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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Este blog sobreviveu ao fim do mundo, mas...

...talvez não consiga sobreviver ao acúmulo de bobagens que se disseminam rápida e perigosamente por todas as partes do Brasil, e em várias outras partes do mundo, também.

Não tenho medo de catástrofes, mesmo as mais terriveis, mas tenho alergia, horror, terror do besteirol, das estupidezes que vejo, ouço, contemplo um pouco em todos os lados para os quais olho.
Seja na TV, no rádio, nos jornais e revistas, na internet, enfim, por todos os veículos aos quais tenho acesso ou que literalmente "caem" sobre mim todos os dias, tudo o que tenho em volta me deixa preocupado, e me sinto cercado por um exército de bárbaros, seja de qual setor for, do governo, na imprensa, das escolas (inclusive superiores), na TV, tantas são as bobagens repetidas, velhas e novas, que brotam como champignons depois da chuva.
Estou cercado, num quilombo de resistência intelectual contra o besteirol costumeiro que circula no país.
Será que vou ter de pedir socorro, me asilar, virar um eremita?
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 16 de junho de 2012

Universidades brasileiras: refens do sindicalismo exacerbado

Este é apenas um dos problemas da universidade brasileira, e não dos mais graves.
O sindicalismo político, exacerbado, corporativo, em algumas unidades quase mafioso, pelas seitas políticas ultra-minoritárias e ultra-radicais que dominam os aparelhos sindicais dessas unidades, está contribuindo, isto é evidente, para a deterioração das condições de ensino no ciclo superior do Brasil
Mas esta é talvez apenas a superfície de um problema mais grave: a deterioração qualitativa do conteúdo mesmo do ensino.
Pelo que constato, por crescente número de propostas de artigos da minha área destinados a publicação, e que tenho de, como parecerista, rejeitar por falta absoluta de qualificação (seja simplesmente pelo Português deficiente, seja ainda pela falta de lógica elementar nos argumentos, seja, o que é mais grave, pelo desconhecimento total do objeto do artigo), só posso chegar à conclusão de que nosso ciclo superior está se aproximando dos padrões lamentáveis que sabemos existir nos ciclos precedentes das instituições públicas.
O grevismo inconsequente é apenas o reflexo de tudo isso.
O Brasil vai pagar muito caro pela republiqueta sindical que foi criada nos últimos dez anos...
Paulo Roberto de Almeida 

Alunos em aula na UnB lamentam greve

Poucos estudantes que continuam indo às aulas apoiam professores que mantêm atividade e acham que serão prejudicados

Priscilla Borges - iG Brasília  - Atualizada às 
Quem chega à Universidade de Brasília (UnB) percebe logo os reflexos da greve: estacionamentos com mais vagas disponíveis, corredores vazios, salas sem atividade. Apenas pequenos grupos se dividem entre papos nos jardins ou em algumas turmas ainda em aula.
Os poucos estudantes se sentem prejudicados pela paralisação parcial dos professores. Têm poucas aulas, em horários e dias intercalados, e sabem que, quando todos voltarem à ativa, continuarão frequentando a universidade, para repor o restante das aulas.
Priscilla Borges
Corredores vazios na UnB. Universidade aderiu à greve dos professores federais
“Por causa de uma aula, temos de continuar vindo. Melhor seria não ter aula nenhuma. Nós, que somos de fora, não podemos ver a família agora e nem em julho”, reclama Daniel Barretto, 18 anos, que é de Salvador (BA), falando em nome dos colegas.
Do grupo de sete universitários que conversava após uma aula no Minhocão (prédio principal da UnB), todos calouros do curso de Relações Internacionais, quatro vieram de longe para estudar atraídos pela fama da graduação, a mais antiga do País na área. Agora, sentem-se frustrados.
Além de Daniel, Maria Fernanda Lopes, 19 anos, Laís Sachs, 18, e Anaïs Ferreira, 18, também deixaram as famílias em Minas Gerais, São Paulo e Piauí para estudar. “O Brasil faz o inverso do que deveria fazer uma potência econômica: não investe na qualidade da educação, não valoriza os professores”, protesta Laís.
Isabela Nunes, 19 anos, acredita que a qualidade de ensino não está entre as prioridades nem de professores, nem de servidores. “É a última coisa que estão se importando”, desabafa. Para ela e os amigos, a reposição dos conteúdos será feita de qualquer jeito.
Quem insiste em dar aulas o faz por convicção. Como os grevistas, que deixaram as salas de aulas desde 21 de maio. Uma professora de Ciência da Computação, que prefere não se identificar com medo de represálias, diz que “não se sente bem fazendo greve”.
Ela diz que concorda com as reivindicações dos professores, mas não com os “meios”. “Greve é horrível. Essa interrupção não é boa para o processo de aprendizagem dos alunos. Não consigo parar pelo meu compromisso com eles”, afirma.
Direito ou dever?
A professora, assim como outros que continuam as atividades acadêmicas, sentiu-se coagida a paralisar as atividades nos últimos dias. No dia 31 de maio, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) suspendeu o calendário acadêmico, reconhecendo a greve.
Priscilla Borges
Alunos calouros de Relações Internacionais lamentam começar o curso com greves

Com isso, as discussões sobre o direito à reposição das aulas foram acalouradas. A resolução nº 138/2012, que suspende o calendário, não detalha a reposição. O tema foi debatido na reunião e colocado em ata, que ainda precisa ser aprovada na próxima quinta-feira.
Priscilla Borges
Vanessa, Alexandre, Thaís e André acreditam que a greve é um direito dos professores, mas acham que a paralisação atrapalha a aprendizagem
De acordo com o decano de Ensino de Graduação, José Américo Garcia, a definição é que “os professores que estão ministrando aulas precisam saber que será necessário repor as aulas, já que muitos estudantes não estão em aula (há uma greve estudantil na UnB)”.
Em tese, isso significa que quem continua dando aulas terá de repor, quando todos voltarem às atividades normais, as mesmas aulas a um ou outro aluno que decidiu fazer greve também. Para professores e alunos, a decisão fere o direito de quem não concorda com a paralisação.
“Greve é um direito e não um dever. Eu ia parar de dar aulas, mas agora desisti. Não posso ser obrigado a isso”, ressalta Antônio Luciano, professor do Instituto de Física. Ele discorda dos critérios do plano de carreira proposto pelos grevistas e acredita que a greve mais prejudica do que ajuda a universidade. “Todos perdem o ânimo com tanta greve”, diz.
Alunos e professores contam que a maioria dos docentes só parou as atividades após essa decisão do Cepe. Alexandre Cruz, 18, e Vanessa Alves, 19, não acham justo que o professor tenha de repor as aulas para quem optou por não frequentar as aulas.
“O professor parar ou não é uma opção dele. Não acho que seja do aluno”, pondera Vanessa. Muitos, no entanto, com medo de que os alunos faltassem e tivessem trabalhado dobrado, desistiram de continuar dando aulas.
O decano de Ensino de Graduação afirma que, além de a decisão ainda precisar de aprovação do Cepe, uma comissão foi designada para avaliar os casos. “Quem continua dando aula é porque tem excelente adesão dos estudantes. Casos específicos serão avaliados”, garante.
Marcelo Hermes, professor do Instituto de Biologia lidera um grupo que decidiu procurar a Justiça para garantir o direito de quem não quer parar as atividades. Primeiro, eles entraram com um pedido de interpelação à universidade. Querem entender melhor a decisão do Cepe. Se preciso, continuarão com as ações judiciais. “A maioria dos professores parou depois disso. Estão querendo nos forçar a entrar em greve”, protesta.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Um retrato da universidade brasileira: a tragedia educacional sempre mais elevada

Transcrevo abaixo, sem qualquer comentário adicional, os trechos iniciais de um trabalho preparado por dois professores universitários para um congresso tipicamente acadêmico, sobre desigualdades e democracia.
Esse texto fornece um retrato preciso sobre como se apresentam, atualmente, as humanidades no Brasil.
As humanidades deveriam começar, supostamente, pela escrita da língua, e depois tratar com clareza do objeto escolhido.
Neste caso se trata de um trabalho sobre pobreza e desigualdades sociais no Brasil.
Por aí vocês podem ter uma ideia do que esperar, nos próximos anos, da universidade brasileira.
Paulo Roberto de Almeida 


[TITULO]
[Autores, dois, ambos professores universitários, um doutor e um doutorando]


[Primeiros parágrafos, transcritos fielmente]

A sociedade contemporânea brasileira com suas classes sociais, na perspectiva das desigualdades estruturais, atravessa mudanças significativas em seus indicadores socioeconômicos. Nesse contexto, o desenvolvimento se configura por meio de diagnósticos, propostas para modificar ou reforçar processos, instituições e organizações  para alcançar metas pré-fixadas. A partir de objetivos criados por organismos nacionais ou internacionais, com intencionalidade ideológica neoliberal fundamentada no capitalismo. 
Com os paradoxos existentes entre as teorias sobre pobreza e os indicadores que medem tal categoria, necessário discutir nesta comunicação os modernos conceitos de pobreza, bem como os vários indicadores de pobreza que mapeiam essa população. Em outros termos, esses indicadores apontam as intencionalidades dos organismos governamentais a respeito dos pobres. Uma vez que os conceitos de pobreza estão atrelados à esfera econômica, onde os aspectos monetários são determinantes na aquisição de bens de consumo e serviços para promoverem o bem-estar das pessoas, o que muitas vezes pode ser confundido como desenvolvimento humano. No entanto, os novos desafios que se colocam na concepção de instrumentos observacionais, analíticos e procedimentos de operacionalização, seja na construção de indicadores, seja na definição de tipologias de pobrezas ou utilização de sistemas classificações, os pobres são “objetos” de estudo comparativos para se explicar as desigualdades sociais.
A propósito disso, apresentamos os modernos conceitos de pobreza à luz das agendas governamentais, uma vez que estas tem  se preocupado em entender fenômeno da pobreza, da mesma forma erradicar os empecilhos que atrapalham o desenvolvimento humano.  Por desenvolvimento humano entendemos,  com base no Relatório do Desenvolvimento Humano, documento da Organização das Nações Unida (PNDU, 2011, p. 1), “no alargamento das liberdades e capacidades das pessoas para viverem vidas que valorizam e que têm motivos para valorizar. Trata-se de alargar as escolhas”. À medida que o próprio crescimento econômico, com base no capitalismo, está atrelado ao discurso de progresso, modernidade e desenvolvimento.

Sob esta visão, Alvarez Leguizamón (2007, p. 83) observa que “a ideia de desenvolvimento iniciou-se em fins da década de 1940, juntamente com a criação do sistema das Nações Unidas, do Bando Mundial e da hegemonia crescente dos Estados Unidos na geopolítica mundial” (Itálico da autora). Os desdobramentos com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a década de 1950, no Brasil, exigia a tomada de consciência do atraso  econômico ao evidenciar as desigualdades sociais. Emergiram neste contexto, a urgência de um processo de rápida transformação para equilibrar as distâncias e superação das desigualdades sociais.
(...)

Explicando melhor, as desigualdades assumem características multidimensionais, sob o prisma econômico, político e sociocultural. Além do mais, assegurar as desigualdades no discurso capitalista hoje, torna-se indispensável para o bom funcionamento do sistema, “pois elas são criadas e recriadas permanentemente como forma de assegurar a vitalidade e o dinamismo da economia de mercado” (CATTANI, 2009, p. 547). Em nome da economia do mercado, a verticalização das pessoas é demonstrada pelas desigualdades socioeconômicas.
(...)
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Creio que basta isto para ver como será o resto do trabalho.
Eu me pergunto o que vamos fazer da universidade brasileira, daqui para a frente (ou daqui para baixo)?
Paulo Roberto de Almeida 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Forum Surreal Mundial: Alemanha e Franca ajudam no besteirol

A poucos dias de se iniciar mais um piquenique anual dos antiglobalizadores, governos populistas e demagógicos parecem querer ajudar no festival de besteiras que deve assolar a capital gaúcha na segunda quinzena de janeiro de 2011.
Alemanha e França anunciam que vão implementar um imposto sobre as transações financeiras, ou seja, um tributo recolhido por esses governos sobre diferentes tipos de transações efetuadas nos mercados financeiros.
Segundo Sarkozy -- que tem preocupações eleitoreiras evidentes -- "Se não dermos o exemplo, não acontecerá nada, aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."
Não é certo que a Alemanha o faça, pois sua chanceler e parlamento são um pouco mais sensatos do que os franceses "voláteis", mas talvez o façam, não por estarem convencidos da justeza da medida, mas apenas por simples necessidade de um "extra", um dinheiro a mais no festival de gastanças que se preparam para fazer.


Mas, "pera lá", como diria alguém.
Antes de descambar para o besteirol costumeiro que costumamos encontrar nesses jamborees anuais do FSM, vamos fazer perguntas perfeitamente razoáveis:


1) Quem contribuiu para "esta situação"?
Foram os banqueiros, que agora vão ser tosquiados apenas nominalmente pelos governos? Ou foram os governos, que tomaram dinheiro do sistema financeiro além da conta? Os banqueiros obrigaram os governos a se endividar além da conta? Foram eles que produziram déficits orçamentários, contra a vontade dos governos? Foram eles que induziram os governos a aumentar tremendamente o endividamento interno, público?


2) "...aqueles que contribuíram para esta situação devem contribuir para invertê-la."???
Como assim? Vocês acham mesmo que os banqueiros vão mesmo tirar dinheiro do bolso -- ou seja, reduzir seus resultados operacionais, e diminuir os lucros e dividendos pagos aos acionistas -- para ajudar os governos? Ou vão simplesmente repassar aos "consumidores"-- tomadores de crédito -- toda e qualquer tributação adicional que os governos criarem? E os governos, vão pagar impostos sobre suas próprias operações de financiamento nos mercados comerciais, ou vão se isentar eles mesmos e passar a conta apenas para consumidores passivos e inermes?


3) Alguém são de espírito acredita realmente que um novo imposto sobre transações financeiras -- provavelmente de menos de 1% dos valores incorridos -- é capaz de diminuir a volatilidade financeira?


4) Alguém acredita que dinheiro arrecado por governos sirva a propósitos elevados de desenvolvimento econômico e social, de ajuda ao países pobres, a cooperação e assistência técnica? Alguém acredita nisso? Ou será que esse dinheiro não vai continuar servindo aos gastos correntes dos próprios governos?


5) Os antiglobalizadores -- e governos populistas -- acreditam mesmo que esse impostinho vagabundo vai contribuir para "colocar areia nas engrenagens da especulação financeira"? Eles são ingênuos a esse ponto, ou estão querendo enganar a si próprios?


6) Alguém acredita, por fim, que do piquenique anual do Forum Surreal Mundia vai resultar alguma medida, uma só, suscetível de resolver qualquer problema, um só, do mundo, por meios factíveis, positivos, racionais?


7) Alguém acredita que a imprensa vai discutir problemas reais durante o FSM, em lugar de fazer como sempre faz, refletindo apenas o besteirol predominante nesses encontros?


Sinto muito, mas eu tenho alergia a governo demagógicos, irresponsável, mas tenho mais alergia ainda à burrice predominante em certas esferas. Para ser completo eu diria que eu tenho horror à má-fé, e à desonestidade intelectual (acho que o adjetivo não se aplica), de certos gurus que se apresentam como salvadores do mundo...
Paulo Roberto de Almeida
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Addendum:
Le Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

La taxe Tobin déjà votée au parlement, mais en 2001


LE MARDI 10 JANVIER 2012 À 21:31

L

e Canard enchaîné dans son édition de mercredi rappelle à ceux qui ont une mauvaise mémoire que la taxe Tobin a déjà été adoptée par le parlement. C’était en 2001. Toutefois, pour être applicable, les autres pays de l’Union doivent adopter le même genre de loi.

On pensait que les éléphants avaient une bonne mémoire. Erreur, ceux du PS semblent être frappés d’amnésie. Et pourtant, le 13 décembre 2001, sous le gouvernement Jospin, le parlement a adopté une loi qui concerne les transactions sur devises. Elle avait été adoptée par 35 voix contre 16. Le texte avait même fait la navette entre le Sénat et l’Assemblée nationale. A l’époque c’est le député PS Henri Emmanuelli qui présidait la commission des Finances.
Que disait la loi. Elle prévoyait tout simplement de taxer les transactions de monnaies. Le texte est directement inspiré des théories du célèbre économiste américain, James Tobin. La loi a été votée et la mesure figure dans le code général des impôts.  Seul bémol, pour être applicable il est dit dans un amendement, que les Etats membres de la Communauté Européenne doivent eux aussi faire adopter un texte similaire.

sábado, 29 de outubro de 2011

A piada da semana: capitalismo imaginativo...

Só podia ser no site do impagável Diplô, o maior repositório atual de besteirol acadêmico que podemos imaginar:


Sociólogo polonês não crê no colapso do sistema, alerta que seu parasitismo é incessante e sugere que para superá-lo é preciso ser mais imaginativo que ele.


E tem também esta aqui, que não é bem piada, e sim filme de terror; quem resiste um filme de 8 horas sobre "Das Kapital".


Filme de cineasta alemão debate O Capital inspirado por Eisenstein, e sugere, em 8 horas, roteiros para repensar marxismo.

Pronto, acho que a cota das piadas semanais já está preenchida.
Voltemos a nossas obrigações costumeiras...
Paulo Roberto de Almeida 

sábado, 1 de outubro de 2011

UnB homenageia o responsavel pelo atraso educacional brasileiro...

A UnB faz uma semana universitária toda ela dedicada a homenagear Paulo Freire.
Trata-se de um caso extraordinário de homenagem prestada ao principal responsável pelo atraso educacional brasileiro.
Enfim, combina com a UnB atual: cultivar o atraso, a ideologia, o besteirol.
Tem tudo a ver com seus atuais dirigentes.
Enfins, como diria uma professorinha de Letras da UnB, está totalmente conforme ao que ela representa hoje, no panorama (des)educacional brasileiro: cultivar a mediocridade, para continuar caminhando para trás.
Estou sendo muito pessimista?
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O mito (e a chatice) do tal de marco teorico: um aluno escreve...

Tenho por hábito (um dos, que reputo saudável) derrubar vacas sagradas de seus pedestais.
Outro hábito (menos saudável para os true believers) é derrubar besteirol acadêmico.
Venho fazendo isso numa série apropriadamente intitulada (alguns alunos me escrevem "entitulada", mais passons) "Falácias Acadêmicas", que parece ter feito algum sucesso por aí pelas beiradas universitárias.
Ainda vou reuni-las num livro, mas a lista dos pendentes, dos próximos da fila é enorme, e não tenho encontrado tempo para me dedicar a esse esporte iconoclasta que é desmantelar bobagens acadêmicas que passam por verdades incontestáveis (eu contesto).
Fico com dó dos alunos, entregues à sanha alienada de professores idem...
Um dos que fizeram mais sucesso foi logo o terceiro da minha série, dedicado a desmantelar o tal de marco teórico. Atenção, devo dizer que não sou contra todos os marcos teóricos, só contra 95% deles.
Explico-me: 95% dos marcos teóricos são feitos apenas para cumprir exigência de algum professor carente de baboseiras teóricas, com síndrome de Foucault deslocado, algum ataque repentino de Bourdieu mal digerido, enfim, pura encheção de linguiça como gostam de dizer os alunos (e alguns professores).
Os professores têm o seu modelito prêt-a-porter de dissertação, tese, TCC ou seja lá o que for, e simplesmente dizem para os alunos: "Olha, você NÃO PODE fazer o trabalho sem um marco teórico, isso é impossível".
E o pobre do aluninho, desesperado, pergunta ao mestre: "Mas professor, o meu trabalho é sobre a estrutura estética dos anelídios marrons, não preciso de marco teórico, aliás nem sei onde vou encontrar um que se encaixe no espírito, no conteúdo e na forma do meu trabalho...".
O professor nem deixa o pobre do aluno terminar e já vai logo enfiando: "Ah não! Sem marco teórico não pode. Dá uma olhada no Foucault, no Bourdieu, no Habermas e tente encaixar alguma coisa...".
Outros, mais motivados, indicam o velho Marx, alguns mesmo o zumbi do Althusser...
Enfim, eu estou aí para isso mesmo, para chutar todo esse pessoal para a lata de lixo da salas universitárias, e libertar os alunos do terrorismo do marco teórico...


Vejam o que me escreveu um desses alunos aliviados com a minha metralhadora antibesteirol acadêmico: 



From: Leandro Xxxxx <xxxxxxx@hotmail.com>
Date: 27 de setembro de 2011 14h45min15s BRT
To: <eu mesmo>


Gostei tanto do artigo intitulado "Falácias Acadêmicas 2: O mito do marco teórico" que resolvi citar sua resposta enviada àquele aluno de relações internacionais (com nome devidamente ocultado) em sala de aula. Muitos gostaram, mas evidentemente uma parte da turma ("petrificada", por assim dizer, pela camisa de força teórica) não deu a devida atenção ao trecho do artigo. Realmente é lamentável o nível de "idiotização" ao qual os cursos de ciências sociais vêm padecendo ao longo dos anos.
Obviamente que eu não poderia deixar passar em branco a oportunidade e resolvi fazer um trabalho de conclusão da disciplina a partir do do capítulo supracitado. Não sou partidário de jogar todos os "discursos teóricos" na lata do lixo - sei, sobretudo, que você não pensa assim -, entretanto, não os coloco num pedestal de ouro do intelecto humano como se toda a realidade fosse abarcada por eles.
Mais uma vez, obrigado por tudo.
[Leandro...]

O artigo citado está aqui: 

Falácias acadêmicas, 3: o mito do marco teóricoBuenos Aires-Brasília, 30 setembro 2008, 6 p.
Da série programada, com algumas criticas a filósofos famosos.
Espaço Acadêmico (n. 89, outubro 2008; arquivo em pdf); Originais: 1931

Para os outros arquivos da série, ver aqui.