

For Luna and Klein, the lasting power of the new urban and industrial development policies provides the through line for Chapter 3 that seamlessly integrates the failed democratic impulse of the post war era (1945-1964) with the dictatorial military regimes that ruled from 1964-1985.  Ambitious development programs of the 1950s based on import substitution advanced the ad hoc economic nationalism of the 1930s and 40s, but when the populists were faced with rising inflation and social unrest unleashed by expensive investments in infrastructure and basic industry yet little reform in agricultural and informal sectors, the military stepped in and stayed in to advance domestic industrialization and grow the economy while suppressing political dissent.   In return it invested in pensions, public health, and education, gains which produced improved social indicators for the middle class.

The crushing debt burden of military development programs based on international borrowing sets up the return to democracy in Chapter 4 (1985-present).  Privatization, agricultural modernization, and the eventual and lasting control of inflation has produced gains for all groups.   Major indicators show that Brazilians are leading longer, healthier, better educated lives in more prosperous conditions after the return to democracy.  The wide gaps in prosperity and living standards between Northeast and Southern regions, between rural and urban regions, between men and women, and between whites and non-whites are diminishing and converging.  The authors close the book by acknowledging a long list of very serious problems yet to be tackled, but conclude that “one can only marvel at … the extraordinary unity in which the nation finds itself as a society that feels that the future may have finally arrived” (p. 354).

This is the second optimistic book I have read about Brazil in the past year, challenging my well-honed sense of cautious pessimism about its prospects after decades of living through, studying, and teaching its turbulent history.  True, Brazil’s democracy has proved to be resilient in the face of some pretty big challenges since 1988.  True, as the authors point out, Brazil has all but eradicated extreme poverty and appears committed to continuing to close the gap between rich and poor.  True, virtually all macroeconomic indicators point to optimistic trends for the future.  But Brazil’s gains represent improvements from its own very unequal and poor past.  It still ranks among the top ten in the world for inequality; has a terrible track record of investing in public services, sparking months of street protests in the lead up to the 2012 World Cup; and is wracked by ongoing cases of corruption and ineptitude that have led of late to angry calls for military intervention, a callous and dangerous whim that is ignorant of a terrible history (see Chapter 3).  Readers unfamiliar with the magnitude of the challenges Brazil continues to face might erroneously conclude, “Mission accomplished” from this very good and comprehensive survey.  I marvel at the changes to society, economy and polity since I first went to Brazil in the 1970s, and am heartened by the optimistic light of this interpretation of Brazil’s recent gains and better future.  I guess I will keep my cautious pessimism in check and hope that these macro level trends really do translate into a more prosperous future and a more egalitarian society.

Anne Hanley is associate professor of Latin American history at Northern Illinois University.  She is author of Native Capital: Financial Institutions and Economic Development in São Paulo, Brazil 1850-1920 (Stanford University Press) and is writing a book on municipal finance and the provision of public services in Brazil.

Copyright (c) 2015 by EH.Net. All rights reserved. This work may be copied for non-profit educational uses if proper credit is given to the author and the list. For other permission, please contact the EH.Net Administrator (administrator@eh.net). Published by EH.Net (September 2015). All EH.Net reviews are archived at http://eh.net/book-reviews/

Stock Image

ANNE G. HANLEY
ISBN 10: 0804750726 ISBN 13: 9780804750721
New
Quantity Available: 1
From: Castle Rock (Pittsford, NY, U.S.A.)
Add Book to Shopping Basket
Price: US$ 132.81
Convert Currency
Shipping: US$ 3.99
Within U.S.A.
Item Description: Book Condition: Brand New. * This item is printed on demand * Book Condition: Brand New. Bookseller Inventory # 97808047507211.0