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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Totalitarios nao gostam dos fatos, que nao deixam de ser fatos por isso...

Caso Santander: Lula & Dilma contra o mercado e os fatos.
Alexandre Schwartsman, que já foi economista-chefe do Santander, faz uma observação importante em relação à escandalosa interferência de Lula e Dilma no banco: o governo e o PT podem não concordar com a avaliação do mercado - mas trata-se de um fato, e não de simples opinião. A visão de ambos, com efeito, é meramente ideológica:


Antes de tudo, um alerta: para quem não sabe, fui economista-chefe do Santander entre 2008 e 2011, demitido após discussão pública com o então presidente da Petrobras. Digo isso porque quero hoje tratar do imbróglio que envolveu o banco na semana passada, quando foi publicada análise relacionando o desempenho da presidente nas pesquisas eleitorais ao comportamento da Bolsa, do dólar e de outros ativos.

A análise nada trouxe de controverso. Aqui mesmo na Folha, no dia 19, lia-se na página B3: "Bolsa chega ao maior nível em 16 meses", notando que "as ações de empresas estatais dispararam na BM&FBovespa e impulsionaram o principal índice da Bolsa brasileira nesta sexta-feira (18), após pesquisa Datafolha ter apresentado empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB)". Acrescentou ainda que, "desde que começaram a ser divulgadas pesquisas apontando perda de espaço da presidente (...), o mercado de ações nacional, que caía e acentuava queda (...), mudou de tendência".

O governo e o partido podem não concordar com a avaliação do mercado, mas, conforme descrito pelo jornal, trata-se de um fato: para bem ou para mal, a percepção é que uma mudança de orientação de política econômica terá efeitos positivos sobre as empresas brasileiras, em particular as sujeitas a controle acionário governamental.

E é bom notar que o tal mercado pode ter as preferências ideológicas que quiser, mas, na hora de comprar ou vender uma ação, o que menos interessa é ideologia; é sempre a perspectiva de lucro que move esses agentes. Posto de outra forma, ninguém rasga dinheiro em nome de suas convicções políticas.

O texto do banco, enviado a correntistas com renda mensal superior a R$ 10 mil, supostamente mais propensos a operar no mercado financeiro, nada mais fez do que compartilhar esses fatos, e por um motivo muito claro. Bancos têm um dever fiduciário com seus clientes: não podem omitir ou distorcer informações relevantes para sua tomada de decisão.

Em particular, a opinião das áreas de pesquisa deve refletir exatamente esse tipo de preocupação. Analistas não estão certos o tempo todo, mas é claro que suas conclusões não devem ser guiadas pelos interesses da instituição financeira. Não por acaso as regras buscam (nem sempre com sucesso, diga-se) isolar a pesquisa econômica das posições próprias do banco e mesmo de áreas que gerenciam as aplicações de clientes (fundos de investimento), precaução devidamente apelidada de "muralha da China".

Nesse sentido, a decisão de demitir os analistas que expuseram, mais que uma opinião, um fato representa uma violação desse procedimento. A alegação de que a análise conteria "viés político ou partidário" não se sustenta diante da própria diretriz interna que "estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas". Não há, como se viu, a menor dúvida de que as perspectivas acerca da eleição presidencial são mais que relevantes para afetar a vida financeira dos clientes.

A consequência desse comportamento é óbvia (e aqui falo em termos gerais, não do banco em si). Se a autonomia da pesquisa é ameaçada, a credibilidade da análise fica comprometida, a despeito das qualidades do analista. Quem, de agora em diante, pode confiar em relatórios se não sabemos a que tipo de filtros estes se encontram sujeitos?

O maior perdedor é o debate econômico, ainda mais numa conjuntura em que --em face de desafios nada triviais no futuro próximo-- ninguém se aventura a discutir a sério o que precisa ser feito para colocar a economia brasileira de volta nos eixos. Se até o óbvio, amplamente noticiado (ainda bem!) pela imprensa, vira objeto de censura, pouco falta para que fujamos da controvérsia como quem tem um miúra nos calcanhares. (FSP).

Companheiros totalitarios e um banqueiro calhorda: Santander se dobravergonhosamente aos neobolcheviques

Banqueiros são sempre covardes, mas este é pior: é um crápula. Sacrificou um funcionário competente para se agachar ante totalitários.
Paulo Roberto de Almeida 
Una carta a clientes ‘premium’ pone en apuros al Santander en Brasil
La presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, ha declarado "inadmisible" la carta que la filial brasileña del Banco Santander envió el viernes pasado a sus clientes premium, insinuando que la mejoría de la posición de la presidenta en las encuestas para las elecciones del próximo octubre tendría un efecto negativo en los mercados de ese país. A pesar de que el banco publicó un desmentido ese mismo día, y que el presidente Emilio Botín, presente en Río de Janeiro con motivo del III Encuentro Internacional de Rectores de Universia en esa ciudad, dijo que el informe lo hizo un analista "sin consultar a quien debía", la presidenta ha afirmado que piensa hablar respecto del documento con Botín. "La séptima economía del mundo no puede aceptar ningún tipo de interferencia".
La carta fue enviada bajo el título Usted y su dinero como última página del resumen mensual de movimientos a los titulares de las cuentas Select, es decir, aquellas que tienen ingresos superiores a 10.000 reales (3.350 euros) al mes. "La pérdida de confianza y el creciente pesimismo respecto a Brasil están derribando la popularidad de la presidente [sic], que cae en los últimos sondeos, y provocando una subida de la Bolsa de São Paulo", reza el comunicado.
"Es difícil saber cuánto va a durar ese escenario, y cuáles serán las consecuencias últimas de una caída aún mayor de Dilma Rousseff en las encuestas. Si la presidente se mantiene o vuelve a subir en los sondeos, puede producirse una reversión de ese escenario. El cambio volvería a desvalorizarse, los tipos de interés a largo plazo retomarían su alza y el índice Ibovespa [el principal de la Bolsa de São Paulo] caería".
Tras las reacciones de los medios de comunicación y las redes sociales, el Santander publicó una nota en su página web afirmando que el texto, enviado a "un 0,18% de nuestros clientes", "vulneró las directrices internas que establecen que todos y cada uno de los análisis económicos se restrinjan a discutir las variables que puedan afectar la vida financiera de nuestros titulares de cuentas, sin ningún sesgo político o ideológico".
El banco pidió "perdón a los clientes que puedan haber interpretado el mensaje de otra manera" y afirmó "reiterar nuestra convicción de que la economía brasileña seguirá su exitosa trayectoria de desarrollo".
En una entrevista a varios medios brasileños, este lunes, Rousseff afirmó que no aceptará injerencias por parte de ninguna entidad financiera, y que la petición de disculpas del Santander fue muy protocolaria. "Conozco muy bien a Emilio Botín", afirmó, "y hasta pretendo hablar personalmente con él". Aún así, declaró que aún no saber qué medidas adicionales tomar con respecto a la carta. "No voy a especular", afirmó. "Soy la presidenta de la República y debo tener una actitud más prudente".
La presidenta comparó las previsiones sobre la economía a los malos augurios con respecto al Mundial de fútbol, celebrado entre junio y julio de este año. "El año pasado dijeron exactamente lo mismo", afirmó Rousseff. "Hasta llegaron a decir que habría un apagón [de electricidad]. Hay pesimismo contra la economía igual que hubo pesimismo contra el Mundial". El expresidente de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva opinó este lunes, por su parte, que el responsable del texto enviado a los clientes de Santander "no entiende una mierda de Brasil". “No existe otro lugar del mundo en que el Santander esté ganando más dinero que en Brasil. Aquí gana más que en Nueva York, más que en Londres, en Pekín, París, Madrid, Barcelona”, añadió.
La incomodidad de la presidenta Rousseff se hizo notar en el encuentro internacional de rectores organizado en Río de Janeiro por Universia, una asociación de universidades patrocinado por el Banco Santander. En la apertura del evento Botín reiteró que la carta no reflejaba la posición del banco. "En una organización en la que trabajan 180.000 personas una cosa así puede pasar", afirmó. Pero ni el vicepresidente Michel Temer ni ningún miembro del Gobierno —ni siquiera el de Educación— estuvieron en la jornada principal del evento, que reunió a un millar de rectores universitarios de todo el mundo. Hasta el alcalde de Río de Janeiro, Eduardo Paes, canceló su presencia en el último minuto.
Desde que Rousseff llegó al poder en 2011, Emilio Botín ha estado en el país sudamericano en al menos cuatro ocasiones. Y en las cuatro, fue recibido por la presidenta en el palacio del Planalto, en Brasilia, donde hizo saber sus mensajes de optimismo con respecto al país. "Tengo toda la confianza en Brasil", afirmó en su penúltima visita, en septiembre de 2013. "Este es un gran país, llevamos algunos años y estamos apostando a tope. Brasil va a seguir para arriba".
En los pasillos del acto el tema flotó casi como un tabú. Los representantes del Santander presentes en Río de Janeiro trataron de minimizar el incidente o evitar referirse directamente a él. Fuentes del Santander consultadas por EL PAÍS justificaron las notorias ausencias afirmando que "nadie del Gobierno había confirmado totalmente su presencia; estamos en campaña electoral y pueden surgir imprevistos". 
La presidenta Rousseff viene cayendo de forma sostenida en los sondeos desde los disturbios del año pasado. En la última encuesta del instituto CNI-IBOPE, publicada el pasado junio, el Gobierno de Rousseff tenía una aprobación del 31%, frente al 61% de marzo de 2013. La popularidad personal de la presidenta también ha caído desde el 79% de marzo de 2013 hasta el 44% de este junio. Mientras, el índice Ibovespa ha crecido casi un 29% desde su punto más bajo, el pasado mes de marzo.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Censura totalitaria dos petralhas pretende calar simples economistas - Luiz Guilherme Medeiros

Luiz Guilherme Medeiros

Como disse em artigo prévio, 2014 começou a valer apenas no mês de junho. A euforia nacional, o ufanismo e a desilusão que a Copa trouxe já vieram e já se foram. Resta agora nos preparamos para o segundo momento-chave do ano, as eleições de Outubro. A partir de agora, o centro da discussão passará a ser cada vez mais aonde o Brasil se encontra de fato, e para onde queremos que ele siga.
O debate franco e aberto se faz necessário para alcançarmos algum consenso, e a diversidade de opinião, assim como a liberdade de expressa-la, são vitais nesse processo. 
Infelizmente, parece que nosso governo respeita mais as imagens que passam em suas belas propagandas do que o que é dito pela consciência dos brasileiros que vivem no Brasil de verdade.
Como exemplo temos o banco Santander, que tal como toda empresa, tem dois tipos de interesse vitais para sua sobrevivência: os seus e os dos seus clientes. A falha em zelar por eles é a certeza de sua ruína.
Sendo assim, é razoável considerar que uma recomendação do banco aos seus clientes tem como finalidade o benefício mútuo. Lógico, eles podem discordar e  ignora-la.
Existe também a possibilidade da recomendação ser fruto de um grupo que diverge da mentalidade da empresa, justificando o desligamento dele.
Vamos supor, então, que tanto os clientes rejeitam a recomendação como é razoável demitir a equipe responsável por ela.
Sob que base moral a Presidente da República pode intimidar indivíduos, atuando em empregos privados, numa empresa privada, classificando suas opiniões como "inadmissível"? Que legitimidade ela possui para ameaçar uma organização civil de que tomará uma "atitude bastante clara" em relação a ela?
frieza do comunicado divulgado pelo banco indica que ela está sendo realizada mais por temor ao Planalto que convicção do erro do consultor. Ainda que fosse o contrário, o banco não deve desculpa alguma. A conduta de seus empregados é problema seu. Não cabe ao Executivo julgar qual comentário é admissível ou não de ser feito sobre sua gestão.
Fora o fato de que Santander tem direito de se expressar, é absurdo que um banco cale seus funcionários por medo de retaliação governamental em pleno regime democrático, ainda mais quando existem informações públicas que mostram a relevância da recomendação aos seus clientes. Longe de ter sido feita de forma arbitrária ou irracional.
Quem melhor argumentou em favor desta recomendação não foi sequer o Santander, mas a outra empresa hostilizada nesta semana: a agência de consultoria Empiricus.
No relatório "O Fim do Brasil", disponível em texto e em vídeo, Felipe Miranda, um dos fundadores da empresa, demonstra a credibilidade das previsões da companhia e assegura que sua intenção não é aterrorizar o espectador, mas prepara-lo para o que está por vir. O que ele acha que acontecerá? O retorno de condições econômicas anteriores ao Plano Real em um futuro próximo. 
Para ser breve, resumo os dez argumentos principais do analista que indicam o desastre atual:
1- O crescimento do PIB no governo Dilma é o pior desde o governo Collor, que precedeu ao Real. Nas últimas duas décadas, jamais evoluímos tão pouco.
2- A inflação está persistentemente alta e acima do centro da meta. Estimativas apontam que ela ficará precisamente no teto de 6,5% em 2014, sendo elevado o risco de estoura-lo e ferir a credibilidade do Banco Central.
3- As contas públicas estão completamente desajustadas. O superávit primário médio do governo Dilma foi de 1,5% do PIB, enquanto o de Lula foi 3,1%. Os números não fecham, e o governo terá dificuldade em estabilizar a dívida bruta ou líquida. A solução será uma alta dos juros, comprometendo o orçamento familiar e o crédito.
4- O déficit em transações correntes vem crescendo sistematicamente e a níveis alarmantes. Estamos com baixas reservas de dólar, sendo que em 2015 l BC norte-americano elevará sua taxa de juros, resultando numa atração de recursos para os EUA. Vai faltar dólar no Brasil, e a alta do câmbio resultará em impactos sobre a inflação, importação e empresas com dívida em dólar.
5- O mercado de trabalho está enfraquecendo. O último mês de maio teve a pior criação líquida de postos de trabalho desde 1992. O desemprego só aparenta estar controlado porque as pessoas estão desistindo de procurar trabalho, não entrando assim nas porcentagens.
6- Análises do banco Brasil Plural apontam como matematicamente certo (100%) que teremos racionamento de energia este ano. O nível dos reservatórios chegará a 10%, mantendo o ritmo de hoje. A falta de planejamento e a desastrosa MP 579 resultaram de alterações nas regras do jogo do setor elétrico e quebra de contrato explícita no acordo de renovação automática da Cemig.
7- A Petrobrás foi destruída, com suas ações hoje valendo um terço do que valiam em 2010. A poupança do brasileiro está sendo afetada, visto que ocorre a aplicação do FGTS em ações da empresa. O controle do preço da gasolina acarreta em queimas de caixa, e hoje a Petrobrás apresenta a maior dívida corporativa do planeta.
8- A Eletrobrás também está em situação catastrófica, graças a já citada MP 579. Mas diferente da Cemig, ela aceitou projetos que implicavam retornos negativos para a estatal, graças aos interesses da União nesta medida. O resultado foi o derretimento de suas ações na Bolsa e o ultraje dos acionistas com o prejuízo deliberado que o governo permitiu sob o valor da empresa.
9- A indústria brasileira encolhe a cada dia. Nossa relação de investimento sobre o PIB em 2011 era maior que a de 2014. A participação dos produtos manufaturados nas exportações era maior em 2010 do que em 2013. Nossa participação nas exportações mundiais também encolheu no mesmo período.
10- O medo político existe. A liberdade de imprensa vem caindo nos últimos anos, e o partido do governo ter elaborado uma lista de opositores em seu site oficial não ajuda a melhorar as perspectivas. Um agravamento desta situação pode gerar evasão de capitais tanto de brasileros quanto estrangeiros, assim como emigração dos mesmos do país.
O artigo segue em apresentar os problemas das medidas econômicas heterodoxas do governo Dilma, o abandono do tripé econômico, a intervenção estatal na economia, negligência e maquiagem das contas públicas. 
A Empiricus mostrou claramente porque acredita que a reeleição de Dilma iria trazer prejuízo para o Brasil, o Santander e outros economistas também.
Qual foi a reação do PT e o resto da coligação da Presidente? Dizer que a empresa estava fazendo terrorismo econômico com o relatório e suas matérias, dotadas de conteúdo propagandístico favorável à oposição. A Justiça acatou a denúncia e ordenou ao Google que retirasse todas as peças de publicidade da Empiricus do ar. 

A liderança petista parece acreditar de forma firme que a sociedade civil só deve falar o que lhes agrada. A liberdade de expressão tem este nome porque não é controlada pelo capricho de burocratas.
A solução do partido é adotar o ''nós contra eles''  de sempre, o discurso batido de que apenas o PT se importa com as famílias de renda baixa, a despeito da economia brasileira estar ficando para trás em vários quesitos quando comparada à outros países latino-americanos. A negação da realidade é o primeiro passo para a repressão parecer uma solução sedutora. A consciência de que a conduta do governo atual é catastrófica se faz necessária. Entre o fracasso certo e a chance de sucesso, é melhor se arriscar.


domingo, 27 de julho de 2014

Verdades que os totalitarios nao gostam de ouvir - Geraldo Samor (Veja Negócios)


Veja.com, 27/07/2014
 às 16:02 \ Mercado de ideias
Geraldo Samor

Santander: Verdades que não cabem num extrato

Doze anos depois da ‘carta’, um extrato assusta o PT
O episódio que começou com a singela opinião de um analista do banco Santander e terminou num pedido de desculpas, na vitimização do PT e na demissão de funcionários do banco mostra o crescente constrangimento do debate de ideias no Brasil, já tão pobre e imbecilizado.monkey-covering-eyes-224x300
Dizer que, se Dilma for reeleita, a Bolsa vai cair e o dólar vai subir é como “prever” que o rio corre para o mar, ou que o dia amanhecerá depois da noite.
Ao tentar envenenar a análise clara do Santander, o PT só prova que, além de ser mau gestor da economia, o partido está cada vez mais medroso, mais cheio de mimimi, e mais distante da democracia.
Senhoras e senhores, liberais e conservadores, petistas e tucanos: O dinheiro não aceita desaforo. O dinheiro não é “amigo” de uns, nem tem antipatia com outros. Ele não é um ente político nem partidário. Ele é um freelancer que só busca uma coisa: retorno sobre o investimento. Boa parte do PIB nacional já “votou” no PT em 2006 e até em 2010, uma época em que o partido deixou a economia em paz no seu tripé e foi cuidar dos programas sociais.
Mas, ensinam os livros de economia, os donos do dinheiro são sujeitos excêntricos: eles só acham possível obter retorno quando as regras são claras e estáveis, quando a inflação está baixa, e quando o País cresce. Infelizmente — para a Presidente Dilma, para o mercado e para o País — seu governo falhou nos três quesitos. Nada pessoal, Presidente.
O Santander está certo: se este governo que produz PIBinho atrás de PIBinho e que faz com que empresários represem investimentos for reeleito, as empresas brasileiras valerão menos, o dólar valerá mais, e a economia continuará crescendo pouco ou nada. Isto é uma realidade econômica, mas se você não entende o sentido da frase “não existe almoço grátis”, nem precisa continuar lendo.
Qualquer brasileiro pode se lixar para o valor das empresas, dar de ombros para o valor do dólar, e não se ligar na taxa de crescimento do Brasil — apesar das três coisas terem impacto na sua vida e na do seu vizinho — e pode votar na Presidente Dilma. É um direito dele, assim como deveria ser direito de um analista de banco…. analisar os incentivos dos agentes econômicos, como fizeram os funcionários do Santander.
É curioso que, na eleição de 2002, o então candidato Lula (então conhecido no mercado como Satã) entendeu a importância de se comunicar com o mercado (ainda conhecido no PT como Satã) em sua famosa “carta ao povo brasileiro” — mais conhecida, na piada que a história consagrou, como “carta ao banqueiro brasileiro”. Para quem não se lembra, era uma carta em que o PT jurava que ia honrar as dívidas e não bagunçar a economia que FHC havia acabado de consertar.
É isto mesmo, companheiros. Saboreiem a ironia: o partido que um dia teve a coragem de escrever uma carta pública, renunciando a 20 anos de nonsense econômico, hoje se faz de vítima histérica de uma opinião nada controversa escrita num reles extrato. Pior: não quer que sua política econômica passe pela análise de profissionais de uma empresa financeira que é paga para orientar seus correntistas.
Rui Falcão, presidente do PT, disse ao Estadão: “O que aconteceu é proibido, porque você não pode fazer manifestações que por qualquer razão interfiram na decisão de voto. E aquele tipo de afirmação pode sim interferir na decisão do voto.”
Levada ao limite, a tese de Falcão impediria o debate político, já que qualquer cidadão que emite uma opinião “interfere” na decisão de voto de alguém. Se fosse assim, só nos restaria sentar e assistir à propaganda eleitoral, aquele espaço onde existe tudo, menos verdade.
Os esforços do PT de se fazer de vítima do mercado nessa estória revelam a pobreza intelectual do partido, sua incapacidade de lidar com críticas e seu oportunismo em bancar a vítima. Nos EUA, quando os democratas estão na frente numa corrida eleitoral, os bancos frequentemente dizem que isso é má notícia para o mercado (“vendam suas ações”), pois democratas tendem a querer mais impostos e mais gastos. Apesar disso, não há registro do Partido Democrata ameaçar o JP Morgan ou a Goldman Sachs de “interferir no processo”.
Quanto ao Santander, que assumiu o “erro” e pediu desculpas, também aprendemos uma coisa: Nem o banco mais umbilicalmente conectado com o Governo — com exceção dos próprios bancos estatais — conseguiu controlar uma opinião que, de tão óbvia, passou desapercebida por qualquer controle interno.
A postura subalterna do Santander — noves fora a covardia inominável de demitir seu time de analistas — não é, entretanto, de se estranhar. O banco é como o capital: só quer saber de seu retorno. É um negócio amoral.
Já da política se espera muito mais — o livre debate de ideias — e é preocupante que os políticos não estejam à altura das expectativas.
No final das contas, o extrato do Santander só mostrou uma democracia com saldo negativo.
Por Geraldo Samor

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Eleicoes 2014: banco peca por ser sincero sobre a deterioracaoeconomica sob a soberana

Mais um desses episódios que podem ser classificados sob o signo da ironia involuntária: banqueiros costumam agradar dirigentes políticos, mesmo os mais autocráticos, criminosos, até facínoras. Ainda não é o caso aqui: eles só são mafiosos...
De vez em quando escapa um repente de sinceridade...
Mas, provavelmente trata-se de mais uma manifestação de uma síndrome ao contrário: cada vez que a soberana recua, o mercado se agita, para cima...
Paulo Roberto de Almeida 

Santander diz em nota a clientes que reeleição de Dilma pioraria economia

Banco pediu desculpas e disse que texto não reflete posição da instituição.
Análise foi enviada em extrato mensal aos clientes de alta renda.

Do G1, em São Paulo
O Santander pediu desculpas nesta sexta-feira (25) por ter enviado a seus clientes de alta renda uma análise em que sugere que um cenário de reeleição da presidente Dilma Rousseff tende a deteriorar o desempenho da economia brasileira.
Em extrato encaminhado neste mês aos clientes na categoria “Select”, segmento com renda mensal superior a R$ 10 mil, o banco afirma que se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros tendem a subir, o câmbio a se desvalorizar e a bolsa a cair, revertendo parte das altas recentes.
"Difícil saber até quando vai durar esse cenário e qual será o desdobramento final de uma queda ainda maior de Dilma Rousseff nas pesquisas. Se a presidente se estabilizar ou voltar a a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir", diz o texto sob o título “Você e seu dinheiro”. "O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes. Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fudamentos macroeconômicos", acrescenta a análise.
O extrato com a análise econômica foi noticiado pelo Blog do jornalista Fernando Rodrigues e rápidamente repercutiu nas redes sociais, sendo interpretado como uma campanha contra a presidente Dilma.
O Santander confirmou a autenticidade do texto e, em comunicado enviado à imprensa e publicado também na 1ª página de seu site, afirmou que o texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica não devem ter qualquer viés político ou partidário.
O banco destacou ainda que o número de clientes que receberam o extrato representa apenas 0,18% da sua base e afirmou estar convicto "de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento”.
G1 procurou a assessoria do Planalto e não obteve resposta até a última atualização da reportagem.
Confira a integra da nota do Santander divulgada nesta sexta:
“O Santander Brasil vem a público esclarecer que o texto enviado a um segmento de clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição. O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Sendo assim, o Banco pede desculpas aos clientes que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação, e reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento.”

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Desinvestimento: Banco Santander deixa o Brasil

Uma possibilidade, quase uma certeza...



¿El Banco de Santander deja Brasil?
Espanha – El País (Blog Vientos de Brasil), 28/05/2012

Las noticias de prensa de que el Banco de Santander podría dejar Brasil han desencadenado una serie de hipótesis e interpretaciones. Según dichas informaciones, no confirmadas por la institución bancaria española, sería el Banco Bradesco, el que se haría cargo del activo del Banco de Santander en Brasil convirtiéndose así en el primer banco del país y en uno de los diez mayores del mundo.

La hipótesis más señalada de una salida del Santander de Brasil, donde el banco de Emilio Botín goza de un enorme prestigio y eficiencia, ha sido la crisis bancaria que vive España .El Santanderde  en Brasil, tuvo en el primer trimestre de este año un lucro líquido de 1,760 mil millones de reales y  posee un patrimonio líquido de 50.440 mil millones de reales y unos activos de 415.630 mil millones .

El Santander con su venta en Brasil “se forraría” , lo que le serviría para enjugar sus activos de la casa matriz.. Al parecer el Banco de Brasil, un banco del Estado, estuvo interesado en la compra de El Santander, pero habrían existido dos razones para que el banco español se inclinara por el Bradesco. Primero, un no acuerdo sobre el precio ofrecido por el BB y segundo una cierta oposición de la Presidenta Dilma Rousseff, según han informado los diarios O Globo y O Estado de São Paulo.

Existe sin embargo otra posible hipótesis, barajada por algunos especialistas económicos oídos por este bloguero para que El Santander haya podido pensar en dejar Brasil. Sería la cruzada que Dilma ha emprendido con los bancos, tanto públicos como privados para que bajen sus índices de interés, cosa que ella ha de alguna manera ha  forzado a hacer al Banco Central con los intereses oficiales que ya han bajado a una cifra (9%) tras haber sido los más altos del mundo con dos cifras.

Ayer mismo el Ministro de Economía Guido Mantega, ha anunciado que ha dado a los bancos un mes de tiempo para “que bajen sus intereses en un 40%” y ha añadido que el gobierno
vigilará para que los bancos no se resarzan de esas pérdidas aumentando el precio de sus servicios a los clientes.

Al revés del expresidente Lula da Silva, gran amigo personal de Emilio Botín que ha realizado a través del Santander una loable acción cultural en el ambiento universitario brasileño, la Presidenta Dilma ha dicho sin ambages que los bancos no pueden seguir ganando de forma tan exhorbitante y que los brasileños no pueden seguir pagando uno de los intereses bancarios mayores del mundo.
Lula, al revés, bromeaba con los banqueros a los que les recordaba que “nunca habían ganado tanto como con él”.

Difícil saber los verdaderos motivos que puedan llevar a Botín- si confirmada la noticia- a dejar Brasil, donde se hallaba felicísimo y súper apoyado por Lula. Recuerdo que durante una conferencia recordó que para sentirse verdadero brasileño un español tenía que conseguir pronunciar correctamente las palabras pâo ( pan) y coração (corazón) y que él “casi lo estaba consiguiendo", sintiéndose casi brasileño.