O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

ABRI anuncia novo numero de Carta Internacional, vol. 11, n. 3/2016

Caros leitores,

A revista Carta Internacional acaba de publicar seu último número, disponível em https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta. Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e outros itens de seu interesse.

Agradecemos seu interesse e apoio contínuo em nosso trabalho,
Administrador da Carta Internacional
Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)
cartainternacional@abri.org.br

Carta Internacional
v. 11, n. 3 (2016)
Sumário
https://www.cartainternacional.abri.org.br/Carta/issue/view/35

Artigos
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A identidade internacional do Brasil: uma síntese da literatura (5 - 31)
    Rafael Mesquita
Rumo à cooperação e ao desenvolvimento: as políticas brasileiras para a faixa de fronteira (32 - 55)
    Marcio Scherma
A Política Externa do Império no Prata e a Missão Bellegarde ao Paraguai (1848 - 1852) (56 - 76)
    Pedro Henrique Verano
Enriquecimento de animosidades: o início da política nuclear brasileira (77 - 98)
    Túlio Sérgio Henriques Ferreira,    Vanessa Horácio Lira
Comunidades epistêmicas e de prática em Defesa na Argentina e no Brasil: entre a organicidade e a plasticidade (99 - 123)
    Samuel Alves Soares
As razões de ser do Conselho de Defesa Sul-Americano da UNASUL (124 - 148)
    Tamires Aparecida Ferreira Souza
O Brasil e o acender das luzes das independências de Angola e Moçambique (1974-1975) (149 - 171)
    Jose Alejandro Sebastian Barrios Diaz
Reconsidering the consistency between principles and practices for Technical Cooperation between Developing Countries: A critical analysis of ProSavanah. (172 - 198)
    Niels Søndergaard
O Sudeste Asiático entre Estados Unidos e China: “arquipélago de economias de mercado” ou palco da competição interestatal capitalista? (199 - 222)
    Isabela Nogueira,    Bruno Hendler
O Brasil como potência regional: uma análise de sua liderança na América Latina no início do século XXI (222 - 252)
    Patricia Nasser de Carvalho,    Fernanda Cristina Izidro Nanci Gonçalves
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Edição Completa (1 - 252)
--
Editoria da Revista Carta Internacional
http://www.cartainternacional.abri.org.br
cartainternacional@abri.org.br
Associação Brasileira de Relações Internacionais - ABRI

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Secao Brasil da LASA abre inscricoes para premios: melhores livros, teses, artigos (até 17/02/2017)

Atenção membros da Seção Brasil da Latin American Studies Association:

Please do not reply to this email address. For questions, please contact the Section Chairs: Tracy Devine Guzmán (tdguzman@miami.edu) and Joseph Marques (joseph.marques@graduateinstitute.ch)

​Happy Holidays & Boas Festas!

BRAZIL SECTION AWARDS -- CALL FOR SUBMISSIONS

The Brazil Section at LASA invites members to submit scholarly work for annual prizes in Brazilian Studies. Submissions in Portuguese, English, or Spanish will be considered in the following categories: a) best book; b) best article; c) best doctoral thesis.

In all cases, the Brazil Section award committees shall recognize innovative, rigorous, and well-crafted scholarship that contributes significantly to our understanding of Brazil, past and/or present.

Monographs and articles published in the 2016 calendar year are eligible. The same applies to Ph.D. dissertations, which must have been​ approved in 2016. 

All members of the Brazil Section are eligible to submit their work. 

Submission Deadline: February 1, 2017

a. D​octoral theses. Please submit electronically to:

Thomas J. Vicino (Chair) (t.vicino@northeastern.edu)
Tereza Albuquerque (campitele@terra.com.br)
Fabrício H. Chagas Bastos (fchagasbastos@gmail.com)
   
​Doctoral theses​ should include the front​ page with signatures of professors / supervisors / committee members and the approval date (2016).

b. Published articles. Please submit electronically to:

​Joseph Marques (Chair) (joseph.marques@graduateinstitute.ch)
Paulo Ferreira (pauloraferreira@hotmail.com)
Alvaro Jarrin (ajarrin@holycross.edu)
Darien Lamen (darien.lamen@gmail.com)
Gislene Aparecida dos Anjos (gislene@usp.br

c.  Scholarly books. Please submit one copy of the volume to each committee member:

Tracy Devine Guzmán (Chair)
University of Miami
Merrick Building 210-03
P.O. Box 248093
Coral Gables, FL 33124
​ ​
Angela Alonso
Rua Boquim, 693
Vila Ida – São Paulo
São Paulo, Brasil 05454-001

Jeffrey Hoelle
Department of Anthropology
University of California
Santa Barbara, CA 93106-3210

Adam Joseph Shellhorse
Department of Spanish and Portuguese
Temple University
Anderson Hall, 4th Floor
1114 W. Polett Walk
Philadelphia, PA 19122-6090

In all cases, please add to your submission your complete address, institutional affiliation, phone number, and e-mail address.

Please note:

a.  If your submission does not reach the respective committee by the deadline (Feb 1) we will not be able to consider it for an award.

b. If your membership to the Brazil Section cannot be confirmed, we will not be able to consider your work for an award.

Multidisciplinary committees will evaluate all submissions. We are unable to return articles, books, or Ph.D. Winners will be announced in advance of the Brazil Section meeting at the 2017 LASA conference in Lima.

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PRÊMIOS da SEÇÃO BRASIL - Chamada de Trabalhos

A Seção Brasil da LASA convida todos os membros a apresentar sua produção acadêmica para os prêmios anuais. Submissões em português, inglês e espanhol serão consideradas nas seguintes categorias: a) melhor livro; b) melhor artigo; c) melhor tese de doutorado.

Em todos os casos, as comissões julgadoras reconhecerão produções acadêmicas baseadas em pesquisa inovadora e rigorosa, e que contribua de maneira significante à nossa compreensão do Brasil, passado ​​e/ou presente. Livros e artigos publicados em 2016 são elegíveis. Teses de doutorado devem ter sido aprovadas em 2016.

Todos os membros da Seção Brasil são elegíveis para apresentar seu trabalho.


Submissões:  Prazo - 1 de Fevereiro de 2016

a. Teses doutorais - por favor, envie eletronicamente a:
Thomas J. Vicino (Chair) (t.vicino@northeastern.edu)
Tereza Albuquerque (campitele@terra.com.br)
Fabrício H. Chagas Bastos (fchagasbastos@gmail.com)

A tese deve incluir a página frontal com as assinaturas dos professores / orientadores / membros da comissão de defesa e a data de aprovação (2016).

b. Artigos publicados -  por favor enviar eletronicamente a:
Joseph Marques (Chair) (joseph.marques@graduateinstitute.ch)
Paulo Ferreira (pauloraferreira@hotmail.com)
Alvaro Jarrin (ajarrin@holycross.edu)
Darien Lamen (darien.lamen@gmail.com)
Gislene Aparecida dos Anjos (gislene@usp.br)

Indique claramente o título da revista e a data de publicação.

c. Livros. Por favor, envie uma cópia a cada membro do comitê:
Tracy Devine Guzmán (Chair)
University of Miami
Merrick Building 212
P. O. Box 248093
Coral Gables, FL 33124

Angela Alonso
Rua Boquim, 693
Vila Ida – São Paulo
São Paulo, Brasil 05454-001

Jeffrey Hoelle
Department of Anthropology
University of California
Santa Barbara, CA
93106-3210

Adam Joseph Shellhorse
Department of Spanish and Portuguese
Temple University
Anderson Hall, 4th Floor
1114 W. Polett Walk
Philadelphia, PA 19122-6090

Em todos os casos, por favor, adicione à sua submissão seu endereço completo, filiação institucional, número de telefone, e endereço de e-mail.

Observe:
a. Se a submissão não chegar à comissão até o prazo (1 de Fevereiro), não poderemos considerar o trabalho.
b. Se a adesão do autor à Seção Brasil não pode ser confirmada, não poderemos considerar o trabalho.

Todas as submissões serão avaliadas por comissões multidisciplinares. Não podemos devolver cópias dos artigos, livros ou teses doutorais. Os autores premiados serão informados antes do congresso da LASA em Lima.
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terça-feira, 5 de julho de 2016

Marcelo de Paiva Abreu: Ensaios sobre o Brasil e a economia mundial, 1995 – 2016 - e-book disponivel

Coletânea de artigos do economista e professor da PUC-Rio, Marcelo de Paiva Abreu, no Estadão, livremente disponível.

Da Gávea – Ensaios sobre o Brasil e a economia mundial, 1995 – 2016, é um conjunto de quase meio milhar de artigos de opinião escritos para o jornal O Estado de S. Paulo.
O título é uma brincadeira com a palavra gávea.
De um lado é um bairro do Rio de Janeiro onde está localizado o Departamento de Economia da PUC-Rio onde, desde o início da década de oitenta, sou professor.
De outro, cesta da gávea é a parte do navio, acima do mastro grande, de onde se pode ver à distância. Sempre escrevi da Gávea e, espero que, algumas vezes, da gávea.

O livro eletrônico está disponível em dois formatos – Epub e MOBI.

O Epub é e um padrão aberto, A maioria dos leitores de ebooks suporta este formato exceto o Kindle que admite o formato MOBI.  Para a leitura no padrão Epub podemos sugerir o  Icecream Ebook Reader, Adobe Digital Edition  e o Calibre.

Aqui você pode fazer o download do ebook em seus dois formatos:

Formato EPUB

Formato MOBI

domingo, 29 de novembro de 2015

RBPI no Scielo em Perspectiva: entrevistas com autores - Antonio Carlos Lessa


Semana RBPI em Scielo em Perspectiva – Humanas, por Antônio Carlos Lessa

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A Equipe Editorial do Blog SciELO em Perspectiva | Humanas, em parceria com a RBPI, publicará ao longo desta semana 11 entrevistas referentes aos artigos apresentados no volume 58 nº 1 da RBPI. Fundada em 1958 pelo Instituto Brasileiro de Relações Internacionais –IBRI, a Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI é a mais antiga publicação científica especializada em Relações Internacionais em circulação no Brasil. É também uma das mais tradicionais e influentes publicações da América Latina.rbpi
No primeiro número de 2015, a Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI apresenta 12 artigos que tratam das relações entre o Brasil e a África, economia e segurança internacionais e integração regional.
Os trabalhos de Alcides Costa Vaz, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, e de Wilson Mendonça e Carlos Aurélio Pimenta de Faria, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, se debruçam sobre a política brasileira para a África, tanto na vertente dos desafios que a sua implementação tem trazido para a diplomacia brasileira ao longo dos últimos vinte anos, quanto na perspectiva do desenvolvimento da política de cooperação internacional na área agrícola.
Os temas relacionados com a integração regional, tanto da América do Sul, quanto em outra região, tem sido também uma constante nos trabalhos publicados pela Revista ao longo dos últimos anos. A presente edição traz três contribuições importantes sobre o tema, em diferentes perspectivas. O artigo de Gian Luca Gardini, da University of Erlangen-Nuremberg (Alemanha) inquere sobre o desenvolvimento da ideia de integração na América Latina, e os múltiplos arranjos que tem surgido ao longo dos últimos anos. A professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Taiane las Casas, analisa em seu artigo a vitalidade do Mercosul e da Comunidade Andina de Nações, considerada na ótica da sua capacidade de prover bens públicos, especialmente na área de segurança. Os desafios que os processos de estabilização econômica de países como Portugal e Grécia trouxeram para a União Europeia são a preocupação principal do trabalho de António Goucha Soares, professor da Lisbon School of Economics and Management, de Portugal.
Um terceiro bloco de contribuições dessa edição é formado por artigos que analisam aspectos da economia internacional. A perspectiva histórica que instrui a análise sobre a evolução da ordem econômica internacional ao longo do século XX é o tema central do trabalho de Paulo Roberto de Almeida, diplomata de carreira e professor do Centro Unificado de Brasília. Yonca Ozdemir, professora da Middle East Technical University (Turquia), se volta, em seu artigo, para os fatores políticos que levam ao sucesso de estratégias de estabilização econômica, analisando especificamente os casos do Brasil e da Argentina. Os motivos que levaram o Brasil a adotar tradicionalmente uma postura defensiva em negociações multilaterais sobre o comércio de serviços são o tema do artigo do pesquisador da Ohio State University (Estados Unidos), Raphael Coutinho da Cunha. A pesquisadora da Universidade Lusíada (Portugal), Joana Castro Pereira, analisa em seu artigo a crescente importância do meio ambiente, e dos recursos naturais em particular, nas relações internacionais.
Aspectos centrais da agenda de segurança internacional contemporânea são os temas dos trabalhos que compõe um quarto bloco publicado na nesta edição da RBPI. Ramon Blanco, professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, analisa os desafios do processo de construção da paz conduzido pela ONU em Timor-Leste. A inserção do crime organizado transnacional na agenda de segurança dos Estados Unidos e a sua qualificação como uma das principais ameaças contemporâneas à ordem internacional pós Guerra Fria são as preocupações da análise desenvolvida no artigo de Paulo Pereira, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Finalmente, o professor da Naval Postgraduate School (Estados Unidos), Thomas C. Bruneau aborda em seu trabalho a complexidade da “terceirização” de serviços de segurança (ou o que antigamente se denominava simplesmente de “mercenários”) na ação militar norte-americana.
A RBPI é publicada em acesso aberto no SciELO desde 2007, e circulará em formato impresso até dezembro de 2015. Aliás, o abandono do formato impresso a partir do final de 2015 será uma das grandes mudanças na gestão do periódico, ao lado da adoção da periodicidade quadrimestral a partir de 2016. Esses são esforços que se alinham com outros ajustes de grande vulto que vem sendo empreendidos ao longo dos últimos anos. O primeiro deles certamente é a publicação integral em língua inglesa, o que nos pareceu um caminho natural na estratégia de internacionalização do periódico que vem sendo implementada há cerca de dez anos – nesse sentido, a partir da segunda edição de 2015 todos os números serão publicados exclusivamente em inglês. O crescimento exponencial do número de contribuições de autores vinculados a instituições no exterior e a possibilidade de recurso a pareceristas de outros países, notadamente não-lusófonos, aliás, podem ser também entendidos como um dos resultados preciosos desse percurso, além, é claro, do ganho principal que é permitir que a boa ciência feita na área por pesquisadores brasileiros ganhe a maior audiência possível.
A organização de números especiais, com editores convidados que são scholars com trajetória internacional em suas áreas de expertise, tem impulsionado a visibilidade internacional da Revista. Essas edições decorrem de grandes chamadas internacionais, que tem colhidos resultados extraordinários, com número crescente de contribuições submetidas. A partir de 2016, pelo menos um dos três números regulares publicados a cada ano será uma edição especial.
A RBPI tem se beneficiado de uma ação de divulgação bastante diversa. Os esforços empreendidos em prol do aumento da visibilidade da Revista incluem a exposição intensa da missão editorial do veículo em congressos nacionais e internacionais da área, a realização de entrevistas com os autores dos artigos publicados, a elaboração de press releases e de peças mais breves sobre os temas tratados nos trabalhos veiculados em cada uma das edições – e que são também publicados no site do IBRI e em outros veículos de divulgação científica da área.
Ao se preparar para comemorar os seus sessenta anos de circulação ininterrupta, em 2017, a RBPI busca, enfim, se consolidar como um grande e dos mais influentes journals especializados do Sul Global.

Para ler os artigos, acesse:

  • BRUNEAU, T. C. The US experience in contracting out security and lessons for other countries. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 230-248. [viewed 16th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500112. Available from:http://ref.scielo.org/x87fmm – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • PEREIRA, J. C. Environmental issues and international relations, a new global (dis)order – the role of International Relations in promoting a concerted international system. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 191-209. [viewed 18th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500110. Available from: http://ref.scielo.org/k7j6tn – Leia a entrevista com a autora aqui.
  • CUNHA, R. C. Negociações comerciais em uma economia fechada: o Brasil e o comércio de serviços na Rodada Uruguai. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 142-163. [viewed 16th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500108. Available from:http://ref.scielo.org/3vz5hm – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • OZDEMIR, Y. Political conditions for successful inflation stabilization: comparing Brazil and Argentina. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 63-83. [viewed 17th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500104. Available from: http://ref.scielo.org/crf8m4 – Leia a entrevista com a autora aqui.
  • PEREIRA, P. Os Estados Unidos e a ameaça do crime organizado transnacional nos anos 1990. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 84-107. [viewed 17th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500105. Available from: http://ref.scielo.org/d3fpnw – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • BLANCO, R. The UN peacebuilding process: an analysis of its shortcomings in Timor-Leste. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 42-62. [viewed 17th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500103. Available from: http://ref.scielo.org/ft6w4n – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • GARDINI, G. L. Towards modular regionalism: the proliferation of Latin American cooperation. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 210-229. [viewed 23th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500111. Available from: http://ref.scielo.org/zd9k4z – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • VAZ, A. C. International drivers of Brazilian agricultural cooperation in Africa in the post-2008 economic crisis. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 164-190. [viewed 19thNovember 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500109. Available from:http://ref.scielo.org/pzcvrb – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • SOARES, A. G. EU Commission participation in the Troika mission: is there a European Union price to pay?. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 108-126. [viewed 18th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500106. Available from:http://ref.scielo.org/39fqzd – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • LAS CASAS, T. A integração regional como mecanismo para provisão de bens públicos: uma análise comparativa da agenda de segurança pública no Mercosul e na Comunidade Andina de Nações.Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 23-41. [viewed 23th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500102. Available from: http://ref.scielo.org/ftqg5c – Leia a entrevista com a autora aqui.
  • ALMEIDA, P. R. Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial. Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 127-141. [viewed 18thNovember 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500107. Available from:http://ref.scielo.org/cp8tx2 – Leia a entrevista com o autor aqui.
  • MENDONCA JUNIOR, W., and FARIA, C. A. P. A cooperação técnica do Brasil com a África: comparando os governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula da Silva (2003-2010). Rev. bras. polít. int. [online]. 2015, vol.58, n.1, pp. 5-22. [viewed 23th November 2015]. ISSN 1983-3121. DOI: 10.1590/0034-7329201500101. Available from:http://ref.scielo.org/8b9f4c

Link externo:

Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI – www.scielo.br/rbpi
Como citar este post [ISO 690/2010]:
LESSA, A. C. Guinada editorial e preparação para novos desafios são marcas da primeira edição de 2015 da Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI. SciELO em Perspectiva: Humanas. [viewed 26 November 2015]. Available from: http://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/11/23/guinada-editorial-e-preparacao-para-novos-desafios-sao-marcas-da-primeira-edicao-de-2015-da-revista-brasileira-de-politica-internacional-rbpi/
Este post foi originalmente publicado no Blog Scielo em Perspectiva – Humanas em 23/11/2015.
Antônio Carlos Lessa, editor-chefe da Revista Brasileira de Política Internacional, é professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília- iREL-UnB (aclessa@gmail.com).

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Pequenas estatisticas da produtividade escrevinhadora - Paulo Roberto de Almeida

Aproveitei um recesso de final de ano, e os dias de neve na Nova Inglaterra, que incitam a ficar em casa, entre livros e vinhos, para tentar colocar em ordem minhas listas de trabalhos, originais e publicados. Não é tarefa fácil, por diversos motivos, inclusive porque existem algumas repetições, mas também vários trabalhos não contados, por diferentes motivos (e isso não tem nada a ver com os não terminados, que pertencem a outra categoria).
Cada vez que termino um trabalho, ou seja que o considero acabado, com ponto final, quer seja para publicação ou não, ele leva um número, sequencial, linear, incontornável.
A lista dos publicados é outra, obviamente bem menor, e ainda assim difícil de ser estabelecida, pois nem sempre sou comunicado, ou recebo, exemplares ou links de trabalhos meus publicados (apenas os que sei, porque de vez em quando acabo achando um ou outro publicado sem minha autorização, em algum blog com certas motivações inescrutáveis).
Em todo caso, juntando tudo, mas ainda sujeito a revisão e contagem das páginas de forma mais exata, tenho aqui uma pequena estatística de tudo o que produzi desde que me conheço por escrevinhador, o que já faz quase meio século (é, o tempo passa...).

Tudo o que já escrevi, ou quase, está relacionado em meu site (www.pralmeida.org), mas preciso reformular algumas listas de trabalhos, que conservam pequenos erros de registro.

Cheguei ao final de 2013 com o trabalho de número 2.550, sendo que no ano passado produzi 92 trabalhos (mais de sete trabalhos por mês, num total de 831 páginas, ou mais de duas páginas escritas em cada dia do ano).
Publiquei 32 trabalhos neste ano (mais de 2 por mês), sendo estes discriminado em capítulos de livros (mais de dez no total), um livro inteiro, e o resto sendo sob a forma de artigos, tendo chegado à publicação de número 1.118.
Numa aproximação grosseira de tudo o que já escrevi, em 45 anos de atividades ininterruptas no contato com o papel e agora com o teclado, consegui contar quase 45 mil páginas, ou cerca de 996 por ano, o que faz uma média de 83 páginas escritas por mês e quase três por dia. Nunca encontrei outro louco desse tipo, mas deve existir.
Parece que Honoré Balzac, Agatha Christie, Isaac Asimov e Georges Simenon também tinham a mesma compulsão pela escrita, mas eles ficaram famosos, por escrever para o grande público. Eu que só escrevo para colegas de academia, permaneço em relativa obscuridade. É o que dá essa formação de sociólogo. Se eu fosse um novelista, provavelmente já teria ficado rico com tudo o que já escrevi (se interessasse ao público, evidentemente).
Vou pensar em mudar de profissão...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 6 de janeiro de 2014.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

OMC: acordo de Bali, sucessos e frustracoes - artigos variados

'O principal foi ter acordo, mas ele é modestíssimo', diz ex-embaixador
Renan Carreira
O Estado de S.Paulo, 10/12/2013

'Não resolve nenhum problema importante de acesso aos mercados', afirmou o diretor da Faculdade de Economia da Faap, Rubens Ricupero         

O primeiro acordo comercial global em quase duas décadas está sendo "superestimado", disse, ao Broadcast, o ex-embaixador e diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Rubens Ricupero. "É um acordo modestíssimo, é o mínimo. Não resolve nenhum problema importante de acesso aos mercados", afirmou.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

Existe a estimativa de que o acordo de Bali abra o caminho para a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial. Quanto desse valor pode vir ao Brasil?
Existe uma tendência, há muito tempo, de superestimar esses acordos. Esta cifra é, em grande parte, papo furado. O principal foi ter um acordo, qualquer acordo. É algo mais institucional, de salvar a OMC. O acordo é modestíssimo, é o mínimo. Não resolve nenhum problema importante de acesso aos mercados.

Qual é o principal ponto do entendimento para o Brasil?
Pode ser que a administração de cotas agrícolas, que ainda vai depender de muita negociação, ajude. Para o Brasil, o mais concreto é isso. O País é beneficiário em várias cotas. Dizer que vai ganhar muito com acordo de facilitação de comércio é exagero. O Brasil não é exemplo nesse caso. É um dos países mais encrencados em matéria de aduana.

Mas as cotas já não existem?
Existem, mas o que está se tentando com esse acordo é obter uma regulamentação para fazer valer essas cotas. No momento atual, elas são meio facultativas, dependem de conjuntura. O que se quer são regras mais claras para fazer com que funcionem.

O entendimento deve beneficiar mais exportadores ou importadores?
No caso da facilitação do comércio, os beneficiados são os grandes exportadores, como China, Alemanha, EUA, pois torna mais ágil a liberação de produtos. O Brasil também pode ser beneficiado, na medida em que exporta produtos agrícolas. No momento, é mais para exportadores. Para os importadores, é bom para os privados, pois assegura que receberão logo os produtos.

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'É importante. Vai ajudar a recuperar o comércio'
Renan Carreira
O Estado de S.Paulo, 10/12/2013

Ex-embaixador e diretor do Centro de Investigação Laboratório do Século XXI da Faap, o setor manufatureiro brasileiro pode ser um dos grandes beneficiados desse entendimento

Ex-embaixador e diretor do Centro de Investigação Laboratório do Século XXI (LAB XXI) da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Clodoaldo Hugueney disse ao Broadcast que o primeiro acordo comercial global em quase duas décadas foi importante porque terá impacto na recuperação do comércio mundial e mostra que a OMC está ativa. Segundo ele, o setor manufatureiro brasileiro pode ser um dos grandes beneficiados desse entendimento.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

O sr. considera que o acordo de Bali está sendo superestimado?
Essa ideia de que o entendimento é uma propaganda enganosa é errada. O acordo é equilibrado e importante por duas razões: vai ter impacto na recuperação do comércio mundial, já que as economias estão custando a sair da crise, e mostra que a OMC está na jogada, não está sendo descartada.

De que forma o Brasil se beneficia do acordo?
Com o sistema de facilitação do comércio. Onde existem grandes dificuldades na área de facilitação do comércio, em termos de procedimentos aduaneiros, demora na liberação de importação, atrasos, práticas não transparentes? Nos países em desenvolvimento, que são importantes para o Brasil. Na realidade, muito do que está previsto no acordo já é feito no Brasil. Então, a contribuição adicional do País não vai ser muito grande.

Quais setores no Brasil teriam vantagem com o acordo?
Na área de manufaturados, na qual o Brasil tem mercados importantes em outros países em desenvolvimento, o acordo deve ter impacto positivo e isso é relevante porque a exportação de produtos manufaturados vem enfrentando dificuldades crescentes, com a indústria com cada vez menos participação no PIB.

Também há avanços na administração de cotas?
Com certeza. Com o acordo, essas cotas ficam regulamentadas, muito mais transparentes e submetem esse sistema ao Regime de Solução de Controvérsias da OMC. O acordo obtido não é uma coisa trivial nem tem pouca importância. Isto tem pelo menos uns 20 anos de negociação.

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A OMC depois de Bali
RUBENS BARBOSA
O Estado de S.Paulo, 10/12/2013

As grandes e rápidas transformações no cenário internacional, no campo político e econômico, deixaram, de certa maneira, a sua marca nas instituições multilaterais. A Organização Mundial do Comércio (OMC) não foi exceção na crise geral do multilateralismo.
A complexidade das negociações internacionais, a diversidade de interesses entre os 159 países-membros, as dificuldades causadas pelo processo decisório impossibilitaram o avanço real e a conclusão da Rodada Doha. Se a isso for acrescentado o desinteresse dos EUA e da União Europeia em discutir fórmulas multilaterais para perseguir a abertura de mercados e a liberalização comercial, fica explicado o final menos melancólico do que se antevia das negociações dos ministros de Comércio Exterior em Bali, na semana passada.
Apesar das avaliações iniciais positivas, os acordos alcançados - facilitação de comércio, medidas na área agrícola para garantir a segurança alimentar e incentivos a países mais pobres - não são suficientes para salvar a Agenda para o Desenvolvimento, lançada em Doha em 2002, nem para ressuscitar a credibilidade da OMC como fórum de negociações globais.
O limitado resultado de Bali - quase destruído pela ação dos países bolivarianos para acabar com o embargo a Cuba - prolonga a agonia da OMC, que dificilmente conseguirá incorporar uma nova agenda para a liberalização do comércio e a redução do protecionismo, negociada à margem da instituição.
O acordo de facilitação de comércio, que visa a simplificar os procedimentos aduaneiros e a burocracia nas fronteiras, para as importações e exportações - que deve beneficiar mais os países desenvolvidos - será positivo para o setor privado brasileiro, visto que, por ser obrigatório, forçará o governo a tomar medidas concretas de desburocratização, como mencionado em nota do Itamaraty.
A OMC ganhou mandato para tentar em um ano retomar as negociações da Rodada Doha. A Organização terá de passar por um profundo processo de reforma institucional se quiser contar com o apoio efetivo dos países desenvolvidos. O processo decisório consensual, como agora evidenciado, não mais se ajusta ao grande número de países-membros; os princípios do tratamento especial e diferenciado e a impossibilidade de acordos isolados (single undertaking) estão sendo questionados. Acordos parciais plurilaterais, não envolvendo todos os países-membros, como hoje, terão de ser aceitos, inclusive no tocante às regras OMC plus. Esse é o preço que os países em desenvolvimento terão de pagar.
As novas formas de comércio internacional, baseadas na integração das cadeias produtivas globais e de maior valor agregado - agenda da maioria dos acordos bilaterais e dos mega-acordos regionais de comércio -, estão sendo discutidas e negociadas fora da OMC. As regras que regulam esses acordos - investimento, competição, propriedade intelectual, serviços, de origem, compras governamentais - estão sendo discutidas por grupos de países na Ásia, por meio da Parceria Trans-Pacífico, e entre os EUA e a União Europeia. No caso do Acordo Transatlântico, estão sendo examinadas também regras relacionadas com a padronização de bens e serviços. Se e quando esses entendimentos forem concluídos, os produtos agrícolas do Brasil e do Mercosul, que têm na Europa seu maior mercado, passarão a competir com os produtos dos EUA, a maior potência agrícola global, e certamente nossos produtos terão suas exportações reduzidas.
O fim das negociações multilaterais de comércio no âmbito da OMC terá profundas consequências para países como o Brasil. Para se inserir nas novas formas de comércio global, no contexto das cadeias produtivas, o Brasil deverá ter de se ajustar, no futuro, a regras que foram definidas sem a sua participação e que refletem os interesses dos países desenvolvidos.
O Brasil manteve equivocadamente, nos últimos 12 anos, a estratégia de privilegiar as negociações multilaterais no âmbito da OMC, sem se voltar para a necessidade de também negociar acordos de livre-comércio, a exemplo de muitos outros países. O resultado todos conhecemos, em especial os empresários: enquanto estão em discussão mais de 500 acordos, dos quais 354 se encontram em vigor, o Brasil e o Mercosul, à margem desse processo, firmaram apenas três acordos de menor importância comercial, com Israel, Egito e Autoridade Palestina. As reformas que a OMC terá de sofrer para poder retomar a iniciativa nas negociações multilaterais colocarão enormes desafios para o Brasil, que até aqui sempre defendeu a Organização, sem aceitar mudanças em suas regras e seus princípios. O Brasil atuou construtivamente em Bali para salvar a OMC e evitar sua irrelevância, mesmo tendo de abandonar a defesa das concessões em subsídios agrícolas no contexto da Rodada Doha. Como o Brasil reagirá a essas mudanças?
O que acontece no mundo afeta diretamente os interesses do setor produtivo brasileiro. Governo e setor privado deveriam coordenar-se para mudar a atual estratégia de negociação comercial externa, influenciada por considerações políticas e partidárias.
Com a União Europeia, cujas negociações duram mais de 12 anos, o setor privado pressionou o governo a avançar nos entendimentos no âmbito do Mercosul, sem ficar amarrado a considerações ideológicas da Venezuela nem ao atraso da Argentina. O governo finalmente parece ter escutado os empresários e fará proposta para que se iniciem os entendimentos entre Bruxelas e os países-membros do Mercosul que assim o desejarem. Quem não quiser acompanhar o Brasil ficará para trás. Com isso a Argentina deve mudar de posição e acompanhar o Brasil. A Venezuela ficará isolada.
Afinal, ao menos nesse caso, estamos assistindo a mais pragmatismo e menos considerações ideológicas.

PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA FIESP

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O Brasil e o sucesso da OMC
Editorial O Estado de S.Paulo, 10/12/2013

O governo brasileiro tem motivos especiais para festejar o sucesso da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bali, na Indonésia. O acordo entre os 159 participantes deu novo fôlego à maior negociação comercial da história, a Rodada Doha, reforçou o prestígio da OMC e foi a primeira vitória do novo diretor-geral da entidade, o brasileiro Roberto Azevêdo. Ruim para todos, o fracasso teria sido um desastre para o Brasil, porque seria mais uma derrota do sistema multilateral. Há dez anos a diplomacia petista pôs de lado os acordos com os países mais desenvolvidos, adotou uma política terceiro-mundista e subordinou a estratégia brasileira a um Mercosul cada vez mais emperrado pelo protecionismo argentino. Ao mesmo tempo, manteve a bandeira do multilateralismo, enquanto no resto do mundo se multiplicavam acordos bilaterais e inter-regionais.
Embora modesto em termos materiais, o pacote de Bali renova as possibilidades do multilateralismo. Mas novos avanços serão trabalhosos e acordos parciais continuarão sendo construídos. Em alguns casos, esses acordos poderão criar referências para a negociação mais ampla. Isso poderá ocorrer, por exemplo, na área de serviços, a partir de entendimentos entre várias grandes economias, incluídas a americana e a chinesa.
O governo brasileiro insistirá num erro perigoso, se continuar fora dos grandes arranjos parciais de comércio. O primeiro passo de uma ação mais eficiente será concluir um acordo com a União Europeia, com ou sem apoio argentino. Os europeus já mostraram disposição de avançar nesse entendimento, mesmo com a participação de apenas alguns países do Mercosul. Caberá à diplomacia brasileira, se for capaz de realismo no âmbito regional, criar uma solução para o impasse no bloco.
Será prudente seguir o mesmo critério nas próximas etapas da Rodada Doha, buscando objetivos ambiciosos e estimulando os parceiros regionais a tomar o mesmo caminho. O pacote de Bali só foi fechado quando o prazo inicial já estourava. Algo parecido havia ocorrido no lançamento da rodada, em 2001, no Catar, quando a negociação se estendeu muito além do tempo previsto. Mas a agenda era imensamente mais complicada e inovadora.
Em Bali, o compromisso mais importante foi sobre a facilitação de comércio - medidas para desburocratizar e simplificar entradas e saídas de mercadorias e dar mais transparência às regras. Ainda assim, será preciso oferecer assistência a alguns países para a realização do trabalho. Muito mais difícil foi o entendimento em torno da pretensão indiana de manter subsídios à formação de estoques de segurança alimentar.
Também foram acertados benefícios para os produtores africanos de algodão e os ministros do mundo rico reafirmaram o compromisso de liquidar em alguns anos os subsídios à exportação. Pacto semelhante havia sido firmado em Hong Kong, em 2005, para cumprimento até o fim deste ano. Mas, com a paralisação da rodada, em 2008, a promessa foi abandonada. Foi combinada em Bali, também, uma discussão de regras para a administração de cotas tarifárias - parcelas nem sempre preenchidas de importação com impostos reduzidos.
Mas a agenda total é muito mais ampla e os negociadores terão um ano para definir o roteiro. De toda forma, destravar a rodada foi uma realização importante. A OMC foi salva da irrelevância. Além do mais, a superação da crise internacional deverá criar um ambiente mais propício a compromissos globais.

Tecnicamente, está reaberto o caminho da modernização do comércio global. Só a facilitação de procedimentos poderá, segundo estimativa muito citada, abrir espaço para mais US$ 1 trilhão de negócios, graças à redução de custos e à simplificação de operações. Mas, para esse passo, foi preciso também vencer a resistência de Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia. Seus representantes cobraram o fim do bloqueio comercial dos Estados Unidos a Cuba, ameaçando vetar o acordo e levar a reunião ao fracasso. Acabaram recuando, mas deixaram clara, mais uma vez, a qualidade das alianças ideológicas do governo brasileiro.