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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Como escolher o seu candidato - Paulo Roberto de Almeida


Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: respostas a perguntas de jornalistas; finalidade: eleições 2018]


Introdução
Novamente sou consultado por uma rádio paulista para expressar minha opinião sobre o processo eleitoral. Alinho a seguir minhas respostas às perguntas previamente formuladas: 

1 – Nome completo, profissão e especialidade:

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor universitário.

2 – O que caracteriza um bom candidato?

Em primeiro lugar, falar a verdade, sem tergiversações. Não se pode começar uma campanha prometendo fazer uma ou mais creches em todas as cidades brasileiras, pois sabemos que não vai fazer. Não se pode prometer, por exemplo, eliminar o desemprego no primeiro ano do seu governo, porque isso não vai acontecer.
Em segundo lugar, não omitir o que pretende fazer. Todos sabemos que, independentemente da crença política, da ideologia do candidato, de sua postura partidária, o próximo presidente terá necessariamente de fazer uma reforma previdenciária, do contrário o Brasil continuará a afundar e precipitar uma crise ainda mais grave do que a ocorrida três anos atrás, por inépcia e corrupção do PT.
Em terceiro lugar, o candidato precisa dizer claramente se pretende fazer um ajuste via aumento de impostos, ou redução de despesas governamentais, o que já traduz uma postura clara quanto aos principais problemas do país.

3 – Cite pontos que o eleitor precisa considerar no candidato:

Sinceridade, cérebro e coração. Ou seja, os eleitores devem ser perspicazes o suficiente para concluir se o candidato está transmitindo a verdade, ou se ele está apenas querendo enganá-los. Em segundo lugar, o candidato precisa evidenciar conhecimento preciso sobre as questões objeto de um debate, não ficar enrolando com palavras vagas, com argumentos sem consistência, com frases genéricas demais. Em terceiro lugar, o candidato precisa demonstrar sensibilidade com as questões sociais, que no Brasil são, ainda, muito frequentemente, um exercício de demagogia política e de demagogia política. O eleitor precisa prestar atenção no que diz o candidato nas entrevistas sem preparação prévia, pois é nessas circunstâncias que se consegue aferir se ele tem compromisso com a verdade, se ele tem a cabeça no lugar, e se ele sabe exatamente quais são as questões mais importantes para a população de baixa renda.

4 – Qual a importância do candidato ter o mesmo aspecto ideológico que o eleitor?

Não me parece relevante essa identificação ideológica, num mundo em que essas palavras identificadoras de esquerda ou de direita perderam quase que totalmente o seu significado. Os petistas, por exemplo, sempre dizem que estão do lado do povo, mas o fato é que eles deram muito mais dinheiro aos ricos, aos banqueiros e aos industriais do que aos pobres, como fez o governo anterior, que eles acusavam de ser neoliberal. Os petistas mergulharam o Brasil na pior crise da nossa história, justamente por terem feito políticas equivocadas, por terem roubado o Brasil e os brasileiros como nunca antes se fez. Eles que se pretendem de esquerda, criaram uma reação de direita no Brasil como nunca antes se viu. Por isso, não se deve considerar o mero rótulo de esquerda ou direita na propaganda eleitoral dos candidatos, e sim o que eles pretendem realmente fazer.  

5 – Dicas passo a passo para escolher um bom candidato?

É preciso ter antes de qualquer outra coisa perfeita consciência de que o voto para o Congresso é muito mais importante do que o voto para presidente. O presidente, por mais que pretenda reformar e mudar as políticas, não poderá fazer absolutamente nada se não contar com o apoio dos congressistas. Estes, atualmente, são da pior qualidade possível, e um princípio de boa razão recomendaria trocar todos os que já estão no Congresso. Para isso, é preciso se informar cuidadosamente sobre os que pretendem se eleger, consultar seus programas e plataformas políticas, e escolher jovens de partidos com mensagens realistas sobre a situação do Brasil, recusando todo e qualquer exercício de demagogia política, como soe acontecer nessa época. Existe um site, chamado “políticos.org.br”, que ajuda a obter informações sobre cada um dos atuais parlamentares, os melhores e os piores. Acho que pode ajudar...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 24 de setembro de 2018

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

NAO sou eleitor de Bolsonaro, nem vou integrar seu governo; ja tenho candidato firme, e tendencia de voto util - Paulo Roberto de Almeida

Pela terceira vez em menos de dois meses, sou surpreendido com boatos, circulados entre amigos e colegas, de que eu teria sido escolhido como chanceler do candidato Bolsonaro, ou seja, de que eu seria simpático à sua candidataria e já teria aceito trabalhar em seu governo.
Pela terceira vez no mesmo período, sou obrigado a desmentir formalmente tais informações, como declarei abertamente em julho último: 

3300. “Uma revelação surpreendente, uma explicação necessária”, Brasília, 15 julho 2018, 3 p. Sobre um boato de que eu estaria trabalhando na equipe de certo candidato de direita e integraria seu ministério, meus comentários. Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/sobre-alguns-boatos-persistentes-um.html).

Já tenho candidato e já declarei meu voto, em João Amoedo aqui expresso: 

3312. “Por que votarei em João Amoedo?”, Brasília, 3 agosto 2018, 4 p. Digressão sobre um Brasil melhor. Publicado no blog Diplomatizzando(link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/por-que-votarei-em-joao-amoedo-paulo.html); publicado na revista digital Amálgama (27/08/2018; link: https://www.revistaamalgama.com.br/08/2018/por-que-votarei-em-joao-amoedo/),

com tendência a exercer voto útil, caso necessário, em Geraldo Alckmin.
Não sou candidato a nenhum cargo em nenhum governo, de qualquer tendência.
Sou apenas candidato a escrever dois novos volumes de continuidade à minha obra sobre a história da diplomacia econômica do Brasil, o que já estou devendo há muitos anos, depois de meu livro: 

1257. Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império. 3ra. edição, revista; Brasília: Funag, 2017, 2 volumes; Coleção História Diplomática; ISBN: 978-85-7631-675-6 (obra completa; 964 p.); Volume I, 516 p.; ISBN: 978-85-7631-668-8 (link:http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=907) e Volume II, 464 p.; ISBN: 978-85-7631-669-5(link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=908).Divulgado no blog Diplomatizzando(link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/09/formacao-da-diplomacia-economica-no_9.html). Relação de Originais n. 1351 (prefácio à 2aedição) e 3083 (prefácio à 3aedição).

Para desmentir uma terceira vez tais assertivas, e aproveitando a publicação do programa do candidato da direita, publiquei esta crítica em meu blog:

3321. “Um programa insuficiente de política externa: comentários pessoais”, Brasília, 15-16 agosto 2018, 5 p. Comentários à parte de política externa do programa do candidato Bolsonaro. Divulgado no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/08/um-programa-insuficiente-de-politica.html).

Quem acredita que eu teria escrito, colaborado ou contribuído com esse ajuntamento de frases desconexas sobre algumas interfaces externas do Brasil, não me conhece, não conhece meus escritos sobre diplomacia e política externa e se baseia em informações infundadas.

A que posso atribuir esses boatos e especulações, sobre os quais não sou responsável?
Acredito que pelo fato de ter sido um crítico declarado, quando não um inimigo reconhecido dos horrores da diplomacia lulopetista, da política externa esquizofrênica conduzida pela organização criminosa travestida de partido político, pelo bando de meliantes mafiosos que subordinaram nossa política externa aos comunistas cubanos, por essas posições sem ambiguidades, denunciando a máfia petista, talvez eu possa ter sido confundido com algum partidário da direita, o que não sou, absolutamente.

Os que pretendem conhecer meu pensamento em matéria de política externa e de diplomacia brasileira fariam melhor em ler este meu livro:
Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
(Curitiba: Appris, 2014; e-book: 2017).

Paulo Roberto de Almeida
Brasília 10 de setembro de 2018

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Addendum em 24/09/2019: 

Como continuam a ser disseminadas informações ou boatos desencontrados sobre minhas posições a respeito do presente (2018) processo eleitoral presidencial, eu poderia, neste momento, agregar uma firme declaração de princípios sobre o que eu considero aceitável e não aceitável nesse terreno pantanoso das opções políticas e preferências eleitorais.
Sou terminantemente contrário a quaisquer movimentos antidemocráticos, autoritários, totalitários, populistas, demagógicos, salvacionistas, excludentes, intolerantes, fascistas, comunistas, maoistas, cubanistas, stalinistas, militaristas e outros "istas" e "ismos".
Por isso mesmo, consideraria uma terrível tragédia política para o Brasil a vitória de qualquer um dos polos que se apresentam atualmente no processo eleitoral que vai desembocar em outubro próximo. Recuso, em primeiro lugar, a volta dos companheiros ao poder, pois conheço a natureza da organização criminosa que está por trás do candidato dito "poste", pela imprensa, assim apelidado por ter se prestado ao indigno papel de representante de um chefão mafioso, justamente condenado e encarcerado por crimes comuns (corrupção passiva e lavagem de dinheiro). Espero a condenação do dito cujo por muitos outros crimes mais, a pelo menos 300 anos de cadeia firme. Creio ser patética a postura do poste, ao servir a tão indigno projeto.
Recuso, em segundo lugar, a postura de um candidato despreparado, defensor da ditadura militar, admirador de um torturador, e defensor de medidas extralegais para a resolução de determinados problemas sociais. Acredito que seria um convite a uma crise política permanente e a uma formidável confusão nas políticas econômicas e setoriais, pelo comportamento intempestivo e autoritário do candidato em questão, podendo nos precipitar em nova agonia política por mais alguns anos.
Considero a vitória de qualquer um dos dois nefasta para a democracia no Brasil, e por isso declaro desde já minha abstenção preventiva, caso estas sejam as opções. Dito isto, considerarei legítima a eleição, por se tratar da escolha livre dos cidadãos eleitores, ainda que eu possa declarar minha desconformidade, por ser fruto da ignorância, da inconsciência, dos instintos mais baixos em matéria política.

A postagem total figura neste link: 


quarta-feira, 28 de março de 2018

Eleicoes presidenciais 2018 - mais um blog Paulo Roberto de Almeida

Como costumo fazer a cada eleição presidencial, sigo atentamente os programas e propostas dos candidatos, para fazer minhas próprias análises, mas também posto notícias da imprensa em geral, apenas uma seleção das matérias que considero mais importantes, pois o volume seria enorme.
O que me interessa, na verdade, é a dimensão da Política Externa, e o impacto das eleições nas relações internacionais do Brasil.
Informo, por oportuno, que compilação numa edição de autor meus trabalhos mais importantes sobre a interface partidos, campanhas e política externa, neste registro:

Brasil, Eleicoes presidenciais 2018


Coloco aqui o sumário das mais recentes postagens neste blog especializado, pelas quais se pode registrar um fenômeno que já tinha ocorrido com a candidatura Trump nos EUA: o candidato mais atacado é o que vem sendo objeto de maior foco por parte da mídia:

IPSOS: popularidade de Bolsonaro segue consistente
FSP entrevista eleitores de Bolsonaro (25/03/2018)

Financiamento eleitoral: um abuso contra o contribuinte - Jairo Nicolau

segunda-feira, 26 de março de 2018

Jair Bolsonaro em entrevista diz que vai vencer no 1ro turno

Sem um delator, caso Marielle “dificilmente” será desvendado, diz Bolsonaro

Deputado mantém silêncio sobre crime
Se eleito, privatizará “umas 70” estatais
Bolsonaro já fala em vencer no 1º turno
o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em seu gabinete, decorado com as fotos de presidentes-generais Fernando Rodrigues/Poder360 - 22.mar.2018
 
Poder 360, 23.mar.2018 (sexta-feira) - 5h55
atualizado: 25.mar.2018 (domingo) - 0h12

O pré-candidato a presidente pelo PSL, deputado Jair Bolsonaro, 63 anos, acredita que o assassinato da vereadora do Rio, Marielle Franco (Psol), não terá uma solução fácil. “Se não tiver alguém denunciando e que tenha participado do evento, eu acho que dificilmente vai chegar a uma conclusão”.
Em entrevista ao Poder360 na 5ª feira (22.mar.2018), Bolsonaro preferiu manter sua decisão de não emitir juízo de valor sobre as motivações que possam ter levado ao assassinato.
Ele explica: “A gente conhecia a vida dessa parlamentar e suas bandeiras. Se eu falasse que ela era uma pessoa extremamente boa ou extremamente má, eu teria críticas de qualquer maneira. Então resolvi permanecer em silêncio, até para não politizar o assunto. Também poderia ser acusado de estar fazendo palanque em cima disso”.
Quando fala sobre economia, remete para o seu colaborador, o liberal Paulo Guedes, que defendeu numa entrevista recente a venda de todas as empresas estatais. Bolsonaro explica e matiza essa promessa: “Eu conversei com ele, que me falou: ‘Olha, como falavam que você era o estatizante, eu resolvi falar o contrário, mas se eu privatizar a metade, seriam umas 70 estatais, me dou por satisfeito’. Essa foi a intenção dele”.
Apontado nas pesquisas de intenção de voto como o 1º colocado quando Lula (PT) não está entre os candidatos, o capitão do Exército na reserva avalia que tem seguidores entusiasmados nas redes sociais porque quem entra em seu Facebook “sabe que não vai ter uma notícia fria ali”.
Não demonstra estar preocupado com o tamanho do partido, o PSL, que ontem (22.mar) tinha oficialmente apenas 3 deputados na Câmara. Diz que não cederá ao “toma lá dá cá” e acredita ser possível, se eleito, não repetir os problemas de relacionamento que Fernando Collor enfrentou ao chegar ao Planalto em 1990 –também com 1 partido minúsculo, o PRN.
O Collor de Mello chegou aqui um pouco jovem. Muito ímpeto e deu as costas para o Parlamento. Não quero dizer que você deva abraçar completamente o Parlamento, somos poderes distintos. Quando parlamentares chegam para conversar conosco nesse projeto, eles falam abertamente. Nós não podemos fazer política do ‘toma lá, dá cá’ ”.
Poder360 falou com Bolsonaro em seu gabinete na Câmara, decorado com fotos dos presidentes-generais que comandaram o país durante a ditadura militar e também 1 pato amarelo inflável, da campanha “não vou pagar o pato”. Indagado sobre qual candidato a presidente ele considera ter competitividade para ir ao 2º turno, o deputado respondeu o seguinte:
“No meu entender, dificilmente vai ter 2º turno. Acho que a gente encerra essa fatura no 1º turno. Os outros pré-candidatos são muito parecidos. Acho que a máquina de marketing não vai funcionar dessa vez. Vão funcionar a palavra e as mídias sociais. A calúnia, a meu entender, não vai colar. Batem em mim o tempo todo e a gente rebate. O pessoal acredita na nossa defesa. Vê que realmente setores da mídia me perseguem”.
Lembrado pela reportagem que o Brasil teve 7 eleições presidenciais diretas na atual fase democrática e que só duas terminaram no 1º turno, Bolsonaro emendou, sorrindo: “Vamos ter a 3ª, se Deus quiser”.:
A seguir, trechos da entrevista:
Poder360 – qual é a razão para o sr. ter um número tão grande de seguidores nas redes sociais?Jair Bolsonaro – Essa é a mídia mais viva que se tem conhecimento. Apesar das fake news, eu acho que tem que continuar livre. Procuramos fazer aquilo que toda a mídia deveria fazer: transmitir a verdade. Dificilmente a gente se equivoca ou erra. Quem abre o nosso Facebook, nossas redes sociais, sabe que não vai ter uma notícia fria ali. Acho que isso leva à nossa posição de estar na frente entre os políticos do Brasil.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista teve grande destaque na mídia. O sr. preferiu não emitir opinião sobre o ocorrido. Por quê?A gente conhecia a vida dessa parlamentar e suas bandeiras. Se eu falasse que ela era uma pessoa extremamente boa ou extremamente má, eu teria críticas de qualquer maneira. Então resolvi permanecer em silêncio, até para não politizar o assunto. Também poderia ser acusado de estar fazendo palanque em cima disso.
Eu respeito as mortes no Rio de Janeiro. Respeito opiniões completamente contrárias à minha que ela [Marielle] sempre tinha.
Houve quase uma unanimidade por parte da mídia: me criticaram por causa do silêncio. A resposta que eu dou: eu tenho comparecido a enterros, basicamente policiais do Rio de Janeiro. Ontem [21.mar.2018], três ou mais perderam a vida lá.
São mortes de difícil apuração, mas é uma sinalização que a sociedade e aqueles que estão do lado da lei têm de se preocupar sobre o que está sendo feito de errado.
O meu diagnóstico é que [há uma] política de direitos humanos equivocada. As audiências de custódia, que não são uma lei, têm que acabar com isso aí. O politicamente correto, políticas de desencarceramento, de progressões de pena: você tem que mudar tudo isso aí. Até mesmo –apesar de estar garantido na Constituição– a questão do auxílio-reclusão. Tem que rever tudo isso aí.
E o mais importante de tudo: a questão do estatuto do desarmamento. O Estado que desarma apenas o cidadão de bem e deixa o outro lado a vontade, inclusive, com armas de guerra, é o Estado que não está preocupado com segurança pública.
No caso do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, qual a hipótese que o sr. teria para esse crime ter sido cometido?Pode ser uma coisa feita por pessoas extremamente amadoras. Pode ser também algo muito planejado. E com quais objetivos? Aí só com a apuração. Eu confio na apuração: nós vamos ter resposta para isso, se é amadorismo ou profissionalismo e com que interesse.
O crime ocorreu há uma semana. O sr. acha que vão realmente encontrar os mandantes e os executores?Até o momento não temos imagem de todo o percurso [do automóvel com Marielle e dos assassinos]. Temos apenas a questão do lote da munição, que não entenderam e não vai ajudar em quase nada no esclarecimento. Se não tiver alguém denunciando e que tenha participando do evento, eu acho que dificilmente vai chegar a uma conclusão.
E não é só o caso dela. Mais de 90% dos crimes não são elucidados no Brasil. É uma Polícia Civil que não tem meios para exercer seu trabalho e que foi também, em grande parte, politizada no Rio de Janeiro ao longo dos tempos.
Ou seja, é muito difícil encontrar.É muito difícil. O crime no Brasil compensa.
O senhor é pré-candidato a presidente da República. O seu partido, o PSL, é pequeno no Congresso. Como pretende contornar esse obstáculo para ter uma exposição maior na propaganda eleitoral?Eu tenho conversado com colegas parlamentares. Nós não podemos fazer a mesma coisa que os demais partidos fazem. Senão a gente vai entrar numa rotina e seríamos engolidos pelo sistema.
Qualquer partido que queira conversar conosco, a gente conversa. Mas não podemos lotear a máquina pública. As indicações políticas são a origem da ineficiência e da corrupção por parte do Estado.
Se for eleito, como será sua relação com o Congresso? Em 1990, Fernando Collor foi eleito por um partido pequeno e teve dificuldades. Como o sr. contornaria esse obstáculo?Primeiro que o Collor de Mello chegou aqui 1 pouco jovem. Muito ímpeto e deu as costas para o Parlamento. Não quero dizer que você deva abraçar completamente o Parlamento, somos poderes distintos.
Quando parlamentares chegam para conversar conosco nesse projeto, eles falam abertamente. Nós não podemos fazer política do ‘toma lá, dá cá’.
O sr. não acha que alguns congressistas falam só da boca para a fora sobre não pedir cargos agora?Eu não vou bater de frente com o Parlamento caso chegue lá. Buscarei sempre o diálogo para mostrar que não dá para continuar fazendo essa forma de política.
O sr. ou quem for eleito terá uma pauta impopular aos olhos da população no início de 2019. Por exemplo, a reforma da Previdência. Isso pode drenar as energias de quem chegar ao Planalto. Como o sr. faria para tocar reformas?Você tem que priorizar. Até questões de privatizações ou extinção de estatais –a grande maioria dessas feitas pelo PT e que serviram apenas como cabide de empregos.
Sobre a reforma da Previdência, você tem que priorizar a mais importante: a pública ou a privada? Eu acredito que seja a pública. Dá para conversar sobre esse assunto sem prejudicar ninguém.
Idade mínima. O senhor é a favor?Você não pode agora simplesmente jogar 65 anos. Você pode até pensar daqui a algum tempo.
Para servidor público pode ser o homem se aposentar com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição. Se colocar 61 e 36, talvez dê para aprovar. Não é o que você quer. Depende do gargalo que é o Parlamento.
Quando você vai para a Previdência privada é necessário considerar o tipo de emprego. A pessoa que não tem muito conhecimento e tem 1 trabalho braçal não vai aguentar ‘virar massa’ com 60 anos de idade. Muito menos com 65. Então tem propostas que a gente vai discutir, mas ninguém quer inventar nada e falar: eu quero ou não quero. Você tem de procurar o consenso, mexer e melhorar.
O economista Paulo Guedes deu uma entrevista e defendeu privatizar todas as estatais no Brasil. O que o sr. achou dessa entrevista?Eu conversei com ele, que me falou: ‘Olha, como falavam que você era o estatizante, eu resolvi falar o contrário, mas se eu privatizar a metade, seriam umas 70 estatais, me dou por satisfeito’. Essa foi a intenção dele.
A Eletrobras deve ser privatizada?Não estudei com profundidade ainda. Isso jogo para o Paulo Guedes. Em teoria, [a Eletrobras] entraria no meu entender como empresa estratégica. Teria que ser redobrada a atenção.
No caso da Embraer, o que acha?Foi privatizada e o Estado tem uma “golden share”. Uma empresa americana, a Boeing, quer uma parceria. De acordo com o que ficar acertado, acho que é bem-vinda essa parceria.
Se eleito, nos seus 4 primeiros anos as estatais mais icônicas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Eletrobras permaneceriam sobre o controle do Estado?Uma pergunta que eu fiz para o nosso economista: uma vez privatizado o Banco do Brasil, quem vai financiar nossa produção agrícola e com que taxa de juros? É 1 problema.
Ou seja, num 1º momento, seriam estratégicas essas empresas e não seriam privatizadas?Os setores! Quando você olha para a Caixa Econômica, qual é o grande problema ali? São as diretorias. Indicações políticas.
Uma ideia que surgiu aqui nos últimos dias e a gente vai adotar: para que Ministério das Cidades? Você pode pegar o dinheiro que está aqui e dar diretamente para o prefeito. Não tem dor de cabeça. É 1 problema do prefeito junto com seus vereadores e Tribunal de Contas do município.
No início de sua pré-campanha, seu discurso polarizava com o do ex-presidente Lula. Ele deve ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Quem seria o seu antípoda nessa eleição se Lula não estiver na disputa?O PT não estará fora das eleições. Eles têm uma massa e podem levar esse candidato ao 2º turno. Não vejo como nome do PT. Talvez seja para vice. Eu não posso estar preocupado com o que é melhor para mim.
E os outros pré-candidatos que têm mais de 5%: Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Quais desse grupo o sr. considera competitivo para chegar ao 2º turno?No meu entender, dificilmente vai ter 2º turno. Acho que a gente encerra essa fatura no 1º turno. Os outros pré-candidatos são muito parecidos. Acho que a máquina de marketing não vai funcionar dessa vez. Vão funcionar a palavra e as mídias sociais. A calúnia, a meu entender, não vai colar. Batem em mim o tempo todo e a gente rebate. O pessoal acredita na nossa defesa. Vê que realmente setores da mídia me perseguem.
O Brasil teve 7 eleições presidenciais desde a volta à democracia. Só duas terminaram no 1º turno….Vamos ter a 3ª, se Deus quiser (risos).

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleicoes 2014: debate entre presidenciaveis - UOL, SBT, Jovem Pan

Transcrevo abaixo, para ler de baixo para cima, apenas a transcrição da parte final do debate ocorrido em 1 de setembro entre alguns, não todos os, presidenciáveis. A transcrição completa, mesmo reduzida ao extremo, ocupa 28 páginas de meu registro.
Há o link para os que quiserem ver e ouvir os próprios falando, que parece um pouco pior do que a transcrição, mas se pode verificar certos matizes e tiques de linguagem, assim como as caras, bocas e trejeitos dos candidatos...
Paulo Roberto de Almeida


Debate com Presidenciáveis 2014: UOL, SBT, Jovem Pan AM
Vídeo disponível em:

[Ler de baixo para cima]

20:22

Aécio passa imagem positiva, mas não se sobressai, afirma consultora

“O Aécio teve um desempenho muito parecido com o último debate para presidente. Ele usa sempre as mesmas estratégias, a forma de falar, de se manifestar, ele usa ironia como um ponto que eu considero positivo, porque é de uma forma sutil, não é arrogante, que desprestigia o outro. Usa humor e consegue passar uma imagem positiva em cima disso. E mesmo usando pontos frágeis do governo federal, isso ele está sempre muito esperto para contradizer a Dilma, ele não se sobressai”, afirmou Aurea Regina de Sá, consultora de media training.

20:16

Dilma passa imagem de mulher forte, afirma consultora

“Sob o ponto de vista do marketing, a Dilma aproveita. Ela está com a máquina na mão, ela tem alguns, ela tem pontos positivos para dizer. Outro fato importante é essa imagem forte, essa imagem de mulher forte. Essa imagem que uma presidente mulher deve ter, ela incorpora bem, é diferente da Luciana Genro que tem uma imagem até um pouco infantilizada”, disse Aurea Regina de Sá, consultora de media training.

20:10

Marina mostrou calma, diz fonoaudióloga

“A Marina conseguiu se sair muito bem porque ela manteve a calma mesmo com vários ataques, mesmo com algumas perguntas mais agressivas. Ela tem um autocontrole muito bacana, e tem uma expressividade autêntica. Hoje a voz da Marina estava mais tranquila. E hoje ela mostrou também uma flexibilidade na comunicação. Em alguns momentos ela tinha fala mais tensa, mas em outros uma fala mais tranquila. Então ela foi firme nas convicções dela”, avaliou a fonoaudióloga Claudia Cotes.

20:00

Cientista político vê Dilma em situação difícil e diz que Marina se sobressaiu

"O posicionamento que ela [Marina Silva] assumiu desde o início de dissolver a polarização e trazer alternativas está oferecendo na democracia brasileira, para os eleitores, uma possibilidade nova, que de fato não tinha. Agora, é preciso ver se isso vai se consolidar. Como os demais candidatos fizeram perguntas a Marina e ela se saiu bem nas respostas, ela se sobressai. Veja que a presidente Dilma ficou numa situação muito difícil, quase que numa armadilha: ter que justificar uma porção de coisas que na verdade poderiam ter sido feitas melhores; foram prometidas e não foram feitas deixa ela numa posição defensiva muito difícil. E isso apareceu em algumas das respostas que ela deu que eu acho que foram mal trabalhadas, mal elaboradas", afirmou o cientista político José Álvaro Moisés, da USP. 

19:54

Convidados comentam debate entre presidenciáveis

No estúdio do UOL, o cientista político José Álvaro Moisés, da USP, comenta o debate realizado há pouco

Aécio Neves diz que Dilma não vai ganhar e critica Marina

Tenho muita confiança que na hora da reflexão final vai prevalecer o caminho da mudança segura, da mudança que tem começo, meio e fim. Defendo hoje as mesmas teses que eu defendia lá atrás, a estabilidade da moeda, a lei de responsabilidade fiscal, de maior generosidade com os municípios, que é uma alavanca. Vejo uma conversão da candidata Marina a muita dessas teses, mas gostaria de tê-la a nosso lado no momento em que elas foram implementadas. A candidata oficial não vai vencer as eleições e existem duas alternativas, a nossa garante não apenas o início da mudança, mas garante uma mudança efetiva, de valores, de práticas políticas, mas também de eficiência e de entrega na máquina pública.

Marina diz que números de Dilma não batem com a realidade

A presidente Dilma tem que explicar para a sociedade é por que em 2010 ela dizia que tinha tantas propostas concretas, apresentava tantos número, dizendo que ia manter o país em crescimento, com inflação controlada, com juros baixos, e agora devolve o país com juros altos, inflação elevada e com o pior crescimento da história recente do nosso país. Ela é que tem que explicar para a sociedade brasileira o que acontece com essa quantidade de números que ela repete sem que isso tenha nem um vínculo com a realidade. Eu vejo o programa da presidente Dilma e parece um curta-metragem, aonde o Brasil é perfeito, é maravilhoso, mas quando sairmos das nossas casas e vamos para um hospital público, o que a gente encontra é o péssimo atendimento. Quando as pessoas vão para o trabalho e não têm como se deslocar para o trabalho, para escola, ou para o lazer.

Após debate, Marina Silva conversa com jornalistas

A grande ameaça ao pré-sal a que ela [Dilma] se refere é a ameaça que ela mesma representa, porque na situação em que nós estamos, com baixo investimento, aonde o país perde cada vez mais credibilidade, com certeza a continuidade desse governo é o que mais ameaça a melhoria que a duras penas os brasileiros alcançaram.

Dilma Rousseff diz que homofobia deve ser criminalizada

Olha, eu acho que não se deve mudar a proposta principalmente quando se referia a direitos. Eu pessoalmente e como política e governante, eu sou contra qualquer forma de violência contra pessoas. Agora, no caso específico da questão da violência, da homofobia, eu acho que é uma ofensa ao Brasil, porque o Brasil é uma sociedade que sempre foi tolerante com a diferença. Então eu fico muito triste de ver que nós temos hoje grandes índices de violência atingindo essa população, principalmente quando se trata de homossexuais, mas também em todas as outras áreas. Acho que a gente tem criminalizar a homofobia. O que eu estou dizendo é que se deve criminalizar a homofobia. A homofobia não é algo que a gente possa conviver.

Após debate, Dilma Rousseff conversa com jornalistas

Saneamento era um atributo exclusivo dos governos estaduais não foi o Governo Federal e mesmo assim nós colocamos R$ 40 bilhões no saneamento. Acho que vou adotar essa sugestão feita, eu acho que pelo Eduardo Jorge, vou continuar com o debate na internet. Não se governa um país com promessas e compromissos. Governa um país explicando propostas, projetos e programas. E aí você é obrigado a dizer aonde, qual é a cobertura da sua proposta. Muitas vezes a cobertura da proposta é inviável. Se eu vou restringir gasto e vou gastar em programas sociais há uma contradição em termos.

19:37

Debate chega ao fim; transmissão do UOL continua

Encerrado o debate, mas a transmissão do UOL continua com os jornalistas Josias de Souza e Mauricio Stycer. O repórter Rodrigo Bertolotto acompanha os candidatos no estúdio do SBT.

Considerações finais de Pastor Everaldo Pereira (PSC)

Minha irmã, meu irmão brasileiro, encerro agradecendo a rede que me colocou nesse debate e dizendo para você que eu reafirmo com clareza e honestidade para você que eu defendo a vida do ser humano desde a sua concepção, sou contra o aborto sem necessidade de plebiscito. Sou contra a legalização das drogas. Sou a favor da família como está na Constituição Brasileira, casamento é homem e mulher. Sou a favor do livre mercado e da livre concorrência. Sou a favor da redução da maioridade penal, sou a favor da liberdade e da meritocracia, sou a favor da liberdade de imprensa e sem marco regulatório, Deus abençoe você, Deus abençoe sua família, Deus abençoe o nosso querido Brasil.

Considerações finais de Luciana Genro (PSOL)

As lutas do nosso povo, principalmente da juventude, tem mostrado que todos querem mais direitos, que não se aceita mais casos como do Amarildo e da Cláudia, que não se aceita mais a criminalização da nossa juventude, que não se aceita mais meios direitos para a comunidade LBGT, por isso eu peço o seu voto e peço que você dê um oportunidade para uma esquerda coerente. O PSOL tem os melhores deputados federais no Congresso Nacional, que têm compromisso com as causas mais importantes do nosso povo e da nossa juventude. Jogar o voto fora é votar num candidato que pode ganhar e que vai te decepcionar. Direitos Humanos não se negocia, direitos sociais não se entrega, é preciso ter lado, o lado do PSOL é o lado do povo, nós estamos juntos com a juventude, com os trabalhadores, com os aposentados, servidores públicos, em defesa de mais direitos e pedimos o seu voto no 50.

Considerações finais de Aécio Neves (PSDB)

Cumprimento os organizadores, os demais candidatos e me dirijo a você, telespectador, telespectadora. Ficou aqui absolutamente claro que temos dois campos políticos, o primeiro do governismo, que fracassou e irá entregar um país pior do que aquele que recebeu há quatro anos atrás. No campo das mudanças, existem várias alternativas, uma, duas aparecem com maior consistência, e uma delas, eu não abro mão de repetir e reiterar que acredito nas boas intenções da candidata Marina, mas ela não consegue superar as enormes contradições vindas do seu projeto, que defende hoje teses que combatia há muito pouco tempo atrás. Eu sou candidato a presidência da República para iniciar um novo tempo no Brasil, um tempo onde haverá respeito ao cidadão brasileiro, onde haverão investimentos adequados a saúde pública, onde a segurança vai voltar a chegar perto da sua casa, onde não existirá mais um estado unitário. A federação será reformada no nosso governo, porque a mudança está por vir, mas nós precisamos mais do que isso saber aonde essa mudança vai nos levar.

Considerações finais de Dilma Rousseff (PT)

Agradeço aos organizadores do programa e quero dizer que quando defendo com ênfase as realizações do meu governo pode parecer que eu estou plenamente satisfeita. Não estou. Mais do que ninguém eu acho que podemos e devemos fazer mais. Eu fui eleita para dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula. Preparamos também o Brasil para um novo ciclo de crescimento, Brasil mais inclusivo, Brasil moderno, mais produtivo e competitivo, para sermos cada vez mais um país de classe média, para criarmos cada vez mais oportunidades, para melhorarmos e gerarmos empregos cada vez mais de qualidade, para garantirmos estímulos para os empreendedores, fui eleita também para garantir saúde, educação e segurança e quero ser eleita também para isso. Quero dizer que mais do que nunca eu acredito no Brasil e nos brasileiros. Eu acredito em você, telespectador, peço seu voto para o Brasil continuar avançando.

Considerações finais de Levy Fidelix (PRTB)

Os movimentos sociais de junho do ano passado demonstraram a insatisfação do povo, gente, temos uma nova chance de resgatar o que o povo deseja e quer, que é exatamente melhor educação para seus filhos. A saúde do brasileiro, que morre a mingua na beira dos hospitais. A nossa juventude que quer chance e oportunidade, que não tem. Os nossos médicos que querem mais trabalho e trazem só mais médicos do exterior. Queremos mudanças no modelo de desenvolvimento nacional, onde os bancos são os grandes predadores sociais, levam tudo, não sobra dinheiro para nada. Eu quero ser a consciência cívica do povo, gente, não estou aqui para ganhar nada, seu Kennedy de Alencar, estou aqui para defender o povo, mesmo que não venha ganhar, porque dos 213 milhões de habitantes, estou aqui entre. Mudar e mudar. E vamos para a próxima oportunidade, muito obrigado.

Considerações finais de Marina Silva (PSB)

Eu tenho dito que quem vai ganhar essas eleições não são as velhas estruturas. Será uma nova postura. A postura de estar aberto ao diálogo com os brasileiros, de debater as ideias e não ficar apenas fazendo o embate político. É fundamental que cada brasileiro e brasileira não perca sua esperança. Nesse momento há um esforço muito grande de fazer com que você se recolha no medo. Eu tenho dito que não sou pessimista nem otimista, eu sou persistente. E eu aprendi essa persistência com o povo brasileiro que enfrenta o hospital que não lhe atende, que vive em bairros que não tem segurança e que vê agora ameaçado seu emprego pela volta da inflação, pelo baixo crescimento. Eu quero ser presidente do Brasil para que você volte a acreditar na política e não pensar que um, a inteligência de um pode ser mais do que a inteligência de todos.

Considerações finais de Eduardo Jorge (PV)

Foi um debate bastante democrático, mas esse minuto que eu tenho aqui é o que eu tenho na TV, pouquíssimo, para discutir essas teses difíceis, como diz o jornalista, por falta de coragem das lideranças brasileiras. Assim nós criamos o PV de uma forma inovadora, uma forma de multiplicar esses pães e peixes desse um minuto. Todos os dias, terça, quinta e sábado, quando aparecer aqueles um minuto e quatro segundos meus no partido verde na televisão, quando acabar eu vou continuar na Internet ao vivo conversando com quem quiser me criticar, completar, acrescentar, discutir essas teses inovadoras do PV, durante mais uma hora pela Internet. Quero ter a oportunidade de discutir e ouvir as críticas às nossas ideias.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Perguntas sobre politica externa aos candidatos e aos candidatos a diplomatas ou a estadistas (tambem pode ser...)

Atenção, estudantes, candidatos a alguma coisa e outros interessados no tema.
Retomo aqui a postagem que já fiz neste blog Diplomatizzando neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/eleicoes-2014-aecio-neves-e-eduardo.html


A Revista Política Externa enviou aos três principais candidatos à Presidência da República, como tem feito desde 2002, um questionário sobre temas de política externa para que a comunidade interessada neste assunto possa avaliar o que cada um pretende fazer nessa área se conseguir se eleger.

Minha proposta a todos os interessados em elaborações políticas, conceituais, de policy planning, declarações de intenções, ou simples inspirações bem intencionadas, que respondam as perguntas efetuadas pela revista aos candidatos.
Retirei as respostas respectivas dos dois candidatos respondedores, para não influenciar ninguém indevidamente, e deixo apenas as perguntas, em número de 12.
Eu até acrescentaria uma 13a. pergunta: 
13) Qual a sua opinião não apenas sobre os empréstimos secretos feitos pelo Brasil a Cuba e Angola -- em contradição com disposições constitucionais e obrigações congressuais, no caso a necessidade de aprovação pelo Senado Federal de qualquer operação financeira externa -- mas também sobre o apoio que os governos companheiros tem emprestado a algumas das piores ditaduras do planeta, entre elas, justamente, Cuba, ademais de outros apoios suspeitos a candidatos a ditadores na própria região?
Enfim, as perguntas estão aí, podem enviar suas respostas a este mesmo blog que poderei publicar, se elas atenderem a requisitos mínimos de linguagem adequada, pertinência, seriedade e boa-fé.
Paulo Roberto de Almeida

Material da Revista Política Externa (vol. 23, n. 1)
ENTREVISTA
As perguntas foram feitas a partir de sugestões colhidas junto ao Conselho Editorial. Não foi dado aos candidatos nenhum limite de espaço para as suas respostas, e elas estão reproduzidas abaixo sem nenhuma edição ou corte.
Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) enviaram as suas respostas no prazo de tempo que foi dado a todos. A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) não enviou suas respostas.
1) Tradicionalmente, a política externa brasileira tem sido concebida como um instrumento relevante na estratégia de desenvolvimento do país. Num mundo cada vez mais integrado e interdependente do ponto de vista econômico, qual a sua concepção desse papel nos próximos anos?
2) A América do Sul tem apresentado recentemente uma divisão ideológica e de estratégias nacionais para o comércio internacional como fazia muito tempo não se observava. Como o Brasil deve agir nos próximos anos para lidar com os seus vizinhos, em especial no que se refere às alternativas diversas para o comércio escolhidas pelo Mercosul e pela Aliança do Pacífico?
3) Ainda em relação à América do Sul, como o Brasil deve proceder diante das situações de crise atualmente vividas por Argentina e Venezuela?
4) Finalmente em relação ao subcontinente, como é possível (se considera desejável) promover a sua integração?
5) Qual a sua visão sobre as relações do Brasil com os EUA? Como é possível superar o incidente provocado pelas ações da NSA? É desejável expandir o comércio bilateral? Caso sim, de que maneira?
6) Que expectativas têm em relação ao futuro do comércio global sob a égide da OMC, agora sob o comando de um brasileiro?
7) Apesar da alta prioridade que se deu à obtenção para o Brasil de um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, ela parece atualmente mais distante do que nunca. Que prioridade terá em seu governo esse objetivo?
8) O Brasil tem sido acusado por entidades de defesa de direitos humanos de proceder com frequência de maneira dúbia ou fraca em situações como as crises da Síria e da Venezuela. Quais as diretrizes de seu governo nesse campo?
9) Qual a sua opinião sobre a tese da “responsabilidade ao proteger” lançada pelo Brasil na ONU com boa reação internacional de início, mas que depois não prosperou?
10) A China deverá se tornar proximamente a maior economia nacional do mundo. Quais são as suas prioridades para a relação bilateral com esse país, do qual a vitalidade das exportações brasileiras tem se tornado quase dependente?
11) Qual a sua opinião sobre a importância do grupo BRICS para o Brasil e que relevância ele terá em seu governo?
12) Qual a sua opinião sobre o projetado Conselho Nacional de Política Externa que alguns pretendem criar? 

Julho de 2014

terça-feira, 8 de abril de 2014

Eleicoes 2014: Aecio Neves fala aos capitalistas

 Carlos José Marques
Uma lufada de otimismo tomou conta do ambiente empresarial quando propostas concretas de modernização da economia entraram no horizonte
 
Uma lufada de otimismo tomou conta do ambiente empresarial quando propostas concretas de modernização da economia entraram no horizonte. Aconteceu na semana passada e o arauto da boa-nova era o presidenciável Aécio Neves. Em dois encontros com representantes do PIB – de uma parcela gorda do PIB, registre-se –, o candidato à sucessão estabeleceu uma verdadeira carta-compromisso de mudanças que, caso adotada, pode decerto recolocar o País no trilho do crescimento sustentável. Havia ali um projeto de governo substancioso.
Com tudo incluso: da simplificação tributária ao aumento de renda; do corte nos gastos públicos à redução pela metade do número de ministérios; das reformas trabalhista e política à ampliação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que deve abranger também a União. No conjunto, as ideias causaram boa impressão, de maneira unânime, e significaram para aquele público mais que meras promessas eleitoreiras. Demonstraram que o aspirante ao Planalto Aécio estava propositivo, olhando para a frente e oferecendo saídas. Era tudo que CEOs e empresários esperavam e queriam ouvir.
 
O entusiasmo geral ficou visível. Ao aceitar sugestões dos interlocutores e ir além da crítica pura e simples contra o atual estado de letargia, o tucano encantou a fauna de líderes e obteve uma resposta tão vigorosa que foi, por vezes, aplaudido de pé nos convescotes. É algo sintomático. A falta de canais de diálogo com o poder tem sido uma das queixas recorrentes dessa turma. Não por menos, nos últimos dias o mercado vem manifestando sua clara insatisfação com o governo em vigor. E de tal ordem é essa frustração que a bolsa de valores chega a subir a qualquer rumor de pesquisas eleitorais apontando uma queda na popularidade de Dilma.
 
Aécio como potencial rival parece, ao contrário, estar cativando. De forma sólida e gradativa. E não se trataria de uma preferência movida por coloração partidária. O que anima os empreendedores é a perspectiva de um novo modelo de gestão. Aécio, ciente desse anseio, vem vocalizando alternativas e atendendo às demandas. Diga-se do candidato que ele, positivamente, vem se cercando de bons quadros para dar cabo a ameaças monetárias, como o repique inflacionário, e ao desequilíbrio da balança comercial.
 
O ex-presidente do BC Armínio Fraga, que fez escola pela rigidez no controle do cofre, já está escalado como possível ministro da Fazenda de seu governo, caso eleito. A plataforma de Aécio talvez soe subversiva aos ouvidos daqueles que aparelharam o Estado, degradaram estatais e não querem perder o status quo. Mas é notável a carga simbólica da claque desse presidenciável em meio aos que sonham com um país desenvolvido, empenhado em superar suas limitações.
 

IstoÉ Dinheiro - O dia em que Aécio encontrou o PIB

 
Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves apresenta a empresários as suas principais propostas econômicas. E sai de São Paulo aplaudido de pé
 
Por Luís Artur Nogueira
 
A insatisfação com os rumos da economia brasileira não é um fenômeno restrito aos investidores do mercado financeiro, cuja reação nas últimas semanas tem sido a de comprar papéis na mesma velocidade em que surgem rumores de queda da popularidade da presidenta DilmaRousseff. A inércia do governo federal, que não consegue promover um diálogo franco com o setor produtivo nem virar o jogo das expectativas econômicas, está claramente deixando inquietos os empresários, que buscam na oposição um futuro promissor para os seus negócios.
Na segunda-feira 31, em um rápido movimento oportuno, o senador por Minas Gerais Aécio Neves, neto do presidente Tancredo Neves e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, atraiu a atenção de mais da metade do PIB privado brasileiro em dois eventos promovidos pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo. Neles, o senador mineiro transmitiu a mensagem exata que soou como música aos ouvidos corporativos e, praticamente, selou o apoio da maior parte da classe empresarial à sua campanha. Por volta do meio-dia, centenas de homens engravatados e executivos em trajes formais se aglomeravam no saguão do Hotel Grand Hyatt, na zona sul da capital paulista, à espera do político tucano.
 
A presença recorde de 518 convidados já era um indicativo do interesse que a palestra de Aécio despertava. Ainda no aperitivo, antes de entrar no auditório principal, empresários e executivos de grandes companhias conversavam, com um indisfarçável sorriso, sobre como seria o Brasil nos próximos quatro anos em caso de vitória da oposição. “Já escrevi a minha pergunta sobre como o Aécio pretende corrigir os preços de energia, gasolina e transporte público sem explodir a inflação”, disse Davide Marcovitch, presidente do Grupo Moët Hennessy na América Latina, que se sentou à mesma mesa do diretor-geral da Dell no Brasil, Luis Gonçalves.
“Quero conhecer as alternativas que talvez ainda não estejam no nosso radar”, afirmou Gonçalves. Ao iniciar sua palestra, Aécio demonstrou estar inteiramente à vontade naquele ambiente. Dispensou a formalidade das apresentações em PowerPoint e falou durante 45 minutos sob os olhares atentos da plateia, que degustava o frugal salmão servido como prato principal. Na abertura, falou sobre a “indignação” dos brasileiros com o atual momento do País. Ao contrário do que costumam fazer os seus adversários, o tucano não ignorou os acertos deles, em particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Mas agora precisamos de correção de rumo”, afirmou.
 
A despeito da deferência com Lula, com quem sempre manteve relações cordiais quando esteve à frente do governo de Minas Gerais, Aécio, quase ao final de sua intervenção, adotou uma postura desafiadora em relação ao pleito de outubro. “Ouço sempre que pode haver até mesmo uma mudança de candidatura no campo governista. Eu quero dizer aqui: não importa se será o presidente Lula ou a presidente Dilma”, afirmou. “O que precisamos é de uma mudança de modelo econômico.” Mas foram suas propostas para a economia que mais lhe renderam aplausos. Na área fiscal, Aécio criticou a explosão dos gastos públicos e prometeu cortar pela metade a quantidade de ministérios – atualmente são 39.
“É fundamental enxugar a máquina pública”, diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV). “Não é sustentável o gasto crescer acima do PIB.” Aécio prometeu ainda apresentar um plano para reduzir a carga tributária logo nos seis primeiros meses de um eventual mandato. A ideia, no caso, é criar, já no dia da posse, uma supersecretaria de duração transitória, encarregada de apresentar uma proposta de simplificação fiscal e tributária. Ele insistiu, também, na importância da lei de responsabilidade fiscal, que não deve ficar restrita aos Estados e municípios.
 
“Prometo aos senhores que a lei de responsabilidade será estendida ao governo federal.” O senador não deixou de comentar a atual situação da Petrobras, que recebe críticas por conta de sua gestão em refinarias nos Estados Unidos, no Japão e na Argentina, e o controle de preços da gasolina e do diesel promovido pelo governo federal. “Vamos reestatizar a Petrobras”, afirmou Aécio, salientando que vai tirar os políticos que ocupam cargos na estatal. “A Petrobras não é instrumento de política econômica.” Ao lado do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, ele ressaltou os resultados obtidos no Estado desde a sua primeira gestão, em 2003, e defendeu a concessão de bônus para os gestores eficientes.
“Gostei da ideia de se adotar a meritocracia no serviço público”, afirmou Sônia Hess, presidente da Dudalina. No topo da lista atual de preocupações dos empresários estão a inflação e os seus impactos em 2015. A alta dos preços tem, inclusive, obrigado o Banco Central a elevar os juros (leia reportagem AQUI). Aécio criticou o controle de preços de energia, combustíveis e transporte público e garantiu que “a tampa da panela de pressão será aberta”. Na avaliação do presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, o próximo governante precisa ter a mesma atitude das empresas privadas. “A eficiência operacional, a racionalização dos custos e as melhorias de processo devem fazer parte da pauta de qualquer governo”, diz o executivo.
 
O pré-candidato do PSDB também criticou a política comercial dos governos petistas e prometeu aprimorar o Bolsa Família. Ao término do seu discurso, a plateia, de pé, o aplaudiu durante 34 segundos. “Em dez anos de eventos, nunca vi um convidado ser aplaudido de pé”, diz João Doria Jr., presidente do Grupo Lide. Aécio ainda levaria mais dez minutos até conseguir deixar o salão principal, tamanho o assédio dos empresários – alguns até fizeram “selfies” ao lado do senador. No cafezinho e na longa espera do serviço de valet, a palestra continuaria sendo comentada – com satisfação, diga-se – pelos convidados.

CARTA COMPROMISSO A investida de Aécio sobre o PIB empresarial teria ainda uma segunda etapa. À noite, na residência do presidente do Lide, João Doria Jr., no bairro nobre do Jardim Europa, o pré-candidato tucano se encontraria com um grupo de 150 pesos-pesados do setor produtivo. Entre os convidados, líderes do setor financeiro, como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Rodrigo Xavier (Bank of America) e André Esteves (BTG). Da área de serviços e do varejo estavam diversos empresários, como Acacio Queiroz (Chubb Seguros), Chieko Aoki (Blue Tree Hotels), Claudio Lottenberg (Albert Einstein), João Pedro Paro Neto (Mastercard), Luiza Trajano (Magazine Luiza), Manoel Correa (Telhanorte), Marcos Eduardo Ferreira (Mafre) e Rômulo Dias (Cielo), além de Caco Alzugaray (Editora Três) e Fábio Barbosa (Abril), do ramo de comunicações.
 
A indústria foi representada por nomes como o de Artur Piñeiro (BMW), Carlos Sanchez (EMS), Carlos Tilkian (Estrela), Carlos Terepins (Even), Fernando Bomfiglio (Souza Cruz), Francesco Abbruzzesi (Citroën), Guilherme Leal (Natura), Horácio Lafer Piva (Klabin), José Luis Cutrale (Cutrale), Jose Varela (3M), Paulo Campbell (Pepsico), Roberto Cortes (MAN) e Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), que atualmente coordena a Câmara de Gestão e Planejamento do governo Dilma Rousseff. Por duas vezes, o empresário gaúcho referiu-se ao pré-candidato como presidente.
 
Numa delas, Gerdau “exigiu” de Aécio uma carta compromisso de que dobrará a renda brasileira sem aumentar a carga tributária. Além de um discurso ainda mais informal, o jantar, preparado pela chef paulistana Morena Leite, do restaurante Capim Santo, apresentou um cardápio à altura dos convivas. Entrada de blinis de tapioca com surubim defumado, ravióli de abóbora recheado com queijo da Serra da Canastra e mignon de cordeiro, regados a vinhos como o Sancerre Comte Lafond Blanc 2010 e o Brunello di Montalcino 2006. Mas a peça de resistência da noite ficou por conta, mesmo, das duas surpresas reservadas aos participantes.
 
A primeira foi a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que dividiu com Aécio a cabeceira da mesa principal de 18 lugares e as atenções dos convidados. “Digo o quanto para mim têm sido importantes o seu apoio e os seus conselhos”, afirmou o senador ao “craque” FHC, como se referiu ao ex-presidente. A outra surpresa da noite foi o destaque dado ao ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, um dos inúmeros quadros com os quais o senador pretende contar em um eventual governo tucano e conquistar a confiança do mercado, segundo suas próprias palavras. Nas entrelinhas, ficou claro que Aécio já escolheu o seu ministro da Fazenda, em caso de vitória. Após responder a uma pergunta de Esteves, do BTG, o tucano pediu um complemento ao seu “ministro”. “Fala Armínio, para já ir se acostumando.”
 
O ponto mais forte do discurso de Aécio, feito enquanto os convidados saboreavam macaron de baba de moça com sorvete de coco, tendo como pano de fundo uma parede forrada até o teto com telas do pintor Di Cavalcanti, foi político. “Defendo o mandato de cinco anos, sem reeleição, para que tenhamos paz para governar”, afirmou durante resposta à presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, que perguntara sobre reformas trabalhistas, tributárias e política. “Foi um discurso bem armado”, afirma Piva, do grupo Klabin. “O desafio é fazer com que essa mensagem chegue à população.” Nos dois eventos, os empresários mostraram-se entusiasmados com o que ouviram do pré-candidato. “Ele tem uma história bárbara em Minas Gerais”, disse Sônia Hess, da Dudalina.
 
Ainda no almoço, o senador tucano receberia com indisfarçável satisfação o resultado de uma enquete, feita com voto secreto e eletrônico junto aos convidados do Lide. Do total dos participantes, 56% disseram que Aécio vai ganhar as eleições, 28% apostam na presidenta DilmaRousseff e 13%, no governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Sob condição de anonimato, muitos empresários admitem estar em busca de alternativas ao nome da presidenta Dilma, apontada como favorita nas pesquisas eleitorais. Ciente da inquietação empresarial, Aécio foi ao PIB e proclamou: “Se o preço de ajustar o País for ficar quatro anos com impopularidade, pagarei esse preço”, afirmou. “Que venha outro depois de mim.” Para os empresários, era como se as vozes deles estivessem finalmente ressoando em Brasília