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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Brasil: o pior desempenho economico do G20 em dados da OCDE

PIB do G-20 cresce 0,9% no terceiro trimestre; Brasil tem o pior desempenho

12 de dezembro de 2013 | 10h28
Gustavo Santos Ferreira
A produção de bens e serviços (PIB) do grupo das 19 economias mais poderosas do mundo mais a Rússia (G-20) avançou 0,9% no terceiro trimestre em relação ao anterior – calcula aOrganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No segundo trimestre, a variação havia sido positiva em 0,8%.
A China foi a economia que mais cresceu no período: 2,2%. A Índia, em segundo lugar, avançou 1,9%. A indonésia, na sequência, teve expansão de 1,3% no intervalo.
No Brasil, dono da rabeira da lista, o PIB foi negativo em 0,5% no terceiro trimestre - como divulgado recentemente pelo IBGE.
Veja no gráfico abaixo como evoluíram as economias do G-20 que já tiveram o PIB do terceiro trimestre calculado.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Solidariedade com o protecionismo argentino, e em defesa do proprio - Editorial Estadao

Vexame em São Petersburgo

Editorial O Estado de S.Paulo, 06 de setembro de 2013

O governo petista surpreendeu mais uma vez, conseguiu superar-se e atingiu um novo patamar de incompetência diplomática, ao se alinhar, em São Petersburgo, ao conhecido e desmoralizante protecionismo argentino. Em mais um vergonhoso pas de deux, a delegação brasileira uniu-se à argentina, na quarta-feira, para se opor à inclusão, no documento final da reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20), de um compromisso a favor do livre-comércio.

Desde a primeira reunião, em 2008, no começo da crise, líderes das maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento têm reafirmado a intenção de evitar novas medidas protecionistas. A atitude brasileira é duplamente desastrada. Além de confirmar a vocação protecionista do governo, pode ser embaraçosa para o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo.
Eleito para chefiar uma entidade global, com 159 países-membros, ele está proibido, assim como a francesa Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, de agir em nome dos interesses de seu país. Mas nunca deixará de ser lembrado como um diplomata brasileiro, apoiado por seu governo, como todos os concorrentes, na disputa do cargo. Como agirá na administração do sistema comercial, poderão perguntar autoridades de outros países, um funcionário eleito com o apoio de um governo abertamente protecionista? A única defesa de Roberto Azevêdo, diante do embaraço, é a reputação conquistada por seu esforço nos anos de atuação diplomática na OMC.
De qualquer ponto de vista é indefensável a posição brasileira, em São Petersburgo, em relação ao compromisso comercial. As promessas formuladas em reuniões do G-20 nem sempre têm sido cumpridas. Mas a multiplicação de barreiras, nos últimos cinco anos, foi menor, segundo especialistas, do que se poderia temer numa fase de estagnação e até de recessão nos maiores mercados. Brasil e Argentina estiveram entre os campeões do protecionismo, nesse período. Mas nunca haviam chegado a renegar oficialmente, perante a comunidade internacional, a prioridade do livre-comércio de mercadorias.
Brasil, Argentina, Rússia e Ucrânia aparecem com destaque num relatório da União Europeia sobre medidas protecionistas adotadas a partir de 2008. O relatório é especialmente comprometedor quando se refere ao período mais recente. De acordo com o documento, 154 novas barreiras foram impostas entre maio de 2012 e maio de 2013 e o Brasil seria responsável por mais de um terço, seguido por Argentina e Índia.
Nem toda elevação de tarifas contraria as normas internacionais. O Brasil ainda tem espaço para aumentar tarifas, argumenta a delegação brasileira. Mas nem por isso a ampliação de restrições deixa de ser prejudicial ao comércio, especialmente num período de baixo dinamismo internacional.
Curiosamente, a economia brasileira foi muito mais prejudicada pelo protecionismo argentino, a partir de 2008, do que pelas barreiras encontradas nos mercados mais desenvolvidos e mantidas, na maior parte, sem alteração.
As barreiras impostas pelo vizinho continuarão em vigor pelo menos por mais dois anos, como anunciou há poucos dias o governo da presidente Cristina Kirchner. Esse mesmo governo pretende prolongar o regime de comércio administrado para o setor automobilístico. Esse regime foi prorrogado várias vezes, com adaptações sempre ditadas pelos argentinos.
As autoridades brasileiras sempre aceitaram as imposições de cabeça baixa e ainda recomendaram atitude semelhante aos industriais brasileiros. A mesma atitude prevaleceu quando se decidiu suspender o Paraguai do Mercosul para facilitar o ingresso da Venezuela bolivariana.
Também nas negociações com a União Europeia o governo brasileiro se curvou ao protecionismo argentino. Essa é uma das causas principais do emperramento dessas negociações. Em São Petersburgo, no entanto, a diplomacia petista levantou a costumeira bandeira da mediocridade com vigor surpreendente até para os mais pessimistas.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

G-20 de Sao Petersburgo: Brasil e Argentina querem comércio fora de sua pauta

Brasil e Argentina querem comércio fora da pauta do G-20

Fernando Nakagawa, enviado especial da Agência Estado, 05/09/2013

Segundo um dos diplomatas que participaram do debate, os dois países entendem que a melhor instância para qualquer decisão a respeito desse assunto é a OMC e não o G-20

SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA - Brasil e Argentina debateram a recusa à renovação do acordo chamado Stand Still - iniciativa do G-20 para tentar barrar a adoção de medidas protecionistas - ao longo dos últimos meses. Segundo um dos diplomatas que participaram do debate, os dois países entendem que a melhor instância para qualquer decisão a respeito desse assunto é a Organização Mundial do Comércio (OMC) e não o G-20.
Diplomata da área de comércio exterior e que participou das conversas entre os dois países disse ao Broadcast que Brasil e Argentina "entendem que o G-20 não é o ambiente mais adequado" para debater o comércio exterior mundial. Por isso, explica, os dois países anunciaram ontem que são contrários à prorrogação do acordo em que grandes economias se comprometiam a não elevar alíquotas de importação e adotar outras medidas protecionistas.
"Os países querem deixar claro que a instância mais adequada para esse tema é a OMC. Não é o G-20", disse o diplomata. Nos últimos anos, a Argentina ficou conhecida internacionalmente pelas medidas protecionistas que dificultam enormemente a entrada de produtos estrangeiros ao país. Até livros e outras publicações foram alvo de medidas do governo Cristina Kirchner. No Brasil, alguns segmentos de importados foram duramente afetados durante a crise para incentivar a indústria nacional, como os automóveis.
Com o voto contrário dos dois países sul-americanos, não deve ser renovado o acordo costurado inicialmente em 2008 como uma maneira de impedir o estreitamento do comércio internacional diante de uma economia global em crise. A proposta rejeitada por brasileiros e argentinos queria estender o acordo até 2016.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Indecisoes e generalidades do G20 financeiro -Le Monde

Le G20 Finances ne parvient pas à trancher entre rigueur et croissance
Le Monde, 16.02.2013
Par Alain Faujas

On savait que les débats des ministres des finances et des gouverneurs de banques centrales du G20 réunis à Moscou le 15 et le 16 février porteraient sur les moyens de faire repartir une croissance pour l'heure anémique et qu'ils opposeraient les tenants d'un assouplissement des politiques de rigueur aux partisans d'un assainissement rapide des déficits et des dettes. Les déclarations rituelles contenues dans le communiqué publié samedi 16 février montrent que les deux camps ne sont pas parvenus à se départager.
Les Etats-Unis ont rejoint l'Union européenne qui veut désormais ralentir les restrictions budgétaires et la réduction de la dette pour éviter d'étouffer la croissance. Ils demandent la modification des objectifs fixés au G20 de Toronto en 2010 qui prévoyaient la réduction de moitié des déficits publics d'ici 2013 et le début du dégonflement de la dette à partir de 2016. Mais l'Allemagne persiste malgré son isolement à refuser ces assouplissements qu'elle considère comme du laxisme. Conséquence : le communiqué a enfoncé une porte ouverte en appelant les économies avancées à mettre en œuvre "des stratégies budgétaires de moyen terme crédibles".

La plus grande partie des pays du G20 sont-ils exaspérés par les excédents commerciaux de l'Allemagne et de la Chine qui déséquilibrent les économies de leurs partenaires ? Le communiqué propose seulement de chercher à "minimiser les conséquences négatives sur les autres pays de politiques menées à des fins domestiques". Certes, la "guerre des monnaies" est un terme "très exagéré" comme l'a souligné Christine Lagarde, la directrice générale du Fonds monétaire international (FMI). Mais le Japon et les Etats-Unis ne font-ils pas tourner leur planche à billets pour abaisser le cours du dollar et du yen, augmenter leurs exportations et créer de l'emploi au grand dam de la zone euro par exemple ?

CONSENSUS OBLIGE

Conformément au vœu exprimé le 12 février par le G7, les vingt ministres des finances ont proclamé la bouche en cœur qu'ils "s'abstiendront de pratiquer la dévaluation compétitive", qu'ils ne manipuleront pas leur taux de change "pour améliorer leur compétitivité" et qu'ils "résisteront à toutes formes de protectionnisme". Le G20 fonctionnant par consensus, tout blocage politique débouche sur de tels rappels de grands principes macro-économiques qui ne fâchent personne.

La nouveauté du G20 Finances de Moscou a été que la zone euro n'a plus été sur la sellette comme à Los Cabos (Mexique) en juin 2012, alors que le monde entier redoutait son effondrement. Certes, le G20 l'a exhorté "à bâtir une union économique et monétaire plus solide", mais il a aussi demandé aux Etats-Unis et au Japon, les deux champions du monde des déficits et de la dette, "de résoudre les incertitudes en ce qui concerne leur situation budgétaire".

Autre nouveauté, le G20 Finances a entériné le rapport de l'Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE), publié le 12 février et qui appelait combattre l'évasion fiscale des multinationales. Les ministres se sont dit "déterminés à mettre sur pied des mesures destinées à lutter contre l'érosion de la base d'imposition et le transfert des profits et à prendre les mesures nécessaires" sur la base du rapport que l'OCDE leur présentera au mois de juillet.

Ce G20 de Moscou n'aura donc pas été totalement vain. Il constitue la première étape du travail de mise en forme des politiques en faveur de la croissance "forte, durable et équilibrée" qui seront adoptées à Saint-Pétersbourg par les chefs d'Etat et de gouvernement, le 5 et le 6 septembre.

Alain Faujas

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Desajustes cambiais: um incomodo inevitavel - Celso Ming

O mundo viveu, entre o final do século 19 e o início da Primeira Guerra Mundial, a ilusão de que seria possível conviver pacificamente num sistema de câmbio fixo, então simbolizado pelo padrão ouro (na verdade, a predominânca da libra esterlina no comércio internacional).
Depois da descida aos infernos do conflito, e dos desalinhamentos e controles que dele advieram, o mundo tentou voltar ao antigo padrão, sem de verdade o conseguir.
A crise de 1929, e a desvinculação da libra do padrão ouro  em 1931 (ao qual ela tinha retornado em 1925) precipitaram o mundo na era das desvalorizações competitivas (e agressivas), que foi na verdade um não sistema monetário ou financeiro, feito de controles, restrições, medidas unilaterais e redução absoluta e relativa nos fluxos comerciais, financeiros e de investimentos. Depois veio a guerra.
Em Bretton Woods, se tentou corrigir o sistema, introduzindo um padrão ouro-dólar.
O mundo viveu, de 1946 até meados dos anos 1960, a ilusão de que poderia conviver pacificamente num sistema de câmbio fixo, que na verdade poucos respeitaram, a não ser, parcialmente, os EUA. Era a predominância absoluta do dólar no comércio e nas finanças internacionais, o que ainda não terminou, a despeito de crescente importância de outras moedas, a última das quais o yuan chinês.
A partir de 1971-73, o esquema de Bretton Woods veio abaixo, sem que nada tenha sido colocado em seu lugar, a não ser esses entendimentos frágeis entre as principais potências econômicas (G7), agora secundadas pelas intermediárias do  G20 financeiro.
Ou seja, vai se continuar falando que todos precisam se comportar razoavelmente bem no plano monetário e cambial, mas na verdade, cada país tenta tirar vantagens do não-sistema, usando moderadamente as alavancas que possui nos terrenos monetário e financeiro.
Nada temos a esperar deste ou de qualquer outro encontro do G20, pois os desalinhamentos vão continuar, embora sem as políticas agressivas do passado do entre-guerras.
Ou seja, não haverá guerra cambial, apenas fricções cambiais e monetárias.
Nada dramático, apenas irritante...
Paulo Roberto de Almeida
Celso Ming
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Diálogo de surdos

16 de fevereiro de 2013 | 2h 07
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
 
É desconcertante que as 20 maiores autoridades econômicas e financeiras do mundo, de repente, entendam que a guerra cambial seja problema grave e que, no entanto, não reconheçam que estejam envolvidas nesse e em outros conflitos.

O assunto virou tão importante que atropelou a agenda do encontro de ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do Grupo dos Vinte (G-20), que começou ontem e continua hoje, em Moscou. Mas nenhum desses senhores do mundo admite que esteja manipulando o câmbio. (Esta Coluna já desenvolveu o tema há dois dias, mas tem de voltar a ele pelos aspectos novos que traz.)

Apenas para relembrar, guerra cambial foi um termo criado em 2010 pelo ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega. Na ocasião, ele estava preocupado com o efeito sobre o câmbio do Brasil provocado pela ação do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que vinha despejando (e continua a despejar) trilhões de dólares na economia, com o objetivo de reativar a atividade produtiva e o emprego.

Essa é uma política que descarrega boa parte da conta da crise sobre os vizinhos. Os mercados de câmbio ficam atolados em moeda estrangeira e se ajustam por meio da valorização das moedas nacionais (baixa do dólar). O resultado disso é o encarecimento do produto nacional em dólares e, portanto, a perda de capacidade de exportar.

No momento, a principal preocupação dos países ricos é o jogo do Banco do Japão (BoJ, banco central) que, por meio da troca maciça da moeda nacional por moeda estrangeira, provocou a desvalorização do iene de quase 20% desde o começo de outubro - veja o gráfico.

Diante do impacto da operação do BoJ, intensificada desde novembro, na última terça-feira as autoridades de Finanças das sete maiores potências do mundo (o G-7) já haviam sentido a necessidade de assinar um comunicado que condena a manipulação do câmbio. Mas as autoridades japonesas não só declararam que essa condenação não tinha a ver com elas, mas também que era a prova eloquente de que não vinham manipulando o câmbio. Ontem, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, inocentou o governo do Japão: "O que o BoJ faz é política monetária e não política cambial".

O presidente do Fed, Ben Bernanke, mantém seu discurso. Há meses vem declarando que não é operador de câmbio. O que ele chama de afrouxamento quantitativo (quantitative easing) não passa de recursos de política monetária. Limita-se à compra de títulos, logo, à emissão de dólares, para reativar a economia. Ontem ele repetiu em Moscou que essa política não prejudica outros países. Ao contrário, todos deveriam apoiá-la, afirmou Bernanke, porque deverá provocar a reativação da economia dos Estados Unidos - o que é do interesse de todos. E afirmou ainda mais: se algum país se sente prejudicado com ela - e aí vai uma paulada no ministro Mantega -, é consequência das opções de política econômica feitas por seu governo.

Há anos o governo dos Estados Unidos acusa a China de manter um câmbio artificialmente fixo e desvalorizado para favorecer suas exportações em detrimento das outras economias. Curiosamente, desta vez, não é a China que está mobilizando os dirigentes do G-7 e do G-20 contra essa guerra.

O presidente da França, François Hollande, é um dos que reclamam das consequências sobre a economia do seu país, provocadas pelas políticas cambiais dos Estados Unidos e do Japão. Mas o que ele quer não é propriamente o fim desse jogo. Deseja apenas que o Banco Central Europeu (BCE) sacuda sua inércia e também opere o câmbio para desvalorizar o euro e elevar a capacidade de exportação dos países da área.

Nesse diálogo de surdos, o G-20 pode até endurecer seu comunicado sobre o tema, que deve ser emitido hoje - como reivindicam os representantes do Brasil. Mas ninguém espere alguma mudança significativa na ação dos bancos centrais. Essa guerra tem tudo para continuar. Se não por outra razão, continua porque o fim do padrão ouro em 1971 destruiu a estabilidade entre as principais moedas e, de lá para cá, nada foi colocado em seu lugar. Aparentemente, somente a instituição de uma moeda única universal (ou um pequeno número delas) seria capaz de estabilizar o sistema monetário. Mas isso não está no horizonte de ninguém.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Brics: coordenacao perfeita na visao de um true believer - Paulo Nogueira Batista Jr.

Os BRICS no FMI e no G-20¹

Paulo Nogueira Batista


Carta Maior, 19/12/2012

Os BRICS têm altos e baixos, momentos de maior proximidade e de maior distância, mas uma coisa é certa: essa tem sido para o Brasil a principal aliança desde 2008, pelo menos no que se refere a G-20 e FMI. Como mecanismo de articulação, os BRICS se tornaram muito mais relevantes do que o G-11, o tradicional agrupamento das 11 cadeiras da Diretoria Executiva comandadas por países em desenvolvimento.


Há controvérsias sobre o real significado e a importância prática dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os críticos e céticos sustentam que o agrupamento é artificial, mais emblema ou marca do que realidade política. Apontam para as enormes diferenças – históricas, culturais, políticas e econômicas – entre os integrantes. Duvidam de que os cinco países possam, de fato, atuar de forma coordenada.

É inegável que as dificuldades de coordenação dos BRICS são consideráveis. Mas também é inegável que os BRICS vêm marcando presença no campo internacional.

Tenho vivenciado esse processo de coordenação com seus avanços e suas dificuldades, desde 2008, no âmbito da diretoria do FMI e das reuniões do G-20. Quando cheguei a Washington, em abril de 2007, os BRICS não existiam como aliança e realidade política. Na época, tratava-se realmente de uma mera sigla – inventada, como se sabe, por um economista do banco de investimentos Goldman Sachs, Jim O’Neill.

Na diretoria do FMI e no G-20, a atuação conjunta dos quatro países (a África do Sul só se juntou ao grupo em 2011) começou em 2008, por iniciativa da Rússia. A primeira cúpula dos líderes dos BRICS realizou-se em Yekaterinburgo, na Rússia, em 2009.

Os BRICS têm altos e baixos, momentos de maior proximidade e de maior distância, mas uma coisa é certa: essa tem sido para o Brasil a principal aliança desde 2008, pelo menos no que se refere a G-20 e FMI. Ressalto: os BRICS muito mais do que outros países latino-americanos, mesmo os de maior porte. Por motivos que variam de país para país, os latino-americanos não têm tido papel tão relevante como aliados do Brasil no terreno financeiro internacional.

O diretor executivo da Rússia no FMI, Aleksei Mozhin, que está na instituição há 20 anos, disse em seminário recente na Brookings Institution, em Washington, que o surgimento dos BRICS foi a maior mudança na governança do Fundo desde a sua chegada à diretoria do FMI. Posso confirmar que, nos últimos cinco anos, a nossa atuação conjunta tem sido uma alavanca importante em vários temas estratégicos. A afinidade de pontos de vista é particularmente nítida entre as cadeiras brasileira, russa e indiana.

Os cinco diretores executivos dos BRICS no FMI se reúnem com muita freqüência para coordenar posições sobre temas na pauta da diretoria ou iniciativas nossas. Cada passo do grupo demanda muita preparação e articulação. No caso de alguns países, notadamente a China, o processo de tomada de decisão é lento e complexo e inclui consultas a várias instâncias em Pequim. O esforço de articulação é trabalhoso, às vezes penoso, mas produz seus frutos. Em matéria de reformas de quotas e da governança do FMI, por exemplo, os BRICS atuam freqüentemente de forma coordenada, inclusive preparando statements conjuntos para reuniões da Diretoria.

A principal dificuldade de coordenação interna dos BRICS é o peso desproporcional da China quando comparado ao dos demais países. Os chineses têm porte e recursos para, em alguns casos, enxergarem vantagens em negociar separadamente com os EUA e os europeus. Por esse motivo, entendimentos entre Brasil, Rússia e Índia funcionam às vezes como contrapeso à inclinação da China de atuar em faixa própria.

As dificuldades de coordenação entre os BRICS são naturais e inevitáveis. Refletem as diferenças de interesse, de dimensão econômica e de caráter político ou cultural. Apesar dessa diversidade, permanece o fato de que os cinco países têm demonstrado interesse consistente em atuar de maneira coordenada em muitos temas da agenda internacional.

Não se deve tampouco exagerar o significado dessas dificuldades de coordenação. Afinal, mesmo agrupamentos mais homogêneos e mais antigos, como o bloco europeu, se debatem com agudas divergências.

No FMI, a aliança entre os BRICS já é reconhecida como parte da paisagem.
Como mecanismo de articulação, os BRICS se tornaram muito mais relevantes do que o G-11, o tradicional agrupamento das 11 cadeiras da Diretoria Executiva comandadas por países em desenvolvimento³. Apenas as cadeiras europeias têm coordenação mais estreita. A administração da instituição e os diretores executivos dos países avançados fazem o que podem para detectar e explorar diferenças de posições entre os BRICS.

Entre as capitais, a coordenação é dificultada pela distância geográfica. Mesmo assim, os ministros de Finanças e presidentes de Banco Central dos BRICS se reúnem com certa periodicidade – duas ou três vezes por ano, em média, nos anos recents. E se falam com freqüência, apesar das diferenças de fuso horário.

Os chefes de Estado e governo se encontram nas cúpulas anuais – foram quatro desde 2009, a última delas na Índia, em março de 2012. A próxima será na África do Sul, em março de 2013. A de 2014 será no Brasil. Os líderes dos BRICS também se reúnem por ocasião das cúpulas do G-20. Por exemplo, em Cannes, em novembro de 2011, e em Los Cabos, em junho de 2012. No espaço de oito meses, os líderes dos BRICS se reuniram nada menos do que três vezes.

O que os BRICS têm em comum? Para além de todas as diferenças, fundamentalmente o seguinte: são países de grande dimensão econômica, geográfica e populacional. Brasil, Rússia, Índia e China fazem parte dos dez maiores países do mundo em termos de PIB, área e população. Por isso mesmo, todos eles têm capacidade de atuar com autonomia em relação às potências ocidentais – os Estados Unidos e a Europa. Isso vale, sobretudo, para os quatro integrantes originais do grupo mas, creio, que crescentemente também para a África do Sul.

Esse é o aspecto crucial: a capacidade de decidir de forma independente. A grande maioria dos demais países emergentes e em desenvolvimento – mesmo os que têm certo porte – não possui essa capacidade, pelo menos não na mesma medida. Em muitos casos, o que ainda se vê é uma relação de estreita dependência e alinhamento mais ou menos automático aos Estados Unidos ou aos principais países da Europa.

Essa atuação independente reflete, evidentemente, a posição econômico-financeira dos BRICS. Nenhum deles depende de capitais externos europeus ou norte-americanos ou da assistência financeira do FMI ou de outros organismos ainda controladas pelas potências tradicionais. Isso reflete inter alia a sua solidez fiscal, de balanço de pagamentos e de reservas internacionais. Nos anos recentes, os BRICS tornaram-se inclusive credores líquidos do FMI, participando com grandes somas dos empréstimos levantados pela instituição para fazer face à crise iniciada nos países avançados em 2008.

Um dos acontecimentos mais significativos da cúpula do G20 em Los Cabos, no México, em junho, foi a reunião prévia dos líderes dos BRICS. A reunião foi antecedida de muita discussão entre os cinco países e tratou principalmente de dois temas – um deles totalmente novo.

O primeiro tema foi a decisão de confirmar o anúncio de novas contribuições ao financiamento do FMI. A China anunciou a intenção de contribuir com US$ 43 bilhões adicionais; o Brasil, a Rússia e a Índia anunciaram US$ 10 bilhões cada; África do Sul entrará com US$ 2 bilhões.

Na rodada anterior de levantamento de empréstimos para o FMI em 2009, os BRIC entraram com o equivalente a US$ 92 bilhões – a China com US$ 50 bilhões, Brasil, Rússia e Índia com US$ 14 bilhões cada.

O total de US$ 75 bilhões anunciado em Los Cabos ficou condicionado ao entendimento de que o FMI só lançará mão desses novos recursos depois que os fundos existentes na instituição tenham sido substancialmente utilizados. Esse ponto é importante para promover uma adequada distribuição do ônus entre os diferentes credores do FMI, como mencionou o comunicado emitido após a reunião dos BRICS.

O comunicado dos BRICS observou, também, que as contribuições foram anunciadas com base no entendimento de que as reformas do FMI serão plenamente implementadas, conforme acordo a que se chegou no G20 em 2010. Isso inclui, como se sabe, uma revisão abrangente do poder de voto e das quotas.

Essa observação reflete a insatisfação dos BRICS com o ritmo de implementação das reformas do FMI, que expressaram em mais de uma ocasião. Há muita inércia institucional e apego ao status quo no Fundo. Em razão disso, aumentou a disposição dos BRICS de considerar iniciativas na área monetária internacional fora do âmbito do FMI.

A grande novidade em Los Cabos foi exatamente o lançamento de um fundo ou pool de reservas dos BRICS. A iniciativa foi pacientemente costurada em entendimentos ao longo de maio e junho. Na cúpula dos BRICS, formalizou-se a decisão de iniciar a discussão de um fundo de reservas comum dos BRICS. Os líderes dos BRICS pediram a seus ministros de Finanças e presidentes de Banco Central que trabalhem conjuntamente nesse tema e tragam os resultados para a próxima Cúpula dos Líderes dos BRICS, na África do Sul, em março de 2013. Posteriormente, foi criado um grupo de trabalho com representantes dos cinco países, sob coordenação brasileira.

Um fundo de reservas dos BRICS teria natureza preventiva e representaria a criação de um mecanismo de solidariedade financeira entre os cinco países, a ser acionado em momentos de dificuldade. As reservas somadas dos cinco países alcançam aproximadamente US$ 4,3 trilhões – uma base mais do que suficiente para respaldar a iniciativa.

O fundo comum de reservas poderia ser acionado por qualquer país que eventualmente precisasse de apoio, de acordo com regras e procedimentos que estão sendo negociados. O fundo pode ser “virtual”, isto é, as reservas continuariam nos bancos centrais de cada um dos BRICS só sendo desembolsadas se algum dos cinco países necessitar de acesso aos recursos do fundo.

Ainda que não venha a ser utilizado com freqüência, dado que a posição dos BRICS é sólida, a existência do fundo proporciona importante reforço adicional de confiança. A disposição de formalizar o início de uma discussão conjunta revela o estreitamento dos laços entre os BRICS e a sua disposição de enfrentar em conjunto os desafios do quadro internacional.

***

O ministro Antonio Patriota acertou, no meu entender, quando comparou a coordenação entre os BRICS à nossa aproximação com os EUA no início do século XX, época do Barão de Rio Branco [4] . Um grande legado do Barão, disse Patriota, é a capacidade de apreensão das mudanças. Na época em que o dinamismo econômico e o eixo de poder mudavam da Europa para os Estados Unidos, ele teve a capacidade de estabelecer uma boa relação com os EUA. Transferindo para hoje, o movimento equivalente é a coordenação com os BRICS.

NOTAS

[1] Versão ampliada e revista de texto que serviu de base a apresentação em mesa-redonda organizada pela Fundação Alexandre Gusmão e pelo Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, em 31 de julho de 2012.

[2] Diretor executivo no FMI pelo Brasil e mais dez países (Cabo Verde, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Suriname, Timor Leste e Trinidad e Tobago). As opiniões expressas neste texto não devem ser atribuídas ao FMI nem aos governos que o autor representa na diretoria da instituição.

[3] O G-11 inclui as cadeiras comandadas por Arábia Saudita, Argentina, Brasil, China, Egito, México/Venezuela, Índia, Irã, as duas cadeiras da África Sul-Saariana e a do Sudeste Asiático.

[4] Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada em 10 de fevereiro de 2012.

domingo, 7 de outubro de 2012

Governanca Economica Global (ou falta de) - Jeffry Frieden

Um artigo de 2009, mas ainda inteiramente válido, sobre a crise econômica global e as dificuldades que têm os governos nacionais em cooperar de modo racional com os demais. O que também explica a incapacidade do G20 financeiro de realizar efetivamente a coordenação de políticas econômicas. Cada um toma medidas de estrito escopo doméstico, sem pensar nos demais.
Como aliás está fazendo o governo brasileiro agora mesmo, ao recorrer ao protecionismo para tentar manter empregos domésticos durante a crise atual.
Paulo Roberto de Almeida 

Avoiding the worst: International economic cooperation and domestic politics

Jeffry A. Frieden, 2 February 2009
If the current crisis turns into a disaster on the order of the Great Depression, it will most likely be due to a breakdown of cooperation among the major economies. The history of the modern world economy – and especially of its collapse in the 1930s – makes clear that the principal powers have to work together if they are to maintain an integrated international economic order.
International cooperation needs domestic support for openness
Yet governments are only able to make the sacrifices necessary to sustain international cooperation if they can rely, in turn, on domestic political support for an open world economy. National publics unconvinced of the value of international integration will not back policies – often costly and difficult policies – to maintain it. This can lead – again, as in the 1930s – to a perverse process in which global economic failure undermines support for economic openness, which leads governments to pursue uncooperative policies, which further weakens the global economy.
On both dimensions, international and domestic, we are in trouble. So far, despite high-sounding internationalist rhetoric, governments have responded to the crisis with policies that take little account of their impact on other nations. And the crisis has dramatically reduced domestic public support for globalisation, and for national policies to sustain it.
Why reasonable governments do unreasonable things
On the international dimension, the threat is not so much of explicit protectionism but rather of nationally specific policies that impose costs on others, directly or indirectly.
These beggar-thy-neighbour policies are not normally the result of some inexplicable bloody-mindedness on the part of venal governments, or of purposeful antagonism toward rivals. They are, instead, desperate attempts to defend national economies from gathering storms. But they impose negative externalities on other countries, and in so doing can provoke hostile reactions that can drag all parties concerned into bitter conflict.
Not out of arrogant nationalism but out of domestic desperation
Domestic constituents demand action, and governments have to respond, even at the expense of international cooperation. This can easily lead down a path toward conflict. Financial intervention to restore liquidity or solvency to the banking system can come at the expense of financial partners, sucking funds out of neighbours.
The early-October Irish blanket deposit guarantee, implemented with the perfectly understandable goal of avoiding a bank panic in a small and vulnerable economy, nearly induced a run on British banks as British depositors rushed to transfer funds from British to Irish banks. The current American financial bailout is drawing capital from the rest of the world – including from emerging markets that urgently need it – not out of arrogant nationalism but out of domestic desperation. And the buy-American provisions of the current stimulus package demonstrate the ease with which well-intentioned policies can turn into uncooperative predation.
The range of policies of this type – sincere national initiatives with counter-productive international implications – is virtually endless.
Negative externalities galore
Support for troubled national firms can turn into anti-competitive subsidies to national champions. Currency depreciation, a common recommendation for difficult times, can put competitive pressure on trading partners, leading to round after round of “competitive devaluations.”  Debt-averse governments can limit the size of their fiscal stimulus, thereby free riding on the deficit spending of neighbours. Countries with intolerable foreign debt burdens can seek debt write-downs that further cripple creditor-country financial markets. And all of these can interact to create powerful protectionist pressures. One country’s fiscal stimulus can “leak” into a neighbour, draw in a surge of imports from the neighbour, and provoke a bitter protectionist backlash.
Even with the best of intentions, governments can act in ways that drive wedges among countries, block cooperative responses to the crisis, and ultimately make everyone worse off. And despite today’s flowery rhetoric, there is little evidence that national policymakers are willing or able to take into account the international implications of their actions.
If this pattern continues, it will be a major obstacle to a rapid recovery.
Will anyone speak for the rest of the world? 
National governments rarely consider global consequences, because their constituents are domestic and national publics are very sceptical about the contemporary world economy.
Even before the crisis hit, there had been real erosion in popular support for globalisation. Economic integration has come to be associated with job losses, competitive pressures, and a worsening of income distribution in developed and developing countries alike. Nearly universally, the lower registers of the income distribution are most dubious about the benefits of international economic integration, and these doubts are particularly widespread in more unequal societies.
The crisis has heightened suspicion of a world economy that appears to be the source of much of our current predicament. There is increasing resentment that the expansion of the past ten years primarily helped the wealthy, while the poor and middle classes are being asked to sacrifice to deal with the hangover of the binge. This is coupled with similar resentment that governments appear to privilege the concerns of international banks and corporations. There is an advancing popular view that insulation will help reinforce national attempts to deal with the crisis.
National publics will increasingly resist making national sacrifices in order to honour international economic obligations. Meanwhile, concentrated interests who support globalisation – such as the international financial and corporate sectors – have been undermined by international economic weakness. Broad popular sentiment is increasingly widespread and powerful that national responses to the crisis must take priority over international obligations.
Attention must be paid: Crisis’s impact on income distribution
The impact of the crisis on income distribution cannot be ignored, for it will determine much of the politics of government responses to the crisis. Ignoring the demands of poor and middle-class citizens for relief will inflame more extreme anti-globalisation views, making international cooperation that much more difficult.
These two dimensions, the international and the domestic, are closely interrelated. The less domestic support there is for globalisation, the harder it will be for national governments to reach cooperative agreements with partners. The less international cooperation there is, the greater the likelihood of a deterioration in the global economy. As in the 1930s, beggar-thy-neighbour policies, distributional conflicts, and international economic stagnation could feed on each other in a downward dance.
Into the maelstrom? 
Governments have to act consciously to counteract this dismal possibility.
·     At the domestic level, governments need to work out an equitable and politically sustainable allocation of austerity across the population.
This means ensuring that those sectors of society hit hardest by the crisis are not also the ones asked to bear the stiffest sacrifices. Societies with existing social safety nets will have to expand them and make sure they work for wider segments of the population than they were planned. Countries with weak or non-existent social programs for the victims of crises such as this will have to create them, and quickly. By the same token, basic principles of equity – and even more basic political realities – demand that those who received the main benefits of the boom have to bear their share of the costs of the bust. Governments that ignore the social and distributional implications of the crisis are likely to find themselves either driven toward extreme and counter-productive policies, or swept away.
Even sustaining existing social programs is extraordinarily difficult in such hard times. This is true of all governments, which face powerful fiscal pressures as tax revenues dry up and demands for spending soar. The difficulties are especially challenging for developing countries, many of which have lost whatever access they may have had to external sources of capital. Yet governments that do not provide effective relief to those hardest hit by the crisis face the prospect of dramatically increased social and political strife, which will only deepen the disaster.
·     At the international level, governments need to work just as consciously to coordinate not just words, but actions.
This will not happen of its own accord. So far, the solidarity of OECD central bankers has been impressive. However, this builds upon a long-standing tradition of the solidarity of central bankers, and upon decades of institutionalised collaboration, and can only take us a very short part of the way. There is nothing analogous on other dimensions.
The free interplay of government policies will not spontaneously bring forth international cooperation
Collaboration among governments has to be intended, designed, and monitored. This almost certainly requires some international institutional framework, some set of agreed-upon rules and ways of enforcing them. The governments of the major economic centres need to consult regularly on the international dimensions of the crisis, and of its resolution. They need to hold each other to account, and they need some reasonably independent mechanism to identify policies that risk driving governments toward conflict rather than mutual assistance. Other foreign policy goals can and should be linked to supportive efforts on the economic front.
Conclusion
If governments do not pay real attention to the domestic distributional impact of the emergency, and to the international implications of their national policies, the current calamity will feed on itself. The Great Depression of the 1930s was more a failure of national policy, and of international cooperation, than it was a failure of markets. Success in confronting the current crisis will similarly depend on socially responsive and viable national policies, and on globally responsive and viable international cooperation.
Editors' note: This column is a Lead Commentary on Vox's Global Crisis Debate page; see further discussion on Vox’s Global Crisis Debate page.
 
References
Jeffry A. Frieden (2006). Global Capitalism: Its Fall and Rise in the Twentieth Century. W.W. Norton.
Frieden, Jeffry. 2007 /Will Global Capitalism Fall Again/?  Bruegel Essay and Lecture Series (Brussels:  Bruegel, 2007).
Frieden, Jeffry. 2008. "Global Governance of Global Monetary Relations: Rationale and Feasibility / Economics / Discussion Paper number 2008-32.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

G20 no Mexico : qual o grau de entendimento?

Será que o Brasil vai continuar com o mesmo discurso de "guerra cambial" e de "tsunami financeiro"? Questões reais deveriam ser chamadas pelos seus nomes reais...
Paulo Roberto de Almeida 

Spain Warns on Borrowing as G-7 
Discusses Crisis
The International Herald Tribune, June 5, 2012
PARIS — Spain warned Tuesday that the moment was nearing when it would be unable to borrow in the bond market without help from its European partners, as Group of 7 finance and central bank officials held a teleconference to discuss the crisis in Europe.
“The risk premium says Spain doesn’t have the market door open,” Treasury Minister Cristóbal Montoro told Onda Cero radio, Reuters reported. “The risk premium says that as a state we have a problem in accessing markets, when we need to refinance our debt.”
The risk premium describes the extra interest rate that investors demand to hold Spanish debt, compared with German debt, which is considered the safest in the euro zone. Currently, Spain’s 10-year bonds yield about 6.3 percent, compared with Germany’s 1.2 percent; thus, the risk premium stands at about 5.1 percentage points.
Mr. Montoro said Spain needed help from European institutions to recapitalize, though he did not give an indication of how much money was required. Emilio Botín, the chairman of Banco Santander, said Tuesday that about 40 billion euros, or $50 billion, of European funds would be needed to fix Spain’s banking sector, Bloomberg News reported.
While Spain’s overall debt is not considered dangerously high, its economy and banks have been hammered by the collapse of a real estate bubble, and it trying to cut government spending to meet European targets even as the economy contracts, leaving the government little leeway to aid lenders.
Spain is planning a bond auction Thursday that could help to decide whether the country must seek a bailout from the European Union, the International Monetary Fund and the European Central Bank, as Portugal, Greece and Ireland have done.
Group of 7 officials spoke Tuesday morning, Washington time. The Kyodo News agency cited Finance Minister Jun Azumi of Japan as telling reporters that he had agreed with his G-7 counterparts to cooperate in addressing the European crisis. Mr. Azumi also said he expressed Japan’s concerns about the volatility of the yen, which is threatening to wreak havoc with Japan’s export-led economy.
The G-7 did not issue a statement after the emergency talks. Members of the group are Britain, Canada, France, Germany, Italy, Japan and the United States.
The Group of 20, which includes the G-7 as well as important emerging nations including Brazil, Russia, India and China, is scheduled to meet June 18-19 in Mexico. Greece will hold elections just a day earlier, on June 17, in a vote that is seen by some as a referendum on the struggling country’s continuing membership in the euro. Some economists fear that a rejection of pro-bailout parties by Greek voters could lead to chaos in the markets.
The euro zone continues to disappoint already low expectations of economic growth. Retail sales fell in April by 1.0 percent from March, Eurostat, the European Union statistical agency said Tuesday. From a year earlier, April retail sales fell by 2.5 percent in the euro area. That was far below the forecasts of economists polled by Reuters, who had expected a 0.1 percent monthly decline and and 1.1 percent annual decline.
A separate report showed German industrial orders sliding by 1.9 percent in April from March’s revised 3.2 percent increase, the Economy Ministry reported in Berlin. The lion’s share of the decline resulted from shrinking overseas orders. Orders fell 3.8 percent from a year earlier.
In European afternoon trading Tuesday, the Euro Stoxx 50 index, a barometer of euro zone blue chips, rose 0.6 percent. London markets were closed for a second day for Queen Elizabeth II’s diamond jubilee celebration.
The dollar was higher against other major European currencies. The euro fell to $1.2444 from $1.2499 late Monday in New York, while the British pound fell to $1.5358 from $1.5384. The dollar rose to 0.9647 Swiss francs from 0.9609 francs, and to 78.62 yen from 78.34 yen.
Hiroko Tabuchi contributed from Tokyo.

sábado, 5 de novembro de 2011

G20: todos os documentos oficiais, de 1999 a 2011


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