Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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sábado, 13 de janeiro de 2024
Carta do ex-chanceler Celso Lafer ao Chanceler Mauro Vieira (11/01/2024)
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
Hamas and Netanyahu: two sides of a counterfeit coin - Pedro Scuro Neto
Hamas and Netanyahu: two sides of a counterfeit coin
Pedro Scuro Neto
“There is no news”, Umberto Eco tells us, “journalists are the ones who create it”. He also comments on “the drastic drop in print media sales, and the saturation of the market in which traditional journalism must compete with less formal or unprofessional modalities”. From which I conclude that since “people don’t need newspapers (because) they can tell lies by themselves” (as a Brazilian song goes), Internet users took on the task and bad journalism became increasingly 'democratic'.
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
Pequeno dicionário de conceitos invertidos - Denis Lerrer Rosenfield, O Estado de S. Paulo
Hamas
Denis Lerrer Rosenfield,quarta-feira, 11 de outubro de 2023
Resposta do governo Lula a atentados terroristas do Hamas expõe influência de Celso Amorim no Itamaraty - Felipe Frazão (OESP)
Resposta do governo Lula a atentados terroristas do Hamas expõe influência de Celso Amorim no Itamaraty
Felipe Frazão
O Estado de S. Paulo, 11 de outubro de 2023 | 20:30
A reação do governo aos atentados terroristas do Hamas contra Israel e às mortes de dois cidadãos brasileiros nos ataques se tornou nos últimos dias alvo de críticas nas redes sociais e em círculos políticos e diplomáticos em virtude da hesitação em condenar o grupo terrorista palestino. As notas de pesar divulgadas pelo Itamaraty sobre as mortes de Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos, também provocaram ruído por um tom considerado frio e insensível.
Diplomatas e especialistas consultados pelo Estadão apontam que as posições ideológicas do assessor de assuntos internacionais Celso Amorim sobre política externa e diplomacia muitas vezes se sobrepõem à linha mais técnica do Itamaraty em muitas questões. É o caso da Guerra da Ucrânia, do alinhamento ocasional do Brasil ao eixo Rússia-China e, agora, da crise em Gaza. No caso do Oriente Médio, sobretudo, Amorim já demostrou publicamente, em diversas ocasiões, uma simpatia pelo lado palestino no conflito.
Segundo um embaixador que acompanha as discussões internas do Itamaraty, e pediu para não ter o nome divulgado, houve uma involução no posicionamento da chancelaria desde o início da crise em Israel no sábado, 7.
“ Tínhamos que ter uma posição mais firme. O Itamaraty decidiu condenar os ataques (na nota de 7 de outubro) e depois eles voltaram atrás, provavelmente sob pressão do PT e outras agremiações de esquerda”, disse a fonte. “Neste caso tem de condenar e transmitir apoio, apesar do histórico de equidistância. O Hamas sempre desejou impedir o processo de paz”.
O Itamaraty e Amorim foram procurados, mas até a última atualização desta reportagem não enviaram resposta. O espaço está aberto.
‘Antiamericanismo infantil’
Amorim participou de uma reunião no Palácio do Itamaraty no domingo, 7, com o ministro da Defesa, José Múcio, e a chanceler interina, Maria Laura da Rocha, para discutir os atentados do Hamas e a situação dos brasileiros na região.
Após os atentados, Celso Amorim condenou os ataques, mas disse que eles eram consequências da violência de Israel contra o povo palestino. “O atual conflito não é um fato isolado. Vem depois de anos e anos de tratamento discriminatório, de violências, não só na própria Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia”, disse o assessor, que foi chanceler durante os primeiros mandatos de Lula.
Para o ex-embaixador Paulo Roberto de Almeida, que serviu em Genebra, Paris e no Leste Europeu, a visão de Lula, Amorim e do PT se sobrepõe à do Itamaraty e, hoje, resulta na execução de uma política externa que contesta a liderança dos Estados Unidos no cenário global.
“Lula, Amorim e o PT consideram essa liderança contrária aos interesses de longo prazo do Brasil”, disse. “Eles padecem de um anti-imperialismo anacrônico e de um antiamericano infantil”.
Na avaliação do diplomata, a atuação da chancelaria na crise em Gaza é reflexo dessa influência de Amorim sobre a política externa. “O Itamaraty, parte submissa dessa coalizão primariamente esquerdista, tem de se submeter à vontade de seus controladores, e tem feito um papel lamentável tanto na emissão de declarações externas, quanto na publicação de notas patéticas, nas quais o principal objetivo é escamotear a realidade”, completa.
Condenação x cautela
Na terça-feira, o chanceler Mauro Vieira voltou a defender um fim da violência em Gaza, mais uma vez sem condenar o terrorismo do Hamas. “A posição do Brasil é a de que os atos violentos devem ser interrompidos e deve haver cessação de hostilidades. Evidente que condenamos a violência e o derramamento de sangue, mas achamos que, sobretudo com o Brasil na presidência do Conselho de segurança, precisamos trabalhar para o fim das hostilidades e uma negociação de paz”, disse o chanceler à Voz Brasil.
Diplomatas reconhecem que a posição histórica de equidistância do Brasil em relação ao conflito no Oriente Médio, aliada ao fato de o País estar no comando temporário do Conselho de Segurança da ONU aumentam a necessidade de a chancelaria se manifestar com cautela. Ao mesmo tempo, a morte de cidadãos brasileiros nos atentados e a possibilidade de haver reféns nascidos no País nas mãos do Hamas exigem uma condenação mais firme.
Críticas
“Uma nota do Itamaraty chega ao ridículo de falar do “falecimento” de brasileiro em Israel, o que é uma ofensa à família e um atentado à verdade objetiva dos fatos”, lembra Paulo Roberto de Almeida. “O que vale para a comunidade internacional são as notas do Itamaraty, que significam posição de governo, e estas até agora têm descurado completamente as expressões terrorismo e Hamas”.
André Lajst , cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, uma ONG pró-Israel, defende que o governo precisa ser mais enérgico, especialmente com relação a morte de brasileiros. E citar nominalmente o Hamas, que atacou Israel, ao condenar o terrorismo.
“Por algum motivo, que a gente ainda não sabe qual é, o governo brasileiro insistentemente prefere não mencionar o Hamas, fala em ataque, fala em terrorismo, se solidariza com as vítimas de ambos os lados”, aponta Lajst. “Sem querer — ou querendo — faz uma equivalência de solidariedade e, claro que deve haver solidariedade a todas as vítimas civis, mas a situação não é equilibrada. Tem um país que está se defendendo e um grupo terrorista que está atacando”.
A posição de Lula
No dia dos atentados, no entanto, o petista condenou os ataques do Hamas. “Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, disse o presidente.
Nesta quarta, Lula fez um apelo direcionado para ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e para a comunidade internacional, pedindo a liberação de crianças palestinas e israelenses sequestradas e mantidas como reféns durante o confronto entre Hamas e Israel.
Amorim e os palestinos
Quando comandava o Itamaraty, em 2010, Amorim foi um dos entusiastas do reconhecimento da independência da Palestina como independente pelo Estado brasileiro, atendendo a um pedido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Na apresentação da edição brasileira do livro Engajando o mundo: a construção da política externa do Hamas, escrito pelo pesquisador britânico Daud Abdullah, Amorim chegou a elogiar o grupo terrorista palestino.
“Como firme defensor dos direitos palestinos e defensor de uma solução por meios pacíficos, fiquei muito encorajado com as palavras finais do autor: através de maiores esforços diplomáticos e alianças globais, ‘o Hamas pode desempenhar um papel central na restauração dos direitos palestinos’”, diz o assessor na apresentação do livro, publicado no começo deste ano.
Felipe Frazão/Luiz Raatz/Estadãoquarta-feira, 30 de julho de 2014
Roger Cohen: um judeu não sionista fala sobre a guerra em Gaza (NYT)
The Opinion Pages | Op-Ed Columnist
Zionism and Its Discontents
Zionism and Israel’s War with Hamas in Gaza
terça-feira, 29 de julho de 2014
Mais crônicas do nanismo diplomatico - Andres Oppenheimer (MH)
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Israel-Hamas: Guga Chacra contra o extremistas da FSP
De fato não é monopólio da FSP, mas esse jornal tornou-se um emblema do mau jornalismo, ultimamente, ao publicar matérias não controladas por seus diretores editoriais, deixando portanto que a ralé do subjornalismo, esse lumpen formado nas Faculdades Tabajara e militantes de um partido conhecido, divulguem mentiras politicamente orientadas.
Aqui uma matéria que vale tanto como lição de jornalismo, como informação equilibrada sobre esse dramático conflito, que eu não veria como sendo entre Israel e "Palestina", mas entre Israel e os terroristas do Hamas. Estou praticando viés? De forma alguma: existem terroristas no mundo e o Hamas entra nessa categoria.
Querem mais: temos aqui ao lado, um grupo terrorista, as Farc, aliás muito amigas dos companheiros no poder...
Paulo Roberto de Almeida
Nos dois lados, no Brasil, tenho lido absurdos envolvendo o conflito entre Israel-Palestina escritos por pessoas sem o menor conhecimento do tema e que nunca pisaram em Tel Aviv, Gaza, Jerusalém, Ramallah, Nazaré e Haifa. Eu não critico ninguém no meu blog, pois acho que cada um deva ter uma opinião. Mas chegou o momento de pessoas como eu se levantarem contra os radicais dos dois lados que vêm alimentando os sentimentos antissemitas, islamofóbicos, anti-árabes e anti-cristãos em grandes órgãos de imprensa, como a Folha. Portanto fiz este guia para entender o atual conflito
1. Israel e Palestina estavam bem próximos de um acordo de paz meses atrás. Os dois lados concordavam em praticamente tudo. Basicamente, um Estado palestino seria criado na maior parte da Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Os principais blocos de assentamento ficariam com Israel em troca de outras terras. A Palestina seria desmilitarizada, com a segurança inicialmente nas mãos de Israel em uma transição para a OTAN (Costa Rica também é desmilitarizada). Jerusalém seria uma municipalidade unificada, mas capital dos dois Estados. Os refugiados palestinos poderiam retornar para o novo Estado, mas não para o que hoje é Israel. Vale lembrar que, em 2013, morreram apenas 36 pessoas no conflito, sendo 33 palestinos e 3 israelenses. É menos do que o total em 8 horas nos últimos dias.
2. O plano, que ainda pode dar certo, apenas não foi assinado por divergências no processo, incluindo mal-entendidos entre Israel e EUA. Os israelenses enxergavam o processo (não o acordo) como a libertação de prisioneiros palestinos durante quatro etapas em troca de a Palestina não ingressar em entidades internacionais até o acordo definitivo e de o governo poder autorizar novas unidades residenciais em assentamentos que em um acordo final ficariam no lado de Israel. A Autoridade Palestina e os EUA argumentavam que o acordo previa a libertação de palestinos e árabes-israelenses em troca apenas de os palestinos não ingressarem em entidades internacionais. O mal entendido teria ocorrido em conversas entre o secretário de Estado John Kerry e o premiê Benjamin Netanyahu nas quais os termos não ficaram claro. Além disso, o líder israelense cedeu a pressões de alas extremistas de seu governo, como Naftali Bennet, em vez de se aproximar mais de figuras moderadas como Yair Lapid e Tzipi Livni.
3. Depois de o plano fracassar, a Autoridade Palestina, com o aval dos EUA, fez um governo tecnocrático com o apoio do Fatah e do Hamas, mas sem a presença de membros dos dois partidos. Israel, em vez de enxergar o acordo como um concessão do Hamas, que pela primeira vez apoiava um governo reconhecendo o Estado israelense, viu como uma provocação do presidente palestino Mahmoud Abbas. Os dois lados romperam.
4. Semanas depois, três colonos adolescentes israelenses foram sequestrados na Cisjordânia em uma área sob controle civil e militar de Israel. O governo israelense imediatamente acusou o Hamas e disse ter provas. Os EUA dizem que havia indicações de que poderia ter havido envolvimento do Hamas, mas nunca cravou. Israel não tornou públicas as provas. Mas lançou uma mega operação em Hebron, na Cisjordânia, prendendo centenas de palestinos e matando ao menos três. O Hamas nega envolvimento, mas celebrou o sequestro, visto na Palestina como um crime comum. Dias depois, os corpos dos adolescentes israelenses foram encontrados. E extremistas judaicos sequestraram e queimaram vivo um adolescente palestino para se vingar. Os extremistas judaicos estão presos. Os suspeitos palestinos ainda não foram encontrados.
5. Tudo isso na Cisjordânia. Na Faixa de Gaza, Israel bombardeou um túnel do Hamas usado para contrabando e invasão do território israelense. Militantes do grupo morreram. A organização palestina intensificou o lançamento de foguetes contra o território israelense. Israel iniciou os bombardeios contra a Faixa de Gaza. Depois de alguns dias, o Egito propôs um cessar-fogo. O Hamas não aceitou, mas Israel, sim. Em seguida, o governo israelense iniciou uma mega ofensiva por terra. Mais de mil palestinos morreram, a maioria civil, incluindo dezenas de crianças. Trinta e cinco israelenses morreram, a maior parte militar. A diferença no total de vítimas se deve em parte à precariedade dos armamentos do Hamas e ao escudo anti-mísseis de Israel. Mas uma série de países, incluindo os EUA, dizem que Israel deveria fazer mais para evitar a morte de civis. Israel retruca dizendo que ninguém no mundo faz mais do que os israelenses para evitar baixas civis.
6. Hoje existe um esforço internacional, com apoio de quase todas as nações do mundo, para um cessar-fogo. Israel e Hamas não aceitam, a não ser por pequenas pausas humanitárias para resgatar corpos. Os dois levam em conta seus interesses. Os israelenses acham melhor seguir com a ação militar mais algum tempo para eliminar o máximo possível de túneis do Hamas. O grupo palestino, por sua vez, isolado depois de perder apoio do Irã, da Síria e do Egito, tenta se fortalecer vendendo o atual conflito como vitória. Para atingir este objetivo, precisa reduzir a intensidade do bloqueio em um cessar-fogo definitivo. A tendência é o conflito se encerrar em alguns dias ou semanas com cessar-fogo unilateral dos dois lados, como ocorreu em 2009.
Agora, sério, recomendo pararem de ler extremistas que apenas falam bobagens dos dois lados e ficam discutindo história seletiva de questões de séculos ou décadas atrás.
Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra) e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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