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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Crimes ordinarios, e aliados mais que ordinarios - Reynaldo Rocha

REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 16/01/2014

A barbárie a que assistimos estupefatos no feudo medieval da Famiglia Sarney é só parte da tragédia.
Muito já foi dito sobre as masmorras que Roseane Sarney ─ a rebenta que não admite ser interrompida quando fala e é aplaudida pelos “açeçores” quando ofende a inteligência do Brasil ─ entregou para ser administradas pelo sócio do próprio cunhado. Uma dolorosa repetição do que é feito há mais de 50 anos.

Ao Brasil cabe o espetáculo oferecido por Dilma e seus parceiros engajados no apoio a aliados e na perseguição a adversários. A tropa de choque inclui José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário. De um lado, declarações absurdas. De outro, silêncio obsequioso.
Cardozo ouviu calado, e sem um mínimo de vergonha, as explicações sobre a raiz do problema do Maranhão: a riqueza do estado mais miserável da federação. Em meio à fala do ministro, assistiu a um chilique histérico da governadora, que nega estar no poder graças à família mafiosa. É governadora por ser Roseana, não Sarney. Ok.
Cardozo preferiu comparar o Maranhão a São Paulo e Santa Catarina. Não falou das cadeias do Rio Grande do Sul, onde Tarso Genro também ignora as pocilgas atulhadas de seres humanos. Os exemplos se restringem a estados governados pela oposição.
Onde estão os lulopetistas que SEMPRE acusam a direita raivosa de politizar qualquer discussão? Perdeu, cambada! Faz 50 anos que o “homem incomum” de Lula coleciona erros. O “maior ladrão do Brasil”, segundo o mesmo Lula, comanda e explora a capitania hereditária que é a verdadeira raiz do massacre.
A ministra Maria do Rosário, uma gaúcha sempre boquirrota, também perdeu a voz. Desde que creditou à oposição a onda de boatos sobre o fim do Bolsa-Família, Maria do Rosário tem economizado declarações. O Brasil agradece. Mas uma criança de 6 anos foi queimada viva. E a ministra dos Direitos Humanos continua muda.
Não se ouviu uma única palavra de apoio à mãe que perdeu a filha num atentado contra o mais básico dos direitos humanos: o direito à vida. A ministra que defende a cracolândia e os black blocs, enquanto ataca as Polícia Militar de São Paulo, agora prefere somente observar um bandido de 17 anos ─ o Porca Preta ─ queimar uma menina, Ana Clara, que ainda brincava com bonecas.
Seria por coisas assim que Dilma afirmou que para ganhar eleições “se faz o diabo”? Foi isso que levou Gilberto Carvalho a avisar que o bicho iria pegar?
O silêncio respeitoso e a blindagem do aliado-mor José Sarney configuram um exemplo de covardia, conivência e apoio eleitoral.
Dilma diz “acompanhar com atenção” a barbárie no Maranhão (expressão minha: Ela NUNCA diria algo nesta linha sobre o Maranhão. Disse sobre a desocupação de Pinheirinho em SP, onde a PM seguiu uma ordem judicial e NINGUÉM morreu ou ficou internando em hospitais!).
Também não tentou consolar a mãe de Ana Clara, que também luta para continuar vivendo. Seria uma afronta ao clã que venera. E evoca estados controlados por oposição onde crimes também aconteceram. NOTA: nenhum deles tem presídios administrados por sócios de cunhados, nem registrou decapitações de presos cujas cabeças serviram como bola num macabro jogo de futebol.
Que o povo maranhense saiba se livrar ─ ainda há tempo! ─ dos responsáveispor 50 anos de miséria, sordidez, covardia e cinismo. O restante do Brasil que avalie o que leva Cardozo a dizer asneiras, Rosário a se calar e Dilma a exaltar o aliado preferencial.

Que continuem aliados. Os brasileiros com vergonha na cara não podem esquecer Ana Clara, nem seus assassinos e cúmplices que se refestelam nos palácios.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ditadura militar e NuncaAntesNestePais: diferencas ou tudo a ver? -Reynaldo Rocha


Blog de Augusto Nunes, 28/10/2013
 às 16:30 \ Política & Cia

Reynaldo-BH: os governos lulopetistas e a ditadura militar — semelhanças, ou meras coincidências?

Como no tempo da ditarura militar, atualmente a política econômica é tratada como segredo de estado
“Como no tempo da ditarura militar, atualmente a política econômica é tratada como segredo de Estado”
Post do leitor Reynaldo-BH
Coincidências
Post-do-Leitor11 – Censura
Ditadura militar: controle sobre a imprensa, com um comitê designado pelos militares (os censores) que liberava o que era pró-”milagre” ou se abstinha de críticas e censurava notícias em contrário.
Lulopetismo: obsessão pelo controle social da mídia em que os novos censores seriam escolhidos pelo Estado (como na ditadura) com poderes para interferir em conteúdos.
2 – Imprensa paga
Ditadura militar: Amaral Neto e O Cruzeiro são exemplos.
Lulopetismo: blogs oficiais e algumas revistas/jornalistas/colunistas que se dizem progressistas. Pagos do mesmo modo.
3 – Bipartidarismo
Ditadura militar: dois partidos, a Arena e o MDB, e as “sublegendas” que abrigavam as correntes dentro de cada um deles.
Lulopetismo: base alugada que se reduz a uma posição de “contra x a favor”.
4 – Judiciário
Ditadura militar: intimidação e escolha de dóceis ministros do Supremo, de modo a não contrariar a ditadura.
Lulopetismo: Sem comentários.
5 – Legislativo
Ditadura militar: domínio total dobre o Poder Legislativo.
Lulopetismo: idem, com uso de emendas e acordos regionais. Tentativa de ir mais fundo, com o mensalão.
6 – Obras faraônicas
Ditadura militar: Transamazônica, hidrelétrica de Itaipu e Ponte Rio-Niteroi, entre outras.
Lulopetismo: Ferrovia Norte-Sul, transposição do Rio São Francisco.
(As propagandas são AS MESMAS! O Brasil que nunca houve antes!)
7 – Obras de papel
Ditadura militar: Angra 3, 4, etc.
Lulopetismo: Trem-bala
Obras gigantescas são marcas registradas dos dois períodos: na ditadura militar, foi a transamazônica e a Angra III, e no lulopetismo a transposição do Rio São Francisco e o trem-bala (Fotos: ABr :: Hans von Manteuffel :: VEJA :: Presidência da República)
Obras faraônicas, nem sempre concluídas, são marcas registradas dos dois períodos: na ditadura militar, a Transamazônica e a Angra III (fotos da coluna à esquerda), e no lulopetismo a transposição do Rio São Francisco e o trem-bala (Fotos: ABr :: Hans von Manteuffel :: VEJA :: Presidência da República)
8 – Slogans
Ditadura militar: “Ninguém segura este país.”
Lulopetismo: “Nunca antes neste país.”
9 – Aparelhamento
Ditadura militar: em cada ministério, um exército de militares da reserva, sobretudo nas extintas áreas de informação de cada um deles.
Lulopetismo: em cada ministério, um exército de sindicalistas.
10 – Demonização
Ditadura militar: “Brasil! Ame-o ou deixe-o!”
Lulopetismo: todos os adversários são inimigos. FHC é o culpado de tudo, até da seca no Nordeste.
11 – Estatais
Ditadura militar: em nome de um nacionalismo caolho, criaram-se dezenas de estatais.
Lulopetismo: quase sem comentários. Para o pré-sal, não bastava a Petrobras: criou-se também a PPSA.
12 – Economia
Ditadura militar: o mundo estava errado e o Brasil certo.
Lulopetismo: idem, ibidem.
13 – Corrupção
Ditadura militar: nunca houve uma condenação de militares corruptos (não existiu nenhum?)
Lulopetismo: são todos inocentes mesmo com provas em contrário.
14 – Divisão de poderes
Ditadura militar: entre os falcões e os moderados das Forças Armadas, ficando em segundo plano a capacitação do indicado ao cargo.
Lulopetismo: entre os partidos da base e correntes do PT, ficando em segundo plano a capacitaão do indicado ao cargo.
15 – Medo
Ditadura militar: dos comunistas.
Lulopetismo: dos direitistas raivosos — denominação reservada à maioria dos críticos e adversários do governo.
Tanto ontem como hoje, a escolha de ministros para o STF era feita de modo a não contrariar o governo (Foto: Creative Commons - CC BY 3.0)
“Tanto ontem como hoje, a escolha de ministros para o STF era feita de modo a não contrariar o governo” (Foto: Creative Commons – CC BY 3.0)
16 – Inimigos preferenciais
Ditadura militar: os democratas.
Lulopetismo: os democratas.
17 – Previsão temporal
Ditadura militar: eterna.
Lulopetismo: a eternidade.
18 – Eleições
Ditadura militar: valia tudo. O importante era ter os mais de 70% (em média) que conseguiam nas urnas.
Lulopetismo: Gilberto Carvalho, Dilma e Lula já responderam: “o bicho vai pegar” e a eles vão “fazer o diabo” nas eleições.
19 – Segredos
Ditadura militar: tudo na economia era secreto. Nada revelado
Lulopetismo: perguntem ao BNDES. A partir de 2027, por favor.
20 – Política externa
Ditadura militar: apoiando e ajudando as ditaduras do Chile, Uruguai, Paraguai e outras na América Latina.
Lulopetismo: apoiando e ajudando as ditaduras de Cuba, Venezuela, Angola, Mianmar, Líbia de Kadhafi, Coreia do Norte e qualquer outra que se enquadra na diplomacia ideológica (já abandonada até pela China).
CONCLUSÃO
Lula e Dilma são como os generais de ontem. (Óbvio que não me refiro à tortura e assassinatos. Mas somente divergir nisto é suficiente?). Um passando o poder ao outro. Legitimados por eleições, como era a Arena. Usando de TODOS os meios para se manter no poder. Mentindo. Acusando. Demonizando. Manipulando. Intimidando.
Se antes coronéis aposentados mandavam em estatais e gritavam “sentido!”, hoje sindicalistas incultos, despreparados, ignorantes e desonestos estão nos mesmos cargos e gritam “presente!”.
Se antes o Brasil se alinhava a um “americanismo” de extrema-direita com as ditaduras do Cone Sul, hoje estamos alinhados com o bolivarianismo (seja o que isto for) de uma América Latina que parece condenada a ser um poço de atraso.
Se antes tínhamos uma ditadura, hoje, se os democradas não reagirem, caminhamos para outra.
Disfarçada. Aprendeu com a outra. Mas tão perniciosa quanto.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Bolsa-Preserva-Miseria faz dez anos: algo a comemorar? - Reynaldo Rocha

REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 9/09/2013

A história faz com que fatos sejam analisados sem a interferência de partidarizações ou tentativas ideológicas de mudar o passado.  Exceto nas ditaduras, que insistem em uma “história oficial”, como nos retratos manipulados por Lenin.
Dez anos de Bolsa-Família. Qual será o retrato histórico da data?

A insistência de lulopetistas em tentar obter a paternidade do programa que apresentam como a como a salvação nacional hoje está, hoje revista por olhares honestos.
Em Campinas, o PSDB criou programa similar. FHC, o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação. Marcondes Perillo reuniu as várias inciativas em um só programa. Lula aproveitou a sugestão, elogiou o autor e o Bolsa Família nasceu.
É importante relembrar que o programa substituía o fracasso retumbante do Fome Zero.
Quem é o pai do programa? Como é evidente, não se trata de uma “ideia” gerada em algum centro de estudos. Foi a evolução de um pensamento que contou com diversos partícipes. Alguns movidos por visões mais estreitas, outros ─ como Ruth Cardoso ─ pensando na abrangência que se pretendia na dita inclusão social.
O PT tentou reescrever a história, apagando o passado e se intitulando criador de um conceito nascido de diversas fontes. Mais do mesmo.
Mas a história é mais abrangente. No meio do caminho havia o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS). que auxiliou na formatação do programa do candidato Lula.  O IETS, apoiado pelo Banco Mundial, produziu um documento chamado “Agenda Perdida”, com pesadas críticas à dispersão dos programas sociais no governo FHC. Seguindo a tese NEO-LIBERAL, o IETS pregava que os recursos deveriam ser direcionados exclusivamente para os miseráveis e com contrapartida dos favorecidos (empregos comunitários, manutenção de alunos em escolas, participação social voluntária, etc).
Entre os autores do documento estava Marcos Lisboa que viria a ser o braço-direito de Antonio Palocci.
O mesmo PT, que agora classifica o Bolsa-Família como “o maior programa de inserção social do mundo”, ou “o exemplo definitivo da preocupação social dos governos petistas”, qualificou  o trabalho do IETS de “agenda fajuta”. Quem disse isso? O maior comediante-econômico do Brasil, o rei da stand up financeira, um tal de Guido Mantega. Estava só? Não, de modo algum: Lisboa foi chamado de “semi-analfabeto” e o IETS de “grupo de débeis mentais do Rio de Janeiro”. Por quem? Pela  musa luso-petista, Maria da Conceição Tavares. Foram os “débeis mentais” que formataram o Bolsa Família, a partir de uma junção de programas existentes.
Passados 10 anos, um programa que visa retirar pessoas da miséria continua a crescer em número de beneficiados. Qua é a conclusão lógica? O programa falhou ou há algo de errado na inserção destes beneficiários. Ou as duas coisas.
Hoje temos MAIS beneficiários do que tínhamos. Precisamos de Bolsa Sofá, pois os usuários da bolsa original não se tornaram consumidores e, portanto, precisam de novos auxílios para comprar ventiladores e liquidificadores.
Dá-se a isto o nome de sucesso? Com qual régua? Com que parâmetros? Baseado em quais resultados?
Ou o país não soube criar oportunidades reais para a inserção de auxiliados ou o programa está sendo usado como fonte de distribuição de benesses com carimbo oficial. Não há outra opção. Ou falhou ou se instrumentalizou como artifício eleitoreiro.
Nada resiste ao rigor da história. As tentativas de reescrevê-la são sempre patéticas. E desonestas. Quem não sabe conviver com o passado perde o presente e tenta roubar o futuro.
Dez anos é uma ínfima gota na história de um país. Mas é uma enchente quando se tenta alterar fatos que aconteceram ontem. Não se trata de revisão histórica.  A verdade dos fatos é a base da história. E por mais que se queira (eles querem) não se muda o passado. As mentiras e falsificações que se pretendem verdades acabam por ser somente uma farsa no presente.

Por isso temos que continuar acreditando no futuro. Eles nunca vão entender isto.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O deputado-presidiario importa menos: o objetivo sempre foi salvar outros bandidos, maiores - Reynaldo Rocha

Reinaldo Rocha
Blog de Augusto Nunes, 29/08/2013

No país de pernas para o ar, da inversão absoluta de valores, não são os mensaleiros que serão beneficiados com a absolvição de Natan Donadon. Foi Donadon que se beneficiou do processo do mensalão.

A causa primeira do apodrecimento do Congresso está no PT e no projeto de poder sem limites, sem vergonhas e sem respeito ao país.
Os que roubaram se associaram à maior quadrilha de bandidos já vista no Brasil, que usa o poder como pé-de-cabra para arrombar cofres públicos e protege bandidos como membros da Cosa Nostra. São os responsáveis diretos pela absolvição parlamentar de um criminoso condenado a 13 anos de cadeia.
Isto não exime os covardes que zombaram da nossa cara nesta quarta-feira, em mais uma noite de infâmia. São venais e esperavam somente a oportunidade de reafirmar ao Brasil o que sempre fazem: viver no esgoto fétido onde convivem na alegre confraria das ratazanas.
Mas que não se acuse o salafrário condenado pela alegria incontida dos mensaleiros. Ou se debite ao Donadon o que é do PT. A César o que é de César. Ao PT a primazia da canalhice. O deputado que reclama do banho frio e da qualidade do repasto servido somente seguiu a trilha do PT e repetiu a cantilena dos inocentes ladrões de Ali Baba.
Que não se acuse o presidiário-deputado de ser a falta de decência explícita. Somente copiou quem nunca foi decente.
São estes os pioneiros que merecem – na visão de alguns ministros da defesa em ação no STF – uma pena minorada? É este exemplo – seguido por Donadon, que exige o mandato mesmo precisando de camburão para ir ao trabalho – que protege os mandatos de João Paulo Cunha e Genoíno?
Não seria a “elasticidade” das penas, tão citada por Ricardo Lewandowski, o argumento usado ontem por centenas de juízes? O ministro deve estar feliz. Ao menos uma de suas teses foi aplicada.
A interpretação a favor do réu (mesmo contra a sociedade) foi levada ao extremo. Preso? Sim. Condenado? Também. Mas deputado sempre!
Natan Donadon se valeu da desavergonhada exegese jurídica que ministros do STF propõem como uma nova prestação jurisdicional. A que se rebela contra a sentença (direito de qualquer réu) e consegue apoios entre os próprios julgadores.
Não foi isso que aconteceu onde no Circo dos Farsantes? Um ajuntamento de bandidos inocentando e protegendo um deles que – coitado – caiu em desgraça.
O exemplo está sendo dado há mais de oito meses em outro prédio da Praça dos Três Poderes. O Estado de Direito substituído pelo direito de alguns que lesam o Estado.
Donadon será eternamente grato ao PT, aos mensaleiros, aos blogueiros “progressistas” e chapas-branca, aos milicianos histéricos, aos movimentos sectários que defendem o indefensável, aos ministros que caíram de para-quedas no Plenário do Supremo, aos cordatos que mesmo discordando aceitam a podridão como normal, aos advogados medalhões regiamente pagos, ao poder.
Os mensaleiros nada devem a Donadon. Este sim deve e muito aos mensaleiros. Eles criaram o caldo de cultura onde mais é menos, onde roubo é malfeito, onde a mentira é dado oficial e onde o poder é passagem liberada para a corrupção.

Os mensaleiros devem ao Brasil. E esta conta – juro! – eu vou cobrar.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Brasil-Bolivia pos-fuga: O que restara' do Itamaraty? - Reynaldo Rocha


O que restará do Itamaraty?
REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 27/08/2013 15:59:28  

O que restará da diplomacia brasileira após o pesadelo que se transformou em realidade? Depois de um Celso Amorim, um Antonio Patriota, que tiveram como chefes um Lula e uma Dilma Rousseff. Teremos os exemplos do amoral megalonanico e do patriota sem coragem, ou de um Saboia perdido na Bolívia?

Depois de chamarmos Kadhafi de “meu líder”, dar ouvidos a Ahmadinejad, apoiar a Síria e a Coreia do Norte, entre outros párias mundiais, continuaremos a merecer respeito no mundo civilizado?
Seguiremos permitindo que Evo Cocaleiro continue a humilhar o Brasil? A nos roubar? A exigir que peçamos desculpas pelo que ele mesmo sempre faz?
A Bolívia continuará (agora com quais argumentos?) a revistar aviões com as “ôtoridades” brasileiras a bordo? A exigir asilo para Edward Snowden, garantindo seu salvo-conduto? A traficar drogas, sem que haja uma investigação isenta?
E veremos Dilma revoltada por não termos sido, mais uma vez, cordatos e subservientes ao Lhama de Boutique?
Discute-se hoje, intensamente, se o diplomata Saboia é um herói ou um insubordinado. Se Patriota sabia ou não da ação quase ao nível da Pantera Cor-de-Rosa.
A pergunta que ainda não li é muito simples: haveria necessidade dessa aventura se a diplomacia brasileira se desse ao respeito? Se houvesse defendido nossa autonomia e independência? Se houvesse exigido o cumprimento dos tratados internacionais, como Evo exige em relação a Snowden?
Quem errou? O diplomata Saboia ou o Itamaraty que foi ─ mais uma vez ─ tratado como uma representação menor de um país sem honra? Antes de buscar culpados ou responsáveis no Palácio do Itamaraty, que o Palácio do Planalto trate de olhar-se no espelho. E que descubra o significado da palavra VERGONHA! Quem sabe consiga entender o conceito.
Ter VERGONHA é antídoto para sentir VERGONHA!
Que a diplomacia brasileira tenha VERGONHA, evitando assim que sempre tenhamos VERGONHA pela falta que ela faz a esta trupe enlouquecida e sem nenhum senso histórico.
É bom avisar: temos VERGONHA de vocês. E temos vergonha na cara

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os surdos e os cegos, mas nao mudos, apenas incoerentes - Luciano Trigo, Reynaldo Rocha, Antonio Machado de Carvalho

LUCIANO TRIGO
Globo, 11/07/2013

A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus tem três componentes articulados: 1 ─ A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio dos impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.

2 ─ A sociedade quer o fim da impunidade, pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados.
Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.
3 ─ A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas (e não a demandas que ninguém fez). Não é isso que vem acontecendo: todas as ações da classe política parecem movidas pela tentativa de tirar proveito da situação e desenhadas para que tudo continue como está.
É bom que se diga que não são somente os políticos que espantam pela surdez diante dos gritos coletivos de irritação e impaciência, dos protestos que não têm dono nem liderança. A julgar pelo que se viu em algumas mesas da Flip, muitos intelectuais também se entregam com facilidade à tentação leviana e arrogante de transformar a crise não em oportunidade para um debate consequente, mas em pretexto para oportunistas e demagógicas tentativas de embutir suas próprias agendas secretas e pautas obscuras nas bandeiras das manifestações populares: a tal “crise de representação”, por exemplo, se transformou em escudo para as propostas mais escalafobéticas, envolvendo extinção dos partidos e uma suposta “democracia direta”.
Essa crise não será resolvida por palavras mágicas como “plebiscito” ou “reforma”, nem por manobras da velha política que fazem pouco caso da inteligência das pessoas, nem pela demonização da mídia, nem por espertezas toscas de bastidores, nem por tentativas de cooptação e de controle do movimento social, nem por frases de efeito.
As verdadeiras bandeiras da população que foi às ruas não têm nada a ver com guinadas à esquerda ou à direita, nem com palavras de ordem radicais ou fascistas, nem com a paranoia do golpismo. As verdadeiras bandeiras do grosso da população que foi às ruas têm a ver, isto sim, com um anseio urgente e definitivo por eficiência e ética na atuação de todos os políticos, de todos os partidos, de todos os poderes, de todas as esferas do poder. Aliás, todos são pagos para isso, com o nosso dinheiro.

Por que isso é tão difícil de entender?
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REYNALDO ROCHA, 11/07/2013

O Brasil é uma peça de Ionesco. Estamos vendo uma encenação política de A Cantora Careca. É o teatro do absurdo. Os personagens pouco dizem de lógico. O absurdo é o centro da trama. Assim é o Brasil lulopetista.

Não ouvem. Quando acreditam ter ouvido, confundem o português com o búlgaro clássico. E respondem em mandarim.
A plateia  fica abismada com o que ouve e não entende. Seria o teatro do absurdo elevado à enésima potência, se os autores ao menos soubessem escrever.
Queremos o fim da corrupção? Eles respondem com uma proposta de constituinte chavista.
Exigimos melhor educação? Eles propõem um plebiscito para financiarmos as campanhas de Collor e Renan. Nada mais didático.
Exigimos saúde? Eles criam o serviço civil obrigatório para que ministérios petistas aparelhados possam negociar para qual cidade mandar o médico em formação, a partir de módicas contribuições partidárias derivadas dos melhores locais. Se houver recusa, não há diploma! Assim como pilotos da FAB são obrigados a transportar renans a casamentos e esperar até de madrugada pelo fim da festa, agora serão os médicos que deverão ─ por dois anos ─ atender onde os petistocratas definirem o local.
A inconstância partidária dos políticos de aluguel nos agride? Eles propõem que deixemos com eles ─ pela lista fechada ─ a escolha de quem deve nos representar.
É ou não um absurdo? Teatro, sabemos que é.
Ionesco não era surdo. Era iconoclasta e revolucionário.
Os petistas também não são surdos. São hipócritas e desonestos.
O absurdo não os une. Um era arte, outro é somente delírio ditatorial.
Dilma sequer é personagem cômica. É algo indefinível. Tenta ser amável humilhando a todos. Acredita ser simpática portando-se como guarda de presídio nazista. Tem a simpatia das hienas. O carisma da personagem que entra muda em cena e sai calada. A subserviência ao dono que nem mesmo os romanos tinham com os imperadores.
Lula é um personagem à procura de um autor. Só tem a fixação de ser menor ─ sempre ─ em relação a quem mais admira. E tem a certeza que tudo o que fizer será perdoado, como um ébrio em peça de Nelson Rodrigues.
O teatro tem palco e plateia fiel. Um tipo de espectador diferente: o que não paga para ver a peça. Recebe para bater palmas.
Nesse aspecto, mais parece plateia de desfile na Alemanha hitlerista. Só que movida a tubaína, sanduíche e algum dinheiro vivo.
Os mais importantes não recebem o ajutório dentro do ônibus contratado para levar o coro dos felizes para a plateia do show. Já receberam na boca do caixa oficial.
É ou não é um absurdo? Sem nada de teatral.
Nesta quinta-feira, dia 11 de julho, veremos esta plateia pronta para aplaudir qualquer absurdo que venha a ser encenado.
E não será teatro.
É a distância do Brasil real do picadeiro barato que o lulopetismo imaginou ter transformado o Brasil. Onde além do palco, existem palhaços na plateia.
De novo, estão errados.
Ionesco era um gênio.
Lula e Dilma testam até onde vai a ignorância humana.

É mesmo um absurdo!
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ANTÔNIO MACHADO DE CARVALHO
O Tempo, 10/07/2013

Dona Dilma entrou em delírio. Incapaz de perceber que seu governo acabou, quer nos fazer crer que ainda mantém a iniciativa na condução política da nação. Ao se ler o teor de suas manifestações tem-se a impressão que ela acabou de ser eleita, que está assumindo agora a presidência da república. Teses as mais mirabolantes até são aceitáveis quando se está no início de mandato. Não agora, faltando pouco mais de 15 meses para as próximas eleições. Dizendo uma coisa hoje para abandoná-la amanhã; propondo encaminhamentos inconstitucionais rebatidos, de pronto, pelos Tribunais, pelo Congresso e pelos especialistas no assunto; correndo dentro do seu palácio igual barata tonta, para dar ares de comprometimento com as múltiplas e variadas demandas brotadas nas ruas, Dilma, enfim, está mais perdida que cachorro que caiu da mudança.

Se a história pretérita é interpretada a partir dos fatos presentes, tornam-se claras as razões que explicam a falência da lojinha de produtos de R$1,99 que ela abriu e gerenciou alguns anos atrás. O discernimento precário e a truculência no trato com as pessoas estão, certamente, na raiz dos resultados que ela colheu àquela época, e que se repetem nos dias de hoje.
Mas se não fez prosperar a lojinha de quinquilharias, dona Dilma se mostra muito sagaz no manejo de dinheiro público. Tanto é que pretende superar a invenção feita por seu criador, o co-presidente Lula, impondo ao Congresso Nacional mais que o mensalão: o super-mensalão! A tanto se resume sua ideia de jerico a respeito da reforma política, num suposto financiamento público das eleições.
Super-mensalão é querer que o dinheiro dos impostos seja repassado aos políticos para que banquem suas campanhas. Isso, na realidade, já ocorre há muito tempo. Basta ver os horários eleitorais gratuitos no período que antecede as eleições, bem como os repasses do Fundo Partidário. Sem falar, é claro, dos vultosos recursos que os sindicatos recebem e que são aplicados nas campanhas políticas, notadamente do PT, pela sua central sindical ─ a CUT; sem esquecer a contribuição cobrada pelos cargos ocupados da vibrante companheirada e, igualmente, do pedágio arrancado pelo MST de camponeses miseráveis, clientes da vasta cornucópia governamental, via Pronaf.
Dilma, no entanto, não está satisfeita. Dilma quer mais. Ela pensa em centenas de milhões de reais transferidos para figuras como Genoino, Delúbio, Dirceu, Maluf, Sarney, Calheiros e outros da mesma estirpe fazerem seu carnaval particular. Essa gente nem precisará mais se dar ao trabalho de desviar recursos públicos para financiar suas campanhas. Tudo já virá de maneira legal e organizada sob os olhos perplexos da nação. O super-mensalão vai se destinar, sobretudo, à gatunagem petista, dona da maior bancada na Câmara dos Deputados.

Não foi para isso que o povo brasileiro foi às ruas neste inesquecível mês de junho de 2013.”

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Tropecando na etica, distraido (ou deliberadamente...) - Editorial do Estadao, Reynaldo Rocha


Lula e a falta de ética

17 de maio de 2013 | 2h 10 
Editorial O Estado de S.Paulo
Sob o comando de Lula, o PT antecipou o início da campanha presidencial, cuja eleição se realiza daqui a 17 meses, de modo que tudo o que as lideranças do partido e do governo fazem e dizem deve ser considerado de uma perspectiva predominantemente eleitoral. E desse ponto de vista ganham importância as mais recentes declarações do chefe do PT que, do alto de seu irreprimível sentimento de onipotência, anda sendo acometido por surpreendentes surtos de franqueza. No lançamento de um livro hagiográfico dos 10 anos de governo petista, Lula garantiu que não existe político "irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético". "Não existe", reiterou. Vale como confissão.
Lula está errado. O que ele afirma serve mesmo é para comprovar os seus próprios defeitos. Seus oito anos na chefia do governo foram de uma dedicação exemplar à tarefa de mediocrizar o exercício da política, transformando-a, como nunca antes na história deste país, em nome de um equivocado conceito de governabilidade, num balcão de negócios cuja expressão máxima foi o episódio do mensalão.
É claro que Lula e o PT não inventaram o toma lá dá cá, a corrupção ativa e passiva, o peculato, a formação de quadrilha na vida pública. Apenas banalizaram a prática desses "malfeitos", sob o pretexto de criar condições para o desenvolvimento de um programa "popular" de combate às injustiças e à desigualdade social. Durante oito anos, Lula não conseguiu enxergar criminosos em seu governo. Via, no máximo, "aloprados", cujas cabeças nunca deixou de afagar. O nível de sua tolerância com os "malfeitos" refletiu-se no trabalho que Dilma Rousseff teve, no primeiro ano de seu mandato, para fazer uma "faxina" nos altos escalões do governo.
O que Lula pretende com suas destrambelhadas declarações sobre moral e ética na política é rebaixar a seu nível as relativamente pouco numerosas, mas sem dúvida alguma existentes, figuras combativas de políticos brasileiros que se esforçam - nos partidos, nos três níveis de governo, no Parlamento - para manter padrões de retidão e honestidade na política e na administração pública.
O verdadeiro espírito público não admite mistificação, manipulação, malversação. Ser tolerante com práticas imorais e antiéticas na vida pública pode até estigmatizar como réprobos aqueles que se recusam a se tornar autores ou cúmplices de atos que a consciência cívica da sociedade - e as leis - condenam. Mas não há índice de popularidade, por mais alto que seja, capaz de absolver indefinidamente os espertalhões bons de bico que exploram a miséria humana em benefício próprio. Aquela tolerância, afinal, caracteriza uma ofensa inominável não só aos políticos de genuíno espírito público que o País ainda pode se orgulhar de possuir, como à imensa maioria dos brasileiros que na sua vida diária mantêm inatacável padrão de honradez e dignidade.
Não é à toa que as manifestações públicas de Luiz Inácio Lula da Silva, além das manifestações de crescente megalomania, reservam sempre um bom espaço para o ataque aos "inimigos". A imagem de Lula, o benfeitor da Pátria, necessita sobressair-se no permanente confronto com antagonistas. Na política externa, são os Estados Unidos. Aqui dentro, multiplicam-se, sempre sob a qualificação depreciativa de "direita". Mas o alvo predileto é a mídia "monopolista" e "golpista" que se recusa a endossar tudo o que emana do lulopetismo.
Uma das últimas pérolas do repertório lulista é antológica: "Acho que determinados setores da comunicação estão exilados dentro do Brasil. Eles não estão compreendendo o que está acontecendo". Essa obsessão no ataque à imprensa, que frequentemente se materializa na tentativa de impor o "controle social" da mídia no melhor estilo "bolivariano" - intenção a qual a presidente Dilma, faça-se justiça, tem se mantido firmemente refratária -, só não explica como, tendo a conspirar contra si todo o aparato de comunicação do País, o lulopetismo logrou vencer três eleições presidenciais consecutivas. O fato é que Lula e seus seguidores não se contentam com menos do que a unanimidade.

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REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 17/05/2013

Como descrever a um cego objetos que este nunca pôde enxergar? Como pedir a um surdo que entenda a diferença entre blues e jazz? Do mesmo modo, como demonstrar a um ignorante a diferença entre moral e ética?
Não sei desenhar, prezado analfabeto copresidente. Mas tentarei explicar com palavras que possam ser entendidas pelo mais novo cientista político da praça.
A moral é relativa. Temporária. Mutável. Existe moral (jamais ética) entre bandidos, por exemplo. Até entre quadrilheiros. Uma moral própria derivada da temporalidade e do espaço onde a mesma se insere. Não é imoral quem se comporta de acordo com as regras do próprio grupo social. São regras de convivência social. Mesmo que alguns defendam o caráter de universalidade ─ do qual discordo ─ são os freios que delimitam a atuação antissocial em um grupo.
Em nome da moral muitos crimes são cometidos. Ela é desnecessária? Jamais. É fruto do corpo social, ainda que este seja constituído por bandidos e quadrilheiros. É óbvio que tal grupo ─ se não representa a totalidade da sociedade onde está incluído ─ também passa a ser imoral. Moral é cultural.
É esse o caso do lulopetismo. É imoral (por afrontar as regras nas quais acreditamos) e amoral (por desprezar qualquer sentido de coletividade/cidadania).
E ética? Esta é verdadeiramente universal. Independe da cultura. Ética é um conjunto de princípios, não condutas sociais. A ética é o estudo filosófico da moral, baseado em conceitos temporais e não temporários.
“A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana, ética é o que todos temos. Somente falta desenvolver e acreditar no bem, a ética orienta-nos e ajuda-nos para uma vida digna. A ética é praticada sem nenhum tipo de determinação vem de dentro, do consciente.” (Lia Sales / 2009 / Universidade do Porto).
A tentativa do ser aético e amoral é fazer com que os valores que lhe faltam sejam vistos como comunsa todos. Pela via da equalização, se todos são assim então somos normais. É a afirmação pela negativa.
Não somos assim.
Desde sempre Lula tenta (não conseguiu e não conseguirá) alcançar o patamar onde se situam os que tanto inveja. Ele sabe disso. Pouco importam os títulos honoríficos ofertados por universidades. A ignorância permanece. A cultura e conhecimento não são dados em cerimônias oficiais. Exigem algum esforço e a crença na construção de um ser humano mais atuante. Idem quanto à sensatez e visão que a história já começa a fazer dele e de antecessores.
Isso explica a fixação contra FHC e a aproximação com Sarney e Collor? O ódio a um, pois tenta colocá-lo como um igual no mesmo patamar indecente que admite estar? E a comparação desejada com os outros dois, da qual até mesmo um Tiririca sairia vitorioso? Não seria a motivação de ter aliados que são exemplos definitivos da falta de ética?
Seria este o móbil da comparação cretina, ofensiva e (como sempre) ignorante que Lula ousou proferir? Mesmo – e principalmente – colocando-se como mais um dos que são imorais e antiéticos?
Não é de hoje que Lula insiste que somos todos ladrões, corruptos (ou corruptores), falsos como notas de 3 reais e ignorantes como ele é e prefere ser. Não somos.
Quando fala de moral e ética (sem sequer saber do que se trata), Lula revela a pretensão de reescrever, além da história do Brasil, também a filosofia e a ciência política.
Aristóteles afirmava ser o homem um animal político.
Ele não conhecia Lula. Este é só um animal.

sábado, 11 de maio de 2013

Pequena historia de duas mentiras - Reynaldo Rocha


REYNALDO ROCHA
Blog de Augusto Nunes, 11/05/2013

Não se deve temer a verdade. É bíblico. “A Verdade vos libertará!”. Não é assim?
Mas qual é a verdade dos homens? Sei quais não são. Do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra jamais será. A argumentação do assassino demonstra que continua acreditando na mentira.
Não foi ele quem impediu a implantação de um regime de extrema esquerda no Brasil. Foi o povo nas ruas.
A derrubada de uma ditadura de extrema direita ensinou que toda e qualquer quebra da legalidade deve ser execrada. Aprendemos que deveríamos impedir que outra – de extrema-esquerda – fosse imposta ao Brasil.
A nós, nas ruas, não importava a cor do porco. O essencial era impedir a continuidade da barbárie cometida em nome do Estado e com o uso do mesmo. Sempre quisemos liberdade, dignidade e democracia.
De onde o famigerado Ustra tira a conclusão de que ele seria um “defensor” de nossos direitos, como afirmou no depoimento patético na Comissão da Verdade?
É um anistiado. E em nome do que foi possível ser feito, à época, para dar fim ao pesadelo. Seria salutar que o Brasil passasse a respeitar os compromissos com a história assumidos pelo povo. Ou em nosso nome.
Não propugno a prisão de quem foi anistiado. Anistia é perdão. Foi negociada e não imposta. Foi uma conquista que os que estão agora no poder (e naquela época, onde estavam?) teimam em tentar desprezar, sem entender que desprezam a NOSSA luta.
Mas a Verdade tem que ser dita. Demonstrada e exposta, como antídoto. Ustra foi (e parece continuar a ser) um monstro. Alguém com um grave desvio de conduta. É daqueles que se compraziam com a dor imposta a outros. Com o poder infinito sobre a vida de terceiros.
Acha que quem deveria estar sentado na Comissão da Verdade é o Exército. Precisa explicar melhor o que diz e identificar os alvos que está mirando.
Nada que é erguido sobre mentiras tem a mais remota chance de prosperar. Como a ditadura não prosperou. Foi por isso que as ditaduras — todas — não prosperam. É por isso que democracias centenárias esbanjam saúde.

As democracias são eternas. As ditaduras são acidente de percurso, dolorosos e desnecessários. Estes novos tempos pós-ditadura são diferentes dos anos de chumbo.
O que há em comum entre o que vivemos hoje e o que sofremos ontem é a mentira oficial. É indispensável a demonização dos adversários. Se antes éramos os “comunistas” – nunca fui! – hoje somos os “raivosos direitistas”. Nunca fui!
A ferocidade de um Ustra não tem parentesco estreito com a imbecilidade patética de um Delúbio Soares, a arrogância idiota de um José Genoino, a mitomania de um Dirceu ou a megalomania de um Lula. São males distintos. Um é uma besta humana. Os outros são delirantes corruptos.
Mas há como ver nos dias de hoje as mesmas sementes que germinaram no pântano de 1964. A tentativa de censurar a imprensa, por exemplo. O Brasil que se deve amar ou deixar. A idolatria que substituiu generais por sindicalistas. A procissáo de programas nunca executados: antes a Transamazônica, agora o PAC. A compra de apoios da dita classe (desclassificada) política. O emprego de asseclas (antes os milicos, hoje os companheiros). A alteração da história como instrumento de permanência no poder (antes o perigo vermelho, hoje o desprezo pelo que outros fizeram. Pelo que nós fizemos.)
Ideologicamente, cada vez mais o hoje se parece com o ontem.
Sem Ustras, pois isso seria repetir a barbárie! Com a troca da violência física pela violência moral.
Os lulopetistas somente aprimoraram o método.

domingo, 24 de março de 2013

O fascismo em construcao no Brasil: o ovo da serpente...

Concordo inteiramente com Reynaldo Rocha, de BH: o fascismo já está entre nós. Atenção: não é que ele bate à porta: ele já entrou. Tenho certeza disso, observado o cenário à minha volta.
Muitos não concordarão, dizendo que eu sou paranoico, que eu exagero, e coisas do gênero.
Mas tenho vivência suficiente, bastante conhecimento da história, e sei reconhecer os companheiros, pois já estive entre eles. Posso dizer com certeza: o fascismo já se instalou, com outras roupas.
O Brasil infelizmente vai cair na armadilha, e vai demorar para se recuperar.
Paulo Roberto de Almeida  

Reynaldo-BH: O ovo da serpente germinou 
REYNALDO ROCHA
Blog do Augusto Nunes, 24/03/2013

“É como o ovo de uma serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito” (Dr. Vergerus, personagem de O Ovo da Serpente, de Ingmar Bergman)
A semente do radicalismo, da corrupção e violência já está plantada. Regada e cuidadosamente cultivada.
Na Alemanha pós-Weimar, numa cadeia de nome Landsberg, um líder chamado Adolf Hitler tramava a conquista do poder pela via eleitoral. Conseguiu em 1933, depois de escrever Mein Kampf!.
Foi nomeado primeiro-ministro depois que o nacional-socialismo venceu a eleição prometendo uma “Alemanha para os alemães” e uma era de prosperidade para todos que aderissem ao pensamento único.
A política nazista era simples na concepção. Escolhia-se um inimigo a ser destruído. Comunistas, judeus, cristãos (afinal o cristianismo foi considerado pro Hitler um “atraso social”). A partir de então, todos eram  classificados de acordo com tal critério.
Não havia censura à imprensa. Não havia imprensa.
Políticos tinham duas opções: ou aderiam às novas ordens políticas ou desapareciam.
No plano externo, o nazismo não queria ser exemplo. Precisava ser prova inconteste de acerto. Para tanto, até a força (econômica – mesmo de um país em ruínas – ou de canhões) era justificável.
A democracia (representada pelo “império americano”) era o Asmodeu dos poderosos. A doutrina que destruía valores. Que ousava apontar divergências, falsidades e erros. Um inimigo.
A ideologia não tinha ideólogos. Tinha ícones.
A pouca consistência das teses políticas era desprezada. Defendiam um “homem do povo”! Um pintor medíocre que, infeliz e doente, se imaginava menor que qualquer outro. Alemão ou não.
A idolatria em estado bruto! Uma juventude (?) que seguia o líder como ratos encantados por um flautista de Hamelin. Os devotos agrediam quem ousava contrariar a adoração do líder maior. Financiados, alimentados e comprados pelo nazismo, marchavam unidos para consumar o assassinato de adversários julgados pelo critério do ódio.
Aliado ao que havia de pior no mundo, incluindo ditadores histriônicos e risíveis (como Mussolini), o nazismo era a ameaça que de tão ridícula e insana, não se julgava ameaça real.
Essa miopia histórica custou milhões de vidas.
Não seria o caso de, mantidas as proporções e também as motivações, constatarmos que o ovo já foi chocado?
Já não é preciso procurar o réptil em meio a membranas.
A serpente está entre nós. Talvez espalhando ovos ao longo nossos caminhos.
Mas uma já há.