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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Papa continua peronista em materia de economia: recomendo estudo...

O papa, manifestamente adora falar. Ele se pronuncia sobre qualquer coisa, e obviamente não se preocupa em pensar antes e falar depois, sai falando, e com isso atropela fatos, causa constrangimentos e é obrigado a se desdizer depois.
Acho até que vão criar um novo departamento no Vaticano especializado em desmentidos papais.
Poderiam começar revogando um antigo édito (papal) sobre a infalibilidade papal: acho que definitivamente não é o caso deste aqui, não sei se por ser argentino, por ser jesuita ou por qualquer outra coisa.
Em todo caso, eu não tenho nada a comentar sobre se as pessoas se reproduzem como coelhos ou não. Acho que é um direito de cada um, mas para isso existem, exatamente, os métodos contraceptivos, que ajudam nessa matemática de coelhos, que economicamente aumenta o divisor, e portanto reduz a renda per capita.
Enfim, acho que o papa precisa mesmo estudar economia, pois continua falando bobagens nessa matéria, como por exemplo culpar o sistema econômico pela pobreza.
Vou fazer comentários mais extensos sobre a "economia papal", que definitivamente não é o forte desse papa, ao contrário, é um dos aspectos mais condenáveis e mais deletérios nas mensagens papais. Ele só nos prova, com isso, que o peronismo foi mais forte do que a leitura dos livros sagrados na sua formação.
Quem sabe eu recomendo alguns livros ao Papa Francisco?
Paulo Roberto de Almeida

Papa explica declaração sobre se reproduzir 'como coelhos'

Philip Pullella - Reuters
21 Janeiro 2015 | 10h 51

O pontífice classificou como 'simplista' a relação entre a existência de famílias grandes e a pobreza, culpando o sistema econômico

CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco procurou esclarecer nesta quarta-feira seu comentário de que os católicos não devem se reproduzir “como coelhos”, dizendo que a injustiça econômica, e não as famílias grandes, é a verdadeira causa da pobreza. A fala do pontífice ocorreu na segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa dentro do avião papal, quando voltava de viagem de uma semana pela Ásia, quando ele falava sobre o controle de natalidade.
Sua linguagem atipicamente franca chamou atenção, especialmente nas mídias sociais, nas quais alguns comentaristas disseram que ela foi ofensiva para pessoas criadas em famílias grandes. “Ouvi dizerem que famílias com muitos filhos e que o nascimento de muitos filhos estão entre as causas da pobreza. Acho que esta é uma opinião simplista”, disse ele em sua audiência semanal no Vaticano.
O sistema econômico, que colocou o dinheiro em seu centro e criou uma “cultura descartável”, é a principal causa da pobreza, não as famílias grandes, afirmou o papa. Durante a coletiva de imprensa, o líder dos 1,2 bilhão de católicos reafirmou sua proibição ao controle de natalidade, acrescentando haver “muitas maneiras que são permitidas” para se praticar o planejamento familiar natural. A Igreja só aprova métodos contraceptivos naturais, sobretudo a abstinência sexual durante o período fértil da mulher.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Chávez, o passarinho; cade o gato Frajola?

Chávez, o passarinho

Editorial O Estado de S.Paulo, 4/04/2013
Hugo Chávez reencarnou num passarinho. A notícia foi dada pelo sucessor do caudilho venezuelano, o presidente postiço Nicolás Maduro, no início oficial da campanha para a eleição do próximo dia 14. Maduro disse que estava numa capelinha de madeira, rezando, quando entrou um "passarinho pequenininho", que deu três voltas sobre sua cabeça e pousou numa viga, momento em que começou a assoviar. Maduro, claro, assoviou de volta, porque, entre outras qualidades fantásticas, ele entende a linguagem dos bichos, e percebeu que se tratava de Chávez emplumado. "Eu senti o espírito dele. Eu o senti como uma bênção, dizendo-nos: 'Hoje começa a batalha. Rumo à vitória'. Eu o senti na minha alma", declarou Maduro, levando a campanha eleitoral de vez para o terreno do outro mundo, um caminho sem volta desde a morte de Chávez. Não se trata, pois, da eleição de um presidente, mas da unção do filho de Deus na Venezuela - e, nesse caso, seu opositor, Henrique Capriles, só pode ser o diabo.
Maduro está presidente da Venezuela apenas por obra e graça dos desejos do falecido caudilho e das desavergonhadas manobras governistas para rasgar a Constituição que eles juram respeitar. Foi a única maneira de estabelecer um mínimo de ordem nas hostes chavistas após a morte de seu líder, evitando, ao menos por ora, um conflito entre correligionários. De discreto assessor internacional do presidente, mais conhecido fora do que dentro do país, Maduro saltou para o estrelato bolivariano quando Chávez agonizava. Sem o carisma ou a capacidade de liderança de seu mentor, ele tem a responsabilidade de manter a coesão do movimento chavista, enfrentando a crescente desconfiança da base - que certamente vai se empenhar para elegê-lo, porque se trata de uma ordem do caudilho, mas que não lhe garante apoio incondicional depois disso. Com a Venezuela mergulhada em profunda crise econômica, uma desarrumação política entre os chavistas pode tornar o país definitivamente ingovernável.
Por essa razão, Maduro precisa ver Chávez até nos passarinhos que pousam nas igrejas. A beatificação do falecido, como se sabe, começou logo depois de sua morte, mas, à medida que o tempo passa, os hagiógrafos estão perdendo qualquer pudor. Num comunicado interno da PDVSA, a estatal de petróleo que é o esteio do "socialismo do século 21", os funcionários ficaram sabendo que Chávez havia se transformado em Cristo, pois "padeceu por seu povo, consumiu-se a seu serviço, sofreu de seu próprio calvário, foi assassinado por um império, morreu jovem...". Ou seja, "preenche todos os requisitos para ser um Cristo, pois, ademais, fez milagres em vida". E o texto termina com uma exortação: "Oremos por Chávezcristo!".
Como entidade divina, portanto, Chávez é onipresente, e as leis terrenas não se aplicam a seus apóstolos. A campanha eleitoral não poderia começar antes de 2 de abril, mas o chavismo já está no palanque desde a morte do caudilho, há um mês, ocupando os principais canais de TV, primeiro com o interminável funeral de Chávez, depois com as redes obrigatórias e com a transmissão integral de longos eventos públicos oficiais. Como é apenas um mortal, Capriles que se vire com os dez dias de campanha a que tem direito, durante os quais enfrentará o rolo compressor a serviço do governo - incluindo o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, dizendo falar "em nome do Mercosul", interpretou a eleição de Maduro como um "sonho de Chávez".
Se havia necessidade de alguma prova adicional de que há na Venezuela de hoje uma brutal regressão da democracia, a despeito do que pensam os simpatizantes do chavismo no governo brasileiro, agora não há mais. Maduro, ou quem quer que os chavistas imponham ao país no futuro previsível, estará empenhado em impedir que seu poder seja contestado, lastreando-o não em elementos mundanos, como o respeito às instituições democráticas e às liberdades civis, e sim no mistério do "Chávezcristo".

 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

E ai? Como andamos de previsoes imprevisiveis? - Revisao de meio de caminho...

No final do ano passado, eu fazia, como faço todo ano, inutilmente, mas também é falta do que fazer de melhor, as minhas previsões imprevisíveis, ou seja, aquelas que não correm nenhum risco de se realizar (a começar por parar com esta minha maneira de perder tempo escrevendo bobagens...).
Pois bem, não vamos esperar pelo final do ano para conferir se o que eu previ realmente não se realizou, pois do contrário fica confirmado, mais uma vez, meu fracasso total como vidente de coisas lunáticas. Não tenho seguro contra incendios, neste caso, um prêmio contra as realizações, assim que ninguém pode me cobrar nada...
Mas, chega de tergiversações sobre o nada, vamos ver logo o que eu prometi que não se realizaria...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Minhas Previsões Imprevisíveis para 2013 - Paulo Roberto de Almeida

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Minhas Previsões Imprevisíveis para 2013
(não custa continuar tentando, para ver se em algum ano dá certo...)
Paulo Roberto de Almeida
Como faço a cada ano (salvo nos bissextos), vou continuar meu tresloucado exercício de fazer previsões ao contrário, isto é, minhas expectativas para o que não tem nenhuma chance de acontecer no ano que pronto se iniciará. É claro que, dada a múltipla natureza bizarra, sempre inovadora, criadora, simpática e decepcionante, e até mesmo surpreendente deste país surrealista que se chama Brasil, corremos o sério risco de sermos desmentidos, e sairmos humilhados, pela absolutamente inacreditável realização de algumas dessas previsões malucas. As surpresas podem ocorrer, especialmente as vindas de certas esferas da alta política, previsíveis na sua imprevisibilidade, e que costumam confirmar aquela máxima do Barão de Itararé: de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. Mas isso fica pela conta do seguro contra acidentes não previstos, que renovo a cada ano nessa época, para evitar, justamente, ser processado por algum leitor, e aí cair naquela previsão ainda mais imprevisível de ter o caso julgado por um “auto” tribunal em menos de 20 anos, o que atrapalharia sobremaneira minha aposentadoria.
Sem mais delongas e tergiversações, vamos pois à lista atualizada das previsões imprevisíveis para 2013. Se algumas delas se realizar, os leitores podem me cobrar a conta, mas apenas em 2014, quando terei um estoque inteiramente novo de ofertas do impossível.
Começo pelo mais comum, frequente e corriqueiro: corrupção. Se não sobrevier o fim do mundo antes, vamos ficar inteiramente livres de qualquer novo caso de “malfeitos” em 2013. Tendo aprendido com sua própria experiência, na carne, por assim dizer, os companheiros vão inaugurar uma tecnologia inteiramente nova de combate à corrupção, pela simples razão de que – como a nova nota fiscal que já declara os impostos – a corrupção já virá integrada a todos os negócios públicos. O Partido dos Companheiros está criando uma Secretaria Especial de Negócios Não-Contabilizados, aqui se antecipando ao financiamento público das campanhas eleitorais, o que vai facilitar tremendamente as coisas. Transpondo a tecnologia para o nível estatal, vai ser possível nos livrarmos inteiramente da corrupção, em virtude do expediente já referido de sua integração oficial, formal e carimbada, em todas as transações que envolvem instituições e agentes públicos. Vai ser assim uma espécie de CPMF destinada inteiramente ao caixa 2, mas de forma explícita. Resolvido o problema, não é mesmo?
Fim do Mundo: parece que não deu certo desta vez, mas não custa apostar mais um pouco, inclusive porque esta catástrofe natural – ou dos deuses? – vai resolver todos os outros problemas, inclusive a obrigação deste escriba ficar perdendo tempo neste tipo de besteirol. As apostas ficaram um pouco mais caras, dada a frustração com as últimas cinco previsões e meia. Também: os maias têm aquela escrita complicada, impossível de ler, e números que não são em base decimal. Mais passons...
 Economia: depois do insucesso dos quinze últimos pacotes de estímulo à economia, o governo promete que não vai mais fazer pacotinhos de estímulo à economia; pode ser um pacotão, de tempos em tempos, mas essa coisa de a presidente e o ministro da Fazenda anunciarem, a cada semana, que “estão tomando medidas para estimular a economia” vai finalmente sair de moda. E não tem mais essa coisa de improvisações setoriais; doravante só terão direito a pacotes de estímulos, pacotões, na verdade, os setores minoritários, que já gozam de várias cotas de favor. Isso muda! Os afrodescendentes, por exemplo: com base na auto-declaração, eles já são mais de 55% da população brasileira. Todos os pacotes de favor serão agora para setores minoritários e prejudicados nas políticas dos últimos anos, como os loiros de olhos azuis, coitados.
 Política: o Congresso proclama sua independência, enfim! Só vai trabalhar para o governo nas quartas-feiras, quando o expediente é total. Nas terças e quintas, e só em regime de meio expediente, trabalhará para ele mesmo, que ninguém é de ferro. Estão abolindo o 14o. e o 15o. salários, mas vão criar a semana de expediente ainda mais reduzido. E já avisaram; só vão cassar companheiros legisladores em anos bissextos. O Stalin Sem Gulag, aliás, aproveita para mandar dizer que a luta continua, agora dentro da cadeia, com o apoio do PCC, que é um partido quase alinhado com suas teses.
Justiça: o Supremo diz vai parar de se meter na vida dos demais poderes; mas já avisou que não quer nenhum parlamentar se metendo na fixação dos seus próprios salários, que devem ser proporcionais aos quatro milhões de casos “a julgar”, parados há mais de oito anos nos escaninhos dessas varas que já viraram palácios de papel. Também vão modernizar o figurino: aquelas togas incomodas ficam sempre caindo e atrapalhando o movimento dos braços; vão adotar um simples avental, com os dizeres mais do que atuais: A justiça é cega...
Esporte: a Seleção de futebol da França se exila por completo na Bélgica, por razões fiscais. Os integrantes da seleção da Bélgica, por sua vez, fazem greve para não ter de pagar imposto de renda e ameaçam se exilar no vizinho Luxemburgo. A seleção brasileira adota um uniforme mais largo e mais comprido, daqueles antigos, para acomodar todas as mensagens publicitárias que a CBF negociou com importantes empresas multinacionais e várias estatais tupiniquins. Alguns jogadores vão negociar tatuagens publicitárias na barriga e no bum-bum (este mais caro). Mas, na copa das confederações, a seleção brasileira perde da seleção do Burundi por 1 a 0. Pano...
Economia mundial: a gangorra continua. Depois que o Brasil perdeu a condição de sexta economia mundial, para se converter na oitava economia, o governo reagiu e, via flutuação cambial do Banco Central, conseguiu trazê-la de volta para a sétima posição; os mercados reagem, fazem dois ataques especulativos e levam o Brasil à nona posição, mas o governo faz novo pacote e consegue trazer a economia para a oitava posição outra vez; os mercados, só de birra, provocam fuga de capitais e arrastam o Brasil para a décima-segunda posição; governo, emburrado e amuado desiste de brincar de gangorra cambial. Enquanto isso, a China e os Estados Unidos criam um programa conjunto de manipulações cambiais: pronto, era o que faltava para o governo brasileiro se enfurecer de vez; mas o seu tsunami financeiro não passa de uma marolinha...
Economia doméstica: o Ministério do Planejamento cria o PAC-III, com taxa de realização pré-programada em 35,7% dos recursos empenhados (incluídos restos a pagar...); o TCU também criou um software novo, de embargo preventivo das obras suspeitas de irregularidades: ele também vem pré-programado para embargar metade das obras, inclusive retroativamente, do PAC-I e do PAC-II, mas aí se descobre que as obras paradas são mais do que 75% do total dos volumes empenhados;
Economia sentimental: o governo cria o plano Brasil Amoroso, para distribuir beijos e abraços a quem vive sem companhia; Senadores mais sentimentais que outros, como Suplicy e Buarque, pensam instituir uma Bolsa Carinho, de meio salário de senador, para os contemplados no programa; executivo reage e cria o vale-beijo.
Cultura: as editoras brasileiras pedem proteção contra a Amazon, e querem taxa especial sobre o livro eletrônico, para compensar os custos que tem de estocar um monte de papel impresso que não vende; a Amazon resolve diversificar suas operações nacionais e começa a vender tapioca express-delivery. Deputado Aldo Rebelo reage, e diz que só pode se estiver escrito em língua nacional.
Política Externa: Cuba decide ingressar no Mercosul, antes do Paraguai voltar, e diz que tem direito a receber metade das verbas do Fundo de Recuperação e Apoio à Correção das Assimetrias Sociais Socialistas (FRACASSO), criado na cúpula do meio do ano. Guiana e Suriname reagem e dizem que também querem entrar no Mercosul para se beneficiar do maná brasileiro, à razão de 70% do total. Ministros decidem então criar uma Casa da Moeda do Mercosul (CMM), o mais novo órgão do vasto empreendimento integracionista, que não cessa de se ampliar no continente e surpreender o mundo pela sua criatividade e versatilidade. Obama diz que EUA consideram se tornar membro associado do Mercosul. É a apoteose...
Fim do Mundo, outra vez: guru de Cabrobó da Serra diz que ele descobriu um erro de cálculo no calendário maia, e atrasa o fim do mundo para meados de 2014, o que permite passar o fim de ano sem maiores preocupações com seguro de vida.
Bom ano a todos...
Brasília, 20 de dezembro de 2012
   

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Este blog sobreviveu ao fim do mundo, mas...

...talvez não consiga sobreviver ao acúmulo de bobagens que se disseminam rápida e perigosamente por todas as partes do Brasil, e em várias outras partes do mundo, também.

Não tenho medo de catástrofes, mesmo as mais terriveis, mas tenho alergia, horror, terror do besteirol, das estupidezes que vejo, ouço, contemplo um pouco em todos os lados para os quais olho.
Seja na TV, no rádio, nos jornais e revistas, na internet, enfim, por todos os veículos aos quais tenho acesso ou que literalmente "caem" sobre mim todos os dias, tudo o que tenho em volta me deixa preocupado, e me sinto cercado por um exército de bárbaros, seja de qual setor for, do governo, na imprensa, das escolas (inclusive superiores), na TV, tantas são as bobagens repetidas, velhas e novas, que brotam como champignons depois da chuva.
Estou cercado, num quilombo de resistência intelectual contra o besteirol costumeiro que circula no país.
Será que vou ter de pedir socorro, me asilar, virar um eremita?
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 10 de junho de 2012

Perguntar nao ofende...

Parbleu, ou sacre bleu, ou Mon Dieu!: não sabia que São Paulo tinha tantos gays; isso deve fazer quase 40% da população.
Mas metade deve ser de simpatizantes...
Mas simpatizantes com o que, mesmo?


Mais de 3 milhões de pessoas são esperadas na Parada Gay de SP

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Milionarios franceses ressucitam a guilhotina: continua afiada...

Brincadeira, claro, mas não duvido que, se fosse possível, os milionários deste país onde estou agora poriam a velha lâmina para funcionar outra vez, com alguma utilidade, digamos assim.
Se fosse para guilhotinar idiotas, ela não pararia de funcionar tão cedo, mas em se tratando especificamente dos inimigos dos ricos, aí ela já não daria conta: são muitos os partidários da egalité, por aqui, bem mais, em todo caso, que os defensores da liberté...
Paulo Roberto de Almeida

28/02/2012 - 15h50

Candidato à Presidência da França quer imposto de 75% para ricos

DA BBC BRASIL
O candidato socialista à Presidência da França, François Hollande, disse que os franceses com os maiores ganhos anuais deveriam pagar um imposto de 75% do valor de sua renda.
"Acima de 1 milhão de euros (quase R$ 2,3 milhões, por ano), a taxa de imposto deve ser de 75%, pois não é possível ter este nível de renda", disse Hollande.
Falando no horário nobre da televisão francesa, o candidato prometeu que, se eleito, vai revogar as isenções de impostos que foram determinadas pelo atual presidente, Nicolas Sarkozy.
Hollande é considerado o favorito nas eleições do dia 22 de abril, mas, as últimas pesquisas de opinião sugerem que a diferença entre ele e Sarkozy na preferência dos eleitores está diminuindo.
Acredita-se que Hollande e Sarkozy devem se enfrentar novamente no segundo turno, marcado para o dia 6 de maio.
POLÊMICA
O aumento de impostos para os ricos se transformou em um dos assuntos mais polêmicos da campanha presidencial francesa. Segundo a agência de notícias Reuters, especialistas da Suíça afirmam que impostos mais altos para os franceses mais ricos podem causar um êxodo para o país.
Muitas das celebridades mais ricas da França já moram em outros países.
O jornal francês Le Figaro informou que o anúncio de Hollande, feito no canal de televisão TF1, parece ter pego de surpresa até os próprios companheiros do Partido Socialista.
Em uma entrevista concedida minutos depois a outro canal francês, o France 2, Jérôme Cahuzac, responsável pelo setor tributário da campanha de Hollande, foi questionado a respeito da taxa de 75% proposta pelo candidato.
"Você está perguntando sobre uma declaração que, de minha parte, eu não ouvi", disse.
Hollande voltou a falar sobre a proposta de imposto nesta terça-feira, afirmando que o índice de 75% para as pessoas que ganham mais de 1 milhão de euros por ano é um "ato patriótico".
"É um sinal enviado, uma mensagem de coesão social, um esforço que precisa ser feito. É patriótico concordar em pagar um imposto suplementar para que o país volte a ficar de pé", explicou Hollande.
Ministros do governo da França, que são do partido de Sarkozy, condenaram a proposta de Hollande.
François Hollande "inventa um novo imposto toda semana sem sequer propor uma pequena economia", disse a ministra do Orçamento, Valerie Pecresse.
Para o ministro do Exterior, Alain Juppé, o plano do candidato é um "confisco fiscal".
Quando chegou à Presidência, em 2007, Sarkozy introduziu o chamado "escudo de imposto", que limitava o imposto a 50% da renda.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O fim dos ecologistas, como os conhecemos hoje: os novos malthusianos continuam errando

Nada, absolutamente nenhum dos argumentos desse ecologista britânico faz sentido econômico.
Os ecologistas são os malthusianos dos nossos dias, ou os profetas do apocalipse, vocês sabem, aqueles gajos meio malucos (ou inteiramente destrambelhados) que ficam gritando: 


"Arrependei dos vossos pecados consumistas, ó gente de pouca fé! O mundo vai acabar.
Vocês estão consumindo demais, parem com essa luxúria de gastança em coisas inúteis, não comprem mais iPads, mais iPhones, mais laptops, nada, vivam frugalmente, plantem para comer.
O planeta vai acabar, a água vai acabar, vamos morrer de poluição, cof, cof, cof..."


Bem, pode não ser exatamente assim, mas é um pouco assim.
O problema é que as pessoas não vão parar de consumir. Não dá para pedir a algumas centenas de milhões de chineses e indianos que eles não podem comprar carros, que eles não podem pensar em viajar, e ter uma casa maior, em dar presentes aos seus filhos, etc.
Ecologistas são, quando bonzinhos, apenas amigos das minhocas e das flores.
Mas quando eles são economicamente irracionais como este aqui, eles podem ser uma praga.
Enfim, a humanidade não vai segui-los claro, mas o problema é que aumenta a proporção de idiotas repetindo bobagens por aí. E eu tenho alergia à burrice...
Volto a dizer: NADA do do que diz esse ecologista faz sentido, nenhum dos seus argumentos se sustenta, seja pela lógica econômica, seja pelos comportamentos sociais, seja pelo simples bom senso.
Puro besteirol, tudo o que ele diz. Ecologismo irracionalista.
E por que estou postando aqui?
Bem, apenas para treinar os mais jovens, para fazê-los tentar desmentir, com argumentos econômicos racionais, cada uma das afirmações deste maluco. Eu consigo, mas não sei outros poderão fazer isso.
Fica o exercício...
Paulo Roberto de Almeida 



‘O fim da economia como a conhecemos’
Entrevista / Paul Gilding
Simone Barreto
O Globo, 5/02/2012

Para ambientalista, países emergentes podem criar um modelo de desenvolvimento sem sacrificar mais o planeta

Paul Gilding, o autor do livro “A Grande Ruptura”, provoca discussões em todo o mundo quando afirma que chegamos ao fim da trilha do crescimento econômico. No entanto, ele não se vê como um profeta do apocalipse. Muito pelo contrário, o ambientalista é um otimista que acredita no poder de reação da Humanidade: “Podemos ser lentos, mas não somos estúpidos”.  Gilding é um veterano ambientalista, que foi chefe do Greenpeace Internacional, e hoje é consultor de sustentabilidade e professor associado ao Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Aos 52 anos, Gilding vive numa fazenda, na Tasmânia, ilha ao sul da Austrália, com a mulher e dois de seus cinco filhos. Durante suas férias no verão australiano, Gilding falou ao GLOBO sobre

O GLOBO: O senhor diz em seu livro que a busca por lucro e crescimento econômico chegou ao limite. A que se refere a grande ruptura do título?
PAUL Gilding: A grande ruptura é o fim da economia como a conhecemos, do consumismo desenfreado, de um estilo de vida e de um crescimento econômico que não medem o impacto nos recursos finitos do planeta.

O que podemos fazer individualmente para ajudar a retardar esse processo?
Gilding: O mais importante a fazer é aprender como podemos melhorar a qualidade de nossas vidas. No mundo moderno, estamos focados em fazer mais dinheiro, consumir mais bens materiais, ter casas maiores e por aí afora. Significa que temos mais custos, que temos de trabalhar mais para pagar um custo cada vez maior e definitivamente não é assim que melhoramos nossa qualidade de vida... Precisamos aprender a viver com menos, para termos mais tempo de fazer o que nos deixa realmente felizes. Coisas simples como viver em comunidade, ficar com a família e os amigos.
O mundo está passando por uma mudança bastante importante: enquanto os países ricos estão afundados numa enorme crise financeira, os emergentes estão indo às compras. Mas precisam zerar uma dívida social enorme, o que significa mais gente consumindo, mais gente comendo, mais gente gastando dinheiro. 

Como fechar essa conta? 
Gilding: Eu acho que temos diferentes abordagens para diferentes países. Os ricos terão de fazer uma dramática redução nos gastos e no consumo. Primeiro, porque está muito claro que nosso planeta não sustenta esse ritmo de crescimento econômico; e segundo, porque também está claro que dessa forma não vamos melhorar a qualidade de vida dos cidadãos desses países. Mas é diferente quando falamos de pessoas vivendo em países em desenvolvimento. É como se o mundo tivesse de abrir espaço para o crescimento. E, na verdade, os países em desenvolvimento estão presos numa armadilha dos ricos, que resolvem tudo com o crescimento econômico. A verdade é que movimentos como Ocupem Wall Street nos mostram que o crescimento econômico não entrega sempre uma integridade social; ao contrário, pode criar mais conflitos e divisões na sociedade. Nós temos de criar um novo modelo de progresso, que permita o desenvolvimento sem sacrificar os processos e o planeta. E países como o Brasil, por exemplo, têm neste momento uma grande oportunidade de fazer diferente, de tentar novos meios de governar uma sociedade em equilíbrio com o mercado.

De quantos planetas Terra precisaríamos para sustentar a taxa de crescimento atual?
PAUL Gilding: Precisaríamos de dois planetas Terra em 2030 para sustentar o crescimento de hoje. Três ou quatro em 2050. É impossível manter este ritmo porque temos uma só. Estamos destruindo a infraestrutura sobre a qual a economia foi construída. Quanto mais danificamos a terra, os oceanos, menos o planeta poderá suportar.

O senhor já disse que acredita numa mobilização da sociedade para as mudanças que estão por vir. Estamos acelerando o passo dessa mobilização? 
Gilding: Em geral, não estamos realmente mobilizados. Ainda. Mas vejo que, desde que comecei a palestrar sobre a grande ruptura de que falo no livro, há uma aceitação maior ao fato de que precisamos discutir uma nova abordagem. Tanto que hoje muitos experts adotaram a ideia e falam sobre o equilíbrio que deve haver entre o crescimento econômico e o balanço social.

O senhor é um otimista?
Gilding: Sim! Eu sou um otimista incomum. Acho que o mundo vai ficar muito instável, que vai sofrer uma crise complexa, com muitos conflitos e um grande rompimento econômico. Mas nossa sociedade reage bem às crises. Então, apesar de muitas pessoas me acharem um pessimista quando digo que essa crise é inevitável, eu discordo. Sou otimista sobre o potencial de resposta da Humanidade a momentos como este, e a sua capacidade de fazer mudanças, e muito rápidas. Basta olhar o exemplo da Segunda Guerra Mundial e de como os ingleses reagiram numa situação limite. Nós somos realmente bons, extraordinários numa crise, temos grande capacidade de transformação e mobilização. Essa reação é universal.

Quando o senhor espera que deva acontecer essa grande parada da economia?
Gilding: Nesta década. Não estamos mais falando de longo prazo, para os filhos de nossos filhos. Vai acontecer logo, pois, quando algo é insustentável, eventualmente para. Também acredito que durará bastante, porque teremos exaustão de recursos e vejo o fornecimento de comida como uma das questões de maior importância.

Segundo as projeções atuais, vamos chegar a 2050 com nove bilhões de pessoas no planeta que precisarão de comida.
Gilding: Não é com a quantidade de pessoas vivendo, mas com o estilo de vida delas que temos que nos preocupar. É possível termos nove bilhões de pessoas e alimentá-las. Na Índia, as emissões de carbono estão em duas toneladas per capita, enquanto nos Estados Unidos vemos 26 toneladas per capita. Só não será possível se vivermos como hoje nos países ricos, sem pensarmos no desperdício e em como conduzimos nosso consumo.

O que o senhor ensina para seus filhos sobre o futuro do planeta?
Gilding: Você não quer que as crianças fiquem preocupadas com o futuro. Mas eu procuro ensinar as coisas em que acredito. Eu tenho cinco filhos, quero que eles sejam felizes. Eu tento ensinar como viver bem sem precisar de muito. Quero que eles saibam como é possível ter uma boa vida num mundo de nove bilhões de pessoas.n “Precisaríamos de dois planetas Terra em 2030 para sustentar o crescimento de hoje.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Forum Surreal Mundial: Alemanha e Franca ajudam no besteirol

A poucos dias de se iniciar mais um piquenique anual dos antiglobalizadores, governos populistas e demagógicos parecem querer ajudar no festival de besteiras que deve assolar a capital gaúcha na segunda quinzena de janeiro de 2011.
Alemanha e França anunciam que vão implementar um imposto sobre as transações financeiras, ou seja, um tributo recolhido por esses governos sobre diferentes tipos de transações efetuadas nos mercados financeiros.
Segundo Sarkozy -- que tem preocupações eleitoreiras evidentes -- "Se não dermos o exemplo, não acontecerá nada, aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."
Não é certo que a Alemanha o faça, pois sua chanceler e parlamento são um pouco mais sensatos do que os franceses "voláteis", mas talvez o façam, não por estarem convencidos da justeza da medida, mas apenas por simples necessidade de um "extra", um dinheiro a mais no festival de gastanças que se preparam para fazer.


Mas, "pera lá", como diria alguém.
Antes de descambar para o besteirol costumeiro que costumamos encontrar nesses jamborees anuais do FSM, vamos fazer perguntas perfeitamente razoáveis:


1) Quem contribuiu para "esta situação"?
Foram os banqueiros, que agora vão ser tosquiados apenas nominalmente pelos governos? Ou foram os governos, que tomaram dinheiro do sistema financeiro além da conta? Os banqueiros obrigaram os governos a se endividar além da conta? Foram eles que produziram déficits orçamentários, contra a vontade dos governos? Foram eles que induziram os governos a aumentar tremendamente o endividamento interno, público?


2) "...aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."???
Como assim? Vocês acham mesmo que os banqueiros vão mesmo tirar dinheiro do bolso -- ou seja, reduzir seus resultados operacionais, e diminuir os lucros e dividendos pagos aos acionistas -- para ajudar os governos? Ou vão simplesmente repassar aos "consumidores"-- tomadores de crédito -- toda e qualquer tributação adicional que os governos criarem? E os governos, vão pagar impostos sobre suas próprias operações de financiamento nos mercados comerciais, ou vão se isentar eles mesmos e passar a conta apenas para consumidores passivos e inermes?


3) Alguém são de espírito acredita realmente que um novo imposto sobre transações financeiras -- provavelmente de menos de 1% dos valores incorridos -- é capaz de diminuir a volatilidade financeira?


4) Alguém acredita que dinheiro arrecado por governos sirva a propósitos elevados de desenvolvimento econômico e social, de ajuda ao países pobres, a cooperação e assistência técnica? Alguém acredita nisso? Ou será que esse dinheiro não vai continuar servindo aos gastos correntes dos próprios governos?


5) Os antiglobalizadores -- e governos populistas -- acreditam mesmo que esse impostinho vagabundo vai contribuir para "colocar areia nas engrenagens da especulação financeira"? Eles são ingênuos a esse ponto, ou estão querendo enganar a si próprios?


6) Alguém acredita, por fim, que do piquenique anual do Forum Surreal Mundia vai resultar alguma medida, uma só, suscetível de resolver qualquer problema, um só, do mundo, por meios factíveis, positivos, racionais?


7) Alguém acredita que a imprensa vai discutir problemas reais durante o FSM, em lugar de fazer como sempre faz, refletindo apenas o besteirol predominante nesses encontros?


Sinto muito, mas eu tenho alergia a governo demagógicos, irresponsável, mas tenho mais alergia ainda à burrice predominante em certas esferas. Para ser completo eu diria que eu tenho horror à má-fé, e à desonestidade intelectual (acho que o adjetivo não se aplica), de certos gurus que se apresentam como salvadores do mundo...
Paulo Roberto de Almeida
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Addendum:
Le Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

La taxe Tobin déjà votée au parlement, mais en 2001


LE MARDI 10 JANVIER 2012 À 21:31

L

e Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

On pensait que les éléphants avaient une bonne mémoire. Erreur, ceux du PS semblent être frappés d’amnésie. Et pourtant, le 13 décembre 2001, sous le gouvernement Jospin, le parlement a adopté une loi qui concerne les transactions sur devises. Elle avait été adoptée par 35 voix contre 16. Le texte avait même fait la navette entre le Sénat et l’Assemblée nationale. A l’époque c’est le député PS Henri Emmanuelli qui présidait la commission des Finances.
Que disait la loi. Elle prévoyait tout simplement de taxer les transactions de monnaies. Le texte est directement inspiré des théories du célèbre économiste américain, James Tobin. La loi a été votée et la mesure figure dans le code général des impôts.  Seul bémol, pour être applicable il est dit dans un amendement, que les Etats membres de la Communauté Européenne doivent eux aussi faire adopter un texte similaire.

sábado, 19 de novembro de 2011

Sempre essa nossa mania de ser o "maior do mundo"...

Que tal se fossemos um pouquinho, apenas um pouquinho mais ricos no plano individual?
Ou então ter um IDH mais elevado?
Ou uma classificação melhor em educação de base?
Ou em competitividade?
Em indicadores de mortalidade adulta, por qualquer motivo que seja?
Em transparência, ou índices menores de corrupção?
Que tal, aliás, começar pela demissão sumária de ministros mentirosos, falastrões, incompetentes?
Por exemplo, somos o governo com o maior número de ministérios do mundo?
Não sei, talvez, mas podemos começar reduzindo-os à metade...
Que tal começar falando menos e fazendo mais?
Paulo Roberto de Almeida

Presidente Dilma diz que Brasil poderá ser a quinta economia do mundo
Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta (18) que o Brasil poderá ser a quinta economia do mundo. Ao participar do lançamento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana, em Salvador, Dilma disse que essa boa fase da economia brasileira precisa se refletir na melhor qualidade de vida para as pessoas.

De acordo com a presidente, a meta é que todos tenham um padrão de vida pelo menos de classe média. “Nós podemos e seremos a sexta economia do mundo. Podemos chegar a ser a quinta economia do mundo, nós podemos chegar ao lugar que for mais perto do primeiro, mas, o que nós devemos perseguir mesmo é um país que tenha uma qualidade de vida para a sua população, que lhe dê um padrão de classe média".

Ao analisar a crise internacional, Dilma traçou um cenário de falta de perspectivas para os países desenvolvidos. "Hoje nós estamos vivendo um momento em que percebemos que os países desenvolvidos passam por uma grave crise”. Ela disse que a preocupação do governo é manter no nível de investimentos na esfera federal e também dos estados e município

"No nosso país, temos todas as condições de enfrentar essa situação e uma das condições é ampliar o investimento em infraestrutura, na melhoria das condições de vida da população. São esses investimentos que formarão a maior blindagem contra a crise. É continuar o governo federal, o governo dos estados e dos municípios investindo".

A presidenta disse também que terá condições de investir mais do que fez o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Terei maior capacidade ainda de investimento pelas condições que eu herdei”.

Hoje o Brasil é a sétima maior economia do mundo, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha, do Reino Unido e da França.

Publicado em: 18/11/2011 18:27

sábado, 24 de setembro de 2011

UnB militante: se fosse a "vanguarda do atraso" ja seria um avanco...

Pois é, certas áreas das "humanidades" (!!!???) na UnB não se corrigem, e continuam a exibir uma mostra de retardamento mental com anacronismo histórico.
Por isso escrevi que se ela fosse a chamada (e abusada) "vanguarda do atraso", ainda representaria certo avanço em relação à mentalidade embolorada, e canhestra, que costuma presidir certas iniciativas.
Num momento em que a dívida externa de países latino-americanos -- com as exceções de praxe -- já não representa o problema que representava no passado, e em que são países desenvolvidos que passaram a ostentar níveis de endividamento público excessivamente altos, os "vanguardeiros do atraso" da UnB ainda insistem com o tal de "Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo" (sic três vezes) e com uma tal de "Auditoria da Dívida", e o Congresso se presta a esse tipo de baboseira.
Vejam que estupendo: "O Seminário (...) irá discutir as verdadeiras causas da crise financeira, ambiental, alimentar e social que aflige todos os continentes e que tem a especulação financeira e o modelo de acumulação capitalista como pano de fundo." Uau!
Em função disso, ele pretendem "a integração Latino-americana [que] se coloca como urgente e necessária, tanto para proteger o bloco contra a transferência da crise especulativa como para a articulação de ações concretas que podem ser consideradas a vanguarda de uma Nova Arquitetura Financeira mundial". Duplo Uau!!
Será que eu terei tempo para coletar mais algumas pérolas para meu caderno de besteirol econômico? Será que eu aguentaria sorrindo ouvir tudo aquilo que se espera?
Tchan, tchan, tchan... suspense...
(Acho que vou pedir transcrição aos economistas voluntários.)
Paulo Roberto de Almeida 


III Seminário Internacional Latino-Americano-Alternativas de Enfrentamento à Crise

O Decanato de Extensão (DEX) transmite à comunidade da UnB convite da Auditoria Cidadã da Dívida e do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM) para o III Seminário Internacional Latino-Americano – Alternativas de Enfrentamento à Crise, a realizar-se de 5 a 7 de outubro de 2011.  Inscrições, Informações gerais e detalhamento da programação no site http://www.divida-auditoriacidada.org.br/

PROGRAMA

Dia 05/10 – 9h às 18h
III Seminário Internacional Latino-Americano – Alternativas de Enfrentamento à Crise
Local : Auditório da OAB Nacional (pede-se chegar às 8 horas para o credenciamento e distribuição de equipamento de tradução simultânea) Endereço: SAS Quadra 5 - Lote 1 - Bloco M – Brasília-DF .  As Inscrições são gratuitas e estão abertas no portalhttp://www.divida-auditoriacidada.org.br/

Dia 06/10- -  9h às 12h
Audiência Pública no Congresso Nacional
Local: Anexo 2 da Câmara dos Deputados, Corredor das Comissões, Plenário 4

Dia 07/10 -8h às 18h
Minicurso Dívida pública: processos, crise e participação popular (integra a  Semana Universitária UnB 2011).
Local: Auditório do Instituto de Ciências Humanas – IH- ICC Norte (Minhocão) – subsolo. Inscrições na páginahttp://www.semanauniversitaria.unb.br -Mais informações nos telefones (61) 3107-0332 ou 3107-0329.

O Seminário, em sua programação plenária (consulte programação completa no site do evento) irá discutir as verdadeiras causas da crise financeira, ambiental, alimentar e social que aflige todos os continentes e que tem a especulação financeira e o modelo de acumulação capitalista como pano de fundo. Contará com a presença  de representantes de diversos países da América Latina, especialmente do Dr. Pedro Paez (presidente da Comissão Técnica Presidencial Equatoriana para o Desenho da Nova Arquitetura Financeira Regional e Banco do Sul); e da Europa: Sofia Sakorafa, deputada do parlamento grego; Eric Toussaint, presidente do CADTM, Bélgica; e Kjetil Abildsnes, da Noruega.

Informações – Maria Lucia Fattorelli – Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida (61) 81871477 e Rodrigo Ávila – Economista voluntário da Auditoria Cidadã da Dívida (61) 81471196 – Escritório 0 (61) 21939731 – Ana Regina, seminarioauditoriacidada@yahoo.com.br

SAIBA MAIS  
Sobre o Seminário – O momento atual exige a mobilização da sociedade para discutir as verdadeiras causas da crise financeira, ambiental, alimentar e social que aflige todos os continentes e que tem a especulação financeira e o modelo de acumulação capitalista como pano de fundo.  Mais do que nunca, a integração Latino-americana se coloca como urgente e necessária, tanto para proteger o bloco contra a transferência da crise especulativa como para a articulação de ações concretas que podem ser consideradas a vanguarda de uma Nova Arquitetura Financeira mundial. A exigência de transparência e acesso a informações acerca do endividamento público é a tônica do clamor social pela Auditoria da Dívida, principalmente devido à destinação da maior parte dos recursos públicos para o pagamento de juros de uma dívida que nunca foi auditada. No Brasil, em 2010 o Orçamento Geral da União destinou 44,93% para o pagamento de juros e amortizações da ívida pública e apenas 2,89% para educação;!
 3,91% para saúde; 0,04% para saneamento básico.

Sobre a Auditoria Cidadã:  É resultante do  Plebiscito da Dívida Externa, realizado no Brasil em setembro de 2000 pela Campanha Jubileu Sul, no qual 6.030.329 cidadãos, de 3.444 municípios do País, se manifestaram, sendo que mais de 95% votaram NÃO à manutenção do Acordo com o FMI, NÃO à continuidade do pagamento da dívida externa sem a realização da auditoria prevista na Constituição Federal e NÃO à destinação de grande parte dos recursos orçamentários aos especuladores. Enquanto o Congresso Nacional não convoca a auditoria oficial, como determina a Constituição Federal, um grupo de entidades vem se organizando para promover uma auditoria que se denomina cidadã, exatamente pelo fato de estar sendo realizada por cidadãos e para os cidadãos. O objetivo da auditoria da dívida é dissecar o processo de endividamento do País, revelar a verdadeira natureza da Dívida e, a partir daí, promover ações no sentido de reduzir o montante das Dívidas Interna e Externa. A Auditoria Cidadã possui um Conselho Político de dezenas de pessoas e entidades que está aberto à adesão de novas entidades.

sábado, 13 de novembro de 2010

Pausa para... uma palestra perfeitamente inutil...

Recebo do:
Ciclo de Debates do Grupo de Estudos sobre Multiculturalismo, da UnB, um convite para uma palestra a ser realizada em 17/11/2010, no Ceppac, que é um Centro de Estudos de políticas para a América Latina e o Caribe (ou seja, algo aparentemente relevante e existente)

A palestra é sobre:

"A dialética global / local para além dos paradigmas de homogeneização e resistência"
Palestrante: Prof. Dr. Xxxxxx Xxxxx Xxxx (suprimo o nome para evitar constrangimentos)


Apenas transcrevo a ementa da palestra, como provavelmente o palestrante a redigiu, he himself, como diriam nos Isteites:

Esse debate tem como objetivo problematizar estudos sobre a disseminação de culturas globais centrados na noção de centro-periferia e homogeneização e resistência, com base em estudo etnográfico comparativo entre países “desenvolvidos” (EUA) e em “desenvolvimento” (Brasil). A reflexão apresentada explora as contradições internas do capitalismo contemporâneo para evidenciar como processos de produção e de impacto de formações culturais globais são componentes de um diálogo da tensão dialética contínua local-global.

Não é edificante?
PS: Eu me pergunto até onde vai o besteirol universitário e quão rapidamente caminhamos para a mediocrização completa da academia no Brasil...
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pausa para uma receita de vida saudavel (nao cobro nada pela aula)...

Recebido de uma dessas listas que, no meio das coisas sérias, também vem um pequeno besteirol. Não concordo com todas as prescrições, mas como tratar sempre de ideias inteligentes às vezes cansa, podemos fazer uma pausa para tratar de ideias pouco inteligentes, ou simplesmente negligentes...
a.       É conhecida e aceita universalmente a Lei Natural da Seleção dos Mais Fortes.
b.      Assim, numa corrida, chegam sempre em primeiro os mais fortes e mais aptos. Isso vale para tudo. De espermatozoides a neurônios, passando por qualquer outra coisa que necessite disputar uma posição.
c.       É sabido e universalmente aceito que o álcool destrói os neurônios.
d.      Dessa forma são portanto destruídos os neurônios mais fracos e incapazes de se defenderem do ataque do álcool.
e.      Desse embate sobram somente os neurônios mais fortes e capazes.
f.        Conclusão: Quem bebe só tem os melhores e mais capacitados neurônios, portanto são as pessoas mais capazes.
E vamos beber nossa dose de hoje que eu acho que tem alguns neurônios capengas precisando ser eliminados...

PS: Já dei minha contribuição hoje, bebendo uma cerveja no almoço, e duas taças de vinho na janta. Aliás, vou tomar mais uma antes de dormir. Sempre ajuda a não sonhar com gente que não merece...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Campanha presidencial: demagogia sem limites

Parece que em período eleitoral, políticos que costumam atuar com três ou quatro neurônios, acabam só com um ou dois, o restante sendo amputado pela demagogia eleitoral.
Inacreditável que algum político responsável prometa, não só dobrar o Bolsa-Família, como dar "décimo-terceiro" aos seus beneficiários.
Isso é apenas demagogia ou é começo de loucura, também?
Em todo caso, vale o bordão: nunca antes, neste país, se falou tanta bobagem e tanta mentira concentrada numa única campanha...
Paulo Roberto de Almeida

Serra promete décimo terceiro para beneficiários do Bolsa Família em debate em Recife

RECIFE - Depois de prometer aumentar o salário mínimo e o valor das aposentadorias, o candidato do PSDB, José Serra, disse que, caso eleito, dará décimo terceiro salário para todos os beneficiários do Bolsa Família. Ele fez a afirmação durante debate entre os presidenciáveis realizado na noite desta segunda-feira na TV Jornal do Commercio.

- Os assalariados têm, os aposentados têm, então os beneficiários do Bolsa Família também devem ter - afirmou o tucano, no que foi rebatido por Plínio de Arrruda Sampaio, do PSOL, que criticou a necessidade da existência de um programa social como esse no país:

- O Bolsa Família existe porque falta emprego e porque falta trabalho, salário. Bolsa Família deveria ser uma ação emergencial, por exemplo, para quem está sob a lona esperando por um pedaço de terra, pela reforma agrária - afirmou Plínio.

Ele disse ainda que o dinheiro do Bolsa Família é tão pequeno que deveria se chamar Bolsa Biscoito.

(Leia também: presidenciáveis criticam ausência de Dilma no debate) (Leia também: Serra critica Dilma e diz que ela vai brigar com Lula, caso se eleja)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pausa para o besteirol religioso-sincrético; nao apenas no Brasil...

Cada coisa que a gente recebe...
Eu ainda não me conformo com a existência de curso de Astrologia na Universidade de Brasília, para mim um sinal a mais da decadência da universidade pública em plena capital da república (com r minúsculo).
Agora recebo a oferta de um curso de magia e ocultismo do que parece ser a maior escola do Brasil nessa área esotérica.
A propaganda é feita em torno de supostas "Caixinhas Mágickas!" [sic três vezes; mágicas, com c e k, para que não restem dúvidas sobre seus poderes...]

Mas o que prometem essas caixinhas?
Deixo a palavra com seus promotores, ou propagandistas:

Atendendo pedidos esta semana as atuas voltaram para a promoção!

As Atuas são caixinhas mágickas para não dizer milagrosas! Elas trabalham com a ajuda dos LOAS do Vodu. Quando se fala em Vodu sempre nos vêm à mente bonequinhos espetados, magia negra e maldição. Mas, as coisas não são bem assim, o Vodu é uma religião muito bem fundamentada com seu panteão e hierarquias organizadas. Os Loas são os Deuses ou Santos do Vodu, como os Orixás na Umbanda, os Santos Católicos, os Deuses Pagãos, etc. Cada Loa têm sua função, tanto para o bem quanto para o mal. Estes Loas possuem um poder muito forte, pois trata-se de uma religião primitiva e quanto mais primitiva, mais pura a energia com a qual se trabalha. Acredita-se que estas entidades já eram reverenciadas pelos povos Atlantes. O curso Tradição da Serpente Negra explica este tema detalhadamente.

Além da poderosa força dos LOAS, outro ponto importante de se trabalhar com as Atuas é o elo energético magnético que se cria. A atua não é um feitiço que você tem uma única oportunidade de executá-lo e se der errado tem que fazer tudo de novo. Com a atua você vai trabalhando diariamente criando um centro de energia incrível. Não existe receita pronta para o uso das Atuas, com elas você cria um feitiço totalmente seu, colocando dentro delas testemunhos e objetos que simbolizam o seu desejo.

Quando introduzimos as atuas em nosso site, disponibilizamos com apenas 4 funções que acreditamos ser as principais na vida de uma pessoa: Amor, Saúde, Prosperidade e Proteção. Com o passar do tempo, as pessoas que usaram se surpreenderam com os resultados e começaram a nos pedir Atuas específicas, para se vingar de um inimigo, fechar um contrato, passar em um concurso, ir bem nos estudos, etc... Aprofundamo-nos cada vez mais em nossos estudos, viajamos até a África, em Ouidah nos iniciamos na tradição Rada e Petro, não foi fácil, além das provações impostas pelo Sacerdote Houn'gan e da Sacerdotisa Mambo, ainda encontramos a barreira do idioma e estilo de vida totalmente diferente do nosso. Mas, valeu a pena! Hoje, orgulhosamente ostentamos o título de Sacerdote Houn'gan e Sacerdotisa Mambo e também apresentamos as 16 atuas que desenvolvemos baseados em nossos estudos e experiências e que tem apresentado resultados positivos ajudando à todos aqueles que fazem uso desta caixinha poderosa com sabedoria e respeito.


Durma-se com um barulho desses.
Mas, eu não tinha acabado as surpresas do dia.
Eis que recebo, na lista da Brazilian Studies Association, que eu julgava uma entidade séria -- tanto que faço parte de seu Comitê Executivo -- o seguinte anúncio de uma palestra na prestigiosa Georgetown University:

Lecture: "Afro-Brazilian Spirituality in our Contemporary World," Carlos Buby, Georgetown University, Washington, DC, September 8
************************

The Department of Spanish and Portuguese & The Brazilian Studies Program at Georgetown University invite you to a lecture by

Carlos Buby - Babalorixá of Templo Guaracy do Brasil (Umbanda)

"Afro-Brazilian Spirituality in our Contemporary World"

BABALORIXÁ CARLOS BUBY: After a successful start as a singer and composer of Brazilian popular music, Carlos Buby turned to the Tradition of Umbanda in search for existential and spiritual answers. Deep researcher of natural phenomena, Carlos Buby founded Templo Guaracy in 1973, an Umbanda Temple that quickly became a reference in the Tradition. Today Templo Guaracy is present not only in Brazil, but in 7 other countries of Europe and North America (Portugal,France, Austria, Switzerland, Belgium and California, New York, Washington and Canada.) Throughout those years, Carlos Buby developed a cosmogonical model based on the Afro-Brazilian roots, which brings light in understanding the dynamics of life on Earth. Recently he also consolidated the principles that gave rise to the Guaracyan Philosophy, using a humanist, universal, apolitical and non-religious approach.

Wednesday, September 8th, 2010
12:00-1:30pm
ICC 450


Confesso a vocês que por esta eu não esperava, nem da BRASA, nem da Georgetown.
Acho que estou cada vez mais deslocado neste mundo.
Apenas eu acho tudo isso um besteirol completo?

Paulo Roberto de Almeida

sábado, 10 de julho de 2010

Turismo "al revés": (des)promoting tourism in Brazil

Os que frequentam este blog e leem seus posts dedicados ao mais famoso professor de economia "al revés" que existe nas cercanias do Brasil, sabem como é aprender ao contrário, isto é, enfatizando tudo aquilo, justamente, que não se há de fazer ou falar, ou que não é recomendado pelas boas regras da educação civilizada ou da simples cortesia com os ouvintes (como não falar errado, não fazer brincadeiras de mau-gosto, piadas grosseiras e coisas do gênero, que infelizmente tem sido multiplicadas de uns tempos para cá).
Certas pessoas se consideram não apenas acima dos comuns, como inimputáveis, já não digo pelas normas e procedimentos criminais, mas pelas regras da gramática, do bem falar e do simples bom gosto.
Conheço, desde muito tempo, essa prática de afastar o discurso formal, por vezes chato, preparado pelas assessorias especializadas, que costumam falar sobre o óbvio, não sem aquela sensação de "langue de bois", ou de bullshit", que aborrece um pouco, mas é o que se deve dizer nessas ocasiões formais. Pois bem, preferindo o improviso e as brincadeiras inventadas na hora, corre-se sempre o risco de falar o que não cai bem, insistir no que não deve e descontentar os promotores do evento, que esperavam evidentemente outra coisa.
Sorrisos amarelos, risadas forçadas, aplausos envergonhados, sensação de surpresa, frustração, quando não raiva...
Tudo isso se reflete na matéria abaixo:
Paulo Roberto de Almeida

Lula desconstrói campanha de turismo e destaca perigos do Brasil em 2014
Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Uol, 9.07.2010

Lula desconstruiu o projeto do ministério do turismo para Copa de 2014 durante discurso na África

Em Johanesburgo (África do Sul) - Num discurso de improviso, destinado a lançar uma campanha de promoção internacional do turismo no Brasil com vistas à Copa de 2014, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou uma imagem do país que o Ministério do Turismo não gostaria de ver enaltecida.

Lula alertou os estrangeiros sobre o risco de ser mordido por “uma sucuri destreinada”, disse que os brasileiros não sabem inglês mas são bons na arte de “mimicar”, garantiu que o país é tão bem servido de homens quanto de mulheres e lamentou que as pessoas vão ao cinema e na volta não encontram o carro, porque foi roubado.

A cerimônia com a presença do presidente ocorreu num espaço montado pelo governo, num centro de convenções, no coração de Johanesburgo. Lula passou um tempo folheando o discurso preparado para o evento. Mas deixou-o de lado e arrancou gargalhadas já ao mencionar as autoridades presentes. Chamou o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, de governador, corrigiu-se, mas acrescentou, rindo: “Mas um dia vai ser. Um dia vai ser”.

Lula elogiou a diversidade racial brasileira fazendo um contraponto com outros povos. “Quando você vê a Alemanha em campo, com exceção do brasileiro Cacau, você só vê alemão. Quando você vê o Japão, você só vê japonês. Quando você vê a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, você só vê coreanos, com a diferença que uns riem mais que os outros. No jogo Itália e Servia, não tinha um único negro nem no banco de reservas”.

Curiosamente, o filme exibido pelo Ministério do Turismo, para ser lançado assim que acabar a final da Copa de 2010, mostra um Brasil quase inteiramente branco. Até ao mostrar o público na arquibancada do Maracanã, a publicidade dirigida por Fernando Meirelles exibe em primeiro plano uma mulher loira.

Lula elogiou a beleza do brasileiro. E observou: “Quando eu falo em beleza, vocês têm que compreender que para cada sapo tem uma sapa. Ninguém fica sem seu par”.

Em seguida, o presidente fez uma digressão sobre os motivos que impedem o brasileiro de ir ao cinema. Queria fazer um paralelo com a dificuldade de levar turistas estrangeiros ao Brasil. E disse: “O cidadão vai ao cinema e depois quando vai buscar o carro, roubaram”.

Ao falar das belezas naturais do país, Lula mencionou especialmente o Amazonas, o Pantanal e a Chapada Diamantina. “A floresta mais incrível do mundo, rios maravilhosos, mas tem que ser de maneira ordeira. Se sair da linha, uma sucuri destreinada vai pegar vocês”.

Lula arrancou aplausos ao criticar as companhias aéreas brasileiras, que não têm vôos diretos para a África. Disse que é uma questão de honra para ele, assumida diante do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que este quadro seja mudado. “Não é possível que o avião brasileiro passe sobre a África e não pare. Tem que parar. O africano que quer ir para o Brasil tem que pegar um avião para Paris. Se ele vai até Paris, por que vai para o Brasil depois?”

O presidente também divertiu o público ao falar que o turista que for para o Nordeste vai encontrar um povo muito acolhedor, mas que não sabe falar inglês. “Mas tem a grande capacidade de fazer mímica. É a capacidade de mimicar do povo brasileiro”. Dirigindo-se a Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais, Lula perguntou: “Esse verbo existe?” E ouviu um não, mas o verbo existe segundo o dicionário Houaiss.

Lula encerrou o improviso lendo a última frase do discurso preparado para ser lido. “Eu ia ler meu discurso, mas não li. Então vou ler só a última frase. O Brasil está te chamando. Celebre a vida aqui”, disse, fazendo graça.

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Addendum: A última frase da propaganda do Ministério do Turismo (que nem deveria existir) revela a pobreza da linguagem publicitária adotada: "O Brasil está te chamando". Esse povo deveria voltar para a escola...