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quarta-feira, 27 de março de 2019

Acesso do Brasil a OCDE: defesa da ditadura militar prejudica entrada do Brasil

Celebrar golpe de 64 pode enfraquecer entrada do Brasil na OCDE
É possível que a determinação do presidente seja vista por alguns países-membros como um ato antidemocrático e de desrespeito aos Direitos Humanos
Bolsonaro: o presidente determinou que os militares comemorem o golpe de 1964 
Clara Marina Cerioni, jornalista
Revista Exame, 26/03/2018
https://exame.abril.com.br/economia/celebrar-golpe-de-64-pode-enfraquecer-entrada-do-brasil-na-ocde/

São Paulo — A ordem do presidente Jair Bolsonaro para que militares celebrem o dia 31 de março de 1964, data em que se iniciou a Ditadura Militar, pode trazer consequências no processo de entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com fontes ouvidas por EXAME, é possível que a atitude seja vista por alguns países-membros da organização como um ato antidemocrático e de desrespeito aos Direitos Humanos — requisitos exigidos para as nações que fazem parte do bloco.

“A adesão de novos países depende de unanimidade entre os membros. Por isso, atitudes como a de Bolsonaro podem ser um problema, principalmente para países que consideram o respeito à democracia como determinante, como a França, por exemplo”, diz um analista com conhecimento no assunto. “Essas declarações colocam em risco todo o esforço econômico para a entrada do Brasil no órgão. É um elemento de risco político grave”.

Dentre os 37 países desenvolvidos que formam o grupo estão alguns que já passaram por regimes ditatoriais como a Alemanha e o Chile. A entrada do Brasil no bloco tem sido discutida entre Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump. 

Na Declaração de 50 anos da OCDE, disponível no site da instituição, está definido que “os membros formam uma comunidade de nações comprometidas com os valores da democracia baseados no estado de direito e direitos humanos”.

Essa é uma determinação para a maior parte das organizações entre países. O Mercosul excluiu a Venezuela do bloco por conta de violações contra os direitos humanos no país, por parte da ditadura de Nicolás Maduro.

Para Carolina Pedroso, especialista em Relações Internacionais pela UNESP, o pedido de celebração do Golpe Militar que, comprovadamente, violou os direitos humanos pode fazer com que o Brasil fique com uma imagem arranhada na OCDE.

“O país pode se prejudicar se houver o entendimento de que essa apologia à ditadura é um traço autoritário do atual governo por parte dos demais membros”, diz.

Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), grupo que analisou por mais de dois anos as violações durante os 21 anos da Ditadura Militar, o período deixou ao menos 434 mortes e mais de 200 desaparecidos.

Balança e agrado eleitoral
Apesar da ordem dada pelo presidente aos militares, ainda é possível que os interesses econômicos dos países da OCDE com o Brasil se prevaleçam na hora de aprovar sua entrada.

Paulo de Tarso Santos, cientista político, afirma que os membros buscam garantias de interesses econômicos como prioridade.

“Se o Brasil garantir reservas de petróleos aos estrangeiros e manter os processos de privatização, por exemplo, é provável que isso se prevaleça”, diz.
Carolina Pedroso também alerta para as prioridades econômicas, que, segundo ela, são importantes. “Os membros avaliam se as contas públicas estão em dia, se a inflação está controlada, se há rigor na punição de evasão de divisas, entre outras medidas”.

Um artigo publicado em 2016 por Christina Davis, professora da Harvard University, no entanto, analisa que as condições para a entrada e permanência de países na OCDE envolvem mais do que apenas a renda e os padrões econômicos, mas principalmente a defesa da democracia.

Juliano Cortinhas, professor de relações internacionais na Universidade de Brasília, diz que não é apenas a comemoração do 31 de março de 1964 que pode trazer problemas para o Brasil, mas todas as declarações do presidente.

“Bolsonaro ganhou as eleições por uma tropa armada nas redes sociais e não tem uma agenda positiva econômica. Isso faz com que ele precise chamar atenção para garantir seus eleitores”.

De forma geral, a interpretação é a de que a postura de Bolsonaro tem a finalidade de agradar seu eleitorado radical, que tem perdido força nas redes sociais. A popularidade do presidente, que caiu 15 pontos na última semana, também pode ter tido influência em sua decisão.

Veja também
Donald Trump; Jair Bolsonaro
ECONOMIA
Brasil na OMC e na OCDE: perder status especial ou fazer parte dos ricos?

terça-feira, 13 de março de 2018

Relatório da OCDE sobre o Brasil: apresentacoes CINDES

Apresentações em Português do último 
Relatório Econômico da OCDE: Brasil 2018
na semana do 19/3 ao 23/3 em quatro capitais Brasileiras
Aberto ao público, com inscrição prévia.

Relatório em Português – em Inglês

Rio de Janeiro  - 19/3 às 16:00 
Banco Central do Brasil - Av. Presidente Vargas, 730 – Centro - Rio de Janeiro – RJ (Auditório Menor - 24º andar)
 
Belo Horizonte - 20/3 às 16:00
Banco Central do Brasil - Av. Álvares Cabral, 1605 - Santo Agostinho - Belo Horizonte – MG (Auditório - 11º andar)
 
São Paulo - 21/3 às 16:00 - 
Banco Central do Brasil - Av. Paulista, 1804 - Bela Vista - São Paulo – SP (Auditório - 20º andar)
 
Recife - 23/3 às 9:00
Banco Central do Brasil - Rua da Aurora, 1259 - Santo Amaro - Recife – PE (Auditório - Andar: térreo)

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sexta-feira, 2 de março de 2018

OECD report: Brazil economy must reform

Further reforms to spur trade and investment key for Brazil’s inclusive growth

28/02/2018 - Brazil is emerging from its long recession and is headed for solid growth in 2018 and 2019 as recent structural reforms start to bear fruit. Sustaining this recovery, unleashing Brazil’s full economic potential and spreading the benefits fairly will require additional efforts to rein in public spending, increase trade and investment, and further focus social spending on those most in need, according to a new OECD report.
The latest OECD Economic Survey of Brazil says that deepening reforms to strengthen institutions, improve business regulation and reap the benefits of tighter integration into the global economy could lift GDP by at least 20% over 15 years, which would boost household incomes and help compensate for the economic drag of a rapidly ageing population. Better targeting of welfare spending on the poorest households would be crucial for fostering inclusive growth.
“Brazil is back on a positive growth path, but there is no time for complacency,” said OECD Secretary-General Angel Gurría, presenting the Survey in Brasilia. “With the demographic dividend now over, getting the economy fully back up to speed will require greater investment, higher productivity and closer integration into the global economy. For this, Brazil needs to continue on the path of active structural reform to ensure the sustainability of its fiscal accounts and the inclusiveness of its growth.” (Read the speech in full)
                                <Download the data in Excel> 
‌The Survey says Brazil is foregoing the benefits of integration into the world economy due to a trade policy that has prioritised safeguarding domestic markets over facilitating access to foreign markets. Brazil has especially high tariffs on intermediate and capital goods, and non-tariff trade barriers such as local content rules and anti-dumping measures are widespread.                    
Lowering trade barriers would make Brazilian firms more competitive by allowing them to source inputs at lower prices. This would boost trade volumes and raise productivity and wages. It would also reduce prices for consumers, in particular low-income households.
Investment, already low compared to other Latin American and emerging economies, has declined in both real terms and as a share of GDP in recent years, weighing on the overall economy and adding to existing infrastructure bottlenecks. Reversing this trend will require concrete actions to improve infrastructure planning, open up new sources of finance, reduce administrative burdens, simplify taxes, and streamline licencing. Continuing to fight corruption with reforms to increase accountability would also help to draw investment and restore citizens’ trust in institutions.
                      
On public finances, the Survey warns that without a significant reform of mandatory public spending, Brazil’s fiscal accounts risk becoming unsustainable. To promote growth that is more inclusive while achieving fiscal targets, a comprehensive pension reform is the top priority for Brazil in the short term.
The Survey also recommends improving the allocation of social spending, much of which benefits middle-class households, to firmly target those most in need. For example, Bolsa Familia is a highly effective scheme but only accounts for 0.5% of GDP out of the 15% of GDP that goes to social spending. Shifting more resources towards this scheme while reforming other transfer programmes would help to decrease inequality and poverty.
Transfers to private companies, including through tax reductions, have risen strongly in recent years, creating fertile grounds for rent-seeking behaviour and political kick-backs without halting the substantial decline in investment.
As Brazil works to strengthen public governance and improve accountability for public spending, the OECD is also launching on the occasion of the Secretary-General’s visit to Brasilia a new 3-year project with the Tribunal de Contas da União, Brazil’s supreme audit institution, aimed at strengthening its capacity to improve the effectiveness and evidence base of policies and programmes in areas such as education, health and security.

For further information, journalists are invited to contact Catherine Bremer in the OECD Media Office (catherine.bremer@oecd.org, +33 1 45 24 97 00).
Note to Editors:
The Paris-based OECD is an international organisation that promotes policies to improve the economic and social well-being of people worldwide. It provides a forum in which governments can work together to share experiences and seek solutions to the economic, social and governance challenges they face.
The OECD’s 35 members are: Austria, Australia, Belgium, Canada, Chile, Czech Republic, Denmark, Estonia, Finland, France, Germany, Greece, Hungary, Iceland, Ireland, Israel, Italy, Japan, Korea, Latvia, Luxembourg, Mexico, the Netherlands, New Zealand, Norway, Poland, Portugal, Slovak Republic, Slovenia, Spain, Sweden, Switzerland, Turkey, the United Kingdom and the United States.
Three other countries – Colombia, Costa Rica and Lithuania – were formally invited to start accession discussions and are currently in the process of accession to the Organisation.
Brazil is one of the OECD’s five Key Partners, with China, India, Indonesia and South Africa. Key Partners contribute to the OECD’s work in a sustained and comprehensive manner. A central element of the Key Partners programme is the promotion of direct and active participation in the work of the substantive bodies of the Organisation. This includes partnerships in OECD Bodies, adherence to OECD instruments and integration into OECD statistical reporting and information systems. Further information on OECD cooperation with Brazil: www.oecd.org/latin-america/countries/brazil/.
In May 2017, Brazil submitted a formal letter to the OECD, expressing its interest in initiating an accession process to the Organisation. The OECD governing body, the Council, is currently considering this request, together with similar requests from Argentina, Bulgaria, Croatia, Peru and Romania.
Further information on the OECD accession process: www.oecd.org/legal/accession-process.htm

Working with over 100 countries, the OECD is a global policy forum that promotes policies to improve the economic and social well-being of people around the world.
Related Documents

quinta-feira, 1 de março de 2018

Relatório economico da OCDE sobre o Brasil, 2018

Divulgado no Banco Central do Brasil em 27/02/2018. Neste link:

http://www.academia.edu/36055847/OECD_Economic_Surveys_BRAZIL

OECD Economic Surveys BRAZIL
Fev. 2018, 166 p. 
.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- 
OECD Economic Surveys: Brazil 2018
 
TABLE OF CONTENTS │ 3
OECD ECONOMIC SURVEYS: BRAZIL 2018 © OECD 2018
 
Table of contents
 
Basic statistics of Brazil, 2016........ 8
Executive summary ....................................................... 9
Sustaining inclusive growth with further significant reforms .................... 10
Stronger investment and productivity are key for future growth ................ 10
Brazil can seize greater benefits from greater global and regional integration .......... 10
Assessment and recommendations ................................... 13
The economy is gradually emerging from the recession ................. 20
Inflation has declined but financial intermediation could be improved ............ 25
Fiscal outcomes need to improve to ensure the sustainability of public debt ....... 28
Improving governance and reducing corruption ......................... 42
Raising investment is a key policy priority ................................... 43
Supporting the integration with the region and the world economy ................ 49
Green growth challenges....................................... 57
Bibliography .................................................. 61
Thematic chapters ....................
Chapter 1. Raising investment and improving infrastructure ................... 69
Stronger investment is a key requisite for solid growth .......................... 70
Why has investment been so weak? ....................................... 73
Raising returns on investment ........................................... 78
Strengthening competition and shifting resources to firms with the best investment opportunities .. 94
Attracting private investment into infrastructure projects .................................. 96
Improving access to investment financing ................................. 103
Bibliography .................................]............................. 113

Description of the empirical Annex 1.A. analysis and results ............. 118
Chapter 2. Fostering Brazil’s integration into the world economy ............... 121
Brazil is missing out on the opportunities arising from international trade ............. 122
Trade barriers have significant economic effects .............. 131
Seizing the opportunities of the global economy ....................... 140
Policy options to strengthen integration ......................... 148
Making trade work for all Brazilians ...................................... 150
Bibliography ....................................................... 159
 
TABLE OF CONTENTS │ 5
OECD ECONOMIC SURVEYS: BRAZIL 2018 © OECD 2018
Figure 1.7.Private sector assets under management ........................... 76
Figure 1.8. Brazil attracts less direct investment than other countries in the region ..... 77
Figure 1.9. FDI restrictions are low compared to OECD countries .................. 77
Figure 1.10. Regulatory barriers to entrepreneurship are high .............. 78
Figure 1.11. Ease of starting a business ................................... 79
Figure 1.12. The court system is slow to resolve commercial disputes ......... 83
Figure 1.13. Insolvencies are slow and recovery rates low ........................ 84
Figure 1.14. Hours required to prepare taxes .......................... 85
Figure 1.15. Unit labour costs have risen ....................... 88
Figure 1.16. Minimum wages are high in international comparison ... 89
Figure 1.17. Skill gaps are significant ........................... 90
Figure 1.18. Many firms struggle to fill jobs ...................... 90
Figure 1.19. The state of Ceará has made substantial progress in education quality ....... 92
Figure 1.20. The share of students in vocational and technical programmes is low ..... 93
Figure 1.21. Investment in infrastructure is low ................... 97
Figure 1.22. Density of paved road network by country .............. 98
Figure 1.23. Mobile telecom services are relatively expensive .......... 103
Figure 1.24. Real lending rates are extremely high .................... 104
Figure 1.25. Investment has been inversely correlated with ex-ante real interest rates ........ 104
Figure 1.26. BNDES disbursements and credit subsidies remain high ............ 105
Figure 1.27. Infrastructure finance is dominated by public banks, in particular BNDES ........ 107
Figure 2.1. Exposure to trade is low and export performance has declined ........... 123
Figure 2.2. Brazil integration in global value chains is minimal ....... 124
Figure 2.3. Brazil has remained on the side lines of global value chains .........125
Figure 2.4. Prices are relatively high ..................................... 126
Figure 2.5. The share of imported inputs is low ....................................... 127
Figure 2.6. Export diversification has fallen ........................... 128
Figure 2.7. The share of processed agriculture and good exports has diminished .......129
Figure 2.8. Brazil’s participation in food GVCs is small ................................. 130
Figure 2.9. China is Brazil's main trading partner .................................. 131
Figure 2.10. Brazil has not gained new markets for its exports in recent years .......131
Figure 2.11. Tariffs barriers are high ......................................... 132
Figure 2.12. Tariff to intermediate and capital products are very high ............... 134
Figure 2.13. Sectors with high tariffs are also hampered by high tariffs on their inputs.... 134
Figure 2.14. Brazil makes a large use of non-tariff trade barriers ............. 135
Figure 2.15. Local content rules are relatively abundant in Brazil ............. 136
Figure 2.16. The number of antidumping measures in effect in Brazil is relatively large ....... 137
Figure 2.17. The cost to export is high ................ 138
Figure 2.18. Trade facilitation procedures could improve further.............. 138
Figure 2.19. Brazil restricts trade in services more than other countries ........... 140
Figure 2.20. Sectors using more imported inputs will benefit more from tariff cuts .... 142
Figure 2.21. Estimated responses of value added by sector to changes in trade protection ...144
Figure 2.22. The share of tertiary graduates is relatively low .................. 146
Figure 2.23. Reducing tariffs would benefit especially low-income households ..... 148
Figure 2.24. Spending on active labour market is very concentrated in subsidies ......... 152
Figure 2.25. Vocational education is not well developed .................... 153
Figure 2.26. There are large differences in tariff protection across states ........... 154
Figure 2.27. Educational differences across regions are large .................... 157

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

OCDE: Brasil acelera adesão

Brasil reforça negociações em Paris para entrar na OCDE

Entrada da sede da OCDE em Paris
O Brasil vai intensificar as negociações para o acesso do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Enquanto tenta cumprir os prerrequisitos para se candidatar a membro pleno, a representação diplomática ganhará reforço em Paris a partir de março, onde a OCDE e outros órgãos comerciais ficam sediados.
O embaixador Carlos Márcio Cozendey, atual subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, foi designado pelo presidente Michel Temer como delegado junto aos organismos internacionais de Paris, com uma equipe dedicada ao assunto. A decisão demonstra o interesse do Brasil no acesso ao órgão.
Antes de partir ao país europeu, Cozendey receberá o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, no Brasil em 28 de fevereiro, quando será lançada uma nova edição da pesquisa econômica que a organização faz sobre o Brasil.
Composta por 35 países-membros, a OCDE é um fórum cuja missão envolve a cooperação e o intercâmbio de boas práticas sobre políticas públicas. Somados, os integrantes são responsáveis por 62% do PIB global e por dois terços dos negócios internacionais. Embora o Brasil tenha participação ativa em diferentes fóruns da organização, apenas Estados Unidos, Canadá, México e Chile são países-membros.
Segundo o Cozendey, discussões iniciadas na OCDE costumam influenciar decisões de outros órgãos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU), o que torna mais relevante ainda a importância da participação.
“A OCDE faz recomendações que registram as melhores práticas em determinada área. Participar da formulação disso, indica que o país vai ter influência na formulação desses padrões. Embora não seja uma organização global, como são países grandes e importantes economicamente, o padrão acaba se tornando internacional”, explicou o diplomata.
Apesar de já ser um parceiro-chave participar de 23 diferentes órgãos da OCDE, o acesso como membro sinalizaria um compromisso do Brasil com uma economia aberta, previsível, responsável e transparente, segundo avaliações do governo brasileiro.
A formalização da candidatura depende da adequação do país com 237 recomendações. O ­Brasil já aderiu a 36 dessas normas e pediu a adesão de outros 74 instrumentos.
O representante do Itamaraty considerou positiva a adequação das políticas brasileiras às recomendações da OCDE. Segundo ele, os ministérios encontraram dificuldades em apenas 10% delas. Em outros 15% foram encontrados conflitos com a legislação, mas os órgãos concordaram com o conteúdo.
Atualmente, há três países em processo de integração à OCDE: Colômbia, Costa Rica e Lituânia. Outros cinco, além do Brasil, entraram com pedidos de candidatura: Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia.
Ciberia // Agência Brasil

terça-feira, 19 de setembro de 2017

OCDE publishing house: uma grande concorrente 'a Funag - livros recentes

Parece que eles ganham da Funag em matéria de publicações:

The following OECD publications are hot off the press!:
More information
Tax Policy Reforms 2017
OECD and Selected Partner Economies
Tax Policy Reforms: OECD and Selected Partner Economies is an annual publication providing comparative information on tax reforms across countries and tracking tax policy developments over time. This year’s report covers the tax reforms that were implemented, legislated or announced in 2016.
 
More information
OECD Handbook for Internationally Comparative Education Statistics
Concepts, Standards, Definitions and Classifications
For well over two decades, the OECD has developed and published a broad range of comparative indicators published yearly in the flagship publication Education at a Glance.
 
More information
Education at a Glance 2017
OECD Indicators
Education at a Glance: OECD Indicators is the authoritative source for information on the state of education around the world. With more than 125 charts and 145 tables included in the publication and much more data available on the educational database.
 
More information
OECD Economic Surveys: Slovenia 2017
The 2017 Survey makes key policy recommendations to secure fiscal sustainability through pension and health care reform. In addition, the Survey recommends measures to enhance economic growth by boosting investment incentives in human and physical capital.
 
More information
OECD Economic Surveys: France 2017
GDP is set to grow fairly strongly in 2017-18, supported by private consumption and investment. The labour market has started to improve. However, productivity gains are too low to sustain social protection, high-quality public services and rising incomes in the long run.
 
More information
OECD Economic Surveys: Estonia 2017
The Estonian economy displays numerous strengths, including an excellent business environment, high educational attainment, and solid public finances. However, around a quarter of the population is still at risk of poverty and productivity growth has slowed down.
 
More information
OECD Economic Surveys: Latvia 2017
Latvia’s economy has grown robustly in recent years on the back of a strong track record in implementing structural reforms, despite a challenging international environment. Rising wages have supported household consumption.
 
More information
Main Economic Indicators, Volume 2017 Issue 9
The monthly Main Economic Indicators (MEI) presents comparative statistics that provide an overview of recent international economic developments for the 35 OECD countries, the euro zone and a number of non-member economies. This indispensable and unique source of key short-term...
  • Read and Share
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  • Subscribe to the periodical
 
More information
OECD Journal on Budgeting, Volume 16 Issue 3
This issue of the OECD Journal on Budgeting includes articles on the budgeting in Chile, the gender budgeting, and the strengthening budget institution is Public Management Peer Assisted Learning (PEMPAL countries: Results of the 2012 OECD PEMPAL Budget Practices and Procedures Survey).
  • Download (for institutions with a subscription to OECD iLibrary)

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Brasil e OCDE: uma interacao necessaria - tese de CAE (1996) - Paulo Roberto de Almeida

Esta postagem foi feita em meados de 2015, quando ainda parecia reinar soberano o "lulopetismo diplomático", um termo que cunhei para designar a política externa esquizofrênica dos companheiros, e que recusava, peremptoriamente, qualquer aproximação com o "clube de ricos", atitude mantida até o final do regime companheiro, em maio de 2016.
Como recentemente (junho de 2017), o governo brasileiro decidiu, finalmente, solicitar adesão à essa organização, que pode mais ser descrita como "um clube de boas práticas", creio ser importante refazer o trabalho, numa outra perspectiva. Não terei tempo de fazer isso agora, ou no curto prazo, razão pela qual coloco o texto novamente à disposição dos leitores, para que eles saibam o que eu pensava mais de vinte anos atrás. O que eu pensava? Eu achava que o Brasil já estava atrasado, pelo menos desde que saímos do regime militar, dez anos antes. Agora, o Brasil continua atrasado TRINTA ANOS, mas se espera que possamos recuperar o tempo perdido, imputável não apenas aos companheiros, mas sobretudo aos companheiros... Paulo Roberto de Almeida  Brasília, 14 de agosto de 2017

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terça-feira, 2 de junho de 2015


Brasil e OCDE: uma interacao necessaria - tese de CAE (1996) - Paulo Roberto de Almeida


Em julho de 1996, eu apresentei, no âmbito do Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco do Itamaraty, a tese cuja ficha segue abaixo, agora finalmente disponível na plataforma de Academia.edu (o segundo de três arquivos):
https://www.academia.edu/5659888/530_Brasil_e_OCDE_uma_interacao_necessaria_-_tese_CAE_1996_

530.Brasil e OCDE: uma interação necessária”, Brasília, 15 julho 1996, 290 p. (texto + anexos: notas, bibliografia, complementos informativos e apêndices estatísticos). Tese apresentada ao XXXII Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco. Depositada no IRBr em 15 de julho de 1996, aceita para arguição oral em 19 de setembro (Carta IRBr/457), com fixação da defesa para o período de 24 de outubro a 6 de novembro; defendida em 29 de outubro 1996 de 1996. Reprovada pela Banca; feito Memorial sobre o processo de avaliação (Trabalho n. 540).

Como relatado ao final da ficha, a tese foi reprovada pela Banca Examinadora, cujos integrantes não vem ao caso mencionar agora, inclusive porque um deles já morreu, e outros dois parecem ter sido induzidos por outra figura do processo de avaliação, a reprovar a tese, não pelo seu conteúdo intrínseco, (embora este também levantasse alguns sobrolhos, como se dizia antigamente), mas mais provavelmente pela minha atitude desafiadora em relação à banca, ousando contestar direta e frontamente, alguns dos conceitos bases sobre as quais continuava a se assentar, a despeito de toda a aparente modernidade da era neoliberal, a nossa augusta política externa, com todo o seu cepalianismo e unctadianismo que eu  ousava desafiar.
Tanto foi problemático o processo, que houve recurso, rebatendo cada um dos pontos do relatório da banca, mas ainda assim confirmaram a recusa. O que estava em causa não era a tese, mas a minha atitude, provavelmente julgada arrogante demais.
Aqui abaixo as respectivas fichas dos dois textos de recurso:
540. “Memorial do candidato sobre o processo de avaliação da Tese”, Brasília, 9 novembro 1996, 14 p. Texto preparado para subsidiar argumento em favor da revisão da decisão da Banca que decidiu recusar a tese de CAE. Entregue em 11.11.96 ao Diretor do IRBr.

541. “Recurso em legítima defesa”, Brasília, 11 novembro 1996, 2 p. Carta ao Diretor do IRBR, com pedido de reconsideração da decisão da Banca que decidiu recusar a tese de CAE. Entregue em 11.11.96 ao Diretor do IRBr. Resposta comunicada em 10.12.96, por ofício 758 do Diretor do Instituto Rio Branco, confirmando a decisão negativa da Banca. 
 Transcrevo o sumário da tese: 

Brasil e OCDE: uma interação necessária
Índice:
À guisa de prefácio... , 5
I. Introdução: o Brasil e a OCDE no sistema econômico mundial  , 7
Esse obscuro objeto do desejo: a OCDE na agenda diplomática do Brasil , 7
A interdependência econômica e a inserção internacional do Brasil , 9
A história como instrumento de trabalho diplomático  , 13
A base do problema: definição de uma política oficial , 15
II. A construção da interdependência: uma perspectiva de meio século , 17
     1. Do Plano Marshall à OCDE  , 17
O contexto econômico e político do pós-guerra: a OECE  , 17
A OECE e a reconstrução da Europa ocidental , 21
A reconstituição da OECE e o estabelecimento da OCDE , 24
     2. Os países em desenvolvimento na economia global  , 30
Um Plano Marshall para a América Latina?  , 31
Comércio e pagamentos: OECE e América Latina  , 35
O comércio internacional e o problema do desenvolvimento , 38
Intercâmbio desigual e busca da não-reciprocidade  , 40
     3. Do desenvolvimentismo à aceitação da interdependência  ,   44
Ascensão e crise da ideologia desenvolvimentista  ,   46
A UNCTAD e o declínio do desenvolvimentismo   , 50
Fragmentação e diversificação do Terceiro Mundo , 54
A América Latina e o Brasil no contexto internacional , 59
A macroestrutura institucional da interdependência mundial , 62
III. A OCDE e o multilateralismo econômico  , 67
     1. O consenso liberal e a ortodoxia econômica: a agenda da OCDE  , 68
Estrutura e processo decisório na OCDE: flexibilidade e consenso , 70
O mandato da OCDE e a interdependência: sinfonia inacabada , 75
Templo da racionalidade econômica?: modesto poder de coerção , 76
Desafios ao consenso liberal: protecionismo e unilateralismo , 80
     2. A interdependência na prática: as relações externas da OCDE , 90
Das origens ao fim da guerra fria: os alunos modelos  , 91
A OCDE como padrão de cooperação interestatal  , 93
Dormindo com o inimigo: as relações com os socialistas  , 94
Uma OCDE asiática?: nas origens da APEC  , 96
A “política externa” da OCDE: relações com países não-membros  , 98
             Os parceiros da transição ao capitalismo bem comportado , 101
             O diálogo informal com asiáticos e latino-americanos  , 103
             Um dragão irrequieto: a China  ,     106
             As economias emergentes  , 107
     3. Requisitos do contrato global: processos de adesão à OCDE , 109
A marcha de adesões à OCDE: de moderato a fermo  , 110
Ainda a marcha da OCDE: de prestissimo a piano  , 113
Critérios de adesão e realismo pragmático: trade-offs  , 116
A marcha do capital: derrubando barreiras  , 117
Entrando no templo: México, República Tcheca e Hungria  , 122
IV. Brasil e OCDE: a dinâmica do relacionamento  , 127
     1. Histórico da política de aproximação , 129
Pré-história do relacionamento: comércio compensado , 130
A presença discreta da nova organização: a OCDE , 131
A divisão Norte-Sul e o “clube dos países ricos” , 132
Primeiros contatos estruturados: o Comitê do Aço  , 134
O “último dos desenvolvidos...”: a missão de 1991 à OCDE , 138
     2. Participação nas atividades do diálogo informal  , 147
O Brasil como major economy  , 147
Prosseguimento da política de diálogo  , 151
O Brasil e o futuro da relação OCDE/economias dinâmicas   , 158
     3. Bases de uma mudança de status , 168
O quadro geral da política econômica: culto à estabilidade , 170
Liberando os fluxos de bens, de serviços e de capitais  , 175
Políticas estruturais e setoriais: novas disciplinas , 183
     4. Impacto nas relações econômicas e na política externa  , 191
Relações econômicas internacionais: revisão de longo curso , 192
Efeitos sobre o Estado e o funcionamento do aparelho social  , 201
Um novo paradigma na política externa?: a perspectiva global  , 206
V. Conclusões: a OCDE e a nova inserção internacional do Brasil , 213
Uma balança do poder mundial: do G-7 ao G-10? , 214
Idealpolitk e realismo na política externa  , 218
Anexos:
Apêndices:  , 223
1. OCDE: Estrutura, órgãos subsidiários e agências especializadas , 225
2. Estrutura operacional de trabalho da OCDE , 227
3. O Secretariado da OCDE e como ele se vê a si mesmo  , 232
4. Composição e participação nas atividades da OCDE , 239
5. Centro de Desenvolvimento  , 240
6. Comitê do Aço da OCDE  , 241
7. As publicações da OCDE  , 242
8. Indicadores econômicos e sociais comparativos , 246
Bibliografia , 251
Nota final , 261
Nota em 2/06/2015: 
Talvez a tese esteja ultrapassada na sua informação puramente factual e momentânea, bem como nos links fornecidos para sites da OCDE, que melhorou muito seu webdesign e informações online, desde quando redigi a tese no começo de 1996.
Mas, as análises qualitativas sobre a relação entre o Brasil e a OCDE devem manter sua relativa atualidade, inclusive porque, sob o reino dos companheiros, o Brasil se atrasou 20 anos no seu processo de aggiornamento institucional e provalmente muito mais no que se refera ao seu quadro mental. Os companheiros levaram o Brasil de volta não aos anos 1990, mas aos anos 1950 e 60.
Bando de anacrônicos...
Paulo Roberto de Almeida 

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