O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Moises Naim. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Moises Naim. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O ano dos charlatães - Moisés Naim

Só o ano? Acho que Moisés Naim é modesto. Charlatães aparecem o tempo todo, da mesma forma como existem idiotas dispostos a segui-los. 
Alguns charlatães são completos pamonhas, mas o mundo tem milhares, milhões de pamonhas, propensos a acreditar nas piores bobagens que eles são capazes de acreditar.
Outros são espertos, e lucram com a parvoice da maior parte da população, até serem desmascarados.
Alguém quer fazer a lista dos charlatães do momento?
Paulo Roberto de Almeida

O ano dos charlatães
A charlatanice está no apogeu em razão de problemas ampliados pelas redes sociais
Moisés Naim, O Estado de S.Paulo
01 Janeiro 2019 | 05h00

Em 2018, foram completados 60 anos da transmissão de um episódio da série de western chamada Backtrack, na CBS, dos EUA. “O fim do mundo”, foi o título do episódio que narra a história de um charlatão que chega a um típico povoado do oeste longínquo e convoca a população para ouvir a urgente notícia que ele traz.
Está para ocorrer uma “explosão cósmica” que acabará com o mundo, diz aos moradores. Mas ele poderá salvá-los. Ele, e somente ele. Para sobreviver, as pessoas devem construir um muro em volta de suas casas e comprar guarda-chuvas especiais que desviam as bolas de fogo que choverão do céu. O nome do charlatão protagonista desse episódio? Trump. Walter Trump.
No programa – que pode ser visto no YouTube – Hoby Gilman, um Texas Ranger que representa o senso comum, procura convencer seus vizinhos a não darem ouvidos a Trump. “É um vigarista. Está mentindo para nós”, diz. Do mesmo modo que seu homônimo na vida real, que chama a atenção do mundo meio século depois, o Trump da série costuma usar seus advogados para neutralizar críticos e rivais: Walter Trump ameaça processar Gilman.
Os charlatães sempre existiram. São malandros que, com grande habilidade verbal, conseguem vender aos incautos algum tipo de produto, remédio, elixir, negócio ou ideologia que, sem grande esforço, os livrará de suas penas, aliviará suas dores ou os tornará ricos.
Ultimamente, o mercado da charlatanice, especialmente na política, chegou ao apogeu. Aumentou tanto a demanda como a oferta de soluções simples para problemas complexos. A demanda é impulsionada pelas crises e a oferta é potencializada pelas redes sociais. 
As crises de todo tipo que afligem o mundo de hoje são resultado de forças poderosas: tecnologia, globalização, precariedade econômica e desigualdade, criminalidade, corrupção, maus governos, racismo e xenofobia, entre outras. O resultado é a proliferação de sociedades com grandes grupos que se sentem, como toda razão, humilhadas, frustradas e ameaçadas pelo futuro. E que também constituem um apetitoso mercado para os charlatães que oferecem soluções simples, instantâneas e indolores.
Na série de TV de 1968, um narrador anônimo relata o que ocorreu: “A população estava disposta a acreditar. E, como cordeiros, as pessoas correram para o matadouro. Ali, esperando-os, estava o sumo sacerdote da fraude”. Meio século depois, essa frase soa atual. Há cada vez mais sociedades dispostas a votar em quem lhes faça a promessa mais simples que, além disso, proponha romper com tudo que é anterior e tirar do poder “os de sempre”.
Os charlatães de hoje são, basicamente, similares aos que sempre existiram, só que agora eles dispõem de tecnologias digitais que lhes propiciam oportunidades inimagináveis. São os charlatães digitais.
A intervenção clandestina de um país nas eleições de outra nação é um bom exemplo de práticas antigas que adquiriram novas forças. Agora, os malandros digitais operam por meio dos famosos “bots”. São programas que disseminam pelas redes sociais milhões de mensagens automáticas dirigidas a usuários que foram selecionados por que têm certas características: uma determinada idade, sexo, raça, localização, educação, religião, classe social, preferências políticas, hábitos de consumo. 
Como todos os bons charlatães, os administradores dos bots sabem identificar as pessoas propensas a acreditar neles. Antes, eles usavam sua intuição para identificar suas vítimas. Agora, usam algoritmos. Uma vez identificadas suas presas, os criadores dos bots lhes enviam mensagens que confirmam e reforçam suas crenças, temores, simpatias e repúdios.
Os charlatães digitais sabem como estimular certas condutas daqueles que recebem suas mensagens (votar em um candidato e difamar seu rival, apoiar um determinado grupo e atacar outro, disseminar informações falsas, unir-se a um grupo, protestar, fazer doações).
Estas novas tecnologias digitais têm a propriedade de serem, ao mesmo tempo, massivas e individuais. Quem as utiliza pode, simultaneamente, contatar milhões de pessoas e fazer que cada uma delas sinta que está interagindo de maneira direta, pessoal e quase íntima com uma pessoa com a qual compartilha modos de pensar.
Foi exatamente isso que ocorreu nas eleições americanas que levaram Donald Trump à Casa Branca. O consenso das agências de inteligência dos EUA e de outros países é o de que foi uma operação brilhantemente projetada e executada – a um custo muito baixo – pelo governo russo sob a supervisão direta de Vladimir Putin.
Mas seria um erro supor que os charlatães digitais só influenciaram as eleições americanas. Acredita-se que 27 países foram vítimas da interferência política orquestrada pelo Kremlin. Tanto na crise da Catalunha como no caso do Brexit foram detectadas intensas atividades dos bots e de outros atores digitais controlados ou influenciados pelo governo russo. A finalidade desses esforços é semear o caos e a confusão e agravar os conflitos sociais, debilitando as democracias ocidentais.
De fato, uma das evidências mais reveladoras do impacto dos charlatães atuais foram as buscas de informação que se verificaram depois do referendo do Brexit, no qual, por uma margem de 4% do voto popular, a Grã-Bretanha decidiu se separar da Europa.
Segundo o Google, uma das perguntas mais frequentes das buscas no Reino Unido depois do resultado foi: “O que é o Brexit?” Também se soube que muitas das afirmações e dados usados pelos que promoveram o Brexit eram falsos. Mas, do mesmo modo que os habitantes do povoado na série de TV, neste caso também “o povo estava disposto a acreditar”.
O mesmo ocorre com as mentiras de Trump. Segundo o Washington Post, ele fez 5 mil afirmações falsas nos 601 dias desde que assumiu a presidência, uma média de 8,3 por dia. Recentemente, ele bateu seu recorde e, em um único dia, disse 74 mentiras. Mas o presidente sabe que “o povo está disposto a acreditar nele”.
Tudo isso aponta pra uma lamentável realidade: os seguidores dos charlatães são tanto ou mais culpados pelo fato de uma sociedade apoiar ideias ruins, eleger maus governantes ou acreditar em suas mentiras. Com frequência, os seguidores estão desinformados, são indolentes e estão dispostos a acreditar em qualquer proposta que os seduza, por mais disparatada que seja.
Isso precisa mudar. Nos últimos tempos, tornamos a vida muito fácil para os charlatães e somos muito benevolentes com seus seguidores. É preciso reconstruir a capacidade da sociedade de diferenciar entre a verdade e a mentira, entre os fatos confirmados por evidências incontestáveis e as propostas que nos fazem sentir bem, mas que oferecem soluções que agravam o problema.
Precisamos de mais educação cidadã sobre o uso e abuso da tecnologia digital e aceitar que a democracia requer mais esforço do que ir votar de tempos em tempos. Temos de ficar mais bem informados, manter a mente aberta para ideias que não são cômodas e desenvolvermos o senso crítico que nos alerta quando somos manipulados. É necessário também regulamentar as redes sociais. Sobretudo, é preciso recuperar nossa capacidade de distinguir quem são os líderes decentes e quem são os charlatães que nos mentem impunemente. 
TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A frase do dia: Venezuela, por Moises Naim

O principal conflito na Venezuela hoje em dia não é entre os que promovem o socialismo e os que acreditam no capitalismo, entre ricos e pobres ou entre os simpatizantes dos Estados Unidos e os que repudiam a superpotência. Está entre os que defendem um governo que usa a violação dos direitos humanos como política de Estado e os que estão dispostos a sacrifícios para impedi-lo.

Moises Naim
Postais da Venezuela
El País, 12/05/2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Alianca do Pacifico, ciumes no Atlantico - Moises Naim

EL OBSERVADOR GLOBAL

Experimento en Latinoamérica

La Alianza del Pacífico puede cambiar el mapa económico en la región

En Venezuela están matando estudiantes y el Gobierno cierra un canal de televisión que se atrevió a transmitir las protestas callejeras. Argentina sigue su desenfrenada carrera hacia el precipicio económico. Los presidentes de toda América Latina se reunieron en una cumbre democrática… en La Habana. La economía brasileña entró en recesión y 2014 será su cuarto año seguido de anémico crecimiento económico. Últimamente, los brasileños salen a las calles no a bailar, sino a protestar. En 2013 Brasil sufrió la mayor fuga de capitales en más de una década.
¿Es fin de fiesta en América Latina? No.
Mientras las malas noticias que nos llegan de esa región proliferan, esta semana cuatro presidentes latinoamericanos se reunieron en Cartagena (Colombia) para concretar un pacto económico. Lo llaman Alianza del Pacífico y lo integran México, Colombia, Perú y Chile. Es tentador ignorar la noticia y pasar la página. ¿Qué puede ser más aburrido que una cumbre de jefes de Estado? ¿Y quién es el ingenuo que va a creer las promesas de unos presidentes que tratan de mostrar que su reunión fue importante cuando, en realidad, lo normal es que esos eventos solo benefician a las empresas de banquetes? Es, por lo tanto, muy lógico que pocos se hayan enterado de que exista esta Alianza del Pacífico o que, quienes la conozcan, la ignoren.
Pero esta vez puede que sea un error no tomar en serio este intento de integrar las cuatro economías más exitosas de Latinoamérica. Son los países de mayor crecimiento económico y menor inflación de la región. En conjunto, representan el 36% de la economía de América Latina, el 50% de todo su comercio internacional y el 41% de toda la inversión extranjera. Si esta Alianza fuese un país, sería la octava economía más grande del mundo y la séptima potencia exportadora. Sus cuatro integrantes lideran las listas de las economías más competitivas de América Latina. Dado que el comercio entre estos cuatro países es tan solo el 4 % de su comercio total, el potencial para que crezca mucho y rápido es enorme.
En esto, la Alianza del Pacífico no tiene nada de nuevo: América Latina tiene una larga historia de proyectos de integración económica animados por un gran potencial pero que, en la práctica, han fracasado. Mercosur, es un buen ejemplo. Cuando, en 1991, Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay anunciaron la unión de sus economías hubo un gran entusiasmo. El potencial de integrar a dos gigantes como Brasil y Argentina era obvio. Lamentablemente, los resultados han sido muy pobres. Después de más de una década, el comercio entre los miembros de Mercosur es un magro 15% de su comercio total (mientras que con Europa es el 20% y con China, el 14%).
La Alianza del Pacífico no fue bien recibida por los líderes de Mercosur y otros bloques regionales. El boliviano Evo Morales, por ejemplo, afirmó que la Alianza era una conspiración urdida en Washington para dividir a la región. Rafael Correa, el presidente de Ecuador, la describió despreciativamente como “más neoliberalismo, más libre comercio”. En Brasil, Lula da Silva, declaró que la Alianza era un intento de revivir el aborrecido Consenso de Washington, mientras que el entonces ministro de Exteriores de Brasil, Antonio Patriota, dijo que la Alianza del Pacífico es “solo marketing, un nuevo empaque para un viejo producto”. Marco Aurelio García, el principal asesor internacional de Dilma Rousseff, calificó la iniciativa de “irrelevante”.
¿Qué responden los cuatro presidentes de la Alianza? “No estamos contra nadie. Esta es una alianza económica y no una iniciativa política”. Juan Manuel Santos, el presidente de Colombia, ha dicho: “Tenemos una visión común del manejo de nuestras economías, actitudes comunes hacia la inversión extranjera y respeto por la propiedad privada”.
Pero quizás la respuesta más contundente han sido las decisiones de los cuatro países. Ya han eliminado aranceles al 92% de los productos, así como la necesidad de visados para quienes viajan entre sus países promoviendo comercio e inversiones. Han sentado las bases para la integración de sus bolsas de valores, y en varios países una sede diplomática común representa a las cuatro naciones de la Alianza.
La lista de las razones por las cuales la Alianza del Pacífico tampoco va a llegar a nada es fácil de hacer. Pero la lista de los incentivos que tienen estos países para lograr que tenga éxito es igualmente larga. Y esto cambiaría el mapa económico de América Latina.
Sígame en Twitter @moisesnaim

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os doutores de Teheran e o acordo sobre o programa nuclear iraniano - Moises Naim

Los doctores de Teherán

Moises Naim
El País, 30/11/2013

La probabilidad de que el acuerdo de Ginebra descarrille a causa de los extremistas es muy alta

Hasan Rohaní, el presidente de Irán, tiene más ministros con títulos de doctorado de universidades de Estados Unidos que los que tiene Barack Obama. Rohaní también tiene más doctores graduados de universidades estadounidenses que los gabinetes presidenciales de Japón, Alemania, España o Italia. Mohammad Nahavandian, por ejemplo, es el jefe de Gabinete del presidente de Irán. Vivió en Washington muchos años y se graduó en la Universidad de George Washington. Javad Zarif, el ministro de Exteriores y principal negociador del reciente acuerdo nuclear entre su país y un grupo de seis poderosas naciones, estudió en la Universidad de San Francisco y luego en la de Denver, donde obtuvo un doctorado. Vivió cinco años en Nueva York como embajador de su país en la ONU. El ministro de Estado para Energía Atómica tiene un título en ingeniería nuclear del Instituto Tecnológico de Massachusetts. Mahmud Vaezi, ministro de Comunicaciones, estudió ingeniería eléctrica en dos universidades de California y luego siguió estudios de doctorado en la universidad de Luisiana. También tiene un doctorado en relaciones internacionales de la universidad de Varsovia. Muchos de sus colegas en el Gabinete del presidente Rohaní cuentan con títulos de posgrado de universidades de Irán y otros países. Abbas Ahmad Akhundi, ministro de Transporte, se graduó en la universidad de Londres. El propio presidente Rohaní tiene un título de otra universidad británica, la Glasgow Caledonian. El nuevo Gobierno de Teherán debe ser de los más tecnocráticos del mundo.
¿Y eso qué importa? En principio quizás no mucho. Después de todo, varios de los doctos integrantes del actual Gabinete también participaron activamente en gobiernos anteriores y han sido participes de políticas que han dado una merecida mala fama a la teocracia de los ayatolás. Y no hay que olvidar que quien manda es el líder supremo, el ayatolá Ali Jameneí. O que el contrapunto a las prestigiosas credenciales académicas internacionales del Gabinete del presidente Rohaní son las también muy internacionales credenciales del general Qassem Suleimani. El general no tiene un título superior y parece que solo terminó los estudios de secundaria en un pequeño pueblo del interior de Irán. Pero es tremendamente respetado dentro y fuera de Irán, tanto por sus aliados y admiradores como por sus más acérrimos enemigos. El general ha sido durante 15 años el jefe de la Fuerza Quds, una unidad especial de los Guardianes de la Revolución que depende directamente al líder supremo. La misión oficial de este grupo es exportar la revolución islámica y encargarse de “operaciones extraterritoriales”. A Suleimani se le reconoce por su éxito al transformar Hezbolá en una temible fuerza militar, en controlar la situación en Irak después de la invasión que derrocó a Sadam Husein y hacerle la vida imposible al Ejército de EE UU o, más recientemente, por lograr que las fuerzas leales al Gobierno sirio recuperasen el terreno perdido frente a las fuerzas de la oposición. John Maguire, un exagente de la CIA, le dijo al periodista Dexter Filkins que “Sulemani es hoy el más poderoso jefe de operaciones en Oriente Próximo”.
Detrás de esta exploración sobre los distintos actores que definen las actuaciones del Gobierno de Teherán, está la gran pregunta de las últimas semanas, que surge del acuerdo firmado en Ginebra por Irán y seis potencias. ¿Es este otro truco más de los iraníes para ganar tiempo, seguir trabajando para obtener armas nucleares y aliviar el devastador impacto de las sanciones económicas? ¿O es, en cambio, un profundo e histórico cambio en la estrategia que ha guiado la política exterior de Teherán por décadas? Nadie lo sabe. Nadie excepto, por supuesto, Israel, Arabia Saudí y otros países vecinos del golfo Pérsico, y los líderes del Partido Republicano en EE UU. Todos ellos están seguros de que el acuerdo de Ginebra fue un error histórico que traerá consecuencias catastróficas.
Frente a quienes están seguros, se encuentran los escépticos, que, si bien no están seguros de las intenciones de Irán, saben que seguir con la situación vigente es más peligroso que buscar un cambio, con todos los peligros que conlleva.
La probabilidad de que el acuerdo de Ginebra —llamado un “primer paso”— descarrille a causa de los extremistas en ambos lados es muy alta, al cabo de los seis meses que las partes se dieron de plazo para avanzar hacia un pacto permanente de acuerdos que limiten lo que Irán puede y no puede hacer con su programa nuclear. Pero la esperanza de que los doctores de Teherán —incluido su presidente— puedan mantener a raya a los fundamentalistas de su lado, y de que Barack Obama y los otros líderes que lo acompañan en esta iniciativa hagan lo propio con sus más radicales críticos no es una postura ingenua. Una mayor ingenuidad puede ser suponer que la peligrosa situación que se está intentado desactivar era sostenible y más deseable. Ya veremos si los doctores de Teherán pueden cambiar al mundo.


Sígame en Twitter @moisesnaim

domingo, 23 de junho de 2013

Seis surpresas protestatarias - Moises Naim

EL OBSERVADOR GLOBAL

Turquía, Brasil y sus protestas: seis sorpresas

Los movimientos de protesta que florecen en el planeta comparten algunas características

Moises Naim
El Pais, Junio 23, 2013

Primero fue Túnez, luego Chile y Turquía. Y ahora Brasil. ¿Qué tienen en común las protestas callejeras en países tan diferentes? Varias cosas… y todas sorprendentes.
1. Pequeños incidentes que se hacen grandes. En todos los casos, las protestas comenzaron con acontecimientos localizados que, inesperadamente, se convierten en un movimiento nacional. En Túnez, todo empezó cuando un joven vendedor ambulante de frutas no pudo soportar más el abuso de las autoridades y se inmoló prendiéndose fuego. En Chile fueron los costes de las universidades. En Turquía, un parque y en Brasil, la tarifa de los autobuses. Para sorpresa de los propios manifestantes —y de los Gobiernos— esas quejas específicas encontraron eco en la población y se transformaron en protestas generalizadas sobre cuestiones como la corrupción, la desigualdad, el alto costo de la vida o la arbitrariedad de las autoridades que actúan sin tomar en cuenta el sentir ciudadano.
2. Los Gobiernos reaccionan mal. Ninguno de los Gobiernos de los países donde han estallado estas protestas fue capaz de anticiparlas. Al principio tampoco entendieron su naturaleza ni estaban preparados para afrontarlas eficazmente. La reacción común ha sido mandar a los agentes antidisturbios a disolver las manifestaciones. Algunos Gobiernos van más allá y optan por sacar al Ejército a la calle. Los excesos de la policía o los militares agravan aún más la situación.
La principal sorpresa de estas protestas callejeras es que ocurren en países económicamente exitosos
3. Las protestas no tienen líderes ni cadena de mando. Las movilizaciones rara vez tienen una estructura organizativa o líderes claramente definidos.
Eventualmente destacan algunos de quienes protestan, y son designados por los demás —o identificados por los periodistas— como los portavoces. Pero estos movimientos —organizados espontáneamente a través de redes sociales y mensajes de texto— ni tienen jefes formales ni una jerarquía de mando tradicional.
4. No hay con quién negociar ni a quién encarcelar. La naturaleza informal, espontánea, colectiva y caótica de las protestas confunde a los Gobiernos. ¿Con quién negociar? ¿A quién hacerle concesiones para aplacar la ira en las calles? ¿Cómo saber si quienes aparecen como líderes realmente tienen la capacidad de representar y comprometer al resto?
5. Es imposible pronosticar las consecuencias de las protestas.Ningún experto previó la primavera árabe. Hasta poco antes de su súbita defenestración, Ben Ali, Gadafi o Mubarak eran tratados por analistas, servicios de inteligencia y medios de comunicación como líderes intocables, cuya permanencia en el poder daban por segura. Al día siguiente, esos mismos expertos explicaban por qué la caída de esos dictadores era inevitable. De la misma manera que no se supo por qué ni cuándo comienzan las protestas, tampoco se sabrá cómo y cuándo terminan, y cuáles serán sus efectos. En algunos países no han tenido mayores consecuencias o solo han resultado en reformas menores. En otros, las movilizaciones han derrocado Gobiernos. Este último no será el caso en Brasil, Chile o Turquía. Pero no hay duda de que el clima político países ya no es el mismo.
6. La prosperidad no compra estabilidad. La principal sorpresa de estas protestas callejeras es que ocurren en países económicamente exitosos. La economía de Túnez ha sido la mejor de África del Norte. Chile se pone como ejemplo mundial de que el desarrollo es posible. En los últimos años se ha vuelto un lugar común calificar a Turquía de “milagro económico”. Y Brasil no solo ha sacado a millones de personas de la pobreza, sino que incluso ha logrado la hazaña de disminuir su desigualdad. Todos ellos tienen hoy una clase media más numerosa que nunca. ¿Y entonces? ¿Por qué tomar la calle para protestar en vez de celebrar? La respuesta está en un libro que el politólogo estadounidense Samuel Huntington publicó en 1968: El orden político en las sociedades en cambio. Su tesis es que en las sociedades que experimentan transformaciones rápidas, la demanda de servicios públicos crece a mayor velocidad que la capacidad de los Gobiernos para satisfacerla. Esta es la brecha que saca a la gente a la calle a protestar contra el Gobierno. Y que alienta otras muy justificadas protestas: el costo prohibitivo de la educación superior en Chile, el autoritarismo de Erdogan en Turquía o la impunidad de los corruptos en Brasil. Seguramente, en estos países las protestas van a amainar. Pero eso no quiere decir que sus causas vayan a desaparecer. La brecha de Huntington es insalvable.
Y esa brecha, que produce turbulencias políticas, también puede ser transformada en una positiva fuerza que impulsa el progreso.
Sígame en Twitter @moisesnaim

domingo, 19 de maio de 2013

Qual seria o continente mais perigoso? - Moises Naim

¿Cuál es el continente más peligroso?

Moises Naím
El País, 18/05/2013

El éxito económico de Asia opaca el que esa región alberga las principales amenazas

Como escribió León Tolstoi, las familias felices se parecen, pero las infelices lo son cada una a su manera. Además, mientras que hay familias cuya infelicidad solo les afecta a ellas, otras propagan sus problemas. Las vicisitudes de la atribulada familia Tsarnaev, por ejemplo, se desperdigaron por todo Boston. Los dos hijos, Tamerlán y Dzhokhar, decidieron que la mejor forma de canalizar su infelicidad era asesinando a inocentes en el maratón de Boston. Su manera de ser infelices hizo muy infelices a centenares de otras familias.
A los continentes les pasa lo mismo. Hay algunos, como África o América Latina, cuyas tragedias las sufren, principalmente, ellos mismos. Claro, la emigración masiva de africanos a Europa o de latinoamericanos a EE UU es un ejemplo de cómo los problemas de un continente tocan a otro. Pero este contagio es menor que el que tuvo la crisis económica de Estados Unidos, por ejemplo. Millones de personas en todas partes, pero sobre todo en Europa, aún están pagando las consecuencias de este terremoto financiero.
El punto es que hay continentes que son más “sistémicos” que otros, es decir, regiones cuyos problemas afectan a todos los que vivimos en este planeta, sin importar cuán alejados de ellos estemos. La pregunta, entonces, es: ¿cuál de los cinco continentes va a irradiar más infelicidad en el futuro?
Una manera de contestar es pensando en cuáles son las amenazas que viajan más fácilmente, y frente a las que no hay frontera, fortificación o política pública que nos pueda proteger. Ya sabemos que las crisis financieras pertenecen a esta categoría. Si China por ejemplo llegase a sufrir un crash como el de EE UU, no hay rincón del mundo que pueda evitar las consecuencias. Y si el joven tirano de Corea del Norte decide seguir jugando a la guerra nuclear, pues tampoco.
Mi candidato al premio al continente que más amenaza el mundo es Asia. Esto puede sorprender a quienes ven en el milagro económico asiático una fuente de estabilidad y prosperidad globales. O a quienes piensan que en Oriente Próximo están dadas las condiciones para una prolongada y creciente ola de conflictos armados, radicalización religiosa y terrorismo que, como sabemos, no se queda allí. Todo esto es cierto.
Pero me temo que los problemas que nos llegarán de Asia serán aún más complicados, por más que sus gigantescas economías sigan creciendo.
En mi opinión, en estos tiempos, las principales amenazas para la humanidad son: 1) el cambio climático; 2) la proliferación nuclear; 3) el brote de una enfermedad sin cura conocida y que se extienda de un país a otro y de un continente a otro cobrándose millones de víctimas; 4) las crisis económicas globales y, por supuesto, 5) un conflicto armado entre dos o más potencias militares, como China e India, por ejemplo. Claro que hay otras amenazas: el terrorismo, la creciente escasez de agua, los Gobiernos criminalizados, el desempleo estructural o la proliferación de Estados fallidos. Pero ninguna de ellas tendría las enormes consecuencias que tienen las cinco de mi lista.
Y Asia es el continente que tiene más países con el potencial de crear y esparcir estos cinco problemas. El énfasis en el extraordinario y muy bienvenido éxito económico de los tigres asiáticos opaca el hecho de que esa región también alberga las principales amenazas a la estabilidad mundial.
Según el Banco Asiático de Desarrollo, Asia va camino de duplicar su consumo de petróleo, triplicar el de gas natural y aumentar en 81% el uso de carbón altamente contaminante. Esto duplicaría sus emisiones de dióxido de carbono (CO2 ) en 2035. Asia estaría así emitiendo, por sí sola, el total del volumen de CO2 que los expertos calculan es el nivel máximo que debería producir el planeta en su conjunto.
Asia es también el continente donde más proliferan las armas nucleares. No solo tienen la bomba países de alto riesgo, como Corea del Norte y Pakistán, sino que además son Gobiernos que han estado muy dispuestos a venderle su tecnología nuclear al mejor postor.
Varios de los conflictos armados más prolongados del planeta están en Asia. De Afganistán a Sri Lanka y de Cachemira a las interminables insurgencias armadas en Indonesia y Filipinas, las guerras son comunes. Allí están las fronteras más explosivas del mundo: China e India, Pakistán e India y entre las dos Coreas.
La pandemia de gripe aviar se originó en Asia. Si bien no produjo tantas víctimas mortales como se temía, alertó al mundo sobre el potencial de ese continente para propagar rápidamente sus enfermedades a otras partes.
¿Son inevitables estos accidentes y problemas originados en Asia? Claro que no. Pero son mucho más importantes y urgentes que otros que atraen mas frecuentemente la atención del mundo.
Estoy en Twitter @moisesnaim

domingo, 3 de março de 2013

As mentiras sobre as universidades - Moises Naim

Existem também universitários mentirosos, que enganam políticos e a sociedade, com a conversa mole que as universidades são imprescindíveis ao país, que sem elas o país estaria entregue ao fracasso. Pode ser, mas não como dizem, e certamente não no Brasil, onde talvez a relação custo-benefício ainda é negativa, pela baixa produtividade geral das universidades públicas.
Em todo caso, eu poderia acrescentar várias outras mentiras sobre as universidades, especialmente as brasileiras, mas comecemos por estas.
Paulo Roberto de Almeida

Las universidades: cuatro mentiras

A veces un diploma no es el camino a la prosperidad, sino una pérdida de tiempo

 
Cuando Karl Elsener andaba diseñando una navaja para el Ejército suizo, a finales del siglo XIX, no podía imaginar que, más de cien años después, su invento se habría convertido en una herramienta multiusos universal.
La navaja suiza nos saca de cualquier apuro. Sirve como destornillador, cortauñas, tijeras o abrelatas. ¿Olvidó el dentífrico? Aquí está el palillo de dientes. ¿Celebración imprevista? Oportuno sacacorchos.
Al igual que Elsener, los padres fundadores de las universidades en la Edad Media tampoco imaginaron que esos centros de sabiduría acabarían convirtiéndose en una herramienta universal para resolver los problemas del mundo. La educación, sobre todo la superior, es erróneamente tratada como la navaja suiza del cambio social, el progreso económico y la paz internacional. El remedio polivalente para los problemas más acuciantes, presentes y futuros. Del desempleo a la violencia. De la pobreza a la decadencia industrial y de la falta de probidad de políticos al conflicto armado.
Por supuesto que las universidades son fundamentales para un país. Pero al igual que sucede con la panacea universal, de la enseñanza superior se esperan resultados que no puede dar. Y además, las conversaciones sobre las universidades suelen incluir afirmaciones presentadas como verdades indiscutibles, pero que o ya no son ciertas o nunca lo han sido. Estas son cuatro de ellas:
• La educación es prioritaria. Es difícil encontrar un candidato presidencial o un Gobierno en el mundo que no consagre la educación como una de sus prioridades. Pero a menudo la retórica se diluye a la hora de asignar recursos, dedicar esfuerzos o arriesgar capital político en las universidadades, que chocan con los intereses de quienes se benefician del statu quo. En muchos países, la consideración por las universidades se refleja más en los discursos que en las decisiones de quienes pueden hacerlas mejores.
• La educación superior es la ruta hacia mayores ingresos. En muchos países sucede lo contrario. En EE UU o Chile, por ejemplo, los estudiantes y sus familias se endeudan para pagar estudios universitarios que les dan un diploma no muy valorado por el mercado laboral. Fontaneros y electricistas obtienen una tasa de retorno a su inversión en educación muy superior a la de sociólogos y psicólogos. El caso de España es muy revelador: es uno de los países europeos con más población universitaria y más graduados que el promedio de Europa. Pero el 40% de estos profesionales están subempleados. Y el 12% está sin trabajo (en Europa la media es 5,2%). Esto no quiere decir que un diploma universitario no sea deseable. Lo que quiere decir es que depende del diploma, de la universidad que lo otorga y del país. Y que en ciertos casos un diploma no es el camino a la prosperidad, sino una costosa pérdida de tiempo.
Las universidades tienen mucho que ofrecerle a la empresa privada. Para que las empresas privadas recurran a las universidades, deben tener incentivos para invertir en investigación y desarrollo. Las empresas no pueden pensar en I+D si están contra la pared, luchando por sobrevivir. También hay problemas del lado de la oferta: no todo profesor universitario hace cosas que interesen a la industria privada o tiene incentivos para hacerlo. Si lo que hace es muy interesante para la empresa, es probable que la empresa lo contrate y lo saque de la universidad. A nivel mundial, los casos en los que hay una provechosa colaboración entre academia y empresa son más la excepción que la regla.
Los estudiantes y los profesores universitarios son agentes de cambio social. A veces, sí. Pero lo normal es que sean poderosos obstáculos al cambio. Los académicos suelen ser muy revolucionarios con respecto a la sociedad en la que viven y muy conservadores con respecto a la organización que los emplea. Abogan por el cambio afuera y luchan aguerridamente por impedir que, por ejemplo, haya más competencia entre ellos o sus instituciones. En muchos países, los profesores que alcanzan cierto estatus obtienen garantías laborales que los adormecen —y que no se dejan quitar. Y basta acudir a muchas facultades públicas en América Latina o Europa para descubrir que, salvo excepciones, no son centros donde se premia la excelencia, sino lugares donde los profesores aburren a los estudiantes con el mismo curso a lo largo de los años. O que algunos departamentos son solo nostálgicos cementerios de ideologías fracasadas.
Todo esto va a cambiar. En la próxima década las universidades van a experimentar más transformaciones de las que han vivido desde el siglo XI. Internet y otras fuerzas sociales y económicas se encargarán de ello.
Sígame en Twitter @moisesnaim

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Gra-Bretanha: uma vez mais contra o continente...

Em varias fases de sua história, o Reino Unido ficou isolado, em algumas até contra o continente. Geralmente tinha razão, por razões de poder, de economia, de simples cultura ou sobrevivência.
Mais uma vez a pequena ilha parece querer ficar isolada do continente novamente.
Este artigo de Moisés Naim toca em algumas das razões, mas não nas principais. Ele toma por seguro, e por positivo, que a Europa deve permanecer unida, segundo as linhas definidas em Bruxelas (certo, pelos países membros, mas geralmente por eurocratas).
Pode ser: abertura econômica é sempre bom, liberalização comercial também, liberdade de movimento, de pessoas, de capitais, de serviços, geralmente produz mais riqueza e prosperidade.
Mas a pergunta mais importante deve ser: mais regras burocráticas de Bruxelas vão criar essa liberdade, essa abertura, essa liberdade de que todos precisam para criar riquezas e prosperidade? Ou apenas uma construção burocrática custosa e emperrada, que arranca dinheiro dos cidadãos para distribui-lo segundo critérios políticos que nem sempre são os mais racionais economicamente.
Não estou seguro de que a GB perderia saindo da UE: o que seria preciso seria uma análises honesta, independente, dos custos e benefícios do sistema de integração, em seu formato real, não o imaginado por burocratas e políticos.
Paulo Roberto de Almeida

¿Quién manda más? ¿Merkel o Murdoch?

Los tabloides británicos se oponen de forma furibunda a la integración de la Unión Europea

La canciller alemana, Angela Merkel, es sin duda una de las personas más poderosas del mundo. Rupert Murdoch es el dueño de News Corporation, uno de los mayores conglomerados mediáticos y, naturalmente, también es muy poderoso. Las respectivas fuentes de poder de estos dos personajes son diferentes, así como la manera en que utilizan la influencia que tienen, o los objetivos e intereses que guían sus conductas. Merkel es la líder de un gran país y Murdoch el dueño de una gran empresa privada. Más aún, el empresario insiste en que él no utiliza el poder de sus medios de comunicación para presionar a gobiernos o influir sobre la política. Sus críticos rechazan estas afirmaciones y advierten que hay sobradas evidencias de que Murdoch y sus medios de comunicación son actores políticos de primer orden. En Estados Unidos, sus detractores acusan a la cadena de televisión Fox de estar manifiestamente parcializada a favor del partido Republicano, y más recientemente, del Tea Party. En Reino Unido, Murdoch tuvo que presentarse hace unos meses ante una comisión del Parlamento británico que investigaba las practicas periodísticas de los tabloides. “Yo nunca le he pedido nada a ningún primer ministro”, afirmó. Sin embargo, ante esa misma comisión el ex primer ministro John Major reveló que, en una cena en 1997, Rupert Murdoch le pidió que cambiara la política de acercamiento hacia Europa que seguía su Gobierno. De no hacerlo, Murdoch le advirtió, le retiraría el apoyo de sus periódicos. “Esa es una conversación difícil de olvidar”, dijo Major. “No es frecuente que alguien sentado frente al primer ministro le diga: ‘Si no cambia su política, mi organización no lo apoyará”, añadió.
Ed Miliband, el líder del partido laborista británico, también declaró en esa comisión parlamentaria que, en su opinión, el conglomerado de Murdoch “tenía un sentido de poder sin responsabilidad debido a que controla el 37% del mercado de periódicos en Reino Unido, así como el canal de televisión BSkyB”.
¿Qué tiene que ver todo esto con Angela Merkel? Mucho. Y con el futuro de Europa mucho más.
Como se sabe, el primer ministro británico, David Cameron, acaba de anunciar que planea someter a referéndum la permanencia de Reino Unido en la Unión Europea. Esta consulta popular se llevaría a cabo antes del fin de 2017. Antes de hacerla, Cameron tratará de obtener tanto concesiones específicas para Reino Unido como amplias reformas en la manera en que opera el acuerdo entre los 27 países miembros. En particular, Cameron ha indicado que desea recuperar el poder de tomar en su país decisiones que ahora se toman en Bruselas por los órganos de la Unión Europea. De la agricultura y la pesca a la política social, de las regulaciones del sector financiero y del medio ambiente a las políticas de inmigración o defensa, Cameron pretende iniciar una amplia y ambiciosa negociación con Europa.
Las interpretaciones sobre cuáles son los objetivos de Cameron y las consecuencias de su audaz iniciativa son muchas y variadas. Para algunos es una transparente treta para separarse de una Europa debilitada por la crisis y menguada en su peso en el mundo. Para otros, es un intento de extorsionar a Europa para obtener ventajas. Y para otros, como el ex vicecanciller alemán Joschka Fischer, es simplemente una locura que no le conviene ni a Reino Unido ni a Europa y que solo responde a intereses particulares y a los miopes cálculos políticos de Cameron. Y también hay quien piensa que para los británicos el costo de salir de la UE es prohibitivamente alto y que, al final, no votarán mayoritariamente a favor de la salida. Esto último, por supuesto, supone que la opinión publica británica será informada de una manera imparcial y completa sobre los costos y beneficios de continuar o no formando parte de la Unión Europea. Hasta ahora esto no ha sido así, y los tabloides británicos (no solo los de Murdoch) que más moldean la opinión pública han mostrado una furibunda, y con frecuencia tendenciosa, oposición la integración con Europa.
Del otro lado de todo esto está Angela Merkel, quien seguramente va a hacer cuanto esté a su alcance para no pasar a la historia como la líder bajo cuyo mandato fracasó el proyecto de unificar a Europa. A pesar de que el continente puede continuar su integración sin la participación de Reino Unido, no hay dudas de que el retiro de los británicos sería un severo golpe. Además, si el referendo de 2017 lleva a ese desenlace, los movimientos anti-integracionistas de otros países europeos ganarían fuerza y hasta se podría producir un contagio de referendos con ánimo separatista en todo el continente. Por esto y por otras muy buenas razones, Merkel hará lo posible por impedir la salida de Reino Unido.
Veremos quién tiene más poder, la canciller o el magnate.
Sígame en Twitter: @moisesnaim

sábado, 30 de junho de 2012

Epidemia de ideias malucas - Moises Naim

Das catacumbas, encore...


O adjetivo "maluca" é meu, achei mais apropriado.
Ele trata das más ideias em geral, mas se fossemos fazer um inventário daquelas exclusivamente brasileiras, ou seja, das jabuticabas, um artigo só não bastaria; precisaríamos de meio livro, pelo menos.
Paulo Roberto de Almeida


Epidemia de malas ideas
Moisés Naím
El País (España), 10/07/2011


¿Caerá Grecia? ¿Se llevará consigo al euro? ¿Qué sucede si Pakistán entra en un caos político, o si las revueltas árabes producen incontenibles oleadas de refugiados hacia Europa? ¿Qué es más amenazante para la estabilidad de la economía mundial: un eventual estancamiento de China o la explosión de la deuda pública en Estados Unidos? El mundo está lleno de fragilidades y las noticias nos lo recuerdan a diario. Pero también hay otro tipo de fragilidad que, aunque menos visible, puede ser igual de peligrosa: la fragilidad intelectual.


Me refiero a la creciente frecuencia con la que las malas ideas se transforman en decisiones que nos afectan a todos.


Los gobernantes siempre se han mostrado vulnerables a la seducción de las malas ideas, muchas veces potenciadas por intelectuales, periodistas y otros actores influyentes. Pero ahora, las nuevas tecnologías, la globalización y la creciente presión para responder con rapidez y audacia a los problemas -muchos de ellos sin precedentes- han acentuado esta fragilidad. Las malas ideas se popularizan y se esparcen rápidamente por el mundo, antes de que aparezcan sus defectos. Y lo que es peor: enfrentados a las crisis (políticas, económicas, militares), los líderes se ven cada vez más tentados a apostar en grande -vidas, dinero, capital político- basados en ideas espurias. La invasión de Irak es un buen ejemplo, como lo son también la reacción inicial a la crisis económica mundial o, más recientemente, a la de Grecia.


Esto no es nuevo. La historia está salpicada de teorías que se ponen de moda e inspiran políticas, para terminar siendo refutadas o reemplazadas por otras. Algunas, como el comunismo o el fascismo, son construcciones ambiciosas, que proponen una visión total del mundo. Otras son más modestas en su alcance. La teoría de la dependencia, la curva de Laffer popularizada por Ronald Reagan, la presunta superioridad de la cultura gerencial japonesa o la idea de que es inteligente invertir grandes sumas en compañías de Internet sin ingresos fueron conceptos populares, luego demolidos por la realidad.


Igualmente hay buenas ideas que, después de ganar cierta notoriedad, son ignoradas porque resultan políticamente onerosas. La crisis económica puso sobre la mesa la necesidad de dotar al mundo de una "nueva arquitectura financiera". Hoy la necesidad sigue en pie, pero la propuesta ha pasado de moda y ya no cuenta con el apoyo que tenía durante el clímax del pánico financiero.


Si bien el ciclo nacimiento, apogeo y descarte (algunas veces incluso resurrección) ha sido una constante histórica de las ideas que influyen sobre grandes decisiones, su duración se ha abreviado. Esta aceleración se traduce en la volatilidad de las políticas, en detrimento de la adopción de alternativas más sólidas y duraderas.


La creciente necesidad de respuestas para problemas tan nuevos como amenazantes aumenta la probabilidad de que malas ideas se transformen en decisiones. A los jefes de empresa se les exige más resultados y más rápido; los dirigentes políticos se enfrentan a electorados cada vez más impacientes, los funcionarios están obligados a improvisar respuestas a emergencias sin precedentes... Así, las "soluciones milagrosas" e instantáneas se imponen a buenas propuestas que tardan en dar frutos. Aunque tarde o temprano las malas ideas quedan en evidencia y son descartadas, algunas duran lo suficiente como para causar grandes daños. Y cabe el riesgo de que sean sustituidas por una nueva "buena" idea igualmente engañosa y efímera. Un círculo vicioso.


Esta volatilidad intelectual es amplificada por las nuevas tecnologías de la información. Si bien la rapidez y la comodidad con las que nos comunicamos facilitan el escrutinio y la crítica de ideas y propuestas, no es menos cierto que el volumen y la velocidad de la información que circula por estos canales superan nuestra capacidad de discernimiento, aprendizaje, ponderación y reacción. En medio de un flujo continuo de datos, es imposible discriminar el ruido de todo lo demás. Qué idea es válida y qué crítica es ilegítima, tendenciosa o errónea. En este caso, a menudo, más es menos: cuanto más debate, menos claridad. Tanta información aumenta los costes de averiguar a qué y a quién creer.


Como pasa con muchos problemas, la fragilidad intelectual de estos tiempos no tiene remedios simples. Es inevitable que nuestros dirigentes sigan siendo seducidos por imposturas intelectuales, con los consabidos resultados indeseables. Pero, como lo han demostrado tanto los ataques terroristas como la crisis financiera, el primer paso para ser menos vulnerables a los encantos de las malas ideas es reconocer nuestra preocupante propensión a adoptarlas. Es tan prioritario estar alerta a la creciente influencia de las malas ideas como a los terroristas suicidas o a las letales innovaciones financieras.


Twitter: @moisesnaim








Para leer la columna completa por favor presione aqui

segunda-feira, 25 de junho de 2012

China e a nova geoeconomia mundial - Moises Naim

Um artigo interessante, a dois títulos: o fato, historicamente relevante, de que os países em desenvolvimento, conjuntamente, tenham superado o peso econômico global dos países desenvolvidos, quando se inclui a China como país em desenvolvimento, claro; e a opinião, que reputo inteiramente válida, de que o futuro não verá nenhum país economicamente hegemônico e sim uma constelação de economias interdependentes e integradas no vasto mercado capitalista global.
A bem da verdade, considero essa separação de países avançados e em desenvolvimento totalmente irrelevante para o que conta, ou seja, para as relações econômicas internacionais; ela só faz sentido político, e ainda assim no sentido capenga, politicamente deformado, do mundo onusiano, onde a ficção política supera a realidade econômica.
Talvez o aspecto importante, aqui, seja o fato de que o universo político e econômico euro-atlântico, que dominou o mundo nos últimos cinco séculos, esteja sendo superado pelo universo da bacia do Pacífico. Não acredito na "decadência" do primeiro, por uma razão muito simples: impérios econômicos ou militares podem até decair e se tornar irrelevantes, mas não impérios da inteligência. Nesse sentido, a Europa ocidental e os EUA da costa leste vão continuar sendo potências dominantes pelo futuro previsível.
Que isto sirva de lição para os latino-americanos: existem aqueles que se abrem para esta nova realidade, como a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México), e existem aqueles reticentes, protecionistas, que pretendem se fechar sobre si mesmos, como Argentina e Brasil.
Paulo Roberto de Almeida 



EL OBSERVADOR GLOBAL

¿Qué pasó el 28 de marzo?

Cada vez parece más claro que ninguna nación va a ser la potencia dominante en el mundo que viene


Moises Naim
El País, 23 Junio 2012



Fue uno de esos días importantes que, sorprendentemente, pasó casi inadvertido en los medios de comunicación del mundo. Resulta que, según los cálculos del Departamento del Tesoro de Australia, el 28 de marzo pasado las economías de los países menos desarrollados en su conjunto superaron en tamaño a las de los países más ricos. “Ese día terminó una aberración que duró un siglo y medio”, escribió el columnista australiano Peter Hartcher, refiriéndose al hecho de que, hasta el año 1840, China había sido la mayor economía del mundo. “Los chinos ven esto y dicen: lo único que pasó es que tuvimos un par de siglos malos”, señala el experto en Asia Ken Courtiss, también citado por Hartcher. Courtiss añade: “Lo que está ocurriendo es que, en un abrir y cerrar de ojos, en tan solo una generación, el poder se ha mudado de Occidente a Oriente. Y con el tiempo veremos que no se trata solo de un movimiento del poder económico y financiero, sino que también migrará a Oriente el poder político, cultural e ideológico”.
¿Será así? Los comentarios de los lectores de la columna de Hartcher ofrecen una espontánea pero reveladora síntesis de un debate que también consume a gobernantes, políticos, militares y académicos en todas partes: ¿cuál será el país más poderoso en el mundo? Derek, por ejemplo, afirma desde Canberra: “No tenemos por qué preocuparnos. En el papel, China e India aparecen como potencias, pero en realidad la mayoría de sus ciudadanos no tienen acceso a servicios sanitarios o a electricidad”. Otro lector que se identifica como Barfiller añade: “No olvidemos estas realidades de los países emergentes: conflictos fronterizos y enfrentamientos por el control del agua y otros recursos; débil protección de patentes y propiedad intelectual; diferencias étnicas, religiosas e ideológicas; desavenencias históricas y culturales, etc., etc. Los países emergentes no lo tienen nada fácil”. A su vez, David insiste en la necesidad de tomar en cuenta “la mala distribución de la riqueza entre la población de estos países. La diferencia entre la riqueza del chino promedio y sus más privilegiados camaradas del partido es una brecha insalvable. Y esa misma brecha existe en la India. En China se debe a una profunda corrupción controlada desde arriba y en India es causada por indelebles divisiones de clase basadas en la religión y la cultura”.
Así, según estas opiniones, China e India son países demasiado debilitados por sus divisiones y otros problemas internos como para ser las potencias rectoras del mundo.
Pero los problemas de estos grandes países en ascenso ya no solo les incumben a ellos. Caledonia, una lectora que escribe desde Sidney, cree que los otros comentaristas no se dan cuenta del peligro que les acecha: “Si la economía de China sufre un crash, ustedes se van a encontrar en las filas de los desempleados y podrán darse por afortunados si consiguen un trabajo limpiando baños”.
Detrás de todas estas observaciones subyacen importantes suposiciones acerca de lo que hace que una nación llegue a ser tan poderosa como para imponerle su voluntad a otras. Esto antes era privilegio de los imperios. Después lo fue de las dos superpotencias: Estados Unidos y la Unión Soviética. Y tras el hundimiento de esta última, se puso de moda suponer que entrábamos en una era unipolar en la cual una sola superpotencia, Estados Unidos, dominaría el mundo.
Esta percepción duró poco. El ascenso de China y otros países, sumado a los problemas de EE UU, hicieron que la idea del mundo unipolar fuese perdiendo vigencia. Pero si no es el mundo bipolar de soviéticos y norteamericanos, ni el unipolar donde EE UU reina solo, ni el multipolar dominado por la influencia de América, Europa y un Asia en ascenso, ¿entonces qué tipo de mundo es el que está naciendo?
En los últimos años, las respuestas a esta pregunta han estado influidas por el despegue económico de los países emergentes y la crisis financiera en Europa y EE UU. Pero ahora, a medida que los emergentes entran en una más lenta y difícil situación económica que inevitablemente alimentará la turbulencia social y política, y Europa sigue sumida en la crisis, el debate va a cambiar de nuevo. Y cuanto más rebotan de un lado a otro las opiniones acerca de qué nación será la potencia dominante del mundo que se nos viene, más claramente comienza a perfilarse la respuesta: ninguna.
Sígame en Twitter @moisesnaim

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A crise europeia: muito longe de terminar - Moises Naim


Why Is Europe's Crisis Not Abating?

Moisés NaímHUFFINGTON POST, JUNE 7, 2012
 
 
 
Share 
Why does the economic crisis in Europe keep getting broader and deeper? Ignorance? Too much power concentrated in too few hands? Or perhaps just the contrary: that those who ought to be making the necessary decisions lack the power to do so? I think it is a diabolical combination of these three factors.
Ignorance. It is clear that neither governments nor experts agree on what is the best course of action to deal with the crisis. The debate between the proponents of fiscal austerity and those who favor expansionary measures to reignite growth and stimulate job creation dominates the headlines. As the crisis worsens, this debate heats up into a crossfire of clichés and superficial assertions.
Moisés Naím
SENIOR ASSOCIATE
INTERNATIONAL ECONOMICS PROGRAM
More from Naím...
After all, austerity is rarely an optional behavior. The poor do not live austerely because, having thought it over, they decided they prefer frugality to big spending. For many countries -- and families -- austerity is a fierce, unavoidable reality. On the other hand, to impose more austerity on those who are already unable to make ends meet is not a valid or sustainable option either.
In any case, the debate goes on, and the confidence with which renowned economists offer their recommendations stands in sharp contrast with their analytical performance or their predictive skills before and during the crisis. Andrew Lo, an economist at MIT, has just published in the prestigious Journal of Economic Literature a reviewof 21 of the most widely commented-on books on the crisis. His conclusion:
"No single narrative emerges from this broad and often contradictory collection of interpretations, but the sheer variety of conclusions is informative, and underscores the desperate need for the economics profession to establish a single set of facts from which more accurate inferences and narratives can be constructed."
In other words, if the best economists and commentators cannot even agree on what the relevant facts and data are to explain the crisis, we shouldn't be surprised if they disagree on what to do to get out of it. Not that they seem to care. The crisis has revealed that intellectual arrogance is one of the occupational hazards of economic fame.
Too much power in too few hands. It is obvious that bad politics is as much a culprit of Europe's policy inaction as are the disagreements among economists. Politics is about power and it is evident that a few governments and financial institutions have acquired a lot of it -- Germany and Angela Merkel or the European Central Bank, for example. Or even a few large global banks and large hedge funds. Yet, their power has so far not been sufficient to impose widely accepted and durable solutions. Or effective ones.
In fact, the more these powerful actors push their policy preferences, the worse the crisis gets. Their power has worked best to stop or water down initiatives that do not suit their interests. Angela Merkel and Germany do not have the power to maintain their position and the big banks are only being reactive, hedging their bets and profiting from the opportunities created by the crisis.
The decision-making process in Europe is strangled by a multitude of actors with the power to veto, constrain, push back, or derail the decisions of the most powerful actors.
Too little power in too many hands. This dilution of power is, in fact, a paradoxical and contradictory aspect of power in our time. Power is becoming harder to use and easier to lose; it is therefore more precarious and ephemeral. Even the most powerful actors face huge limitations in how they can exert it. Besides, they have learned that they can lose it with surprising frequency, and have seen how erstwhile powerful players have been suddenly replaced by other well established rivals or even strange and unexpected newcomers.
Again: Angela Merkel cannot do everything she would like to do, and her options are restricted by a myriad of micro-powers which, while without the strength to impose their own preferences, do have enough power to truncate the range of options available to the more powerful players. Not even the current masters of the financial universe with unimaginable resources at their command can relax and assume that they and their institutions are immune to the strong winds that have upturned leaders and institutions that seemed unassailable and secure.
In today's world, power is greatly fragmented, and the European crisis is the clearest evidence of this trend. Even those who have the most power can influence the course of events only tenuously and indirectly. The crisis keeps going on, because in Europe, nobody has the power to contain it.