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sábado, 25 de junho de 2016

Fim da travessia do deserto? Chegando ao seu termo? - Paulo Roberto de Almeida


Num dos muitos tournants de uma carreira diplomática razoavelmente feliz, na qual pude desempenhar funções profissionais, ou funcionais, durante muito tempo, temporariamente interrompidas por circunstâncias alheias à minha vontade, e combinar essas atividades com lides acadêmicas igualmente gratificantes, durante algum tempo exclusivas, período também no qual estive particularmente engajado numa espécie de quilombo de resistência intelectual contra certos desvios em algumas das políticas públicas que constituem um dos focos de meus estudos, reflexões e escritos, num desses tournants, retomo, estou vendo, se não me engano, alguns traços de terra na beira do oceano, ou alguns vestígios de vegetação e habitat humano ao final do deserto.
Neste momento, cabe uma palavra aos que não esmoreceram na defesa de um serviço profissional, em condições por vezes adversas de manutenção dos princípios permanentes da política externa brasileira, e que lutaram pela preservação dos valores da carreira diplomática, por parte de um colega que, por acaso, é também acadêmico, e que sempre levou um duplo combate, nas duas frentes, em prol da ideia de honestidade intelectual e do princípio do interesse nacional.
A minha palavra é apenas esta: vale perseverar...

Paulo Roberto de Almeida  
Brasília, 25 de junho de 2016
(adaptado do frontspício de um dos meus livros).

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Diplomacy for Dummies?; ou The Idiot's Guide to Become a Diplomat?; Whatever, um livro com dicas...

Bem, não conheço o livro ainda para me inclinar por qualquer dos títulos, mas acredito que seja sério, sem essas piadas sem graça que figuram no título deste post.
Sendo sério, deve ter coisas importantes a ensinar aos candidatos à carreira.
Estou esperando que me ofereçam, para ler e resenhar, como faço com todos os livros dos diplomatas...
Parece um pouco de auto-propaganda, mas como dizem, a propaganda é a alma do negócio. Um pouco de self-marketing não pode fazer mal...
Paulo Roberto de Almeida

A caminhada de uma diplomata

 
Agência de Notícias Brasil-Árabe, 11/12/2013

A brasileira Claudia Assaf lança o livro 'Diário de Bordo: um voo com destino à carreira diplomática', no qual conta a história de seu ingresso no Itamaraty e como o idioma árabe a impulsionou na profissão.


Arquivo pessoal
Assaf trabalha na representação do Brasil na ONU
São Paulo – A carioca Claudia Assaf andou por muitos caminhos antes de se tornar diplomata. Formou-se em matemática, trabalhou com informática, morou na Síria, foi aeromoça, estudou jornalismo, relações internacionais e foi reprovada três vezes antes de ter sucesso no concurso para o Instituto Rio Branco, passagem obrigatória para quem quer entrar nos quadros do Itamaraty. A trajetória não foi fácil e ela decidiu compartilhar sua história com outras pessoas interessadas em representar o País no exterior. Sua experiência está relatada no livro Diário de Bordo: um voo com destino à carreira diplomática, com lançamento este mês pela editora Fólio Digital.
A obra relata as diversas mudanças pelas quais ela passou em sua vida até se tornar uma representante do Brasil e tem por objetivo incentivar as pessoas que querem seguir o mesmo caminho, ainda que nunca tenham tido experiência na área internacional.

“O livro é mais voltado para quem está descrente. Eu trabalho muito a minha ansiedade no livro. A obra é para um público de mais de 30 anos de idade e que vem de áreas muito diferentes da diplomacia”, explica Assaf. Outro ponto de destaque do livro é seu aprendizado do idioma árabe, fator que ajudou a brasileira a impulsionar sua carreira diplomática.

Aos 22 anos, Assaf trabalhava em uma multinacional de tecnologia em informática, no Rio de Janeiro, onde havia entrado depois de uma pós-graduação em Análise de Sistemas. De ascendência síria, porém, seu sonho era aprender a língua dos avós maternos. Assim, depois de se inscrever no consulado da Síria, ela conseguiu uma bolsa de dois anos para estudar na Universidade de Damasco.

 
 
 
Divulgação
Diplomata conta experiências em livro
“Eu convivia com diversas meninas sírias, que me ajudavam e queriam saber tudo sobre o Brasil. Com isso, fui vendo que existia um outro mundo, a matemática foi perdendo o sentido. Eu falava árabe 24 horas por dia, fui entrando no mundo de uma outra língua”, relata.

Quando o curso acabou, ela conseguiu um emprego em uma companhia aérea do Bahrein e trabalhou ainda na aviação presidencial dos Emirados Árabes Unidos. “Quando estava na aviação, simpatizei com essa vida internacional. Eu amava o Brasil e queria fazer algo internacional. Em todo país que eu visitava, eu ia à embaixada (brasileira)”, conta.

Quando voltou para o Brasil, no entanto, se viu sem profissão. “Tudo o que eu sabia sobre informática estava ultrapassado”, diz. Foi aí que ela decidiu mudar de área e atuar em Humanas. Fez um curso rápido de jornalismo, mas também sem conseguir entrar na área, decidiu apostar no sonho de ser diplomata.

“Uma das táticas que eu usei foi uma nova graduação. Eu queria começar do zero”, diz, sobre a faculdade de Relações Internacionais. Além disso, foram muitas horas de estudo sozinha e também com professor particular. Ela havia se disposto a tentar por sete anos, mas nem foi preciso tanto. No quarto, ela foi aprovada.

A carreira
Depois de quase uma década fora do Oriente Médio, a região foi a primeira escolha de Assaf, que atuou por cerca de cinco anos em Doha, no Catar. “O árabe é meu maior diferencial e vem sendo uma ferramenta muito importante”, diz. Segundo ela, o sentimento de que havia conseguido se tornar o que queria veio com a realização da segunda Cúpula América do Sul – Países Árabes, que ocorreu naquele país em 2009.

“Ajudei a organizar a recepção do presidente Lula com a embaixada. No dia em que o avião da FAB aterrissou, eu, como diplomata, estava esperando para receber o presidente. Eu estava na porta do avião quando o Lula desceu. É uma honra muito grande”, lembra emocionada. “Ali eu encontrei o que queria para a minha vida, que era trabalhar para o meu país com uma dimensão internacional”, afirma.

Atualmente, ela integra a Missão Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Assaf cuida de sete temas distintos relacionados a economia e finanças. Suas atividades incluem assessorar os embaixadores do Brasil na ONU durante as reuniões da organização, participar de negociações, entre outras.

Uma dica de ouro para quem se interessa pela área? Estudar a língua portuguesa. “Não adianta saber tudo de economia, direito e história se você não souber escrever direito o português”, avisa. Ela mantém ainda um site (www.dicas-da-diplomata.com.br) e uma fanpage no Facebook (http://migre.me/gXwMV) para ajudar os candidatos a diplomata. Quem quiser mais dicas sobre o tema, só mesmo lendo o livro. A obra terá lançamento em dias distintos no Rio, Brasília e São Paulo.

Serviço
Lançamento do livro Diário de Bordo: um voo com destino à carreira diplomática

Rio de Janeiro
16/12/2013, segunda-feira, das 18h às 20h30
Livraria Cultura
Rua Senador Dantas 45, Centro

Brasília
20/12/2013, sexta-feira, das 19h às 20h30
Restaurante Carpe Diem, 104 Sul

São Paulo
21/12/2013, sábado, das 17h às 19h
Espaço Bibliaspa
Rua Baronesa de Itu, 639 - Santa Cecília - São Paulo – SP

domingo, 9 de outubro de 2011

Carreira diplomatica e carreira academica: um questionario


Carreira Diplomática e Carreira Acadêmica:
vidas paralelas ou linhas que não se tocam?

Paulo Roberto de Almeida

No início de setembro de 2011, mais exatamente no dia 9, recebi, pela segunda vez (a meu pedido), correspondência, acompanhada de um questionário, de um acadêmico interessado na carreira diplomática, que reproduzo abaixo, pois ele (omito seu nome, por simples resguardo de privacidade) tece considerações extremamente interessantes sobre essas duas vertentes da atividade profissional que sempre estiveram no centro de minhas ocupações da idade adulta (ou seja, desde quando deixei de ser simplesmente um “estudante” e fui ao “mercado” para trabalhar e sobreviver, embora eu tivesse trabalhado sempre, desde a infância).
O questionário parece ter sido dirigido exclusivamente a mim, mas acredito que ele poderia se aplicar também a diversos outros colegas da carreira. Imaginando que minhas respostas possam, igualmente, interessar tanto colegas de carreira como diversos outros acadêmicos eventualmente interessados na profissão diplomática, tomo a liberdade (esperando que isso não vá contrariar meu ”interrogador”) de postar minhas respostas publicamente. O título deste trabalho é anódino, obviamente, e apenas reproduz um informação de fato, ou seja, um paralelo entre duas carreiras. O subtítulo é meu, e remete, no primeiro trecho, à famosa obra de Plutarco – que traçava vidas paralelas de diversos imperadores romanos (mas longe de mim insinuar qualquer semelhança conceitual entre um caso e outro) – e, no segundo, ao conceito matemático de paralelas, que caminham eternamente em direção ao infinito, sem necessariamente apresentar divergência irremediável, mas tampouco tendendo a uma hipotética junção futura.
Em que sentido este subtítulo expressa meu pensamento sobre essas duas carreiras? Provavelmente nada, já que subtítulos são feitos para informar ou para provocar (embora esta função, nos livros publicados nos EUA, caiba aos títulos accrocheurs ou appealings). No meu caso, nem para uma coisa, nem outra, apenas para colocar uma pergunta, uma dúvida, mas não ainda uma resposta. As respostas virão abaixo, sistematicamente, embora essa questão envolva tantas outras interações, e variáveis analíticas, que respostas tópicas provavelmente não bastarão para esgotar um debate que reputo importante e cativante, numa perspectiva puramente pessoal, dado meu interesse e envolvimento nessas duas vertentes, mas também objetivamente, como fonte possível de reflexões em torno de dois polos da vida profissional – a acadêmica e a diplomática, ou seja de servidor de Estado – que conformam, junto com o polo propriamente empresarial, ou seja, na vida privada (como empregador ou  assalariado), as três grandes interfaces de atuação de qualquer indivíduo, em qualquer tempo e lugar (tirante a carreira de eremita, que imagino não existir como carreira, e sim como opção puramente pessoal e bem mais teórica do que prática).
Dito isto, vejamos as perguntas do correspondente, e minhas respostas:

1. Sua área de especialização acadêmica afetou sua escolha ou opções de trabalho no Itamaraty? Você acredita que tenha sido um fator essencial para algum posto específico?
PRA: Sim, tremendamente. O fato de eu vir das humanidades, mais especificamente das ciências sociais, fez-me dirigir, naturalmente, para aquelas áreas que tinham a ver com meus objetos de estudo, contrariamente a possíveis orientações, no Itamaraty, para Administração, Cerimonial, ou Comunicações, por exemplo, se por acaso meus estudos e preferências pessoais tivessem me feito inclinar por essas áreas, para as quais confesso não manter sequer curiosidade ou gosto. Minhas opções sempre penderam para questões econômicas e políticas de desenvolvimento nacional, de cooperação internacional, que estão no âmago, podemos dizer, do trabalho substantivo em diplomacia, ou seja, a negociação de acordos e esquemas internacionais, no mais das vezes multilaterais, mas também bilaterais, que tem a ver com organização econômica e social dos países, seu desenvolvimento econômico e suas relações pacíficas. Venho das ciências sociais, e mais especificamente da sociologia histórica, mas com interesse pelo desenvolvimento econômico e político.

2. A intenção de se fazer um mestrado / doutorado (MSc-MA / PhD) no exterior é viável no contexto da carreira diplomática, especialmente num momento inicial da mesma (os primeiros dez anos de casa, p. ex.)? E na UnB, quando a lotação for BSB?
PRA: Pode-se tentar, ou deve-se tentar, embora a carreira seja extremamente absorvente quanto a horários, viagens, obrigações, totalmente fora do expediente e ocupando fins de semana inclusive. O diplomata não tem, ou não deveria ter, um expediente corriqueiro, como se faz numa empresa ao “bater o ponto”. Por isso mesmo, estudos acadêmicos, em paralelo ou concorrentemente com a profissão, são extremamente difíceis no desempenho normal das funções, embora não seja excluída essa possibilidade. Teoricamente sempre se pode estudar de noite, ou perseguir seus objetivos em horários parcialmente coincidentes com o desempenho normal de funções na carreira, em Brasília ou no exterior, mas isso depende muito das circunstâncias e possibilidades de cada posto ou função.

3. Há alguma “parceria” entre alguma escola internacional e o Inst. Rio Branco, no que tange ao aperfeiçoamento do corpo diplomático?
PRA: Possivelmente existe, e sempre existe cooperação entre academias diplomáticas por meio de convênios abertos, mas sua implementação depende muito da vontade das chefias de “liberar” diplomatas para se dedicar a atividades acadêmicas, e depende muito, também, da orientação política de cada chefia. O IRBr já fez muito disso e ainda faz, mas desde 2003, a cooperação e o intercâmbio têm sido basicamente empreendidos no contexto Sul-Sul, quando não exclusivamente.

4. Há alguma incentivo por parte do Itamaraty, como flexibilização de horários ou reestruturação da carga horária?
PRA: Pode haver, mas isso depende muito de uma negociação caso a caso.

5. Há alguma forma de “lotação especial ou provisória” em razão de admissão em um programa de pós-graduação no exterior?
PRA: Não. O diplomata não pode partir da hipótese de que a Administração vai removê-lo para Boston ou NY, e liberá-lo de obrigações diplomáticas, apenas pelo fato de ter sido aceito em Harvard ou Columbia. Isso simplesmente seria uma imposição pessoal sobre o interesse do serviço. Pode haver alguma acomodação a posteriori, mediante consulta e exame do caso, mas não existe possibilidade uma carreira acadêmica, exterior ao serviço, determinar a mobilidade e atribuições do funcionário.

6. Considerando sua experiência pessoal, você acredita que tenha sido mais recompensador ingressar no Itamaraty um pouco mais maduro, mas já tendo completado um doutorado (algo que não seria tão simples se sua opção fosse inversa)?
PRA: Foi certamente mais interessante ingressar no Itamaraty mais maduro, embora sempre se “perdem” alguns anos na progressão etária, digamos assim, mas eu ingressei com o mestrado completo, e o doutoramento em curso (terminado apenas depois de estar em meu segundo posto, e isto por decisão pessoal).

7. Por último, especulo se no futuro próximo, cogita-se postergar a aposentadoria compulsória dos servidores públicos (inclusive diplomatas)?
PRA: Se a Constituição determina aposentadoria aos 70, essa deveria ser a idade limite de fato para os diplomatas; de direito é, mas de fato se dá cinco anos antes, com adaptações caso a caso. No futuro, certamente haverá postergação geral da idade limite.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9/10/2011

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Correspondência original:

From: Fulano <fulano@yahoo.com.br>
Subject: Reenviando email com dúvidas sobre carreira diplomática e acadêmica
Date: 9 de setembro de 2011 18:45:40 BRT
To: Paulo Almeida <pralmeida@me.com>

Caro P.R. de Almeida,
envio novamente o email com algumas dúvidas sobre carreira diplomática e acadêmica.
Imagino que você receba muitas dúvidas e afins. Portanto, sublinho que não há urgência nos meus questionamentos, mas acredito ser um tópico interessante para vários futuros diplomatas.
Abaixo segue,
Att.
Fulano

Primeiramente gostaria de lhe cumprimentar pela excelente iniciativa de organizar FAQs sobre a carreira diplomática. Muitos dos tópicos são esclarecedores e foram uma ótima orientação sobre diversas dúvidas sobre o Itamaraty.

Escrevo para indagar sobre a relação entre carreira acadêmica e carreira diplomática. Pelo que consegui investigar, constatei que embora a carreira diplomática não impeça que se tenha uma vida paralela na academia, não é simples conciliar ambas.

Certamente o Itamaraty valoriza uma preparação acadêmica. A própria atividade diplomática já exige algum conhecimento teórico e preparação intelectual diferenciada. No entanto, não parece claro o benefício em termos de longo-prazo de se aperfeiçoar academicamente. Conforme conversei com outros diplomatas, em boa medida os indivíduos acabam tendo uma carreira acadêmica quase que apartada da vida diplomática. Ou seja, me parece que os motivos preponderantes são mais de ordem intelectual/pessoal do que de benefícios profissionais.

Tomando-se em consideração que a maioria das universidades e centros de ensino, em especial nos Estados Unidos, oferece apenas programas full-time , torna-se extremamente árdua manter qualquer perspectiva de ser possível cursar uma pós-graduação no exterior, ainda que seja na área de Relações Internacionais ou Ciência Política, que, em princípio, seria uma boa forma de manter-se atualizado e academicamente ativo. Por outro lado, vejo que algumas instituições oferecem programas part-time para profissionais da área, valorizando os profissionais e destacando o que a experiência pode trazer para a sala de aula de aula. Dentre os programas que abrem essa possibilidade estão da London School of Economics and Political Science – LSE e do Center for Global Affairs – da NYU.

Caso haja uma possibilidade concreta de estudar em um bom MA/MSc ou PhD,  seria mais adequado colocar esse projeto como prioridade em relação ao Inst. Rio Branco, visto que talvez seja parcial ou completamente inviável algo do gênero após ingressar no Itamaraty ? Seria a situação do ex-chanceler Amorim, que, salvo engano meu, estudou na LSE em nível de pós-graduação e teve que abandonar seu curso antes de o completar ou defender sua dissertação/tese.

De certa forma, parece que é um tradeoff clássico : ingressar mais tarde na carreira(pelo menos 4-6 anos depois) ou ingressar mais cedo e deixar a vida acadêmica como um “hobby” (sem maiores preocupações com pós-graduação). 

Assim sendo, minhas perguntas seriam as seguintes:

1.  Sua área de especialização acadêmica afetou sua escolha ou opções de trabalho no Itamaraty ? Você acredita que tenha sido um fator essencial para algum posto específico ?
2.  A intenção de se fazer um mestrado / doutorado (MSc-MA / PhD) no exterior é viável no contexto da carreira diplomática, especialmente num momento inicial da mesma (os primeiros dez anos de casa, p. ex.) ? E na UnB, quando a lotação for BSB ?
3.  Há alguma “parceria” entre alguma escola internacional e o Inst. Rio Branco, no que tange ao aperfeiçoamento dos corpo diplomática ?
4.  Há alguma incentivo por parte do Itamaraty, como flexibilização de horários ou reestruturação da carga horária ?
5.  Há alguma forma de “lotação especial ou provisória” em razão de admissão em um programa de pós-graduação no exterior ?
6.  Considerando sua experiência pessoal, você acredita que tenha sido mais recompensador ingressar no Itamaraty um pouco mais maduro, mas já tendo completado um doutorado (algo que não seria tão simples se sua opção fosse inversa) ?
7.  Por último, especulo se no futuro próximo, cogita-se postergar a aposentadoria compulsória dos servidores públicos (inclusive diplomatas)?

Quero dizer, em alguns casos parece problemático o fato do Itamaraty perder indivíduos que teriam condições de contribuir por mais alguns anos (embora sempre haja o risco de perpetuar uma “gerontocracia”). Assim, seria uma boa forma de evitar que haja um custo tão grande de se ingressar na carreira mais tarde.

Desde já agradeço pela gentileza de usar seu tempo e paciência para os aspirantes à carreira diplomática.

Atenciosamente,
Fulano