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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mudancas na politica externa: quando tudo parecia possivel - Helena Celestino (O Globo)

Calma pessoal: nenhuma mudança em vista, repito: NENHUMA.
O artigo abaixo, retirado das catacumbas de meus arquivos eletrônicos, reflete apenas um momento de otimismo indevido: quando a candidata sustentável parecia imbatível e já se começava a pensar em uma outra política externa.
O artigo é dessa época, e abaixo dele seguem os comentários de um embaixador, falando da diplomacia do lulo-petismo.
Depois disso os companheiros se recompuseram, esmagaram a trator, a caneladas, a tiros de canhão e a mísseis teleguiados a dita candidata, até conseguir tirá-la do páreo. Depois fizeram o mesmo com o candidato oposicionista. Os mafiosos usaram dos mesmos recursos, insistindo na calúnio, nas mentiras e também no terrorismo eleitoral para conseguir ganhar mais quatro anos de roubos, malfeitos, malversações, deterioração da economia, erosão das instituições e retrocessos mentais.
Enfim, o artigo é de quando se pensava que algo iria mudar.
Não custa sonhar...
Paulo Roberto de Almeida

Diplomacia de oposição
COLUNA
Helena Celestino
O Globo, 07/09/2014

“O Itamaraty poderia ter sido mais valorizado nos últimos anos, foi esvaziado com a partidarização e ideologização da política externa”. A frase de Marina Silva, em destaque no seu programa de governo, soou como música nos ouvidos dos diplomatas brasileiros, a maioria convicta de que a presidente Dilma Rousseff não gosta nada de relações internacionais e tem um olhar atravessado para os punhos de renda que enxerga no ritual da diplomacia. Quatro anos de governo Dilma transformaram o Itamaraty num poço de mágoas por causa das inúmeras trombadas com o Planalto, reforçadas pela decisão de impor uma redução de 40% nas verbas, entendida como sinal de desprestígio.
O programa de Marina é mais verde e tem mais verve, o de Aécio Neves tem uma visão mais comercial e financeira da política externa, mas nesta diplomacia de oposição há muitos pontos em comum.
Política externa, a gente sabe, não elege ninguém. Nem no Brasil nem nos EUA, o país onde cada geração tem uma guerra para chamar de sua. O discurso pacifista de Obama empolgou os americanos, mas provavelmente foram a crise econômica, as milhões de casas retomadas pelos bancos por falta de pagamento e as falcatruas no mercado financeiro que derrotaram os republicanos nas eleições americanas de 2008 e 2012. Não por acaso, o papel do Brasil neste enlouquecido mundo está fora dos palanques, até agora relegado aos palavrosos programas de partido e a uma longa entrevista na revista “Política Externa” — Dilma não mandou resposta às perguntas.
Duas certezas para o próximo governo se a oposição ganhar. As relações com os EUA vão recuperar o espaço perdido, e o Brasil tentará se livrar das correntes pesadas do Mercosul — como define um embaixador. Tentará ficar só com o lado bom de pertencer ao bloco, apostando também em acordos bilaterais e com a União Europeia. “Marina desenha uma política externa mais equilibrada, admitindo que o Brasil tem vários eixos de interesse”, diz ele. Numa tradução livre, significa que acabará o alinhamento automático com os governos de esquerda da América Latina e a paciência irrestrita com a Argentina.
Outra barbada: o verde será a cor dominante no governo se a candidata do PSB for eleita. Marina tem prestígio internacional como ambientalista; na ONU é recebida com reverência, nas Olimpíadas de Londres de 2012 estava ao lado do secretário-geral Ban Ki-moon, reconhecida como uma das personalidades que fazem diferença no mundo. Ela certamente fará da defesa do meio ambiente a marca do Brasil nos fóruns internacionais, um pouco no estilo do presidente Lula quando o Brasil virou referência nos programas contra a fome e de redução de pobreza.
Uma novidade bacana trazida por Marina é a criação de um conselho, nos moldes do British Council, para promover a cultura brasileira e a língua portuguesa no exterior. Num momento em que programações do Itamaraty são canceladas por falta de dinheiro, parece delírio de candidato, mas é o simples reconhecimento do poder do soft power, a capacidade de um país influenciar pessoas e fazer amigos sem recorrer à força. A ideia é dar incentivos fiscais para atividades culturais no exterior, numa espécie de Lei Rouanet com alcance internacional. “ Seria ótimo. A China vem investindo muito nisso, o Brasil também tem muitas iniciativas culturais, mas nada coordenado”, diz o professor Anthony Pereira, diretor do Instituto Brasil no King’s College.
A outra promessa de Marina é obvia, mas sempre reconforta: atualizar as posições do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU e no tratamento dos conflitos regionais. Todo candidato ou recém-eleito faz isso: Dilma, ao assumir, deu uma entrevista ao “Washington Post”, em que contou que o Brasil votaria na ONU a condenação do Irã pelo apedrejamento da adúltera Sakineh — lembram? —, criticando Lula por ter optado pelas relações com o aliado em vez da defesa dos direitos humanos. Depois, o assunto direitos humanos ficou adormecido, e o país acabou de receber os presidentes da China e Rússia na reunião dos Brics sem levantar questões incômodas.
Aécio defende especificamente a missão de paz do Brasil no Haiti — como modelo para uma participação maior do país no mundo — e critica o governo Dilma pela condução do caso do asilo ao senador boliviano Pinto Molina, que teve salvo-conduto negado por Evo Morales e acabou sendo retirado escondido da Bolívia.
Independentemente de quem ganhar a eleição, está na hora de reconhecer a competência técnica e visão estratégica dos profissionais treinados para isso. Quando a política externa vai bem, a imagem do Brasil no exterior nos conforta, o comércio cresce, a solidariedade com países em dificuldades recompensa, os conflitos viram acordos, o cidadão comum se sente acolhido quando precisa de ajuda no exterior.

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De:
Enviada: Quinta-feira, 11 de Setembro de 2014 22:50
Para:
Assunto: Artículo de periódico O Globo sobre Itamaraty.

Comentários em alguns aspectos interessantes e válidos. Mas o diagnóstico de Marina, citado pela Helena Celestino (de quem sou leitor " fanático"), sofre de um defeito básico: ignora todos os graves desvios, equívocos e êrros cometidos já durante a era Lula. Foi àquela época que teve início, e de forma por assim dizer dramática, a dita " partidarização e ideologização" de nossa política externa - para o quê, cumpre dizer, não faltaram recursos ao Itamaraty, que foi amplamente "valorizado" em troca de seu então incansável empenho por servir aos desígnios do lulopetismo em questões de política externa. Falo de "lulopetismo" porque sim houve um outro element a distorcer nossa política externa, que foi o da submissão do Itamaraty aos desígnios de engrandecimento, mundo afora, da " persona" de Lula. O charisma de Lula foi, inegavelmente, de valia para os interesses do país em alguns casos.
Isso merece uma avaliação serena e objetiva. Mas o hiperativismo por isso estimulado levou a um excesso de protagonismo nem sempre saudável.
Nem tudo o que era bom para o Presidente resultaria bom para os objetivos do país.
O problema, assim, não é o de proceder-se a uma "revalorização" do Ministério.O que urge é uma ampla reformulação da própria política externa, começando pela revisão de suas bases conceituais e doutrinárias. E incluindo a extinção da dualidade de comando herdada por Dilma de Lula, com a presença, em paralelo ao Chanceler, de um assessor presidencial munido de vôo próprio. Voando mesmo, não poucas vezes, bem mais alto do que o titular do MRE.
A esta altura, com a possibilidade de mudança de rumos em nossa política exterior, é inevitável um voltar de olhos para os últimos quase quatorze anos. Mas as referências à plataforma de Marina - e o que pensam sobre as questões de política externa os outros candidatos - naturalmente requerem reflexão detida sobre o que convém fazer em termos de " aggiornamento" de nossas posturas, e de calibragem de nossa atividade, num mundo que hoje se apresenta substancialmente diferente daquele em que surgiu, e ao longo do tempo desdobrou-se, a era "lulopetista" de nossa política externa.
Há muito mais o que dizer sobre o assunto.
Volto depois ao tema. Se fizer sentido, eu talvez até tente colocar algo a respeito na imprensa.
 [Xxxxx]

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: um Itamaraty verde? Marina Silva como "chancelera" de Aecio? A ver...

Já ouvi todos os tipos de boatos sobre um futuro governo Aécio Neves, inclusive que Joaquim Barbosa seria seu ministro da Justiça.
Esta ainda não tinha ouvido, e penso que não tem fundamento, a acreditar na falta de crédito do jornalista (ops!), mas para cada notícia, ou fofoca, tem de haver algum fundamento, sob risco de perda de crédito total...
Paulo Roberto de Almeida

TERÇA, 07/10/2014, 09:15

Por apoio no segundo turno, PSDB sinaliza convite a Marina ao Ministério das Relações Exteriores

Kennedy Alencar, CBN
 
Se eleito, a ideia de Aécio Neves é que a ex-senadora seja uma espécie de chanceler verde do Brasil. Além disso, o Itamaraty daria menos foco ao Mercosul para negociar mais com os EUA e a União Europeia, diferentemente do PT.
A ideia do PSDB é que Marina lidere a diplomacia verde do Brasil no mundo. Com Aécio e Marina, o Itamaraty daria menos foco ao Mercosul e mais a tentativas de negociar em blocos com os Estados Unidos e a União Europeia.
No entanto, Aécio e Marina ainda decidem sobre fim da reeleição, proposta da candidata do PSB que seria condição para apoio a Aécio.
Já Dilma se reúne com políticos aliados em Brasília e tenta reforçar sua candidatura na região Sudeste, que reúne os maiores colégios eleitorais do país. No Rio de Janeiro, Michel Temer conversou com Pezão e pediu apoio a Dilma, numa tentativa de evitar a chapa “Aezão”. Em São Paulo, a situação é mais complicada. Haverá uma reunião de prefeitos do PMDB e do PT – partidos adversários na eleição estadual - para tentar afinar parceria. Em Minas Gerais, a responsabilidade vai ficar com Fernando Pimentel (PT), governador eleito no primeiro turno, já que Aécio tenta virar o jogo em seu estado.
Marina Silva durante debate da TV Globo (Crédito: Marcelo Carnaval / Agência O Globo)Marina Silva durante debate da TV Globo
(Crédito: Marcelo Carnaval / Agência O Globo)
duração: 03:50

Leia mais: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/kennedy-alencar/2014/10/07/POR-APOIO-NO-SEGUNDO-TURNO-PSDB-SINALIZA-CONVITE-A-MARINA-AO-MINISTERIO-DAS-RELACOES-E.htm#ixzz3FWRJtIhc

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eleicoes 2014: a responsabilidade da candidata da sustentabilidade, em terceiro lugar

Aécio Neves só ganhará, penso eu, se Marina Silva subir nos palanques com ele e instruir seus militantes a votar pelo tucano.
Paulo Roberto de Almeida 


Reinaldo Azevedo, 05/10/2014
 às 6:58

O que fará Marina a partir de amanhã? Tomara que faça a coisa certa!

Se o Datafolha e o Ibope estiverem certos, contra a maioria das expectativas — desde que o avião que conduzia Eduardo Campos foi ao chão, no dia 13 de agosto —, o tucano Aécio Neves vai disputar o segundo turno da eleição presidencial com a petista Dilma Rousseff. Não se pode afirmar com certeza, é claro, já que a diferença está dentro da margem de erro, que é de dois pontos: o senador mineiro está numericamente à frente da ex-senadora do Acre por 24% a 22% no Datafolha e por 27% a 24% no Ibope. Ocorre que ele chega à reta final em ascensão, especialmente em São Paulo e Minas, e ela, em declínio. O mais provável, então, é que PSDB e PT voltem a se confrontar no dia 26 de outubro. Pois é… Esteja ou não no segundo turno, chegou a hora de Marina parar de errar. Será que ela consegue, pelo bem do país? Tomara que sim! Acho que ela perdeu o direito de cometer mais equívocos, especialmente os velhos.
Começo com a hipótese que hoje se mostra menos provável: ela passar para o segundo turno. Isso aconteceria numa situação extremamente difícil porque vem aumentando a distância que a separa de Dilma tanto no primeiro como no segundo turnos. Mas digamos que aconteça… A quem apelará Marina? Apenas às redes sociais, aos “sonháticos”, aos cultores da tal “nova política”, esse elemento etéreo e que se mostrou dos mais deletérios quando ela ascendeu ao topo da disputa?
Como esquecer que Marina rejeitou palanques tucanos em São Paulo e no Paraná, onde os governadores Geraldo Alckmin e Beto Richa, respectivamente, se reelegem no primeiro turno daqui a pouco? Em entrevista, Walter Feldman, um de seus coordenadores políticos, chegou a prever o fim do PSDB… Num comício no interior, os militantes da rede deram um sumiço em cartazes em que sua imagem aparecia ao lado da de Alckmin. Houve outros erros — tratarei deles em outro post.
Muito bem: estando no segundo turno, Marina vai procurar o PSDB para dialogar ou vai insistir em que os tucanos, a exemplo de petistas, são apenas a “velha política? Bastará contar com o conforto de que a esmagadora maioria do eleitorado de Aécio migraria para ela? Seria um erro fatal.
Mas…

Ocorre que, tudo indica, Marina não vai para o segundo turno. E, mais nessa hipótese do que na outra, é que se vai testar a dimensão de alguém que se quer uma liderança nacional. Em 2010, Marina optou por aquilo que se chama “zona de conforto”. O José Serra ao qual ela andou dirigindo elogios recentemente é aquele mesmo que disputou a eleição presidencial com ela. No embate do tucano contra Dilma, Marina se omitiu na neutralidade. Disse, com aquele gesto, que, para o país, era indiferente vencer um ou outro. Será que ela continua a pensar isso hoje? Será que é o que nos diz a Petrobras? É o que nos diz o crescimento? É o que nos diz a desordem nas contas públicas? É o que nos diz o aparelhamento de estado? É o que nos diz a campanha suja que o PT move contra… Marina?

Ora, o que será feito desta vez? No debate da Globo, em que se saiu notavelmente mal, Marina chegou a dizer que Aécio e o PSDB se igualam a Dilma e ao PT no ataque que fazem a ela. Não é verdade! Essa desculpa não poderá ser usada de novo se Marina decidir apenas assistir à disputa de camarote. As críticas de Aécio foram de natureza política, absolutamente legítimas e naturais no debate. Lembrar a trajetória de alguém não é sinônimo de mentir. Já a campanha do PT foi obviamente desonesta. Afirmar que a independência do Banco Central levaria a fome à mesa dos brasileiros é uma estupidez. Acusar a adversária de planejar um corte de R$ 1,3 trilhão da educação é um despropósito.
A escolha

Sim, é razoável o raciocínio de que a esmagadora maioria do eleitorado de Aécio migraria para Marina, independentemente do movimento que ele fizesse — que, obviamente, seria em favor dela, mesmo indo para a oposição depois. Afinal, o agora senador é o primeiro a afirmar que o país não pode continuar mais quatro anos sob o jugo petista. Mas não só isso: os eleitores do PSDB são autenticamente oposicionistas, e a esmagadora maioria faria um voto anti-Dilma ainda que o tucano pedisse o contrário — o que, de resto, jamais aconteceria.

É, sim, compreensível a especulação de que parte do eleitorado de Marina pode, inicialmente, resistir ao tucano porque, sei lá, ou tem um viés mais à esquerda ou está por demais imbuído dos prolegômenos da tal “nova política”, sejam eles quais forem. Isso não a eximiria de fazer uma escolha. É justamente em momentos assim que entra em cena aquele ou aquela que aspira ao papel de líder nacional.
Se Marina, eventualmente fora do segundo turno, se omitir mais uma vez, então estará a dizer ao país que, segundo seu entendimento, política é a arte de receber apoios, mas de nunca dar apoio. Se, de novo, optar pela neutralidade, estará afirmando a seu eleitorado que, para o Brasil, é irrelevante ter Aécio ou Dilma no comando. Na prática, estará falsificando o próprio discurso. Afinal, ela própria fez o elenco dos motivos — muitos motivos — por que o PT não pode continuar no poder. Fiel, ademais, a seus princípios, não precisaria nem negociar cargos nem integrar a base de apoio de um governo Aécio — que fosse para a oposição depois. Incompreensível, aí sim, será se ela der a sua contribuição pessoal, pela via da omissão, à eventual reeleição de Dilma.
Se passar para o segundo turno, o que é pouco provável, Marina terá de refazer as pontes que dinamitou; se não passar — e tudo indica que não passará —, terá de fazer pontes com o futuro e com o seu próprio futuro político. Ela foi muito eloquente na campanha em dizer por que o PT não pode continuar. Que colabore, então, para tirá-lo do trono! A menos que considere que o povo faz por merecer os malefícios que ela mesma apontou.
Assim, como ela mesma diria, chegou a hora de Marina “ganhar ganhando” ou de “ganhar perdendo”. Só não vale é “perder perdendo”.
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A Non-Nuclear President? Marina Silva under scrutiny - Togzhan Kassenova

 Where Would Marina Silva Take Brazil’s Nuclear Policy?
ASSOCIATE - NUCLEAR POLICY PROGRAM
Carnegie Endowment for Peace,  OCTOBER 2, 2014
SUMMARY
Brazil has one of the most advanced nuclear programs in Latin America, but presidential hopeful Marina Silva’s stance on nuclear energy and diplomacy is far from clear.


Brazilian politics are famous for their unpredictability, and Marina Silva’s sudden emergence as a presidential front-runner is the latest example. But how she would lead as president should she win the October 5 election is not clear. “Marina is a big question mark,” observed a Brazilian foreign policy analyst. Predicting her choices on specific policy questions is difficult at best. 
This is particularly true, and particularly important, when it comes to nuclear issues, both domestic and international. Brazil has one of the most advanced nuclear programs in Latin America, but the presidential hopeful has said remarkably little on the subject. And what can be gleaned is far from a clear picture. 
A REMARKABLE RISE
Even those Brazilians who do not plan to vote for Marina in the presidential election on October 5 admit that she has an incredible story. Born in the Amazon rainforest, illiterate until the age of sixteen, and having experienced poverty with her parents struggling to feed her and her siblings, Marina went on to become an internationally known environmentalist, a high-ranking official in the government of former president Luiz Inácio Lula da Silva, and a candidate with an impressive 20 million votes in Brazil’s 2010 presidential elections. 
She entered the 2014 election campaign as the number-two on the ticket of Eduardo Campos of the Brazilian Socialist Party. Until late summer, the Campos-Silva team held third place in the polls behind the incumbent, Dilma Rousseff of the Workers’ Party, and Aécio Neves of the Brazilian Social Democratic Party. 
But then Eduardo Campos died tragically in a plane crash in August while on the campaign trail. The Brazilian Socialist Party nominated Marina as its new presidential candidate. Since then, the polls have consistently shown Marina Silva and Dilma Rousseff neck and neck in the upcoming vote. 
Amid the excitement surrounding her remarkable rise, the potential president’s positions on nuclear issues have been largely missing. Marina’s proposed government program does not contain a single reference to nuclear energy, nuclear disarmament, or nuclear nonproliferation. What Brazil’s nuclear policy will be under the next president is not a trivial matter. Brazil is one of only three countries in Latin America to produce nuclear energy, one of a few countries in the world able to produce nuclear fuel, and the only non-nuclear-weapon state to be developing a nuclear-powered submarine.
NUCLEAR ENERGY
Brazil is currently highly reliant on hydro-resources to serve its energy needs, though the role of nuclear power in the country has increased over time. As of 2014,roughly 3 percent of Brazil’s electricity comes from nuclear plants—Angra 1 and Angra 2. After a twenty-year interruption, Brazil restarted work on its third nuclear power plant, Angra 3, which is expected to become operational in 2018. 
Proponents of expanding the country’s use of nuclear energy argue that Brazil’s reliance on hydro-resources makes the country vulnerable to an energy crisis. Disruption in electricity generation during droughts jeopardizes the country’s projected development growth. 
Until the 2011 disaster at Japan’s Fukushima Daiichi Nuclear Power Station, the Brazilian government seemed to agree that the use of nuclear energy needed to be significantly increased, and it planned to construct up to eight new reactors. After the Fukushima accident, all references to new reactors beyond Angra 3 disappeared from government planning documents. 
The nuclear industry has been trying to influence the presidential hopefuls’ positions on the issue of nuclear energy expansion. The Brazilian Association for Development of Nuclear Activities, a nonprofit organization of companies in the nuclear power sector, developed a program, “Defining Brazil’s Nuclear Program: A Need for the Country’s Development,” specifically geared toward the candidates. The document argues that the government needs to build at least four additional nuclear power plants by 2030, or eight by 2040. And that in order to start adding capacity in time to meet future demand whoever wins the 2014 election needs to make decisions on new nuclear power plants in early 2015.
Marina Silva has long been critical of nuclear energy. Serving as Brazil’s minister of the environment in Lula’s cabinet between 2002 and 2007, she resigned from the post in protest over a number of issues, including the government’s decision to resume construction of Angra 3. In 2012, together with Archbishop Desmond Tutu of South Africa and over 50 organizations and individuals, she signed a letter urging world leaders to move away from “expensive and dangerous nuclear power.”
As a presidential candidate, Marina has reaffirmed her views. Her official campaign website reminds voters that she was the only one on the National Energy Policy Council to vote against restarting Angra 3 construction. In Marina’s words, “one of the largest problems with nuclear energy is that nobody knows what to do with the waste.”
Yet, confusingly, the initial draft of the government program that Marina Silva’s campaign released in late August said the share of nuclear energy in Brazil’s energy mix should be increased. Only hours later, however, Marina’s staff issued a statement blaming a technical error for the nuclear energy reference. Marina’s revised program calls for the “realignment of Brazil’s energy policy to focus on renewable and sustainable sources.” A mistake likely caused by accepting contributions from multiple authors exposed a campaign struggling to deal with the pressure of impending elections.
Brazilian President Dilma Rousseff is considered to be reluctantly accepting of nuclear energy. Dilma’s government continues to finance Angra 3 construction, but she does not openly support the nuclear energy industry, and the government does not seek to expand the production of nuclear energy beyond the third power plant. 
All told, if Marina becomes Brazil’s new president, industry might have even less support from the top political leadership than it has now.
NUCLEAR DIPLOMACY
When it comes to international issues, it appears that Marina’s camp hasn’t given much thought to any questions related to nuclear diplomacy, such as Iran’s enrichment program or nuclear nonproliferation and disarmament. This is not entirely out of the ordinary, as nuclear issues have taken a backseat to other agenda items during Dilma’s presidency as well.  
But this is a shift from the ambitious years of Lula’s government, when Brazil’s foreign policy shined brightly. Lula enjoyed the international spotlight and engaged in active presidential diplomacy. He also allowed Brazil’s able diplomatic corps, led by then minister of external relations Celso Amorim, to confidently and actively pursue various foreign policy agendas. 
One of the more daring and controversial attempts to influence the international debate took place in 2010 when Lula and Amorim, together with Turkey’s leaders, attempted to resolve the impasse over Iran’s nuclear program. They negotiated a trilateral agreement—the Tehran Declaration—that was meant to pave the way for negotiations between the West and Iran. 
While that particular episode did not result in a breakthrough and was rejected by the West, it did prompt short-lived anticipation among international observers that Brasília could become an interesting, new player on the global nuclear scene. This, however, did not happen. 
It now appears that Brazil’s ambitious foray into the dispute over Iran’s nuclear program was a fluke made possible by multiple factors—including the unusual tandem of Lula and Amorim—that are unlikely to be repeated in the foreseeable future.
Under Dilma, Brazil’s foreign ministry has lost its luster and has been relegated to being just another ministry. While Lula reached out to then Iranian president Mahmoud Ahmadinejad and counted on Brazil’s soft power to resolve the impasse over Tehran’s nuclear program, Dilma distanced herself from the regime, citing its poor human rights record.
Marina, meanwhile, is expected to return Brazil’s foreign policy establishment to some of its former glory. Two weeks before the election, while visiting Washington, DC, Marina’s campaign coordinator Maurício Rands criticized the foreign ministry’s lack of prestige under the current government. 
But Marina will likely be similar to Dilma when it comes to nuclear issues and keep her distance from Iran and its nuclear program. She criticized then president Lulain 2010 for his active engagement with Ahmadinejad.
Marina might distinguish herself from both Lula and Dilma on one noteworthy nuclear issue. For years, the international nonproliferation community and Brasília have been at odds over the enhanced nuclear safeguards codified in the International Atomic Energy Agency’s (IAEA) Additional Protocol. 
Brazil is already implementing nuclear safeguards that are designed to provide the international community with confidence that it only uses nuclear energy for peaceful purposes. However, as a country with an advanced nuclear program, Brazil is subject to outside pressure to allow IAEA inspectors even greater access to its nuclear facilities under the Additional Protocol. 
Brazil has insisted over the past decade that it will not sign the IAEA Additional Protocol. Brasília refuses to accept additional nonproliferation obligations while nuclear-weapon states do not demonstrate sufficient progress toward nuclear disarmament. Opponents of the Additional Protocol also argue that Brazil is doing enough to provide confidence that its nuclear activities are peaceful. Some critics in Brazil are concerned that granting greater access to Brazil’s nuclear facilities would make the country vulnerable to industrial espionage, a claim that international safeguards experts deem unfounded.
In contrast to Lula and Dilma, Marina Silva criticized Brazil’s reluctance to adhere to more stringent safeguards. In 2010 she publicly argued that the country should sign the IAEA Additional Protocol because not signing had put Brazil into a “rather delicate situation” and looked strange since Brazil only pursued nuclear energy for peaceful purposes. Yet, whether Marina would follow her own advice and push for Brazil’s adherence to the IAEA Additional Protocol should she become president is an open question. 
For the most part, Brazil’s presidential campaign has been focused on domestic economic and social questions. That focus is natural, and the absence of nuclear policy from the discussion is not surprising. Yet, whoever wins the election should surely devote time and effort to thinking about these issues given the country’s prominent role in the global nuclear system.

sábado, 27 de setembro de 2014

The Drama of Brazilian Politics: From Dom Joao to Marina Silva - Ted Goertzel and Paulo Roberto de Almeida (eds); Kindle ebook

Um novo livro quase saíndo do forno, minha gente, bem a tempo de ser lido ainda antes do primeiro turno das eleições presidenciais.
Qualquer que seja o resultado dessas eleições, no primeiro ou no segundo turno, o livro se sustenta, pelo seu caráter menos conjunturalista, e mais estrutural e analítico.
Eis o esquema do livro, e o seu Prefácio e a Introdução.
Estou revisando algumas coisas, preparando o expediente, providenciando um ISBN e escolhendo a capa, com meu amigo Ted Goertzel, um brasilianista da velha escola (como eu, aliás).
Paulo Roberto de Almeida
 
The Drama of Brazilian Politics:

From Dom João to Marina Silva


Edited by:

Ted Goertzel and

Paulo Roberto de Almeida

Dedicated to all Brazilians and their Foreign friends who are actively engaged in the building up of a modern democratic nation.


Table of Contents


Introduction, by Ted Goertzel
1.        The Drama of Brazilian Politics: from Dom Pedro to Marina Silva, by Ted Goertzel
2.        The Politics of Economic Regime Change in Brazilian History, by Paulo Roberto Almeida
3.        The Brazilian Presidency from the Military Regime to the Workers’ Party by João Paulo M. Peixoto
4.        A Woman’s Place is in the Presidency: Dilma, Marina and Women’s Representation in Brazil by Farida Jalalzai and Pedro G. dos Santos. 
5.        A Brazilian ex-President’s Public Speech: A Threat to the Existing Order? By Inês Signorini          
6.        Life without Turnstiles by Alipio de Sousa Filho
7.        The Changing Face of Brazilian Politics by Sue Branford and Jan Rocha
8.        Political Leadership and Protest in Brazil: The 2013 Vinegar Revolt in Comparative Perspective by Guy Burton
9.        Presidential Leadership and Regime Change in Brazil with Comparisons to the United States and Spanish America by Ted Goertzel
Authors

 
Preface
            This book was conceived by Ted Goertzel in the summer of 2012 as part of his life-long interest in Brazil and “elective affinity” with things Brazilian, going back to his days as a participant observer in the Brazilian student protests of 1966 to 1968. After publishing biographies of two of Brazil’s presidents, he found that there was very little scholarly literature on the role of the presidency in Brazilian politics and society. Rather than undertake such a comprehensive study on his own, he decided to consult some members of the Brazilian Studies Association to find colleagues who shared an interest in putting the Brazilian presidency in an historical perspective and a comparative context.
The experts who responded came from different countries – Brazil, England and the United States – and varied widely in their ideological and dispositions and professional backgrounds. We have made no effort to homogenize the chapters; each has a clear authorial voice. Paulo Roberto de Almeida, a diplomat doublé as academic, responded very enthusiastically to this project, and was able to contribute with his life-long acquaintance of all-things Brazilian and as well as a deep knowledge of American Brazilianists, a by-product of his “elective affinities” with this community of scholars.
The Brazilian Protests of mid-2013 took place as we were working on this project and stimulated us to think as much about Brazil’s future as its past. While the protests were largely unexpected in Brazil, they fitted into theories of presidential leadership and regime change. We wanted to use our historical and comparative research to offer what insight we could into the future.
We also wanted to make our work available in October, 2014, when interest would be high because of the Brazilian presidential elections. So we took advantage of e-book technology to bring the reader a volume that is both timelier and less expensive than traditionally published volumes. We plan to use the same technology to update the volume after the elections, and we invite readers to contact us with comments and suggestions, as well as with corrections for any errors they may find.
We expect this work to offer, both for scholars and for the general public, a comprehensive understanding of the Brazilian political system in its contemporary developments and challenges.
Ted Goertzel
Paulo Roberto de Almeida
September 2014


Introduction

By Ted Goertzel


This book is suitable for students of Latin American history, politics and economics, as well as for journalists, diplomats, activists, business people, and anyone interested in Brazil. It is up-to-date, but also deeply rooted in Brazilian history and in a concern with lasting social problems. The chapters can be read separately, although readers sketchy on Brazilian history might do best to begin with the first chapter, by ted Goertzel, which introduces the fascinating characters who played and are playing the leading roles in the drama of Brazilian politics.
The second chapter, by Paulo Roberto Almeida, covers Brazilian economic history from the time of the Empire to the present day. It is eminently readable with no economic abstractions, but with some statistical information. It focuses on major changes in the economic regime, not on day-to-day fluctuations in economic indicators, but on major trends. The first two chapters, taken together, give a substantial introduction to Brazil’s political economy.
Chapter three, by João Paulo M. Peixoto, gives a more detailed description of the politics and administrative practices of each of the Brazilian presidencies since 1964. Brazil was ruled by military governments from 1964 to 1985, but new presidents were installed regularly and there were important differences between their administrations. There are also many continuities, on both the political and the administrative level, between the military governments and the civilian governments that followed them. This chapter covers much of what is distinctively Brazilian about Brazilian government, as distinct from other Latin American countries.
Chapter four, by Farida Jalalzai and Pedro G. dos Santos, brings a distinctly feminist perspective to a discussion of the Dilma Rousseff government, as well as to the accomplishments and promise of Marina Silva, her leading opponent in the 2014 presidential election. Dilma Rousseff was Brazil’s first female president, and the fact that her leading opponent for the presidency is also a woman shows the remarkable progress that Brazil has made on gender issues.
In Chapter five, Inês Signorini introduces a linguistic perspective in examining the controversy over the speech patterns of Luiz Inácio Lula da Silva. Lula was Brazil’s first president without a university or military academy education, and his speech patterns reflect a working class background that appealed to many of his supporters but disturbed some middle class voters. Inês Signorini’s discussion highlights some important issues in Brazilian political culture.
Chapter six, by Alipio de Sousa Filho, gives a sympathetic account of the Brazilian protests of 2013, emphasizing the goals of the Free Pass movement and of the anarchist activists.
 Chapter seven, by Sue Branford and Jan Rocha looks at the political impact of the 2013 protests from the perspective of partisan politics and social movements, and especially on the 2014 presidential election campaigns. It concludes with a discussion of the reaction of the Workers Party and others on the left to the Marina Silva campaign.
The last two chapters place the Brazilian drama in theoretical perspective, drawing on concepts from political science.
Chapter eight, by Guy Burton, looks at the role of popular uprisings in Brazilian history, placing the protest movements of 2013 in a historical perspective that includes the monarchist revolts, peasant mobilization in the Canudos in the Northeast and the Contestado revolt in the south, the Vaccine Revolt of 1904, the Constitutionalist Rebellion of 1932, the pro and anti-military intervention demonstrations of 1964, the Diretas Já movement to restore democracy, and the movement to impeach Fernando Collor. Burton uses theories of presidential leadership to explain governmental responses to these movements.
The last chapter, by Ted Goertzel, uses a theory of presidential leadership taken from the work of political scientist Stephen Skowronek to compare Brazilian patterns of regime change to those in the United States and in Spanish America. It offers some insight into the alternatives for Brazil’s future.
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Wait for the pizza...
Paulo Roberto de Almeida