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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Reuniao do IPRI com ex-diretores e coordenadores de pos em RI - nota Paulo Roberto de Almeida


Reunião dos coordenadores de cursos de pós-graduação em RI
Itamaraty, Brasília, 10 de novembro de 2017, 9-13hs


Realizou-se na manhã do dia 10 de novembro, no quadro da VI CORE, uma reunião de coordenadores dos cursos de pós-graduação em Relações Internacionais das universidades brasileiras, com o objetivo de trocar opiniões sobre o estado atual e as perspectivas de cooperação entre o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e os programas de pesquisa mantidos pelas universidades e outros centros de estudos em temas afins. A reunião foi precedida por encontro de congraçamento, mas também de avaliação e de apresentação de sugestões de trabalho, de diversos diretores do IPRI, no ano em que se cumprem os primeiros 30 anos desde sua criação. Estiveram presentes ao encontro, presidido pelo atual diretor do IPRI, ministro Paulo Roberto de Almeida, o embaixador Gelson Fonseca, primeiro diretor do IPRI e atual Diretor do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD, localizado no Rio de Janeiro, completando 15 anos nesta data), o ex-secretário geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, embaixadores Carlos Henrique Cardim e Alessandro Candeas, ademais do presidente da Funag, embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima.
Durante uma hora, os ex-diretores fizeram uma avaliação pessoal dos trabalhos realizados pelo IPRI e apresentaram diversas sugestões para o seu trabalho futuro. O embaixador Gelson Fonseca, por exemplo, relembrou que o verdadeiro inspirador para a criação do IPRI foi o embaixador Ronaldo Motta Sardenberg, que já mantinha, ainda na vigência do regime autoritário, contatos pessoais com acadêmicos engajados no estudo da política externa e da diplomacia brasileira. O embaixador Cardim, por sua vez, ressaltou o papel do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, então secretário geral, na criação do IPRI, obtendo inclusive um local próprio para sua instalação, uma ampla casa na Vila Planalto, o que assegurava certa independência à instituição. Cardim fez diversas sugestões de trabalho para o IPRI, entre elas dar continuidade aos Clássicos, mas num formato resumido de capítulos ou trechos selecionados de grandes obras. Também sugeriu a criação de uma revista de geografia política, a instituição de uma cátedra rotativa patrocinada pelo IPRI em universidades brasileiras e, finalmente, uma atenção especial ao bicentenário da independência em 2022, com a publicação de obras de grandes nomes da cultura brasileira.
O embaixador Samuel propôs que o IPRI estimulasse, nas academias, a realização de estudos sobre a política externa de outros países, parceiros do Brasil, sobretudo os mais próximos, politicamente ou geograficamente. Da mesma forma, sugeriu a tradução de obras importantes sobre a política externa de outros países e sua publicação pela Funag, ademais de convites regulares a grandes personalidades da área.
O anterior diretor do IPRI, embaixador Alessandro Candeas, atual chefe de gabinete do ministro da Defesa, formulou uma série completa de sugestões para o trabalho do IPRI no futuro próximo, entre elas a constituição de uma rede integrada de pesquisadores em relações internacionais, a exemplo do sistema que já existe para a promoção comercial, como é a Brazil Trade Net, contendo, por exemplo, oportunidades de inserção em programas de pesquisa no exterior para os pesquisadores brasileiros. Sugeriu igualmente uma nova linha de edição de policy papers pela Funag, atendendo a demandas específicas, bem como o estímulo à confecção de maços básicos do Itamaraty com a participação de, e abertos aos, pesquisadores de pós-graduação da área.
Essa primeira sessão, voltada para os ex-diretores do IPRI, foi imediatamente sucedida por um debate mais amplo com os coordenadores, com a intervenção do presidente da Funag, embaixador Sérgio Moreira Lima, que ademais de homenagear os diretores precedentes, sublinhou o apoio do ex-diretor, na condição de secretario geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, às atividades da Funag e do IPRI, provendo-os de meios adequados às diversas iniciativas empreendidas na última década e meia.
Teve início, então, uma sessão que se estendeu por mais de três horas durante as quais todos os dezessete coordenadores de cursos de pós-graduação em RI (e em áreas afins) puderam se expressar de forma livre sobre os temas de sua preferência. De forma geral, foram unânimes nos agradecimentos à Funag, ao IPRI e ao CHDD, pelo provimento de materiais relevantes aos estudos e pesquisas que conduzem em suas respectivas instituições, bem como pela realização de eventos como a CORE, também destacando o papel essencial desempenhado pelas publicações da Funag nas tarefas didáticas e de pesquisa que são próprias de suas atividades correntes. Muitas sugestões foram feitas – como, por exemplo, a constituição de arquivos digitais de documentos históricos e de referência, o apoio a editais de convocação a programas de estudos, a canalização dos trabalhos feitos nas universidades para os trabalhos correntes do MRE, a criação de um prêmio às melhores teses e dissertações produzidas nas academias, a realização de seminários com temáticas específicas, a criação de uma linha de livros clássicos da América Latina, a continuidade de traduções de clássicos ainda não realizadas, a colaboração na inserção profissional dos egressos de cursos de RI e na concessão de bolsas de estudos em nível de pós-graduação, uma melhor interação com as associações profissionais existentes (não apenas ABRI, mas também ABED, ABCP e outras pertinentes), a maior integração de diplomatas de carreira com atividades de pesquisa e extensão nos cursos de pós – num debate aberto que contou inclusive com a participação do Secretário de Planejamento Diplomático do Itamaraty, ministro Benoni Belli, sublinhando ele a importância desse tipo de interação, que permite ultrapassar os limites institucionais do pensamento oficial, bem como do coordenador de estudos e pesquisas do IPRI, conselheiro Marco Túlio Scarpelli Cabral, que resumiu os muitos eventos conduzidos pelo Instituto ao longo de 2017.
A sessão foi encerrada pelo presidente da Funag, embaixador Sérgio Moreira Lima, que efetuou uma ampla apresentação da produção da Fundação, já acumulada e disponibilizada gratuitamente em formato de livros em sua Biblioteca Digital. Dentre os muitos temas mencionados por diversos participantes na sessão figurou o da preparação do Itamaraty para o bicentenário da independência, com uma visão tanto retrospectiva quanto prospectiva. Trata-se de uma data simbólica, a de 2022, que pode envolver não apenas os principais órgãos de interação entre o Itamaraty e a comunidade acadêmica, mas também a sociedade civil de modo geral, ao oferecer uma oportunidade para fazer um balanço retrospectivo do que o Brasil realizou desde o marco inaugural, bem como para traçar algumas linhas prospectivas sobre o que se poderia fazer nos anos à frente. O papel da Funag, do IPRI e também do CHDD, é justamente o de favorecer uma contínua interação entre operadores da política externa brasileira, diplomatas, e os pesquisadores da academia, que são os analistas críticos do que é feito no Itamaraty. Ao final, houve um reconhecimento geral de que o encontro tinha cumprido seus objetivos previamente definidos, quais sejam, o de oferecer uma oportunidade direta para troca de opiniões e de informações, bem como a coleta de sugestões e recomendações para orientar os trabalhos futuros da Funag e seus órgãos subordinados.
Ademais dos diplomatas já mencionados nesta nota, e do presidente da ABRI, Prof. Eugenio Diniz, os seguintes coordenadores de cursos de pós-graduação em Relações Internacionais e em áreas afins participaram do encontro:
1)    Alexandre César Cunha Leite (UEPB)
2)    Ana Flávia Granja e Barros (UnB)
3)    André Luiz Reis da Silva (UFRGS)
4)    Armando Gallo Yahn Filho (UFU)
5)    Denise Vitale (UFBA)
6)    Eduardo Munhoz Svartman (UFRGS)
7)    Fábio Borges (UNILA)
8)    Iara Costa Leite (UFSC)
9)    Javier Alberto Vadell (PUC-MG)
10) Lidia de Oliveira Xavier (Unieuro)
11) Marcelo de Almeida Medeiros (UFPE)
12) Marcos Cordeiro Pires (UNESP)
13) Marta Fernandez Moreno (PUC-RIO)
14) Miriam Gomes Saraiva (UERJ)
15) Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari (IRI-USP)
16) Raphael Padula (UFRJ)
17) Samir Perrone de Miranda (UFPB)


[Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 14 de novembro de 2017]

IPRI, 30 anos; reuniao com coordenadores de pos em RI, na VI CORE, 10/11/2017 - Paulo Roberto de Almeida

O "discurso" abaixo não foi pronunciado, por diversas razões, entre elas por falta de tempo, como sempre acontece nos seminários acadêmicos: começamos sempre tarde, pelos atrasos naturais do modo brasileiro de comportamento em face de horários estritos, e acabamos atrasando todo o desenrolar do seminário porque as pessoas falam demais e ultrapassam o tempo devotado a cada um. Por isso preferi não falar, abrindo imediatamente a palavra aos ex-diretores do IPRI, os que me precederam no cargo (pelo menos o que puderam estar em Brasília para a VI Conferência de Relações Exteriores, organizada pela Funag), para depois dar espaço às falas dos coordenadores de cursos de pós-graduação em RI das universidades brasileiras.
Não foi pronunciado, mas nada impede que se faça o registro de minhas intenções ao escrever estas palavras, um dia antes. Em postagem subsequente, vou trancrever a pequena nota de registro sobre essa reunião.
Paulo Roberto de Almeida 


Saudação aos coordenadores de cursos de pós-graduação em RI

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: reunião no quadro da VI CORE; finalidade: saudação aos coordenadores ]


Caros coordenadores, colegas de carreira, demais participantes,
Gostaria, em primeiro lugar, de saudar e agradecer, a cada um de vocês, a presença, nesta reunião que marca os 30 anos do IPRI, do qual sou diretor; no ano passado, na V CORE, realizada em Belém, comemoramos os 45 anos da Funag, presidida pelo embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima; o CHDD, atualmente dirigido pelo embaixador Gelson Fonseca, e que está, aliás, cumprindo os 15 primeiros anos de sua existência formal. Datas simbólicas como estas, envolvendo nossos principais órgãos de interação com a comunidade acadêmica, e com a sociedade civil de modo geral, nos oferecem a oportunidade de fazer um balanço retrospectivo do que conseguimos fazer, no período decorrido desde o marco inaugural, apresentar uma avaliação das iniciativas empreendidas no período recente, e também traçar algumas linhas prospectivas sobre o que gostaríamos, ou sobre o que desejaríamos fazer no período que se abre à nossa frente.
Encontros como este podem, de fato, oferecer essa bem-vinda visão externa que nós, responsáveis internos, necessitamos para reavaliar nosso trabalho, recolher sugestões quanto a novas iniciativas e disponibilizar novamente um espaço de interação entre, de um lado, operadores da política externa, que somos os diplomatas, e, de outro lado, os analistas, os pesquisadores, os estudiosos da política externa, da diplomacia brasileira, e das relações internacionais, de modo geral, o que representa, justamente, uma ponte, um espaço de diálogo e uma nova oportunidade para um recíproco enriquecimento em nossas esferas respectivas de atuação. Diplomatas, por mais pragmáticos que sejam, não se guiam apenas pela agenda de trabalho das organizações internacionais, pelas relações concretas entre Estados no plano bilateral, pelo fluir dos fatos e processos reais no plano do cotidiano, mas se apoiam, igualmente, numa determinada visão do mundo, numa concepção que se têm, que é adquirida, sobre o papel do Brasil no sistema internacional, numa interpretação mais vasta do que é possível fazer para, na famosa equação do ex-chanceler Celso Lafer, transformar oportunidades externas em possibilidades internas de desenvolvimento e de inserção mundial.
Essa visão do mundo, a memória histórica sobre a evolução do sistema internacional no último meio século, os desenvolvimentos recentes nos planos econômico, político, militar e mesmo cultural nos são dados, justamente, pela comunidade acadêmica que gravita em torno da diplomacia, que respira política externa, e que está continuamente examinando, com lupa ou telescópio, por vezes com bisturi ou aparelho de radiografia, a constante mutação das dinâmicas mundiais e a postura do Brasil no confronto com esses processos externos.
O Brasil, como todos podem constatar, vive um momento de transição, não apenas ao recompor as bases materiais de uma conjuntura econômica significativamente afetada pela pior recessão de toda a nossa história, mas também ao preparar-se para um novo período eleitoral, que vai colocar as bases políticas para seu itinerário para uma outra data relevante em nossa trajetória como nação: os dois séculos desde a independência, no ano de 2022, em  comemorações a serem comandadas pelo presidente que elegeremos dentro de pouco menos de um ano. Isso significa que temos cinco anos, aproximadamente, para nos prepararmos para o que eu chamaria de “momento de reflexão”, não apenas sobre os nossos últimos duzentos anos, mas também sobre as próximas etapas da construção da nação, sobretudo no terreno da educação, da pesquisa, do oferecimento de “tijolos conceituais” para essa grandiosa tarefa pertencente ao edifício intelectual de um projeto nacional de desenvolvimento econômico e social.
O que eu gostaria de propor aos pesquisadores de relações internacionais, aos analistas de nossa política externa, aos observadores engajados de nossa diplomacia é justamente um esforço concentrado em torno da perspectiva do Bicentenário, em 2022. Já dispomos, de certa forma, de uma cartografia e de um relato do que fizemos até aqui, e para isso eu me permito citar a obra recentemente publicada do embaixador Rubens Ricupero, “A Diplomacia na Construção da Nação, 1750-2016”, na verdade cobrindo uma cronologia um pouco mais ampla do que essa, pois parte da restauração da soberania portuguesa, em 1680, e assina um prefácio em julho de 2017, já no âmbito do governo atual. Creio que se trata de uma boa base para nossas reflexões e para novas pesquisas em torno dos episódios e processos mais importantes cobertos nessa obra que já nasce clássica.
Nosso papel, o da Funag, o do IPRI e também do CHDD, é justamente o de favorecer uma contínua interação entre operadores da política externa brasileira, os diplomatas, e vocês, que são analistas críticos daquilo que fazemos, ou que poderíamos fazer, no plano complexo e diversificado de nossas relações exteriores, de nossa inserção internacional. Por isso mesmo, abro a palavra, na sequência aqui feita em ordem alfabética, para que possamos registrar suas observações, comentários e sugestões para nosso trabalho conjunto no próximo ano e mais além.
Muito obrigado.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de novembro de 2017

VI Conferencia de Relacoes Exteriores, Funag-Itamaraty, 8 a 10/11/2017 - discurso inagural

Transcrevo abaixo o discurso de abertura da VI Conferência de Relações Exteriores, organizada pela Fundação Alexandre de Gusmão, proferido pelo presidente da Funag, embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima, e realizada no Itamaraty, entre os dias 8 e 10 de novembro.
Não estive presente na abertura, por motivo de viagem e imediata obrigação de aula no programa de doutorado em Direito do Uniceub, mas participei do terceiro dia, presidindo uma sessão dividida em duas fases, uma voltada aos 30 anos de existiencia do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI-Funag), do qual sou Diretor atualmente, e outra para a interação com os coordenadores de cursos de pós-graduação em RI das universidades brasileiras.
Nessa abertura, destaco o trecho voltado para o IPRI:

"Nesta VI edição da CORE, comemora-se 30º aniversário do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), razão pela qual convidamos ex-diretores do Instituto para participar da Conferência e da Reunião de Coordenadores, paralela a este evento.  O IPRI é órgão da FUNAG que tem por finalidade desenvolver e divulgar estudos e pesquisas sobre temas atinentes às relações internacionais; promover a coleta e a sistematização de documentos relativos a seu campo de atuação; fomentar o intercâmbio científico com instituições congêneres nacionais e estrangeiras; e realizar cursos, conferências, seminários e congressos na área de relações internacionais."

Transcrevo agora a íntegra do discurso inaugural:


Palavras do Embaixador Sergio Eduardo Moreira Lima, Presidente da FUNAG, na cerimônia de abertura da VI Conferência sobre Relações Exteriores (CORE), no Auditório Paulo Nogueira Batista, em Brasília, 9 de novembro de 2017.
Senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, Senador Aloysio Nunes Ferreira,
Embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, Subsecretário-Geral da América Latina e do Caribe;
Ministro Michel Arslanian Neto, Diretor do Departamento de Integração Econômica Regional;
Senhores coordenadores e coordenadoras de cursos de Relações Internacionais,  
Caros colegas, professores e alunos,
Senhoras e senhores,

Gostaria de dar as boas vindas aos participantes da VI Conferência sobre Relações Exteriores (CORE), sobretudo aos que vieram de outras cidades. Sejam benvindos. A Fundação Alexandre Gusmão realiza, anualmente, a CORE, que já se vem tornando tradicional no meio acadêmico. Ela aproxima professores, pesquisadores, alunos e diplomatas. Seu foco recai na compreensão das tendências da evolução do poder no cenário internacional, desafios regionais, globais e oportunidades para o Brasil.
2.      A primeira Conferência foi organizada em conjunto com a Universidade de Fortaleza, em 2012. As quatro edições seguintes foram realizadas, respectivamente, com a Universidade de Vila Velha; com a Universidade de Brasília, em homenagem ao 40º aniversário do Curso de Relações Internacionais; com a PUC-Rio, em comemoração aos 15 anos do primeiro curso de pós-graduação em Relações Internacionais no Brasil; e com a Universidade da Amazônia, em Belém, para marcar o lançamento do livro Pedro Teixeira, a Amazônia e o Tratado de Madri, os 400 anos da fundação daquela cidade histórica - na presença do belenense Embaixador Baena Soares, ex-secretário Geral da OEA e ex-Presidente da Funag - e também os 45 anos da Fundação Alexandre de Gusmão.  
3.      A participação do Ministro Aluízio Nunes na abertura da VI CORE ressalta a importância que o Itamaraty atribui a este espaço de reflexão e interação entre diplomacia e academia. Sem o apoio da alta chefia desta Casa, especialmente, do chanceler e Presidente do Conselho da Funag não teria sido possível criar as condições que levaram a Fundação a ser incluída entre os melhores think tanks do mundo, classificação atribuída pela Universidade da Pensilvânia. Tampouco seria provável que 186 países estivessem acessando o portal e a Biblioteca Digital da Funag, que caminha para atingir a marca de 2 milhões de acessos.
4.      A Conferência está dividida em cinco painéis temáticos, sendo eles: i) O futuro da integração na América do Sul: desafios políticos e econômicos; ii) Estratégia de inserção do Brasil na Economia Global; iii) A liderança brasileira em Desenvolvimento Sustentável e o futuro do Acordo de Paris; iv) A reforma da ONU e o futuro do multilateralismo; e v) O retorno da geopolítica e os principais focos de tensão globais.
4.      Muito agradeço aos moderadores e palestrantes, professores e diplomatas, a participação na CORE e a contribuição para o êxito de seus trabalhos, bem como aos coordenadores de Relações Internacionais, que vieram de todas as regiões deste imenso Brasil para enriquecer os nossos debates. Com eles, teremos também, a exemplo dos anos anteriores, reunião para troca de ideias sobre política externa, relações internacionais do Brasil, expectativas, demandas, críticas, que fortalecerão o diálogo em prol do conhecimento, da qualidade do debate e do aprimoramento de nossas instituições governamentais e acadêmicas ligadas ao tema.
5.      Uma palavra de reconhecimento às Subsecretarias do Itamaraty, a Coordenação de Projeto da Funag e a equipe técnica do IPRI, que tanto contribuíram no planejamento e organização deste evento. A exemplo dos anos anteriores, o IPRI colabora na preparação da Reunião de Coordenadores dos Cursos de Relações Internacionais, este ano representados nos níveis de mestrado e de doutorado pelos Professores escolhidos dentro de suas instituições para coordenar o Curso.  
6.      Nesta VI edição da CORE, comemora-se 30º aniversário do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), razão pela qual convidamos ex-diretores do Instituto para participar da Conferência e da Reunião de Coordenadores, paralela a este evento.  O IPRI é órgão da FUNAG que tem por finalidade desenvolver e divulgar estudos e pesquisas sobre temas atinentes às relações internacionais; promover a coleta e a sistematização de documentos relativos a seu campo de atuação; fomentar o intercâmbio científico com instituições congêneres nacionais e estrangeiras; e realizar cursos, conferências, seminários e congressos na área de relações internacionais.
7.      Essas atribuições traduziram-se, em 2017, em extenso calendário de eventos acadêmicos, como palestras-debates com professores brasileiros e estrangeiros, a série de palestras “Encontro IPRI-IRBr: Percursos Diplomáticos”, palestras ministradas por Embaixadores de carreira, lançamentos de publicações e a edição dos números 4 e 5 do periódico “Cadernos de Política Exterior”, além do seminário “O Brasil e a Grande Guerra: diplomacia e história, realizado na segunda-feira última no Rio de Janeiro .
8.      Durante o ano de 2017, a Funag colaborou com diversas iniciativas em conjunto com o Itamaraty. Destaco o Curso para Diplomatas da CPLP, a IV Mesa-Redonda “O Brasil, o BRICS e a Agenda Internacional” e a Conferência “Micro e Pequeno Empreendedorismo Brasileiro no Exterior”, além de seminários como a “Novas Disciplinas do Comércio Internacional”, “Os Tribunais Internacionais e a Regulação da Economia Internacional”, “Diálogo sobre Financiamento de Florestas e Mudança do Clima”, “Palácios: Expressão Espacial do Poder Político” e o “Centenário de Roberto Campos”.
9.      Gostaria de ressaltar, igualmente, algumas das principais obras editadas pela Fundação no ano de 2017: “A Obrigação Universal do Desarmamento Nuclear", do juiz da Corte Internacional de Justiça Antonio Augusto Cançado Trindade, os volumes da série “Barão do Rio Branco: caderno de notas”, a edição revista da A Integração Brasil-Argentina – Historia de uma ideia na "visão do outro"; “Os Desafios e Oportunidades na Relação Brasil-Ásia; "A Security Council for the 21st Century: Challenges and Prospects"; “A diplomacia do marechal: intervenção estrangeira na Revolta da Armada”,  “Formação da Diplomacia Econômica no Brasil” e “The Non-Proliferation Treaty and Latin America as a Nuclear Weapon-free Zone”.  Diplomacia Presidencial; e Oswaldo Aranha, um Estadista brasileiro (em dois volumes).
10.     A FUNAG possui uma Biblioteca digital com mais de 600 livros. Com mais de 1,5 milhão de livros baixados entre janeiro e setembro deste ano, o acesso digital gratuito à Biblioteca Digital da FUNAG tem contribuído para democratizar o conhecimento das relações internacionais e disciplinas correlatas. Concorre, também, para que a literatura especializada brasileira nesses campos alcance os grandes centros editoriais formadores de opinião no mundo. Não se trata de um resultado trivial. Este ano, o Brazilian Diplomatic Thought, Policymakers and Agents of Foreign Policy (1750-1964) foi recomendado pelo Kings College de Londres, prestigiosa universidade britânica, a seus alunos de pós graduação.  Foi também apresentado em Londres durante a Conferência Internacional de Editores Diplomáticos, patrocinada pelo Foreign Office.
11.     É com satisfação que convido, assim, todos os presentes a conhecer as atividades da FUNAG, principalmente sua biblioteca digital.
12.     Agradeço a atenção de todos e formulo os melhores votos de êxito aos participantes da VI CORE. De acordo com o Programa, o Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, fará a abertura oficial da Conferência com sua palestra magna.

Muito obrigado. 
 Embaixador Sergio Eduardo Moreira Lima

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Macron acabou com o populismo na Franca? - Palestra no IPRI (31/10)


A Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG e o seu Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI – têm o prazer de convidar para a palestra-debate “Does Emmanuel Macron’s Election mean the end of populists in France?”, a ser proferida pelos professores da Science Pos, Marc Lazar e Dominique Reynié. A palestra será realizada no Auditório Embaixador Paulo Nogueira Batista, no anexo II do MRE, no dia 31 de outubro de 2017, às 09h.

Confira a programação. Será disponibilizado certificado de participação. 
Palestra: “Does Emmanuel Macron’s Election Mean The End of Populists in France?”.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rubens Ricupero e a construcao do Brasil por sua diplomacia: apresentacao-debate de livro: 10/10, 14h30, UnB




iREL promove mesa redonda sobre “A diplomacia na construção do Brasil – 1750 – 2016” – novo livro de Rubens Ricupero


O Centro de Estudos sobre as Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo, laboratório do programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília, convida para a Mesa Redonda “A diplomacia na construção do Brasil – 1750 – 2016”, a propósito do lançamento do livro de autoria do Embaixador Rubens Ricupero.

Programa, DIA 10 DE OUTUBRO, Terça-feira

14h 30 min – Abertura
  • Prof. José Flávio Sombra Saraiva, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília
14h 40 min – Mesa Redonda
  • Embaixador Rubens Ricupero – A diplomacia na construção do Brasil (1750 – 2016)
  • Prof. Estevão Chaves de Rezende Martins, professor titular do Departamento de História da Universidade de Brasília – Debatedor
  • Ministro Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão (Ministério das Relações Exteriores).
Moderador
  • Prof. Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto  de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
Sessão de autógrafos do livro A diplomacia na construção do Brasil (1750 – 2016)
O evento terá lugar no Auditório do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Campus Universitário Darcy Ribeiro – Asa Norte – Brasília – DF), no dia 10/10/2017, das 14h 30 min às 16h 40 min.

domingo, 17 de setembro de 2017

Comenda da Revolucao Constitucionalista de SP (1932): relutancia em aceitar, acordo final

Recebi, em 15 de setembro de 2017, a visita do presidente e de membros do  Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, na pessoa do Prof. Adilson Cezar e simpáticos acompanhantes, que vieram atribuir-me o Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”. Abaixo, uma foto minha com os integrantes da comitiva, estando o Prof. Adilson Cezar à esquerda (ou direita, na foto).

Qual a origem dessa homenagem? Explico logo. Recebi, em 26 de julho último, a seguinte comunicação do presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, Prof. Adilson Cezar:


Sorocaba/SP, 26 de julho de 2017.

Prezado amigo

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

DD. Diplomata.

(...)

Venho comunicar-lhe a satisfação de poder agracia-lo com a condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista” em conformidade com os anexos – ofício informativo da outorga da condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”, e da competente ficha de concessão. 
       (...)
Adilson Cezar


Minha primeira atitude, por não me considerar merecedor de tal comenda, foi de recusa do citado colar, cuja reprodução está acima, pela seguinte mensagem: 

"Resposta em 31 de julho de 2017:
  Caro Adilson,
  Desejo, em primeiro lugar, agradecer imensamente, e sinceramente, a honra que me é feita nesta comunicação, que respondo tardiamente, devido a uma semana extremamente carregada de trabalho.
  (...)
  Quanto à nova honraria que pensa me fazer, devo ser absolutamente sincero, como sempre sou, e dizer-lhe que não me julgo merecedor da comenda.
  A despeito de ser paulista, e de ter, como democrata, os mesmos sentimentos democráticos que impulsionaram os revoltosos de 1932, contra um governo provisório que se transformava em caudilhismo arbitrário, não creio que eu possa figurar entre os contemplados com a distinção relativa à Revolução Constitucionalista.
  Saí de SP aos 21 anos para estudar fora do país, voltei sete anos depois, ingressando logo em seguida na diplomacia, para passar quase a metade do período decorrido desde então no exterior. Sempre estou ligado a SP, por atividades acadêmicas e profissionais, e costumo frequentar regularmente vários eventos na capital.
  Entendo, contudo, que a condecoração deva contemplar precisamente aqueles bem mais vinculados às atividades paulistas, e não me considero enquadrado, mesmo sem conhecer o estatuto que regula a honraria, nessa categoria.
  Desculpando-me humildemente por esta postura, mas que encontro justificada objetivamente, agradeço uma vez mais esta distinção que me é feito, e coloco-me à disposição para o que puder ajudar no âmbito do IPRI, do qual sou agora o diretor. 
  O abraço do Paulo Roberto de Almeida"

Nova comunicação, desta vez em 2 de agosto, do concedente: 

Sorocaba/SP, 02 de agosto de 2017.

Meu prezado amigo 

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Funag-MRE).

Li com atenção sua resposta ao meu oferecimento da condecoração Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista de 1932, e agradeço a sua posição clara e objetiva. 

Mas perdoe-me discordar de seu ponto de vista – e por isso acredita-lo como estudioso merecedor sim dessa honraria. Permita-me além do fato de ser paulista, como pesquisador dedicado a recuperação histórica de nosso país – encaixa-se perfeitamente no escopo dos propósitos desta: 

Infelizmente penso que eu errei no ato de lhe comunicar em não informar a respeito do regulamento da mesma (como deixa claro em sua estimada resposta). 
Regulamento: ".....tem por objetivo homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”. 

Poderia ainda desfilar “n” motivos para lembrar que a Revolução Constitucionalista de 32, não deve ser caracterizada como exclusividade dos paulistas, mas sim de todos nós brasileiros. Tenho certeza de que sabe disso melhor do que ninguém. 

Este meu arrazoado se faz não com a intenção de demovê-lo, o que pode realizar a qualquer momento, bastando para isso nos comunicar dessa sua decisão. Temos sim necessidade de lhe esclarecer e mais ainda de demonstrar que a mesma tem fundo meritório aos nossos olhos em seus trabalhos. 

(...)

Sugiro ao amigo, que com o tempo, reveja seu trabalho com olhar menos exigente, e perceba que pode sim ostentar com justificativa uma condecoração como essa que lhe oferecemos. Se amanhã, modificar essa opinião – por favor, nos comunique – pois poderemos aqui em Sorocaba, recebe-lo em outra ocasião e ou até em uma de nossas passagens por Brasília (...) poderemos fazer aí esse imposição (já temos anteriormente feito isso...). 
(...)
Muito obrigado pela manifestação e a cortesia demonstrada.

Forte abraço.

Adilson Cezar.
  

De fato, o regulamento do Colar (aqui acima reproduzido em sua capa),  esclarece em seu Preâmbulo que: 

A finalidade deste Colar é galardoar personalidades brasileiras e estrangeiras, assim como instituições e pessoas físicas que tenham colaborado para a realização de estudos e divulgação de fatos históricos, que enalteçam a gloriosa memória de São Paulo e do Brasil.

O "do Brasil", e mesmo o "de São Paulo", cobrem, portanto, minha condição de pesquisador, de produtor de conhecimentos didáticos, relativos à nossa história, na qual São Paulo desempenha um papel fundamental na construção do Brasil contemporâneo, sobretudo do lado da economia, onde se concentram meus esforços de pesquisa e de sistematização do itinerário de nossas relações econômicas internacionais, no qual o café desempenha um papel fundamental.
Em função dessas considerações, decidi escrever o que segue ao presidente do IHGGS: 


De: Paulo R. Almeida
Enviada em: quarta-feira, 2 de agosto de 2017 09:36
Para: Adilson Cezar
Assunto: Re: Ainda a condecoração.

            Caríssimo Adilson Cezar,
            Eu lhe sou muito grato pelas amplas especificações e explanação sobre o sentido e os propósitos da honraria vinculada à Revolução Constitucionalista de 1932, com as quais concordo plenamente, o que me permite revisar minha posição, de princípio, de estritamente aceitar unicamente as homenagens de que me julgo merecedor, e jamais compactuar com atribuições políticas ou meramente cerimoniais. 
            Sou contrário, por exemplo, a quaisquer atribuições desse tipo de honraria, em qualquer nível da federação, unicamente por desempenho de cargo, eleito ou em comissão, uma vez que entendo que os estatutos dessas ordens as prescrevem para aqueles que tenham, efetivamente, prestado relevantes serviços naquelas áreas de atividades pertinentes à comenda, o que sempre envolve algo mais, e um tempo maior de desempenho, do que simples eleição para o cargo ou escolha para desempenho de função, o que pode ter sido obtido meramente por compadrio (quando não por conivência ou cumplicidade), por nepotismo, fisiologismo e outros “isso" ainda mais nefastos. 
            No passado, pensei em devolver minha Ordem do Rio Branco quando com ela foi contemplado um conhecido e notório corrupto (...). Só não o fiz porque essa Ordem divide claramente os agraciados entre os diplomatas do quadro e todos os demais contemplados, (...).
            Neste caso, permito-me indicar-lhe que é com prazer que aceito a honraria, não por qualquer “paulistice” de minha parte — o que seria até geograficamente incorreto, uma vez que apenas nasci no estado, e na capital, mas dele me encontro afastado desde que ingressei no serviço público federal, e também porque não cultivo qualquer tipo de “patriotice” piegas — mas justamente pelo sentido que ela possui na justificativa alinhada em suas palavras, qual seja, a de "homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”.
            Mesmo sem ser um historiador paulista, ou sequer historiador tout court, creio que tenho oferecido certa agregação de valor ao conhecimento histórico vinculado à diplomacia brasileira, em diversos trabalhos de cunho historiográfico ou de interpretação sociológica sobre nossas relações internacionais do passado e do presente, o que provavelmente me permite integrar um pequeno corpo de estudiosos voluntários (ou seja, não profissionais) engajados na pesquisa e divulgação de aspectos relevantes da inserção global do Brasil. São Paulo é, desde a segunda metade do século XIX, pelo menos, uma espécie de locomotiva do desenvolvimento brasileiro, não apenas no sentido material do termo, mas igualmente na dimensão “mental", ou espiritual, e intelectual dos progressos brasileiros em quaisquer terrenos nos quais se tenham exercido seus habitantes originais, índios, portugueses, brasileiros, e mesmo os imigrantes que vieram para dar sua contribuição à produção de riqueza neste pedaço do Brasil.
            Como muitos, sou descendente de imigrantes pobres, até analfabetos, que vieram ao Brasil entre o final do século XIX e início do XX, para, de certa forma, substituir os antigos escravos nas plantações de café, e aqui puderam, italianos e portugueses, educar os seus filhos e “produzir” paulistas que deram continuidade aos esforços de criação de riqueza e de renda. 
            Não sou particularmente um estudioso da Revolução paulista, ou Constitucional, mas sempre me revoltei contra as versões “carioca” ou “gaúcha” de nossa historiografia, que classificam a revolução como sendo secessionista, ou “oligárquica”, pois ela traduziu, justamente, as aspirações dos democratas e liberais do estado, e de muitas outras partes do Brasil, que tinham perdido as esperanças, a dois anos da revolução da Aliança Liberal, na liderança castilhista e autoritária que levaria o Brasil a uma ditadura fascista poucos anos adiante.
            Tenho prazer, assim, em dar-lhe meu assentimento à concessão da comenda, e dizer-lhe que me sinto orgulhoso de fazer parte de uma pequena confraria de homenageados por serviços prestados ao estado e ao país, sem quaisquer objetivos oportunistas ou compensatórios. Terei prazer em comparecer à cidade, na primeira oportunidade possível, para transmitir um pouco do conhecimento acumulado e da experiência adquirida em algumas décadas no exercício da diplomacia ativa do país, e nos estudos empreendimentos em caráter voluntário e particular, assim como estou à disposição para algum encontro em Brasília com os mesmos objetivos. (...)
            Agradeço, uma vez mais, a distinção feita, e coloco-me à disposição para as demais disposição atinentes a este processo. Em anexo, um breve currículo acadêmico e profissional mais atualizado.
           (...)
Paulo Roberto de Almeida  

Foi assim que recebi, no último dia 15, em meu escritório de Brasil, a comenda já reproduzida acima, acompanhada do respectivo diploma, como reproduzido abaixo.

Foram feitas muitas fotos na ocasião, que remeterei aos interessados oportunamente, e reproduzirei aqui, num limite aceitável.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 17 de setembro de 2017