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terça-feira, 12 de maio de 2015

Mensalao: Lula confessou ao presidente Mujica, do Uruguai - Polibio Braga

"Para Mujica, ficou claro que Lula falava do mensalão", diz autor de livro

Segundo Andrés Danza, um dos autores da biografia 'Uma Ovelha Negra no Poder', não restou dúvida para o ex-presidente uruguaio que Lula se referia ao escândalo ao dizer que teve de "lidar com muitas coisas imorais".
A entrevista é de Leonardo Coutinho, do site www.veja.com.br deste final de tarde. Ele ouviu Danza pelo telefone internacional.
Leia tudo:
Andrés Danza, um dos autores do livro Una Oveja Negra al Poder (Uma Ovelha Negra no Poder), confirmou a VEJA declaração do ex-presidente uruguaio, José Mujica, de que Lula se referia ao mensalão quando justificou a corrupção em seu governo. Uma frase de Danza publicada no site G1 nesta sexta-feira deu a falsa impressão de que ele estava negando o conteúdo do livro. Na frase em questão ("Não, Lula estava falando sobre as 'coisas imorais' e não sobre o mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é dificil governar o Brasil sem conviver com chantagens e 'coisas imorais"), Danza apenas esclareceu que Lula não tinha usado especificamente a palavra "mensalão", embora tenha ficado claro para Mujica que era exatamente a esse escândalo que o brasileiro se referia. Ao relatar a conversa aos jornalistas que escreveram o livro, Mujica associou imediatamente a confissão ao escândalo que levou à prisão algumas das principais lideranças do PT e do governo Lula, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. A seguir, a entrevista de Danza a VEJA:
O jornal O Globo publicou uma reportagem sobre seu livro, que causou muita repercussão porque revelou o conteúdo de uma conversa entre o ex-presidente José Mujica e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nele está a revelação de que Lula sabia o que se passou...
No mensalão.
Sim. Quais são os detalhes dessa conversa?
Foi uma conversa que Mujica teve com Lula antes de assumir a presidência do Uruguai, em 2010. Mujica viajou ao Brasil com o vice-presidente Danilo Astori. A conversa foi em Brasília. Mujica conta que Lula lhe disse que como presidente teve de lidar com questões imorais e chantagens, e que essa é a forma de governar o Brasil. Lula não usou especificamente a expressão "mensalão". Ele disse que a corrupção é alta no Brasil e que um presidente tem de lidar com questões imorais e chantagens. Embora a confissão que Lula fez sobre corrupção tenha sido genérica, para Mujica ficou claro que ele estava se referindo especificamente ao mensalão. Mujica disse a Lula que isso é algo típico de muitos países.

Como Mujica avaliou a afirmação de Lula de que não há como governar sem corrupção?
Mujica se preocupa com a corrupção. Vive de forma humilde e a combate. Ele não a defende. Mas ele defende Lula, com quem tem uma relação muito próxima. Ele considera que Lula não é corrupto e o vê como padrinho. Ele entende que Lula teve de conviver com a corrupção.
Mujica ficou incomodado com a repercussão dessa revelação?

Não falei com ele ainda. Mas é um trabalho jornalístico. Nós temos tudo mais que confirmado e por isso publicamos. Mujica participou do lançamento do livro em Buenos Aires, na semana passada. Faz muito tempo que nos conhecemos e há entre nós respeito profissional. Ele nunca exigiu que algo que disse fosse ou não publicado.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A 'mentira institucional' do Mercosul: Jose Mujica, presidente do Uruguai - Celso Ming

'Mentira institucional'
Coluna Celso Ming
O Estado de S. Paulo, 16/01/2014

O presidente do Uruguai, José Mujica, passou a criticar abertamente o Mercosul. Sábado, no Canal 4 da TV de Montevidéu, afirmou em tom de queixa que "o Mercosul vive uma mentira institucional".
Em fevereiro de 2012, já advertira que o Mercosul se deformava tanto que se transformara em um "chicletão", que pegava o jeito de cada mastigada. Em junho daquele ano, os dirigentes do Mercosul decidiram suspender o Paraguai pelo afastamento do então presidente Fernando Lugo, processo que não transgredira nenhum dispositivo democrático, para admitir a Venezuela sem o cumprimento dos trâmites previstos nos tratados. Mujica foi então conivente com essas arbitrariedades produzidas pelas presidentes Cristina Kirchner, da Argentina, e Dilma Rousseff, do Brasil. Chegou mesmo a aprovar o que chamou então de "primazia do político sobre o jurídico" que passou a prevalecer nas decisões de cúpula.
Agora, diante de novos desrespeitos aos tratados comerciais dentro do bloco perpetrados pelo governo da Argentina que prejudicam o Uruguai, Mujica voltou a reclamar das transgressões jurídicas. Independentemente dos seus vaivéns, o que ele está dizendo agora é que o Mercosul não passa segurança para ninguém. Não é suficientemente confiável nem para terceiros países eventualmente interessados em fechar acordos comerciais nem para os próprios sócios membros do grupo.
Seus dirigentes podem sempre inventar mais lambanças que contrariem acordos internacionais. A rigor, não é preciso nem reuniões de cúpula. A qualquer momento um governo qualquer, como agora está fazendo o da Argentina, pode perfurar a Tarifa Externa Comum (TEC), a tabela de tarifas aduaneiras (teoricamente) adotada pelos membros do bloco, sem que nada disso seja depois cobrado pelos responsáveis.
Mujica prega "um ajuste da parte jurídica no possível que somos hoje e não ao que sonhamos que deveríamos ser".
Isso parece implicar o rebaixamento do Mercosul do grau de união aduaneira, que nunca foi, ao grau de união de livre-comércio, que também nunca foi. Essa revisão ao menos liberaria seus membros para acordos comerciais fora do bloco, que uma união aduaneira não permite.
A questão de fundo consiste em saber o quanto o restabelecimento da verdade institucional sugerido por Mujica interessaria aos principais membros do Mercosul, especialmente à Argentina, que mais está tirando proveito dos seguidos desrespeitos aos contratos.

Do ponto de vista do Brasil, esta não é apenas uma questão de governo. Embora reclamem episodicamente das travas comerciais arbitrárias impostas pela Argentina, os empresários brasileiros representados na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e na Confederação Nacional da Indústria (CNI) nunca defenderam uma plataforma firme de revisão do Mercosul. Ao contrário, parecem conformados à atual atitude do governo brasileiro de aceitar bovinamente os desrespeitos dos hermanos e esperar pela sempre improvável recuperação de sua economia. Isso parece indicar que os problemas precisam piorar muito para que se crie disposição para mudanças mais profundas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Maconhabras? Despues del Ente Estatal Uruguayo de la Yerba? - Carlos Alberto Sardenberg

Não vai dar certo, claro, posso apostar minha biblioteca inteira como não vai dar certo.
Os traficantes, de inimigos, vão se tornar aliados do Estado, e até dispensar uma Ordem Cocalera de los Amigos de la Coca para o camarada José Mujica de la Yerba Buena, pelo favor de retirar a repressão de cima deles.
Agora todo mundo vai virar burocrata da maconha estatizada, sendo que alguns vão continuar vendendo e lucrando sem declarar nada ao Estado e suas entidades de arrecadação de impostos, etc.
Estou até apostando que os traficantes vão fazer concorrência para o Estado, vendendo mais barato do que as próprias farmácias estatais da maconha.
Eles podem até subsidiar uma parte, fazer dumping, pois vão lucrar com clientes domésticos e toda a malta brasileira, argentina, americanos sequiosos, que vão desembarcar no Uruguai para puxar um fuminho muy tranquilitos...
Quedáte hermano: vamos para la yerba ahora...
Só que essa yerba já não será o mate, quente ou frio, e sim um fuminho estatal, com selo de qualidade do Ente Estatal.
Aposto como os companheiros vão ficar com inveja, e como são loucos por uma estatal, para abrigar companheiros desempregados -- ou simplesmente querendo ganhar sem trabalhar -- vão providenciar logo uma Maconhabras.
Vai ter muito marxista mucho loco que vai pedir para ser diretor...
O partido dos companheiros vai partir em fumaça, literalmente...
Paulo Roberto de Almeida

Maconheiro estatal
Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 12/12/2013

Legalizar a maconha não é uma boa ideia. Mas pode levar a uma situação menos ruim que a atual. Os usuários continuariam aí ─ e necessitando de cuidados ─, mas os traficantes perderiam o mercado e, pois, o dinheiro com o qual ganham a guerra, assassinando desde adversários até usuários inadimplentes, intimidando e corrompendo policiais, juízes e governantes. O Estado economizaria bilhões hoje torrados em operações policiais.


E por que legalizar só a maconha ou inicialmente a maconha? Porque é a menos prejudicial das drogas e porque forma a maior parte do mercado.

A tese não é nova. Tem sido debatida por um grupo de ex-presidentes, incluindo Fernando Henrique Cardoso. Nos EUA, os estados de Colorado e Washington aprovaram há um ano o “uso recreativo da maconha”, sob regras, agora estabelecidas, que organizam a produção e a venda. No Uruguai, o Congresso acaba de legalizar a maconha, prevendo normas que ainda serão explicitadas por ato do presidente José “Pepe” Mujica.

É curioso. A ideia de legalizar é, na origem, liberal. Melhor deixar a escolha por conta do cidadão livre, o mercado para a livre iniciativa. Decisão polêmica, certamente, e mais ainda para o esquerdista Mujica. Consequência: o governo uruguaio tenta dar à ideia uma aparência de política pública de esquerda. Quer sair das sombras do tráfico para o controle total do Estado.

Acreditem: nas primeiras discussões, Mujica e seus seguidores falaram em estatizar tudo, desde as fazendas de cannabis até as fábricas de cigarros e as redes de varejo. A lei aprovada nesta semana não foi assim explícita. Prevê, por exemplo, o licenciamento de produtores, mas não diz como isso será feito, nem quais empresas poderão se habilitar. Fica claro, porém, que todo o processo, inclusive a importação de sementes e eventual exportação de maconha, será controlado diretamente pelo Estado.

Entre “entregar” o negócio ao capital privado que só busca lucro e criar uma superestatal agroindustrial e comercial, no que o leitor apostaria?

Os consumidores, esses serão estatizados. Para comprar os cigarros, a pessoa, maior de 18 anos, precisa se cadastrar em um órgão governamental. Terá assim uma carteirinha de maconheiro, com a qual poderá comprar até 40 cigarros por mês.

O preço será tabelado pelo governo. Talvez um dólar por cigarro, para competir com o tráfico, dizem as autoridades, e também para não se tornar uma atividade muito lucrativa. Ora, se não for lucrativa, terá que ser assumida ou subsidiada pelo Estado.

Usuários poderão plantar e processar sua própria erva, em casa. Isso com licença do governo, limitada a seis plantas por domicílio, sob rigorosa fiscalização, claro.

Então, vamos reparar? É ou não é uma das melhores ideias de jerico já produzidas pela esquerda latino-americana? Estatizar e subsidiar o barato é uma proeza.

Mas, dirão, a maconha estatizada deve ser melhor que um mercado dominado pelo tráfico. Seria, se a estatizada não estivesse prontinha para cair nas mãos dos traficantes.

Começa pela carteirinha de maconheiro. Digamos que uma minoria de militantes da droga tope isso, para marcar posição. Mas o maconheiro, digamos, normal, não vai querer manchar seu nome.

Não é por que terá sido legalizada que a maconha ganhará aprovação social e absolvição médica. Todos sabem que a droga é nociva, vicia e prejudica o desempenho das pessoas.

Assim, companhias aéreas, empresas de ônibus, construtoras, fábricas com equipamentos complexos têm um bom argumento para recusar os maconheiros oficiais. Isso cria uma questão jurídica. Se a maconha é legal, como a empresa pode discriminar o usuário? Por outro lado, admitindo que tudo esteja montado, forma-se um baita mercado. Cada maconheiro oficial tem direito a 40 cigarros/mês. Eis um novo emprego. Os traficantes vão mobilizar “funcionários” que ganharão algum dinheiro sem trabalhar, apenas se registrando como maconheiros.

Na verdade, a produção estatizada vai dispensar o tráfico de boa parte do plantio, produção e distribuição. Se os traficantes hoje compram até juízes, não conseguirão seduzir um funcionário de uma lojinha oficial? Ou convencer moradores a plantar e vender o excedente? Vão financiar a produção doméstica.

Finalmente, todo o complexo estatal da maconha será um grande negócio. Ou seja, muitos cargos ─ e dinheiro ─ para serem disputados pelos políticos.

Quem defende a legalização da maconha reconhece que a maior dificuldade é justamente o processo. A estatização à Uruguai é a pior proposta. As regras dos estados americanos? Próximo assunto.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Jose Mujica na ONU: um duscurso economicamente ingenuo, mas sincero

Comentário inicial de Mauricio David:

O discurso do presidente do Uruguai, José (Pepe) Mujica na Assembléia da ONU: “Sim, é possível uma humanidade melhor” - deixa os brasileiros morrendo de inveja...
José Mujica é um presidente sui-generis na nossa América Latina, quiçá no mundo. Homem modesto, preferiu deixar de viver no Palácio Presidencial, em Montevidéu, para continuar a viver em sua pequena e modesta chácara nas cercanias de Montevidéu, junto da sua companheira de décadas, atualmente Senadora da República.  Guarda presidencial ? Dois ou três policiais apenas... Enquanto isto, no Brasil... Os presidentes circulam com um imenso séquito de carros de segurança, carro de bombeiros, ambulância, helicópteros sobrevoando o cortejo... Quando eu trabalhava no BNDES, vi diversas vezes a chegada destes cortejos quando o Lula ou a Dilma vinham a alguma cerimônia no Banco. Parecia o Palácio de Buckinghan circulando sobre rodas...E até o Vice José Alencar ( embora apenas Vice...) circulava com um cortejo assim... Que desperdício de recursos públicos, quanta ostentação...
Enquanto o presidente Mujica abandona os palácios e vai viver em sua modesta casa de campo, aqui no Brasil a nossa Presidenta convida uma tia para viver no Alvorada... A nossas custas...Sem contar a sua filha Paula que pega uma carona em suas viagens presidenciais, especialmente quando são para Roma, Nova York e outros lugares interessantes... Quem fica tomando conta do pequeno Gabriel ? Certamente não o avô Carlos Araújo...
Depois do vexaminoso discurso da Dilma na Assembléia Geral da ONU, lendo com gestos de atriz de teatro mambembe um discurso mal alinhavado, que inveja nos dá poder ler o belo discurso do Pepe Mujica na mesma reunião... Ter um bom Presidente faz toda a diferença...
Transcrição do discurso do presidente Pepe Mujica na ONU :

Amigos, sou do sul, venho do sul. Esquina do Atlântico e do Prata, meu país é uma planície suave, temperada, uma história de portos, couros, charque, lãs e carne. Houve décadas púrpuras, de lanças e cavalos, até que, por fim, no arrancar do século 20, passou a ser vanguarda no social, no Estado, no Ensino. Diria que a social-democracia foi inventada no Uruguai.
Durante quase 50 anos, o mundo nos viu como uma espécie de Suíça. Na realidade, na economia, fomos bastardos do império britânico e, quando ele sucumbiu, vivemos o amargo mel do fim de intercâmbios funestos, e ficamos estancados, sentindo falta do passado.
Quase 50 anos recordando o Maracanã, nossa façanha esportiva. Hoje, ressurgimos no mundo globalizado, talvez aprendendo de nossa dor. Minha história pessoal, a de um rapaz — por que, uma vez, fui um rapaz — que, como outros, quis mudar seu tempo, seu mundo, o sonho de uma sociedade libertária e sem classes. Meus erros são, em parte, filhos de meu tempo. Obviamente, os assumo, mas há vezes que medito com nostalgia.
Quem tivera a força de quando éramos capazes de abrigar tanta utopia! No entanto, não olho para trás, porque o hoje real nasceu das cinzas férteis do ontem. Pelo contrário, não vivo para cobrar contas ou para reverberar memórias.
Me angustia, e como, o amanhã que não verei, e pelo qual me comprometo. Sim, é possível um mundo com uma humanidade melhor, mas talvez, hoje, a primeira tarefa seja cuidar da vida.
Mas sou do sul e venho do sul, a esta Assembleia, carrego inequivocamente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos, nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina pátria de todos que está se formando.
Carrego as culturas originais esmagadas, com os restos de colonialismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré sob o sol do Caribe que se chama Cuba. Carrego as consequências da vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que não despertar desconfiança. Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dívida social, com a necessidade de defender a Amazônia, os mares, nossos grandes rios na América.
Carrego o dever de lutar por pátria para todos.
Para que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, e carrego o dever de lutar por tolerância, a tolerância é necessária para com aqueles que são diferentes, e com os que temos diferências e discrepâncias. Não se precisa de tolerância com aqueles com quem estamos de acordo.
A tolerância é o fundamento de poder conviver em paz, e entendendo que, no mundo, somos diferentes.
O combate à economia suja, ao narcotráfico, ao roubo, à fraude e à corrupção, pragas contemporâneas, procriadas por esse antivalor, esse que sustenta que somos felizes se enriquecemos, seja como seja. Sacrificamos os velhos deuses imateriais. Ocupamos o templo com o deus mercado, que nos organiza a economia, a política, os hábitos, a vida e até nos financia em parcelas e cartões a aparência de felicidade.
Parece que nascemos apenas para consumir e consumir e, quando não podemos, nos enchemos de frustração, pobreza e até autoexclusão.
O certo, hoje, é que, para gastar e enterrar os detritos nisso que se chama pela ciência de poeira de carbono, se aspirarmos nesta humanidade a consumir como um americano médio, seriam imprescindíveis três planetas para poder viver.
Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado.
Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma conta regressiva contra a natureza, contra a humanidade no futuro. Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra todos os ciclos naturais.
O pior: civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver as relações humanas, as únicas que transcendem: o amor, a amizade, aventura, solidariedade, família.
Civilização contra tempo livre que não é pago, que não se pode comprar, e que nos permite contemplar e esquadrinhar o cenário da natureza.
Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos felizes longe da convivência humana.
Cabe se fazer esta pergunta, ouvimos da biologia que defende a vida pela vida, como causa superior, e a suplantamos com o consumismo funcional à acumulação.
A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado. De salto em salto, a política não pode mais que se perpetuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, aturdida, lutando pelo governo. Debochada marcha de historieta humana, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar de alguma forma o que é inegociável. Há marketing para tudo, para os cemitérios, os serviços fúnebres, as maternidades, para pais, para mães, passando pelas secretárias, pelos automóveis e pelas férias. Tudo, tudo é negócio.
Todavia, as campanhas de marketing caem deliberadamente sobre as crianças, e sua psicologia para influir sobre os adultos e ter, assim, um território assegurado no futuro. Sobram provas de essas tecnologias bastante abomináveis que, por vezes, conduzem a frustrações e mais.
O homenzinho médio de nossas grandes cidades perambula entre os bancos e o tédio rotineiro dos escritórios, às vezes temperados com ar condicionado. Sempre sonha com as férias e com a liberdade, sempre sonha com pagar as contas, até que, um dia, o coração para, e adeus. Haverá outro soldado abocanhado pelas presas do mercado, assegurando a acumulação. A crise é a impotência, a impotência da política, incapaz de entender que a humanidade não escapa nem escapará do sentimento de nação. Sentimento que está quase incrustado em nosso código genético.
Hoje é tempo de começar a talhar para preparar um mundo sem fronteiras. A economia globalizada não tem mais condução que o interesse privado, de muitos poucos, e cada Estado Nacional mira sua estabilidade continuísta, e hoje a grande tarefa para nossos povos, em minha humilde visão, é o todo.
Como se isto fosse pouco, o capitalismo produtivo, francamente produtivo, está meio prisioneiro na caixa dos grandes bancos. No fundo, são o vértice do poder mundial. Mais claro, cremos que o mundo requer a gritos regras globais que respeitem os avanços da ciência, que abunda. Mas não é a ciência que governa o mundo. Se precisa, por exemplo, uma larga agenda de definições, quantas horas de trabalho e toda a terra, como convergem as moedas, como se financia a luta global pela água e contra os desertos.
Como se recicla e se pressiona contra o aquecimento global. Quais são os limites de cada grande questão humana. Seria imperioso conseguir consenso planetário para desatar a solidariedade com os mais oprimidos, castigar impositivamente o esbanjamento e a especulação. Mobilizar as grandes economias não para criar descartáveis com obsolescência calculada, mas bens úteis, sem fidelidade, para ajudar a levantar os pobres do mundo. Bens úteis contra a pobreza mundial. Mil vezes mais rentável que fazer guerras. Virar um neo-keynesianismo útil, de escala planetária, para abolir as vergonhas mais flagrantes deste mundo.
Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fórums e conferências, que servem muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúne ninguém e transforma em decisões…
Precisamos sim mascar muito o velho e o eterno da vida humana junto da ciência, essa ciência que se empenha pela humanidade não para enriquecer; com eles, com os homens de ciência da mão, primeiros conselheiros da humanidade, estabelecer acordos para o mundo inteiro. Nem os Estados nacionais grandes, nem as transnacionais e muito menos o sistema financeiro deveriam governar o mundo humano. Sim, a alta política entrelaçada com a sabedoria científica, ali está a fonte. Essa ciência que não apetece o lucro, mas que mira o por vir e nos diz coisas que não escutamos. Quantos anos faz que nos disseram coisas que não entendemos? Creio que se deve convocar a inteligência ao comando da nave acima da terra, coisas assim e coisas que não posso desenvolver nos parecem impossíveis, mas requeririam que o determinante fosse a vida, não a acumulação.
Obviamente, não somos tão iludidos, nada disso acontecerá, nem coisas parecidas. Nos restam muitos sacrifícios inúteis daqui para diante, muitos remendos de consciência sem enfrentar as causas. Hoje, o mundo é incapaz de criar regras planetárias para a globalização e isso é pela enfraquecimento da alta política, isso que se ocupa de todo. Por último, vamos assistir ao refúgio de acordos mais ou menos “reclamáveis”, que vão plantear um comércio interno livre, mas que, no fundo, terminarão construindo parapeitos protecionistas, supranacionais em algumas regiões do planeta. A sua vez, crescerão ramos industriais importantes e serviços, todos dedicados a salvar e a melhorar o meio ambiente. Assim vamos nos consolar por um tempo, estaremos entretidos e, naturalmente, continuará a parecer que a acumulação é boa, para a alegria do sistema financeiro.
Continuarão as guerras e, portanto, os fanatismos, até que, talvez, a mesma natureza faça um chamado à ordem e torne inviáveis nossas civilizações. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem piedade, e vemos ao homem como uma criatura única, a única que há acima da terra capaz de ir contra sua própria espécie. Volto a repetir, porque alguns chamam a crise ecológica do planeta de consequência do triunfo avassalador da ambição humana. Esse é nosso triunfo e também nossa derrota, porque temos impotência política de nos enquadrarmos em uma nova época. E temos contribuído para sua construção sem nos dar conta.
Por que digo isto? São dados, nada mais. O certo é que a população quadruplicou e o PIB cresceu pelo menos vinte vezes no último século. Desde 1990, aproximadamente a cada seis anos o comércio mundial duplica. Poderíamos seguir anotando dados que estabelecem a marcha da globalização. O que está acontecendo conosco? Entramos em outra época aceleradamente, mas com políticos, enfeites culturais, partidos e jovens, todos velhos ante a pavorosa acumulação de mudanças que nem sequer podemos registrar. Não podemos manejar a globalização porque nosso pensamento não é global. Não sabemos se é uma limitação cultural ou se estamos chegano a nossos limites biológicos.
Nossa época é portentosamente revolucionária como não conheceu a história da humanidade. Mas não tem condução consciente, ou ao menos condução simplesmente instintiva. Muito menos, todavia, condução política organizada, porque nem se quer tivemos filosofia precursora ante a velocidade das mudanças que se acumularam.
A cobiça, tão negatica e tão motor da história, essa que impulsionou o progresso material técnico e científico, que fez o que é nossa época e nosso tempo e um fenomenal avanço em muitas frentes, paradoxalmente, essa mesma ferramenta, a cobiça que nos impulsionou a domesticar a ciência e transformá-la em tecnologia nos precipita a um abismo nebuloso. A uma história que não conhecemos, a uma época sem história, e estamos ficando sem olhos nem inteligência coletiva para seguir colonizando e para continuar nos transformando.
Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é um conquistador antropológico.
Parece que as coisas tomam autonomia e essas coisas subjugam os homens. De um lado a outro, sobram ativos para vislumbrar tudo isso e para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para nós coletivizar decisões globais por esse todo. A cobiça individual triunfou grandemente sobre a cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é “tudo”, essa palavra simples, menos opinável e mais evidente? Em nosso Ocidente, particularmente, porque daqui viemos, embora tenhamos vindo do sul, as repúblicas que nasceram para afirmas que os homens são iguais, que ninguém é mais que ninguém, que os governos deveriam representar o bem comum, a justiça e a igualdade. Muitas vezes, as repúblicas se deformam e caem no esquecimento da gente que anda pelas ruas, do povo comum.
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, mas ao contrário, para serem um grito na história, para fazer funcionais as vidas dos próprios povos e, por tanto, as repúblicas que devem às maiorias e devem lutar pela promoção das maiorias.
Seja o que for, por reminiscências feudais que estão em nossa cultura, por classismo dominador, talvez pela cultura consumista que rodeia a todos, as repúblicas frequentemente em suas direções adotam um viver diário que exclui, que se distância do homem da rua.
Esse homem da rua deveria ser a causa central da luta política na vida das repúblicas. Os gobernos republicanos deveriam se parecer cada vez mais com seus respectivos povos na forma de viver e na forma de se comprometer com a vida.
A verdade é que cultivamos arcaísmos feudais, cortesias consentidas, fazemos diferenciações hierárquicas que, no fundo, amassam o que têm de melhor as repúblicas: que ninguém é mais que ninguém. O jogo desse e de outros fatores nos retém na pré-história. E, hoje, é impossível renunciar à guerra cuando a política fracassa. Assim, se estrangula a economia, esbanjamos recursos.
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações militares nesta terra. Dois milhões de dólares por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica, de todas as enfermidades que avançaram enormemente, cuja cura dá às pessoas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta parte da investigação militar.
Este processo, do qual não podemos sair, é cego. Assegura ódio e fanatismo, desconfiança, fonte de novas guerras e, isso também, esbanjamento de fortunas. Eu sei que é muito fácil, poeticamente, autocriticarmo-nos pessoalmente. E creio que seria uma inocência neste mundo plantear que há recursos para economizar e gastar em outras coisas úteis. Isso seria possível, novamente, se fôssemos capazes de exercitar acordos mundiais e prevenções mundiais de políticas planetárias que nos garantissem a paz e que a dessem para os mais fracos, garantia que não temos. Aí haveria enormes recursos para deslocar e solucionar as maiores vergonhas que pairam sobre a Terra. Mas basta uma pergunta: nesta humanidade, hoje, onde se iria sem a existência dessas garantias planetárias? Então cada qual esconde armas de acordo com sua magnitude, e aqui estamos, porque não podemos raciocinar como espécie, apenas como indivíduos.
As instituições mundiais, particularmente hoje, vegetam à sombra consentida das dissidências das grandes nações que, obviamente, querem reter sua cota de poder.
Bloqueiam esta ONU que foi criada com uma esperança e como um sonho de paz para a humanidade. Mas, pior ainda, desarraigam-na da democracia no sentido planetário porque não somos iguais. Não podemos ser iguais nesse mundo onde há mais fortes e mais fracos. Portanto, é uma democracia ferida e está cerceando a história de um possível acordo mundial de paz, militante, combativo e verdadeiramente existente. E, então, remendamos doenças ali onde há eclosão, tudo como agrada a algumas das grandes potências. Os demais olham de longe. Não existimos.
Amigos, creio que é muito difícil inventar uma força pior que nacionalismo chovinista das grandes potências. A força é que liberta os fracos. O nacionalismo, tão pai dos processos de descolonização, formidável para os fracos, se transforma em uma ferramenta opressora nas mãos dos fortes e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso por toda a parte.
A ONU, nossa ONU, enlanguece, se burocratiza por falta de poder e de autonomia, de reconhecimento e, sobretudo, de democracia para o mundo mais fraco que constitui a maioria esmagadora do planeta. Mostro um pequeno exemplo, pequenino. Nosso pequeno país tem, em termos absolutos, a maior quantidade de soldados em missões de paz em todos os países da América Latina. E ali estamos, onde nos pedem que estejamos. Mas somos pequenos, fracos. Onde se repartem os recursos e se tomam as decisões, não entramos nem para servir o café. No mais profundo de nosso coração, existe um enorme anseio de ajudar para que o homem saia da pré-história. Eu defino que o homem, enquanto viver em clima de guerra, está na pré-história, apesar dos muitos artefatos que possa construir.
Até que o homem não saia dessa pré-história e arquive a guerra como recurso quando a política fracassa, essa é a larga marcha e o desafio que temos daqui adiante. E o dizemos com conhecimento de causa. Conhecemos a solidão da guerra. No entanto, esses sonhos, esses desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais que comecem a governar nossa história e superar, passo a passo, as ameaças à vida. A espécie como tal deveria ter um governo para a humanidade que superasse o individualismo e primasse por recriar cabeças políticas que acudam ao caminho da ciência, e não apenas aos interesses imediatos que nos governam e nos afogam.
Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não são da África ou da América Latina, mas da humanidade toda, e esta deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento, para que possam viver com decência de maneira autônoma. Os recursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de nossa civilização.
Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um corpo de bombeiros, uma homenagem a uma lâmpada elétrica que está acesa há cem anos. Cem anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de dólares nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente porcarias para que as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem.
Mas esta globalização de olhar para todo o planeta e para toda a vida significa uma mudança cultural brutal. É o que nos requer a história. Toda a base material mudou e cambaleou, e os homens, com nossa cultura, permanecem como se não houvesse acontecido nada e, em vez de governarem a civilização, deixam que ela nos governe. Há mais de 20 anos que discutimos a humilde taxa Tobin. Impossível aplicá-la no tocante ao planeta. Todos os bancos do poder financeiro se irrompem feridos em sua propriedade privada e sei lá quantas coisas mais. Mas isso é paradoxal. Mas, com talento, com trabalho coletivo, com ciência, o homem, passo a passo, é capaz de transformar o deserto em verde.
O homem pode levar a agricultura ao mar. O homem pode criar vegetais que vivam na água salgada. A força da humanidade se concentra no essencial. É incomensurável. Ali estão as mais portentosas fontes de energia. O que sabemos da fotossíntese? Quase nada. A energia no mundo sobra, se trabalharmos para usá-la bem. É possível arrancar tranquilamente toda a indigência do planeta. É possível criar estabilidade e será possível para as gerações vindouras, se conseguirem raciocinar como espécie e não só como indivíduos, levar a vida à galáxia e seguir com esse sonho conquistador que carregamos em nossa genética.
Mas, para que todos esses sonhos sejam possíveis, precisamos governar a nos mesmos, ou sucumbiremos porque não somos capazes de estar à altura da civilização em que fomos desenvolvendo.
Este é nosso dilema. Não nos entretenhamos apenas remendando consequências. Pensemos na causa profundas, na civilização do esbanjamento, na civilização do usa-tira que rouba tempo mal gasto de vida humana, esbanjando questões inúteis. Pensem que a vida humana é um milagre. Que estamos vivos por um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e entender que a espécie é nosso “nós”.
Gracias.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mundo loco che! Mujica y Soros, unidos, jamas seran vencidos! (Por supuesto)

Nem Ché Guevara imaginaria ser isto possível: unir o maior guerrilheiro tupamaro da história uruguaia e o maior megacapitalista financeiro da história do capitalismo em favor da maconha transgênica.
Chose de loques...
Paulo Roberto de Almeida

Uruguay Legalización de la marihuana

Oposición contra acuerdo de Mujica con Soros

MONTEVIDEO (URUGUAY), 16/05/2013. EFE/Iván Franco
Infolatam/Efe
Montevideo, 24 de septiembre de 2013

Las claves
  • Mujica y Soros, presidente de la Open Society Foundation, se reunieron ayer en la sede de la ONU a pedido del millonario estadounidense e intercambiaron ideas sobre el proceso de regularización del cannabis que se realiza en Uruguay.
La oposición uruguaya expresó hoy su indignación por la reunión que el presidente José Mujica mantuvo con el multimillonario George Soros, en la que se trató la legalización de la marihuana y en la que el inversor calificó al país de “laboratorio” para el mundo en esta materia.
“No debemos aceptar ser un laboratorio ni que se experimente con los uruguayos”, cargó en las redes sociales el líder del Partido Colorado Pedro Bordaberry, nada más conocerse el contenido de dicha reunión.
Otros legisladores, como el senador José Amorín, también atacaron este encuentro, uno de los muchos que el presidente uruguayo tenía en la apretada agenda con la que viajó a Nueva York para participar durante esta semana en la Asamblea General de las Naciones Unidas, y consideró que el Gobierno uruguayo con sus planes para legalizar la marihuana está convirtiendo al país “en el conejillo de indias de un millonario”.
“Vázquez llamó a Bush por apoyo militar. Mujica con Soros por dinero. Y después sacan el cuco de la derecha y el neoliberalismo en Uruguay”, se lamentó el senador.
Mujica y Soros, presidente de la Open Society Foundation, se reunieron ayer en la sede de la ONU a pedido del millonario estadounidense e intercambiaron ideas sobre el proceso de regularización del cannabis que se realiza en Uruguay.
En dicho encuentro, Soros ofreció a Mujica toda la ayuda posible para que el proceso iniciado en Uruguay pueda avanzar con mayor facilidad en el entendido compartido por ambos de que la política general actual respecto al narcotráfico no está dando resultado.
“Yo me siento orgulloso por el Uruguay, porque la humanidad nos ha castigado mucho, pero también nos ha dado mucho y esto es una manera de retribuir a la humanidad, intentar un experimento (legalizar la marihuana) que le sirva a la propia humanidad”, dijo el presidente durante la reunión.
Por su parte, Soros razonó que los cambios que se puedan realizar a escala internacional en el futuro dependen del éxito que tenga Uruguay con su plan regularizador, al tiempo que se ofreció a apoyar programas educativos en Uruguay para combatir el consumo de drogas y otras adicciones.
Una de las críticas más duras a la reunión provino de la diputada Verónica Alonso, que alertó sobre la posibilidad de que Soros, accionista de la empresa Monsanto, apoye la legalización del cannabis en el país para poder producir marihuana transgénica.
“Me preocupa que nuestro país sea un laboratorio, un experimento para que un especulador financiero como Soros se divierta, como lo ha hecho presionando y apretando a otros países en el mundo”, dijo Alonso en un comunicado difundido a la prensa.
Así, para la legisladora, la reunión entre Mujica Soros explica que el “proyecto improvisado” sobre la legalización que “pretende aprobar el gobierno” no es más que un favor a “un multimillonario que dice hacer filantropía a través de una multinacional como Monsanto, una de los principales productoras de semillas transgénicas en el mundo”
En ese sentido, pidió expresamente al Gobierno que prohíba la producción de marihuana transgénica.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Jose Mujica: um esquerdista sensato, realista, moderado - entrevista no YouTube

O entrevistador deve ter saído frustrado desta entrevista, pois deveria estar esperando grandes frases grandiloquentes sobre o socialismo, e saiu com uma entrevista sensata, bem humorada.
O presidente Mujica tem uma cultura econômica deficiente, mas pelo menos revela boa sensibilidade para as peculiaridades do Uruguai.
O fato de que o governo do Frente Amplio tenha ampliado o investimento do país de 11 a 22%, se for verdade (a verificar) é algo extraordinário, que deveria ser estudado pela atrasada esquerda brasileira, estatizante, dirigista...
Paulo Roberto de Almeida

http://www.youtube.com/watch?v=wUDJxX8xtO8&feature=youtu.be
Publicado em 31/07/2013
Em entrevista exclusiva a Emir Sader, o presidente do Uruguai falou sobre a legalização do aborto e do uso da maconha, da vida simples e sem luxos que leva, sobre o Brasil e as relações entre os países da América Latina. Confira!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mujica e a sindrome do microfone aberto: Cristina K, pior que que NK...

NK não é o Nikita Krushev, claro, o Nestor, que ficou rico na Patagonia, e depois continuou enriquecendo em Buenos Aires, que certamente representou bons ares, para si e para a digníssima, que agora é distinguida pelo seu colega uruguaio...
Paulo Roberto de Almeida

Mujica, sobre Cristina: "Esta vieja es peor que el tuerto"

Un micrófono abierto dejó al descubierto la expresión del presidente uruguayo sobre su par argentina; a quien tambien llamó "terca", y ya es Trending topic mundial en las redes sociales
Por Nelson Fernández  | Corresponsal en Uruguay
MONTEVIDEO. Un micrófono abierto le jugó una mala pasada al presidente del Uruguay José Mujica. "Esta vieja es peor que el tuerto", dijo el jefe de Estado uruguayo sobre Cristina Kirchner, durante una conferencia de prensa realizada en la ciudad de Sarandí Grande, en Florida. "El tuerto era más político, ésta es terca", continuó. No se dio cuenta de que había una transmisión en vivo.
Minutos después de conocida su dura apreciación sobre su par argentina, en las redes sociales ya se lo compara con un recordado episodio del ex presidente Jorge Batlle, que terminó viajando a Buenos Aires para pedir disculpas.
Según informó el portal del diario El Observador, "el presidente no se dio cuenta que los micrófonos estaban abiertos" y que "la frase se escuchó en la transmisión en vivo vía satélite que hizo la página web de la Presidencia de la República".
El mandatario dialogaba con el intendente de Florida, Carlos Enciso, sobre las relaciones con los gobiernos de Argentina y Brasil, cuando los micrófonos abiertos tomaron la crítica hacia la presidenta argentina.
En el diálogo, Mujica había señalado que "para conseguir algo" con Argentina, antes se debía dialogar con Brasil. Luego, continuó su explicación sobre las relaciones con los países vecinos y terminó con la frase: "Esta vieja es peor que el tuerto", en relación a Cristina Kirchner y su fallecido esposo, el ex presidente Néstor Kirchner.

Más polémica

A lo largo del día, se han ido conociendo más fragmentos de sus dichos sobre la jefa de Estado argentino. Mujica, dijo que su colega argentina Cristina Kirchner es "terca", pero en cambio su esposo y antecesor en la Presidencia, "era más político".
Posteriormente, en ese marco Mujica habría hecho comentarios sobre la relación de Cristina con el papa Francisco. "A un Papa argentino, que vive 77 años ¿le va a explicar lo que es un mapa? Digo, ¿lo que es un mate y un termo?", dijo según se puede ver y escuchar en el video difundido por el portal "Subrayado" del Canal 10 de la TV montevideana.
Uruguay ha manifestado en los últimos meses fastidio por las políticas argentinas sobre el comercio. "El Mercosur ha quedado muy estancado, con crecientes dificultades de comerciar entre sus socios, y más que hacer un mercado común, apenas en los hechos es una mala unión aduanera", señaló Mujica semanas atrás.

En antecedente de Batlle

Mujica no es el primer presidente uruguayo que vive una situación incómoda y controvertida con la Argentina, En el año 2002, el ex presidente uruguayo, Jorge Batlle, generó un fuerte revuelo con una frase. "Los argentinos son una manga de ladrones, del primero hasta el último", dijo el mandatario a periodistas extranjeros, en una entrevista que se vio por televisión.
La discusión del momento había sido si eso era parte de la entrevista del 30 de mayo de 2002 o si era un comentario posterior en régimen de off the record . Pero la cámara había seguido prendida.
Batlle se disculpó en público y en privado con el entonces presidente argentino, Eduardo Duhalde. El año pasado, explicó su actitud: "¿Por qué fui a pedir perdón? Por una razón muy sencilla. No era un ciudadano, era el presidente de la República [de Uruguay], los 3 millones de uruguayos podrían sufrir enormemente por un enojo mío".

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mercosul e Unasul: enfim juntos! (que bonito...)

Vamos aguardar o casamento, já anunciado pelo presidente do Uruguai, como adiantei no post abaixo: 

Confusao: Uruguai quer juntar Mercosul e Unasul




Um leitor deste blog já sugeriu até um nome para a nova entidade de integração: MILONGA!


Com o meu apoio
Paulo Roberto de Almeida